CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Ceará Câmara Técnica de Medicina Intensiva Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência FORTALEZA(CE) MARÇO A OUTUBRO DE 2012 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA 04/11/2015 I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS 1 REAÇÕES ALÉRGICAS AGUDAS E ANAFILAXIA DRA. FABRÍCIASOUZA ARAÚJO ESPECIALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIASMÉDICAS 04/11/2015 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM CONDUTAS MÉDICAS NO PACIENTE COM 2 • Reação de hipersensibilidade tipo I decorrente da interação do alérgeno com IgE. • O diagnóstico é fundamentalmente clínico CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM • Anafilaxia é uma reação alérgica grave que é rápida no início e pode causar a morte. (Sampson 2006) 04/11/2015 INTRODUÇÃO 3 • Fatores desencadeantes: Alimentação, veneno de insetos, medicamentos, látex e exercícios • Anafilaxia decorrente dos quatro principais desencadeantes pode afetar mais de 1% da população geral (Neugut 2001) com consideráveis variações por idade (Simons 2002a) e etiologias específica para idade (Alves 2001) • Maior frequência do uso de epinefrina em meninos 12-17 meses (5.3%) (Simons 2002) • Leve predomínio feminino (estudos Rochester e Memphis) CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Não é uma doença de notificação compulsória e a real incidência é desconhecida 04/11/2015 ETIOLOGIA 4 • A fase efetora da resposta imune dependente de IgE ocorre em três padrões: • Reação aguda: surge em segundos a minutos; mediadores préformados. • Reação tardia: aparece horas depois; leucócitos circulantes são recrutados associado a citocinas e substâncias próinflamatórias. • Fase crônica: ocorre em tecidos e órgãos expostos de forma prolongada e repetida ao alérgeno. CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Liberação de histamina e outros mediadores de mastócitos e basófilos. 04/11/2015 FISIOPATOLOGIA 5 (Brown 2001; Brown 2004b; Kemp 2002; Lieberman 2003; Simons 2002b) • Sintomas normalmente ocorrem dentro de 5 a 30 minutos da exposição ao fator desencadeante. • Pode ser fatal em poucos minutos, geralmente através de comprometimento cardiovascular, respiratório ou ambos (Bock 2007, Greenberger 2007, Pumphrey 2000, Pumphrey 2007) • O quadro clínico pode seguir curso unifásico ou bifásico CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Sintomas cutâneos e sinais, como urticaria generalizada, rubor, prurido e angioedema – afetam 90% dos pacientes; seguido de sintomas respitarórios (70%) e sintomas gastrointestinais (40%); hipotensão (10%) 04/11/2015 ACHADOS CLÍNICOS 6 ACHADOS LABORATORIAIS • Histamina plasmática pode estar elevada, mas só é relevante quando mensurada dentro da primeira hora do contato (Lin 2000) • Dosagem total de triptase ou triptase plasmática podem ser mais úteis que medições isoladas (Brown 2004a) • Testes cutâneos positivos para alérgenos e elevado nível sérico de IgE alérgeno específica não são diagnósticos de anafilaxia. CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Testes laboratoriais mostram-se desapontadores na prática clínica. 04/11/2015 • O diagnóstico é clínico! 7 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS • Comprometimento respiratório • Redução da PA ou sintomas de hipofluxo sanguíneo • Critério II: Dois ou mais dos seguintes que ocorrem rapidamente após exposição a um alérgeno provável (em minutos a horas): • • • • Envolvimento do tecido pele-mucosa Comprometimento respiratório Redução da PA ou sintomas associados Sintomas gastrointestinais persistentes • Critério III: Redução da PA após exposição a um conhecido alérgeno para o paciente (em minutos a horas) CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Critério I: Início agudo de uma doença (em minutos ou horas) com envolvimento da pele, tecido mucoso ou ambos e pelo menos um dos seguintes: 04/11/2015 • Critérios diagnósticos da anafilaxia 8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • 2) Causas orgânicas relacionadas ao aumento endógeno de histamina • 3) Causas não-orgânicas que simulam anafilaxia • 4) Causas de eritema difuso CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • 1) Causas orgânicas que determinem hipotensão, dispneia ou choque 04/11/2015 • Diagnóstico diferencial de anafilaxia 9 • 5) Causas de urticária e angioedema TRATAMENTO • • • • • • • • • Oxigênio Checar respiração Monitorização cardíaca Verificar nível de consciência Verificar pele Jelco calibroso com infusão de solução cristalóide isotônica Chamar time de ressuscitação Injeção de epinefrina Manter paciente em posição supina com as pernas elevadas CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM (The 2010 Joint Task Force anaphylaxis paramenter update, the 2011 World Allergy Organization anaphylaxis guidelines and the 2010 NIAID-sponsored expert panel report) 04/11/2015 • Tratamento imediato no departamento de Emergência 10 TRATAMENTO • Anatomia da via aérea pode estar alterada pelo edema (RSI? Ventilação bolsa-valva-máscara?) • Cricotireoidostomia CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Oxímetro de pulso (O2 suplementar?) 04/11/2015 • Na avaliação inicial verificar se a via aérea é pérvia 11 • Preferencialmente soro fisiológico ou Ringer Lactato • Pacientes estáveis hemodinamicamente e apenas com manifestações cutâneas isoladas, manter uma veia pérvia • Se hipotensão e taquicardia, fluido em bolus 20mg/kg para crianças e 1L para adultos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Jelco calibroso para necessidade potencial de fluidoterapia em grande volume 04/11/2015 TRATAMENTO 12 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Monitorização cardíaca em pacientes com reações severas e doenças cardíacas subjacentes é importante; particularmente com o uso de agonista adrenérgico 04/11/2015 TRATAMENTO 13 TRATAMENTO • É a principal medicação • A via de administração principal é a intramuscular (Haymore e cols 2005) • A via subcutânea só é indicada nos casos leves • Deve ser fornecida o mais precocemente possível (Simons e cols 2002; Lieberman 2003) • As doses recomendadas para anafilaxia são diferentes da PCR CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 04/11/2015 • Adrenalina 14 TRATAMENTO ADULTOS CRIANÇAS SC/IM CONCENTRAÇÃO: 1:1000 (ampola padrão 1 ml) DOSE: 0,3 a 0,5 ml (0,3 a 0,5 mg) CONCENTRAÇÃO: 1:1000 DOSE: 0,01 ml/kg/dose MÁXIMO: 0,3 ml IV CONCENTRAÇÃO: 1:10000 (1 ampola padrão diluída em 9 ml de SF) DOSE: 0,1 a 0,3 ml em infusão lenta (5 minutos) CONCENTRAÇÃO: 1:10000 DOSE:0,01 ml/kg/dose MÁXIMO: 0,3 ml CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM VIA 04/11/2015 • Adrenalina 15 TRATAMENTO • Exerce mínimo efeito na PA e não pode ser administrado sozinho como tratamento (Simons e cols 2007) • Administrar um bloqueador H1 E um bloqueador H2 • Preferência pela via endovenosa CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Início de ação muito mais lento que epinefrina 04/11/2015 • Anti-histamínicos: bloqueadores H1 e H2 16 TRATAMENTO DIFENIDRAMINA (IV/IM) ADULTOS: 25 a 50 mg até 4/4h CRIANÇAS: 1 a 2 mg/kg/dose até 4/4h (máx. 75 mg/dose HIDROXIZINE (VO) ADULTOS: 25 mg 8/8h CRIANÇAS: 1 mg/kg 8/8h • Bloqueador H2 RANITIDINA IV ADULTOS: 50 mg até 8/8h CRIANÇAS: 1,25 mg/kg/dose até 8/8h CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Bloqueador H1 04/11/2015 • Anti-histamínicos: bloqueadores H1 e H2 17 TRATAMENTO • Administração precoce tenta prevenir a fase tardia (bifásico) • Portadores de asma ou condições tratadas recentemente com corticosteróides podem se beneficiar CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Não têm efeito imediato na anafilaxia (Simons e cols 2010) 04/11/2015 • Corticosteróides 18 TRATAMENTO VIA ADULTOS CRIANÇAS IV METILPREDNISOLONA: 125 mg até 6/6h METILPREDNISOLONA: 1 a 2 mg/kg/dose até 6/6h MÁX. 125 mg/dose VO PREDNISONA: 1mg/kg/dose até 6/6h PREDNISONA: 1 a 2 mg/kg/dose até 6/6h MÁX. 75 mg/dose CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 04/11/2015 • Corticosteróides 19 TRATAMENTO • Drogas vasoativas • Glucagon CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM • Broncodilatadores inalatórios 04/11/2015 • Outros medicamentos 20 MODELO PRESCRICIONAL Prescrição 1) Dieta zero 4) Ranitidina 50mg – 2:18ml AD EV agora e de 8/8h 5) Metilprednisolona 125mg – 01 FA + 10 ml AD - fazer toda a solução EV agora e de 6/6h 6) Noradrenalina 4mg/4ml – 04 FA + 234ml SF0,9% EV em BIC 10ml/h e ACM 7) Glucagon 1mg – 01 FA + diluente – aplicar IM ACM CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 3) Difenidramina 50mg IM agora e de 4/4h 21 2) Adrenalina 1mg – fazer 0,3 ml IM agora. Repetir com 5 min ACM 04/11/ 2015 Sugestões e dúvidas [email protected] CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 04/11/2015 Obrigada 22 • • • • • • • • • Sampson 2006 Sampson HA, Munoz-Furlong A, Campbell RL, Adkinson NF Jr, Bock SA, Branum A, et al.Second symposium on the definition and management of anaphylaxis: summary report. Second National Institute of Allergy and Infectious Disease/Food Allergy and AnaphylaxisNetwork symposium. The Journal of Allergy and Clinical Immunology 2006;117: 391–7. Neugut 2001 Neugut AI, Ghatak AT, Miller RL. Anaphylaxis in the United States: an investigation into its epidemiology. Archives of Internal Medicine 2001;161:15–21. Simons 2002ª Simons FER, Peterson S, Black CD. Epinephrine dispensing patterns for an out-of-hospital population: a novel approach to studying the epidemiology of anaphylaxis. The Journal of Allergy and Clinical Immunology 2002;110:647–51. Alves 2001 Alves B, Sheikh A. 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