Laura Tetti Novembro de 2005 PESPECTIVAS DOS MERCADOS TRADICIONAIS DOS PRODUTOS DA CANA-DE-AÇÚCAR Energia e Sustentabilidade: o Etanol de cana-de-açúcar, commodity do século 21 A matriz energética global necessita reverter uma tendência nítida durante 150 anos, período de expansão constante e vigorosa do petróleo. A mais recente estimativa da Agência Internacional de Energia, divulgada no final de 2004, informa que no ano anterior a demanda global por todas as formas de energia tinha alcançado 10.500 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep), com o crescimento de 70% em relação ao momento imediatamente anterior ao primeiro choque de preços (1973). Chega o momento da energia renovável: a humanidade descobre que tem a obrigação de conhecer as propriedades dos combustíveis recuperados de massa vegetal recém colhida. Esta orientação está nítida nos termos do Protocolo de Kyoto, já em vigor. Ali se dispõem, no mesmo plano, as questões das mudanças climáticas da geração de renda nos países em desenvolvimento, da eficiência no emprego das fontes energéticas nãorenováveis e, ainda, no incremento na oferta da energia pelas fontes renováveis. Nesse quadro, o Brasil ingressa na era pós-petróleo disposto a provar que o etanol de cana-de-açúcar é, no presente, o melhor combustível que o dinheiro pode comprar neste século 21. A energia renovável contida no etanol é 8,3 vezes maior do que a energia fóssil utilizada para obtê-la. A conseqüência é um corte de 13% nas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de todo o setor de energia no Brasil (base 1994). O Brasil é o maior produtor mundial de etanol (16,7 milhões de metros cúbicos na safra em curso), mas é também o maior consumidor (14,3 milhões de metros cúbicos, dentre os quais 13,7 para fins carburantes) e ainda o maior exportador (2,4 milhões de metros cúbicos em 2004). LEARNING CURVE Ganho de Produtividade 4% ano 120,0 100,0 NTERESSE 80,0 60,0 40,0 20,0 DEFLATED BY IGP-DI - prices of December 2004 - producers’ prices excluding taxes (*) - oversupply Source: UNICA Uma análise retrospectiva Investimentos em tecnologias e pesquisa da ordem de US$40 miLhões/ano Ganhos de produtividade PRODUTIVIDADE - BRASIL tc/hectare m3 /hectare 85,00 7,50 80,00 7,00 75,00 6,50 6,00 70,00 5,50 65,00 5,00 60,00 4,50 55,00 4,00 50,00 3,50 3,00 % a.a 45,00 1,90 % a.a 5,66% a.a 40,00 75/76 1,83 % a.a 80 3,00 2,33 % a.a 90 97/98 00 2,50 04/05 m3/hectare tc e lts/hectare lts de álcool/tc Evolução do preço do álcool • Preços aos produtores sem impostos EVOLUÇÃO DO PREÇO DO ÁLCOOL 100,00 90,00 Redução média de preço: 3,51% 80,00 (%) 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000* 2001 2002 2003 2004 2005 20,00 DEFLACIONADOS PELO IGP-DI - valores de julho de 2005 - Preços aos produtores sem impostos - 1976 = base 100 (*) - momento de excesso de oferta Perfil do Setor Sucroalcooleiro - Brasil • Brasil é o maior produtor mundial de cana, açúcar e álcool (% da produção mundial – 2004/05): – Cana: 33,9% – Açúcar: 18,5% – Álcool: 36,4% • É também o maior exportador mundial de açúcar e álcool (% do mercado livre mundial – 2004/05): – Açúcar: – Álcool: Fonte: Nastari / Datagro 37,4% 50,4% Projeção das Vendas de Veículos • Crescimento do PIB • Elasticidade Renda: 1,67 • Crescimento das vendas de veículos novos Veículos Flex Fuel PREMISSA - 75% de PARTICIPAÇÃO DOS VEÍCULOS FLEX nas vendas de veículos novos a) crescente aceitação pelo consumidor e adoção pela indústria automobilística ( gráfico I ) em maio e julho de 2005 as vendas já superaram 50% do total b) 90% das vendas ao mercado interno são de modelos potencialmente candidatos a flex ( tab 2 ) 2004: 93% das vendas ao mercado interno c) consumo de combustíveis (veículos leves) em estados com paridade álcool / gasolina atrativa 90% do consumo nacional Vendas de Carros a Álcool e Flex como Percentagem das Vendas Totais no Mercado Interno 80% 70% Vendas Totais 2003 2004 2005 (até outubro) flex 48.178 328.379 650.883 álcool flex + álcool 36.380 84.558 50.950 379.329 25.544 676.427 60% 68% 67% 63% 60% média 2005 até outubro 51,4% 54% 52% 50% 42% 40% 37% média 2004 32% 31% 31% 30% 29% 29% 28% 27% 26% 24,9% 23%23% 30% 20% 6,9% 10% média 2003 7% 5% 5% 5% 6% 3% 3% 4% 4% 16% 14%14%15% 12% 10% ja n/ 0 fe 3 v/ m 03 ar /0 ab 3 r/0 m 3 ai /0 ju 3 n/ 03 ju l/0 ag 3 o/ 0 se 3 t/0 ou 3 t/ no 03 v/ 0 de 3 z/ 0 ja 3 n/ 0 fe 4 v/ m 04 ar /0 ab 4 r/0 m 4 ai /0 ju 4 n/ 04 ju l/ ag 04 o/ 0 se 4 t/0 ou 4 t/ no 04 v/ 0 de 4 z/ 0 ja 4 n/ 0 fe 5 v/ m 05 ar /0 ab 5 r/0 m 5 ai /0 ju 5 n/ 05 ju l/ ag 05 o/ 0 se 5 t/0 ou 5 t/0 5 0% Fonte :ANFAVEA Vendas de Automóveis e Comerciais Leves Paridade Álcool/Gasolina na Bomba Por estados paridade média de jan. à out. de 2005 estado % dos veículos SP 31,78% PR 9,44% GO 3,06% AL 0,97% MS 1,20% MT 1,27% ES 2,18% TO 0,81% RJ 7,91% SC 4,39% PE 2,91% CE 1,82% RS 5,48% MG 10,46% sub total 1 83,69% PB 1,05% AM 1,25% AP 0,24% RO 0,57% RR 0,11% RN 1,02% DF 3,57% BA 4,46% sub total 2 95,98% SE 0,58% MA 1,22% PI 0,65% PA 1,40% AC 0,18% BRASIL 100,00% Fontes : FENABRAVE e ANP paridade 52,3% 60,6% 60,3% 64,8% 64,3% 64,3% 65,1% 65,2% 66,5% 66,7% 67,1% 68,2% 69,4% 70,1% 71,0% 71,8% 71,8% 72,0% 72,0% 72,0% 72,7% 72,5% 76,0% 78,6% 79,4% 83,5% Mercado Externo de Álcool • Preços internacionais de petróleo e derivados e competitividade do álcool • Protocolo de Kyoto • A Commodity Álcool: adequação de legislação em países interessados • Construção de mecanismos de precificação e de hedge ( contratos ) • Desenvolvimento e adequação de logística para exportação • Potencial de mercados – Investimentos em unidades produtoras no CBI – Demais mercados Ethanol – Supply Perspective • To add 5% of ethanol in all gasoline in the world, it would be necessary 58 billion litres/year • Nowadays Brazil uses 2.7 million hectares to produce 16 billion litres/year • It would be necessary ~ 10 million (additional) hectares to supply the world demand (E-5) Produção Mundial de Álcool 42,2 bilhões de litros (2004) Índia 5% China 9% Outros 11% Brasil 36% EU 6% EUA 33% Fonte: FO Licht Inclui todos os tipos de álcool: potáveis, sintéticos, derivados de biomassa, dos mais diversos valores, qualidades e finalidades; Mercado Mundial de Álcool (Principais exportadores) 3,8 bilhões de litros (2003) Brasil 20% Outros 41% 2004 : 2,4 bi. França 9% África do Sul 5% China 7% EUA 9% Arábia Saudita 9% Fonte: FO Licht Inclui todos os tipos de álcool: potáveis, sintéticos, derivados de biomassa, dos mais diversos valores, qualidades e finalidades; Mercado Potencial de Álcool Carburante Países Demanda Mistura Potencia de álcool bi. litros JAPÃO E.U.A. CHINA 1,7 % 3% Potencial de consumo se a mistura voluntária de 3% de álcool na gasolina for adotada por toda a gasolina consumida no país. Volume previsto para 2.012 com base na Lei Renewable Fuels, ainda não aprovada. O máximo de mistura permitida é de 5,7% (1) 16,8 4,5 Observações 10% Potencial de consumo se a mistura de 10% na gasolina, vigente em algumas provincias, for implantada em toda a gasolina consumida na China. U.E. 7,4 5% Potencial de álcool em adição de 5% em toda gasolina em 2011, limite permitido pela Diretiva Européia dentre os 5,75% de biocombustíveis. ÍNDIA ? 5% Autorizado 5% de mistura de álcool em algumas regiões. TAILÂNDIA 0,7 5% Potencial de consumo considerando legislação que determina mistura de 5% em toda a gasolina consumida. TOTAL 31,1 (1) Nos Estados Unidos, a mistura de 5,7% em toda a gasolina significa consumo de 30 bilhões de litros de álcool/ano. Fonte: Diversas: EIA/DOE; Comissão Européia, FO Licht; Copersucar Estimativa do Consumo de Álcool Total mil m3 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 Previsão de Demanda de Álcool Álcool Álcool Mercado Exportação Combustível Industrial Interno (*) 12.434 818 13.252 2.400 13.084 847 13.931 2.500 14.122 881 15.003 2.700 15.512 907 16.420 3.230 16.979 934 17.913 3.780 18.521 962 19.483 4.330 20.210 991 21.201 5.000 Total 15.652 16.431 17.703 19.650 21.693 23.813 26.201 (*) Não inclui estimativas para biodiesel, álcool no diesel e incremento da alcoolquimica. Mercado de Açúcar • Crescimento do consumo doméstico • Tendências para o mercado externo – – – – crescimento do consumo por região do mundo crescimento do comércio (OMC) impacto dos adoçantes alternativos capacidade de oferta nos demais países exportadores Projeção - Demanda de Açúcar • Premissas: – Consumo Doméstico: 1,8% aa – Consumo Mundial : 1,8% aa – Comércio Mundial: 3,0% aa – Brasil conquista 50% do crescimento do comércio mundial passando a deter 39% em 2010/11 Produção Mundial de Açúcar - 2005 India 12.8% Brasil 18.5% U.E. 11.8% China 7.2% Demais 34.3% 121 países produtores no mundo Fonte: DATAGRO/ ISO EUA 5% Tail. 4% Austr. Mexico 4% 3% Estimativa da Comercialização Brasileira de Açúcar milhões de ton. Mercado Mercado Total Interno (*) externo 2.003 9,13 12,72 21,85 2.004 9,55 16,00 25,55 2.005 9,63 17,10 26,73 2.006 9,81 18,30 28,11 2.007 9,98 19,50 29,48 2.008 10,16 20,30 30,46 2.009 10,34 21,10 31,44 2.010 10,53 21,90 32,43 (*) Considerando 1,8% a.a. de crescimento Expansão da Cana de Açúcar Brasil milhões de ton. 559 600 487 427 500 521 455 403 400 300 198 49% 200 47% 203 45% 210 43% 217 42% 200 100 205 51% 227 53% 252 55% 277 57% 304 58% 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 225 40% 334 60% 0 2010/11 Para Açúcar De 27 p/ 30 milhões t/year Para Álcool Países e Regiões Produtores de Cana de Açúcar no mundo OBRIGADO Laura Tetti UNICA – União da Agroindústria Canavieira de São Paulo WWW.UNICA.COM.BR