Quinta aula 11/03/2008 Dimensionamento da tubulação Em função do fluido a ser transportado e da sua temperatura de escoamento, procura-se estabelecer o material da tubulação. Apresenta-se a seguir uma tabela que pode nos auxiliar na escolha do diâmetro, porém deixa-se claro que: 1 → dependendo da aplicação, considera-se outros fatores; 2 → os tubos de PVC hoje ganham espaço nas aplicações industriais; 3 → o objetivo deste trabalho é ser uma referência bibliográfica básica, o que equivale dizer que outras fontes devem ser consultadas; 4 → a tabela 7.1, além de fornecer a faixa de velocidade recomendada, que é denominada de velocidade econômica, menciona o material da tubulação mais empregado. Por outro lado, sabe-se que para o escoamento de gás perfeito até cerca de 75 m/s o escoamento é considerado como incompressível, daí a tabela 7.2. Após o preestabelecimento do material e da velocidade econômica, calcula-se o diâmetro da tubulação após a bomba como mostrado a seguir. D2 Q vA v 4 4Q D v Dm m3 Q s v m/ s Através do diâmetro calculado, consultando uma tabela normalizada, especifica-se o diâmetro nominal para a tubulação após a bomba. Importante notar que o diâmetro de referência estará entre dois diâmetros comerciais. Se a instalação for considerada pequena, adota-se o diâmetro comercial maior e se a instalação for grande adota-se o diâmetro comercial menor, isto dentro de certas limitações estabelecidas pelo valor da perda de carga. Nota: considera-se instalação pequena aquela que tem o custo da bomba + custo do motor elétrico + custo de operação mais significativo que o custo dos tubos + acessórios hidráulicos. Dependendo da fonte de consulta encontra-se certas variações das velocidades econômicas, para ilustrar o mencionado é apresentado a tabela 7.3 as velocidades recomendadas pela Alvenius Equipamentos Tubulares S/A e na tabela 7.4 e no gráfico 7.1 os valores recomendados pela Companhia Sulzer e que foram extraídos do manual – Fundamentos hidráulicos para instalaciones con bombas centrífugas – Sulzer Frères, Société Anonyme, Winterthur, Suiza. Uma outra forma de determinar o diâmetro, que é válida para instalações que não funcionam continuamente (instalações em edifícios) é a fórmula de Forscheimmer, que apresentada a seguir: Der 1,3 4 n Q 24 Onde: Der = diâmetro econômico para o recalque (m) Q = vazão desejada (m3/s) n = número de horas/dia de funcionamento das bombas. Com (Der) na tabela normalizada de tubos, especifica-se o diâmetro de recalque comercial. A tubulação antes da bomba deve ter um diâmetro comercial acima. Nota: Já que existe mais de uma possibilidade para a escolha do diâmetro de recalque e como hoje, podemos recorrer as máquinas programáveis é comum efetuar-se um estudo econômico para a escolha do diâmetro mais adequado. Imagina-se que em um dado projeto, tem-se a possibilidade de recorrer aos diâmetros D1, D2, D3 e D4. Para especificar o diâmetro adequado, pode-s executar um estudo econômico como mostra a tabela 7.5. Tabela 7.5 Custo do tubo/m Custo total Velocidade média (m/s) Perda de carga (m) Altura manométrica (m) Potência consumida (kw) Custo mensal de energia Escolha do diâmetro adequado D1 D2 D3 D4 Mais informações consultar: http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/sexta_aula.htm Para detalhes dos tubos também pode-se consultar: http://www.debas.faenquil.br/~clelio/pdf/aula01.pdf http://www.nvlsoftware.com.ar/NVLSoftware/datos_de_calculo.htm http://www.escoladavida.eng.br/mecflubasica/Apostila/Unidade%206/Primeira%20aula%20un%206.pdf http://www.tubosapolo.com.br/tubos.htm Exemplo Considerando o escoamento da salmoura com uma vazão de 0,5 l/s, especifique o diâmetro para a tubulação de aço de espessura 160 Dado: instalação considerada grande Para a salmoura na tabela 7.1 tem-se velocidade econômica igual a 1,2 m/s 4 0,5 103 1000 23,0mm Dref 1,2 Consultando a norma ANSI B36.10 e B36.19, tem-se que: Pelo fato da tubulação ser considerada grande adota-se para a tubulação após a bomba igual a 1” e para a tubulação antes da bomba 1 14 " Cavitação Para a compreensão do fenômeno de cavitação considera-se o trecho da instalação representado a seguir, onde objetiva-se determinar a pressão na entrada da bomba. ze (e) B (0) PHR Aplicando-se a equação da energia de (o) a (e) resulta: L LeqaB ve2 Q2 pe ze faB 2 2g DH 2g AaB aB Através da temperatura de escoamento do fluido, determina-se a pressão de vapor, que representa a pressão que para a temperatura do escoamento tem-se a mudança, total ou parcial, de líquido para vapor. Se a peabs (pe + patm) for menor ou igual a pvapor , tem-se na própria temperatura do escoamento, o fenômeno de evaporação, total ou parcial, do fluido, fenômeno denominado de cavitação. Notas: 1. O fenômeno de cavitação observado na entrada da bomba é denominado de supercavitação e é considerado um erro grosseiro do projetista. 2. A pressão na entrada da bomba não representa o ponto de menor pressão do escoamento, este ocorre no interior do corpo da bomba, o que equivale a dizer que o fato de não ocorrer a cavitação na entrada da bomba não é condição necessária e suficiente para não se ter o fenômeno de cavitação. O fenômeno de cavitação geralmente propicia os seguintes problemas: 1. 2. 3. 4. erosão vibrações diminuição do rendimento diminuição do tempo vida da bomba Para tentar evitá-lo deve-se pensar em aumentar a pressão de entrada da bomba, ou seja: 1. 2. 3. 4. a cota da entrada deve-se ser a menor possível, ou até mesmo negativa, bomba afogada; o comprimento da tubulação antes da bomba deve ser o menor possível; na tubulação antes da bomba utiliza-se as singularidades estritamente necessárias; adota-se o diâmetro antes da bomba um diâmetro imediatamente superior ao diâmetro dimensionado para a tubulação após a bomba. Para mais informações e estudos, inclusive de testes propostos, visite o sítio: http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/supercavitacao.htm