Exames laboratoriais hematológicos de urgência: tipos, logística laboratorial e interpretação dos principais testes. Lindemberg da Costa Lima CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Ceará Câmara Técnica de Medicina Intensiva Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência FORTALEZA(CE) MARÇO A OUTUBRO DE 2012 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM Sétimo Módulo – Condutas Médicas nas Intercorrências Hematológicas 05/11/2015 I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS 1 Paciente internado apresentou clínica sugestiva de alterações sanguíneas: Quais os exames hematológicos de urgência para diagnóstico complementar? 05/11/2015 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM Paciente internado apresentou “parâmetro de pânico” nos seus exames hematológicos da rotina hospitalar. Qual a conduta médica ...ou, 2 Abaixo do VR Glóbulos Brancos Normal (não se altera por perda de sangue, somente infecção/trauma) Hemoglobina Abaixo do VR Hematócrito Abaixo do VR Volume Corpuscular Médio Normal Hb Corpuscular Média Normal CHCM Normal Plaquetas Normais ou abaixo do VR CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Glóbulos Vermelhos 05/11/2015 Como se apresenta o resultado de um hemograma de um paciente com perda aguda de sangue? (série vermelha, índices hematimétricos, série branca e plaquetas). 3 Abaixo do VR Glóbulos Brancos Normal (não se altera por perda de sangue, somente infecção/trau ma) Hemoglobina Abaixo do VR Hematócrito Abaixo do VR Volume Corpuscular Médio Normal Hb Corpuscular Média Normal CHCM Normal Plaquetas Normais ou abaixo do VR CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Glóbulos Vermelhos COMO ABORDAR O PACIENTE COM SANGRAMENTO? Como em qualquer doença, os sinais para o diagnóstico são obtidos a partir da história. Ao fazer a história no que se refere ao sangramento, prestar atenção às seguintes características: Ocorrência do sangramento – indica a severidade. O sangramento é espontâneo ou ocorre associado a trauma ou ferimento? Em geral, deficiências severas de fatores de coagulação estão associadas a hemorragia espontânea. Em algumas deficiências, sangramento após trauma leve ocorre tardiamente. Outras deficiências severas, como de fator XIII ou defeitos no sistema fibrinolítico apresentam sangramento após lesões (p.ex., cirurgia), mas não sangramento espontâneo. Localização do sangramento – indica o tipo de doença, p.ex., sangramento do tipo hemofilia ou deficiência plaquetária (doença de von Willebrand) – deficiência de proteínas pró-coagulantes como fator VIII ou IX resulta em sangramento intra-articular ou intramuscular. Deficiência de fatores associados à hemostasia primária, como o fator de von Willebrand (vWF) ou anomalias de plaquetas, está associada a sangramento de mucosas (trato gastrintestinal, vagina). 05/11/2015 Como se apresenta o resultado de um hemograma de um paciente com perda aguda de sangue? (série vermelha, índices hematimétricos, série branca e plaquetas). 4 Paciente do sexo masculino, com 33 anos, com queixas de fadiga e apresentando hepatoesplenomegalia e icterícia. Realizou-se o hemograma de urgência e obtiveram-se os seguintes resultados: GB = 6500/mm3 ↓ Hb = 6mg/dL ↓ Ht = 11% ↓ Plaquetas = 450.000/mm3 ↑ Neutrófilo = 57% - normal Linfócitos = 38% - normal Monócitos = 1% ↓ Eosinófilos = 4% - normal Basófilos = 0% - normal Qual a conduta do plantonista de enfermaria/hospitalar? CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 05/11/2015 GV: 1.50 milhões/mm3 ↓ 5 VCM = 73,33 fL↓ HCM = HB x 10 N° GV HCM = 6 x 10 1,5 HCM = 40 pg ↑ CHCM = Hb x 100 HT CHCM = 6 x 100 11 CHCM = 54,54 %↑ CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM VCM = HT X 10 Nº. GV VCM = 11 x 10 1,50 05/11/2015 Paciente do sexo masculino, com 33 anos, com queixas de fadiga e apresentando hepatoesplenomegalia e icterícia. Realizou-se o hemograma de urgência e obtiveram-se os seguintes resultados: 6 Qual a possível hipótese diagnóstica? α Talassemia. De acordo com o quadro clínico do paciente de hepatoesplenomegalia e icterícia já apontam para um quadro de talassemia. No exame laboratorial pudemos detectar Corpúsculo de Heinz – globinas faltantes promovem uma instabilidade na molécula formando tetrâmeros, precipitando as moléculas globinas β normais no interior da célula dando origem a uma hemoglobina instável determinada HbH. A eletroforese de Hb nos aponta outro índice característico da α Talassemia que é a presença de HbH elevada. CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM - No esfregaço presença de Corpúsculo de Heinz e na eletroforese de Hemoglobina (Hb) encontrou-se 35% de Hb H. 05/11/2015 Paciente do sexo masculino, com 33 anos, com queixas de fadiga e apresentando hepatoesplenomegalia e icterícia. Realizou-se o hemograma de urgência e obtiveram-se os seguintes resultados: 7 A ocorrência de precipitados de Hb H está associada a talassemias alfa hereditária e adquirida. 05/11/2015 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Sangue periférico de paciente com talassemia alfa (doença de Hb H, com três genes alfa afetados). Nesta patologia há profusão de eritrócitos com precipitados de Hb H, que se parecem com bolas de golfe Microscopia eletrônica de varredura de eritrócito com precipitado de Hb H. A deformação do eritrócito é muito intensa, provocando sua retirada precoce pelos macrófagos do SRE. 8 I - Exames Hematológicos: tipos e aspectos conceituais Entendimento do Henry by Frederick… Entendimento p/Lima Filho, J e cols. Pactuação Hospitalar/Laboratório – HRU/Oncohemato, HSJ, HM, etc. Menu com listagem dos exames III – Logística laboratorial para exames hematológicos de urgência Pactuação Hospitalar/Laboratório – HRU/Oncohemato, HSJ, HM, etc Tempo de liberação de laudo IV – Intrepretação de exames hematológicos de urgência CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM II - Exames hematológicos de urgência 05/11/2015 Entendimento da AMB-SBPC-ML/CFM – CHBPM 9 -Exame Básico de sangue .Hemograma # - Hb/Ht, contagem de células sanguíneas, exame de extensão sanguínea # - VHS -Exames para Distúrbios Eritrocitários -Exames para Distúrbios Leucocitários -Exames para Distúrbios Plaquetários -Exames para avaliar Coagulação, fibrinólise e hipercoagulação -Exames da Imuno-hematologia -Exames para Medicina Transfusional CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM Entendimento de Davey, FR e cols in Henry, JB. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais, ed. 20, Manole, NY/USA, 2008. 05/11/2015 I - Exames Hematológicos: tipos e aspectos conceituais 10 I - Exames Hematológicos: tipos e aspectos conceituais Entendimento da AMB-SBPC-ML/CFM + ANS/MS - CHBPM – Classificação Hierarquizada Brasileira de Procedimentos Médicos – 2010 CONSUMO DE PROTROMBINA COOMBS DIRETO ENZIMAS ERITROCITARIAS,DETERMINACAO DE (CADA) ENZIMAS ERITROCITARIAS,RASTREIO P/DEFICIENCIA DE ERITROGRAMA(ERITROCITOS,HEMOGLOBINA, HEMATROCRITO) FALCIZACAO, TESTE DE [...] 126 – Ristocetina, co-Fator Exames pactuados como “urgentes“ -Hemograma -Coagulograma -D-dímero -Fibrinogênio sérico (?) -outros “não-hematológicos” CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM ADENOGRAMA (NAO INCLUI HEMOGRAMA) ANTI-COAGULANTE CIRCULANTE, PESQUISA DE ANTICORPOS ANTI-PLAQUETARIOS, DETERMINACAO DE ANTICORPOS A e/ou B,PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES PELO METODO ELUICAO, PESQUISA DE ANTICORPOS SERICOS IRREGULARES A FRIO,PESQUISA DE ANTICORPOS SERICOS IRR.C/ PAINEL HEMACIAS,IDENTIFICACAO DE ANTICORPOS SERICOS IRREGULARES,PESQUISA DE ANTITROMBINA III,DOSAGEM DE CARBOXIHEMOGLOBINA,DETERM. DE CELULAS LE, PESQUISA DE CITOQUIMICA P/CLASSIFICAR LEUCEMIA(ESTERASE,PAS,ETC)CD REAC. COAGULOGRAMA(TS,TC,PROVA DO LACO RETRACAO DO COAGULO,CONT.) 05/11/2015 ROL DE EXAMES - 126 exames: 11 I - Exames Hematológicos: tipos e aspectos conceituais Lima Filho, JLC e cols. Exames laboratoriais em unidade de atendimento de emergência hospitalar de grande porte. (2010) um hospital de grande porte e a influência desse conhecimento na agilidade e eficiência deste setor. Resultados: De um total de 210.645 solicitações ao laboratório sujeito da pesquisa, 171.535 (81,4%) vieram a partir do setor de emergência, sendo os principais exames solicitados: : hematócrito (o mais solicitado), hemoglobina, plaqueta, sódio, potássio, gasometria (Grupo 1); glicemia, amilase, bilirrubinas, cálcio, CKMB, CPK, creatinina, fibrinogênio, lactato, lipase, magnésio, TAP, TTPA, uréia (Grupo 2); troponina e mioglobina (Grupo 3). CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM Objetivo: Conhecer os exames laboratoriais mais solicitados pelo corpo clínico do Setor de Emergência de 05/11/2015 [http://www.abramede.com.br/1102/501/] Através de um protocolo de solicitação, esses são divididos em 3 grupos de acordo com o tempo máximo de liberação de laudo, Grupo 1=20minutos (min), Grupo 2=30min e Grupo 3=45min 12 05/11/2015 Logística Laboratorial CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Fase préanalítica Fase analítica Fase pósanalítica 13 Henry, JB e cols(2008) Fase pósanalítica Logística Laboratorial Pactuado por unidade de serviço Pactuado por tipo de exame 05/11/2015 Fase analítica • Emergência/Urgência • UTI • CC (SO, SR) • Outras CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Fase préanalítica • Hemograma • TAP • D-dímero • Outros 14 Henry, JB e cols(2008) sódio, por exemplo, 130mEq/L, não necessariamente indica hiponatremia… Regra de Osler: principalmente quando o paciente tem menos de 60 anos, tentar atribuir todos os achados laboratoriais alterados a uma única causa CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Nunca se basear em um único valor (fora do valor de referência) para firmar um diagnóstico: um único valor de 05/11/2015 Princípios de interpretação de exames 15 Abraham, Jr. e cols(2008) Interpretação de Principais Exames A - HEMOGRAMA e/ou Qualitativos B – COAGULOGRAMA 4. TS, TAP, TTPA 5. Fatores da coagulação: -Fy, FVIII/Inibidor, FvW (?) 6. D-dímero C – Outros 7. Tromboelastometria(?) 05/11/2015 Quantitativos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 1.Distúrbios eritrocitários 2.Distúrbios leucocitários 3.Distúrbios plaquetários 16 Exa me Físi co Exa mes com ple men tare s ao diag nóst icoAnamn ese 17 Interpretação do Hemograma CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 05/11/2015 INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO HEMOGRAMA Adaptado de Melo, NS (2010) O HEMOGRAMA NA CLÍNICA MÉDICA • • • • • • • • ANEMIA ? LEUCOCITOSE ? LEUCOPENIA ? NEUTROFILIA ? NEUTROPENIA ? LINFOCITOSE ? LINFOCITOPENIA ? EOSINOFILIA ? HEMOGRAMA • MANUAL • AUTOMATIZADO • EQUIPAMENTOS • PRIMEIRA GERAÇÃO • 3 PARÂMETROS • SEGUNDA GERAÇÃO • 5 PARÂMETROS • TERCEIRA GERAÇÃO • 18 A 24 PARÂMETROS CONTADORES ELETRÔNICOS DE CÉLULAS COULTER ABBOTT ABX ROCHE SYSMEX BAYER Outros CONTADORES ELETRÔNICOS DE CÉLULAS Cell-Dyn 3500, Abbott HEMOGRAMA VALORES REFERENCIAIS PARA ADULTOS • ERITROGRAMA • Eritrócitos 4,00 - 5,00 milhões/mm3 Mulher 4,50 - 6,00 milhões/mm3 Homem • Hemoglobina 12,0 - 16,0 g/dL 14,0 - 18,0 g/dL Mulher Homem • Hematócrito 36,0 - 45,0 % 41,0 - 50,0 % Mulher Homem • • • • VCM HCM CHCM RDW 80,0 - 100,0 fL 26,0 - 34,0 pg 31,0 - 36,0 % ≤ 15,0 % plaquetas linfócitos leucócitos monócitos eosinófilos granulócitos neutrófilos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Componentes celulares 05/11/2015 eritrócitos basófilos 24 • LEUCOGRAMA • • • • • • • Leucócitos Bastonetes Segmentados Eosinófilos Basófilos Linfócitos Monócitos 3.500 - 11.000/uL 40 500/uL 1.500 - 7.000/uL 40 500/uL 0100/uL 800 - 4.000/uL 80 - 1.000/uL LEUCÓCITOS • FAGÓCITOS • GRANULÓCITOS • NEUTRÓFILOS • EOSINÓFILOS • BASÓFILOS • MONÓCITOS • IMUNÓCITOS • LINFÓCITOS • PLASMÓCITOS NEUTRÓFILOS • NEUTROFILIA > 7.000/uL • Infecções Bacterianas • Meningite • Pneumonia • Apendicite • Peritonite • Amigdalite • Endocardite • Artrite • Outras NEUTRÓFILOS • NEUTROFILIA > 7.000/uL • Intoxicações Exógenas • Intoxicações Endógenas • Colagenoses • Descarga Adrenérgica • Corticosteróides NEUTRÓFILOS • NEUTROPENIA < 1.500/uL • • • • • • • Neutropenia crônica benigna Neutropenia cíclica Medicamentos, produtos químicos, radiações Mielodisplasias Febre tifóide Febre paratifóide Infecções Intestinais por Salmonelas, Coli-invasora, Yersínia, Campilobacter • Viroses NEUTRÓFILOS • ALTERAÇÕES QUALITATIVAS • Granulações Tóxicas • Corpúsculos de Dohle • Hipersegmentação nuclear • Anomalias de Pelger-Huet, Reilly, Chediak-Higashi, May-Hegglin LINFÓCITOS •LINFOCITOSE > 3.500/uL • Infecções Virais • Mononucleose • Rubéola • Hepatite • CMV • HIV LINFÓCITOS •LINFOCITOSE • Infecções Bacterianas • Coqueluche • Sífilis • Tuberculose LINFÓCITOS • LINFOCITOSE • Infecções por Protozoários • Toxoplasmose aguda • Doença Linfoproliferativa LINFÓCITOS • LINFOCITOPENIA < 800/uL • Irradiação • Hodgkin • Lupus • AIDS EOSINÓFILOS • EOSINOFILIA > 500/uL • Parasitoses • Alergias • Radioterapia • Colagenoses • Sindrome de Loeffler • Doenças Mieloproliferativas EOSINÓFILOS • EOSINOPENIA • Estresse • Infecções Agudas • Corticosteroides • ACTH < 40/uL BASÓFILOS • BASOFILIA > 100/uL • Doenças Mieloproliferativas • LMC • POLICITEMIA VERA • BASOFILOPENIA • Sem interesse clínico MONÓCITOS • MONOCITOSE > 800/uL • Acompanha a neutrofilia nos processos inflamatórios (mais tardia e persiste na convalescença). • Endocardite Bacteriana Subaguda • Tuberculose • Brucelose • Leishmaniose • Mielodisplasia MONÓCITOS • MONOCITOPENIA • Incomum • Tricoleucemia < 80/uL PLAQUETAS – 150 a 450.000/uL • TROMBOCITOPENIA < 150.000/uL • • • • • • • • Púrpuras trombocitopênicas Mieloaplasias Leucemias Grandes Hemorragias Viroses Esplenomegalia CIVD Septicemias PLAQUETAS • TROMBOCITOSE > 600.000/uL Sindromes Mieloproliferativas Pós-Hemorragia Doenças Inflamatórias Crônicas Pós-Esplenectomia Anemia Ferropriva ERITROGRAMA • HEMATOSCOPIA/Morfologia • ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS • Anisocitose • Microcitose • Macrocitose • Poiquilocitose • Esferocitose • Eliptocitose • Acantocitose • Hemácias em alvo • Hemácias falciformes, drepanócitos • Hipocromia • Policromatofilia ERITROGRAMA • HEMATOSCOPIA/Morfologia • INCLUSÕES • Eritroblastos • Reticulócitos • Howell-Jolly, DNA • Pontilhado basófilo, RNA • Heinz bodies • Parasitas ERITROGRAMA • MICROCITOSE E MACROCITOSE ERITROGRAMA • ANEMIA FERROPRIVA (E) • ANEMIA SIDEROBLÁSTICA (D) ERITROGRAMA • ANEMIA FERROPRIVA TRATADA (E) • ANEMIA PERNICIOSA PÓS-TRANSFUSÃO (D) Exa me Físi co Exa mes com ple men tare s ao diag nóst icoAnamn ese 47 Avaliação da hemostasia CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 05/11/2015 Conflito de interesse - nihil • Conceituar hemostasia • Conhecer os elementos envolvidos e respectivos papéis • Descrever os mecanismos da hemostasia • Conhecer os principais exames usados na avaliação laboratorial da hemostasia 05/11/2015 Objetivos 48 Interação vaso-plaquetas PLAQUETAS FOSFOLÍPIDES FOSFOLÍPIDES ATP FOSFOLIPASE FOSFOLIPASE AC ARAQUIDÔNICO CICLO-OXIGENASE + ADENILATO CICLASE - AC ARAQUIDÔNICO CICLO-OXIGENASE ENDOPERÓXIDOS: PGG2, PGH2 PROSTACICLINA SINTETASE PROSTACICLINA ENDOPERÓXIDOS: PGG2, PGH2 cAMP TX SINTETASE TROMBOXANE A2 AMP + 05/11/2015 CÉLULAS ENDOTELIAIS Ca++ 49 - • Conceito • Componentes • • • • • • 05/11/2015 Hemostasia Vasos Plaquetas Fatores da coagulação Inibidores da coagulação Sistema fibrinolítico SRE 50 05/11/2015 • HEMOSTASIA EVOLUÇÃO CONCEITUAL Evoluiu do clássico modelo de cascata para um sistema (em rede*) onde a participação celular é fundamental e envolve conhecimentos moleculares... Endotélio, Plaquetas Hemác/Leuc - Monócitos-CD14, Interleuc:IL1,IL6,IL8,IL4,IL10,FNT... Proteína C ativada, Proteína Z, LPS-A, FATOR VII ativado,... *Interconectividade multissistêmica 51 05/11/2015 Modelo Celular da Hemostasia MONÓCITOS DA CAMADA ÍNTIMA DO VASO 52 Anticoagulação Vasodilatação Fibrinólise 05/11/2015 Coagulação Hemostasia Vasoconstrição Antifibrinólise Agregação Fagocitose Antiagregação 53 • Primária • Vasos sangüíneos • Plaquetas/Monócitos 05/11/2015 Hemostasia • Secundária • Fatores de coagulação (pró & anti) • Fatores da fibrinólise (pró & anti) 54 • Endotélio íntegro • Atividade • Anticoagulante • Antiplaquetária • Fibrinolítica 05/11/2015 Vasos sangüíneos • Endotélio lesado • Atividade • Protrombótica • Hemostática 55 Células endoteliais COLÁGENO: III, IV MEMBRANA BASAL MICROFIBRILAS ELASTINA NUCOPOLISSACÁRIDES FIBRONECTINA CÉLULAS EDOTELIAIS SANGUE FUNÇÃO PROSTACICLINA Inibe a agregação plaquetária FATOR TISSULAR Ativa a coagulação 05/11/2015 SUB-ENDOTÉLIO F VON WILLEBRAND Adesão plaquetária Transporta FVIII ANTITROMBINA III Inibe a coagulação TROMBOMODULINA: 56 ATIVAÇÃO DA PROTEINA C tPA Inibe a coagulação Ativa a fibrinólise Resposta vascular VASOCONSTRICÇÃO EXPOSIÇÃO DO COLÁGENO FATOR TISSULAR 05/11/2015 LESÃO TISSULAR ADESÃO PLAQUETÁRIA FLUXO REDUZIDO SEROTONINA FPP TROMBOXANE, ADP AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA COAGULAÇÃO TROMBINA PLUG HEMOSTÁTICO PRIMÁRIO FUSÃO PLAQUETÁRIA PLUG HEMOSTÁTICO SECUNDÁRIO FIBRINA 57 05/11/2015 Megacariócito 58 05/11/2015 Plaquetogênese 59 05/11/2015 MONÓCITO 60 05/11/2015 Plaqueta: ultraestrutura 61 05/11/2015 Plaqueta: ultraestrutura 62 • • • • • Adesão Secreção Agregação Fusão Procoagulante 05/11/2015 Plaquetas: funções 63 Endotélio normal 05/11/2015 Plaquetas: funções Lesão endotelial Adesão e secreção Agregação, fusão e coagulação 64 05/11/2015 Plaqueta: receptores 65 FATOR Fibrinogênio Protrombina Fator V Fator VII Fator VIII:C Fator IX Fator X Fator XI Fator XII Precalicreina HMWK Fator XIII Proteína C Proteína S PESO 340.000 72.000 330.000 48.000 70-240.000 57.000 58.000 160.000 80.000 80.000 120.000 320.000 62.000 84.000 ATIVIDADE * Serina protease Cofator Serina protease Cofator Serina protease Serina protease Serina protease Serina protease Serina protease Cofator Transglutaminase Serina protease Cofator MEIA-VIDA 90 h 60 h 12-36 h 4-6 h 12 h 20 h 24 h 40 h 48-52 h 48-52 h 6,5 d 3-5 d 8-12 h * PRODUÇÃO Fígado Fígado Fígado Fígado Fígado ? Fígado Fígado Fígado Fígado Fígado Fígado Fígado Fígado Fígado VKDEP Não Sim Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Não Não Sim Sim CONC 300 mg/dL 10-15 mg/dL 0,5-1,0 mg/dL 0,1 mg/dL 1-2 mg/dL 4 mcg/mL 0,75 mg/dL 1-2 mg/dL 0,4 mg/dL 0,30 mg/dL 0,70 mg/dL 2,5 mg/dL 4-5 mcg/mL 25 mg/L 05/11/2015 Fatores da coagulação 66 Coagulação:cascata/REDE VIA INTRÍNSECA III(FT) CONTAT Kk O XII XI IX LESÃO TISSULAR 05/11/2015 MONÓCITO OS VIA EXTRÍNSECA VII Ca++ VIII FP Ca++X V FIBRINA II I 67 FIBRINOGÊNIO TROMBINA 05/11/2015 Formação e estabilização da fibrina MONÔMEROS DE FIBRINA XIII POLÍMEROS DE FIBRINA XIIIa FIBRINA ESTÁVEL 68 Inibidores da coagulação 05/11/2015 Ka XIIa XIa ATIII IXa Xa IIa VIIIa Va PROTEINA C PROTEINA S 69 05/11/2015 Inibidores da coagulação 70 VIA INTRÍNSECA VIA EXTRÍNSECA XIIa KK PLASMINOGÊNIO tPA a2-ANTIPLASMINA a2-MACROGLOBULINA FIBRINA 05/11/2015 Fibrinólise PLASMINA FRAGMENTO X FRAGMENTOS Y+D SK SRE FRAGMENTOS E+D 71 Hemostasia: resumo MODELO CELULAR III XI IX VIII Ca++ FP X V II I VII Ca++ P L A S M I N O G Ê N I O I N I B I D O R E S 05/11/2015 XII Kk A N T I C O A G U L A N T E S A T I V A D O R E S PLAQUETAS MONÓCITOS CÉLULA ENDOTELIAL SRE P L A S M I N A PDF/pdf FIBRINA 72 • Triagem • Diagnóstico • Controle terapêutico 05/11/2015 Avaliação laboratorial 73 • • • • • TP TTPA TT* Fibrinogênio* Plaquetas, contagem 05/11/2015 Testes para triagem 74 XII Kk III XI TTPA=35s IX VIII 05/11/2015 TP, TTPA e TT VII Ca++ Ca++ FP X TT=5s V II I TP=12s 75 • Dosagem de fatores* • I(Fibrinogênio), II, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII ... • Fibrinólise* 05/11/2015 Testes para diagnóstico • Dímero D (pdf) • Pesquisa de PDF/pdf Viscoelastrometria: tromboelastometria? 76 • Agregação plaquetária* • • • • • • 05/11/2015 Testes para diagnóstico ADP Acido Araquidônico Colágeno Ristocetina Adrenalina Trombina 77 05/11/2015 Agregação plaquetária 78 05/11/2015 Agregação plaquetária 79 05/11/2015 Agregação plaquetária 80 05/11/2015 Agregação plaquetária 81 05/11/2015 Agregação plaquetária 82 • Trombofilia* • Proteína C • Resistência a PCA • Proteína S – L/T • Antitrombina III • Fator V de Leiden (DNA) • Gene da Protrombina (DNA) • Homocisteína • Ac anti-Cardiolipina G/M Outras mutações? MTHF-r, • Inibidor Lúpico Fosfatidilserina 05/11/2015 Testes para diagnóstico 83 • Anticoagulantes orais • TP com RNI • RNI = (TPP/TPN) ISI • Heparina • TCA • TTPA PN=12s PP=24s P/N=2,0 RNI=2,4 ISI=1,2 05/11/2015 Testes para controle terapêutico PN=35s PP=70s PN=2,0 • Heparina de baixo peso* • Fator Xa • Anti-agregantes* • Agregação plaquetária (ADP, AAQ e Colágeno) 84 CASO CLÍNICO – Distúrbio da coagulação TAP alargado TTPa alargado Plaquetopenia História e exame físico Achados importantes no exame físico inicial incluem uma massa abdominal palpável na linha mediana e próstata firme e aumentada, ao toque retal. Após internação: um cateter foi introduzido e 2000 ml de urina turva e malcheirosa foram eliminados, com resolução da massa abdominal. Cultura de urina foi realizada. O paciente começou a receber ampicilina empiricamente, para combater uma presumível infecção do trato urinário, com o projeto de se realizar prostatectomia transuretral após a cura da infecção. Na noite da internação, o paciente desenvolveu picos de febre com tremores. Foi feita cultura de sangue. No dia seguinte, múltiplas petéquias foram notadas nas pernas e ele começou a perder sangue dos pontos onde veias foram puncionadas e em torno do cateter. CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM QP/HDA: o paciente apresentava febre baixa, que já durava 2 dias e diminuição na freqüência urinária progressiva, com disuria. 05/11/2015 Paciente: sexo masculino, 72 anos de idade 85 05/11/2015 Os resultados de cultura de urina e sangue revelaram E.coli resistente à ampicilina. O antibiótico foi substituído por cefalosporina. Com a administração do antibiótico correto, o sangramento parou e os padrões de coagulação se normalizaram. O paciente fez prostatectomia na semana seguinte, sem complicações. CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM História e exame físico 86 Resultados laboratoriais Paciente 12 segundos 18 segundos Normal 10-12 segundos TTPa Internação Dia seguinte Paciente 41 segundos 80 segundos Normal 34-42 segundos Contagem de Plaquetas Paciente Internação 120.000/uL Dia seguinte 27.000/uL Normal 200.000-400.000/uL CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Tempo de protrombina Internação Dia seguinte 05/11/2015 A. Testes de avaliação da hemostasia, tipo “Screening” 87 Resultados laboratoriais Paciente 30 segundos Normal 12 segundos T.De Sangramento Dia seguinte Paciente 09 minutos Normal 2-8 minutos Fibrinogênio Dia seguinte Paciente 110 mg/dL Normal 170-400 mg/Dl PDF Dia seguinte Paciente >40ug/mL Normal <10 ug/mL Dímero D Dia seguinte Paciente 973ng/mL Normal 208-318 ng/mL AT III Dia seguinte Paciente 55% Normal 80-120% CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Tempo de Trombina Dia seguinte 05/11/2015 A. Testes de avaliação da hemostasia, tipo “Confirmatórios” 88 Perguntas ... -Os sintomas clínicos na apresentação inicial e durante os dias seguintes sugerem qual problema clínico? -Que exames laboratoriais deveriam ser pedidos no dia seguinte e em que ordem de prioridade? Discuta os possíveis resultados. -Fibrinogênio é um reagente de fase aguda. Quando estaria alto e quando, baixo? -Que é fibrinólise primária devido a deficiência hereditária de 2antiplasmina e como pode ser diagnosticada? -O que disparou o sangramento neste paciente? -Qual o tratamento primário para este paciente? CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM -No dia seguinte, quando o paciente apresentou sangramento e petéquias, de que doença se poderia suspeitar? Explique porque. 05/11/2015 -Testes laboratoriais de coagulação deveriam ter sido pedidos no momento da internação? Caso afirmativo, quais? 89 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 1.Não havia problema de sangramento quando o paciente chegou ao hospital. Coagulação intravascular disseminada (DIC) ou coagulopatia com consumo de fatores foi observada à noite. DIC está associada a alterações tanto de sangramento como de coagulação. 2.Por ocasião da internação, não se suspeitou de nenhuma anomalia hemostática. Portanto, só testes de rotina pré-cirúrgica seriam solicitados (p.ex., PT, aPTT e contagem de plaquetas). 3.No dia seguinte, quando sangramento começou a ocorrer de múltiplos pontos, petéquias foram encontradas e o paciente tinha uma infecção, suspeita-se de coagulação intravascular disseminada (DIC). As petéquias são causadas pelo consumo de plaquetas. 4.Para ajudar no diagnóstico da doença desse paciente, PT, aPTT e contagem de plaquetas são necessários como prioridade 1. Os resultados podem ser muito variáveis na DIC e nem sempre dão clara indicação da doença. Portanto, as observações clínicas são muito importantes. As fases crônica e aguda da DIC apresentam-se de formas diferentes. Tipicamente, PT, aPTT, contagem de plaquetas, produtos de degradação de fibrina e tempo de sangramento estão anormais na DIC. Entretanto, casos menos severos (subagudos) de DIC podem apresentar ensaios de coagulação normais. Com prioridade 2, aparece a seguinte bateria de testes: tempo de sangramento, fibrinogênio, AT III, produtos de degradação de fibrina e dímero D (um produto de degradação da fibrina) para confirmar o diagnóstico. 05/11/2015 Respostas possíveis... 90 Diagnóstico O paciente desenvolveu coagulação intravascular disseminada secundária à sepsis por Gram-negativos 05/11/2015 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 5.Fibrinogênio pode estar elevado devido a reação de fase aguda e baixo devido ao consumo na DIC. 6.Deficiência de 2-antiplasmina é uma doença hereditária comum que leva a fibrinólise primária. Sem o inibidor natural da plasmina, a fibrinólise continua sem controle. O coágulo de fibrina é quebrado e sangramento ocorre. Os sintomas clínicos do paciente são semelhantes a DIC ou a deficiência hereditária de fatores. Testes laboratoriais demonstrariam fragmentos de fibrina aumentados, se um estado fibrinolítico primário existir, não DIC. O ensaio para 2-antiplasmina deve ser bem mais baixo que outros fatores. 7.Septicemia disparou DIC neste caso. Não há incidência aumentada de DIC em associação a nenhuma outra doença hemostática, mas pode ser disparada por um desequilíbrio entre fatores da coagulação como, por exemplo, depleção de AT III após trauma ou no câncer. 8.A primeira providência é remover a causa da DIC. A reposição dos fatores da coagulação e de plaquetas e a inibição da coagulação com heparina também podem ser feitas. 91 Equipamentos 05/11/2015 92 05/11/2015 Coagulômetro semi-automático 93 05/11/2015 Coagulômetro automático 94 05/11/2015 Agregômetro de plaquetas 95 •Tromboelastômetro 05/11/2015 96 • Tempo de sangramento (cardiopatas/AAS??) • Tempo de coagulação (TCA & CEC??) • Prova do laço (DENGUE/MS??) • Retração do coágulo • Coagulograma: TS, TC ... (completo??) • Motivo: desconforto, falta de padronização, sensibilidade, especificidade e reprodutibilidade. 05/11/2015 Esqueçam !!! 97 Testes da hemostasia não realizados no laboratório do HM -Teste de Oclusão p/Analisador PFA-100 -Plaquetologia do Prof. Manrique -Viscoelastometria(Tromboelastometria) -Outros -Dosagem de fatores I, II, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII . -Fibrinólise* Dímero D (pdf) Pesquisa de PDF/pdf -Anticoagulação (HBPM) Atividade anti-Fator Xa -Trombofilia* 05/11/2015 -Estudo da Agregação plaquetária Proteína C Resistência a PCA Proteína S – L/T Antitrombina III Fator V de Leiden (DNA) Gene da Protrombina (DNA) Homocisteína Ac anti-Cardiolipina G/M Inibidor Lúpico MTHF-r, Fosfatidilserina * - Investigação 98 -Hemocárdio® -Transfusion Perioperative Medicine -Ambiomed-Device Support Circulation -Hemostasis Cardiothoracic Surgery -Blood Transfusion Medicine Cardiovasculary -Depoimento pessoal do Prof. Ricardo Manrique CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM -Colman, Hemostasis Clinical 05/11/2015 Referências Bibliográficas – 99 05/11/2015 Caritas&Sapiens 100