A IDEOLOGIA DA SOCIEDADE INDUSTRIAL AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE HERBET MARCUSE (1898-1979) HERBERT MARCUSE Influências teóricas: Hegel, Heidegger, Husserl, Lukács, Karl Jasper diminuídas à partir da leitura dos Manuscritos Econômicos-Filosóficos de Marx em1932, onde a partir questão da alienação encontra o fundamento filosófico da teoria da revolução. Com a ascensão do nazismo se exila nos EUA e elabora uma Teoria Critica da sociedade capitalista do pós-guerra, a sociedade afluente. O centro é a denúncia do papel da indústria cultural, da comunicação de massas como poderoso elemento de dominação, conformismo e alienação. Teórico da Contra-cultura. HEBERT MARCUSE Aclamado mundialmente como filósofo e ideólogo da libertação e da revolução nos anos 1960. Critico das sociedades totalitárias: nazismo, fascismo, stalinismo e da sociedade de consumo norte-americana Critico de todas as formas de poder totalitário:combinação de coordenação política terrorista da sociedade e coordenação técnico econômica não terrorista que se dá pela manipulação dos desejos e necessidades vitais humanas. Influenciou o movimento dos intelectuais revolucionários e os ativistas radicais norte-americanos dos anos 1960 (movimento de minorias, estudantes e Panteras Negras etc.) SOCIEDADE UNIDIMENCIONAL A sociedade industrial-consumista com seus mecanismos do Estado do Bem-Estar Social e avanços tecnológicos são os responsáveis por um sistema totalitário de dominação. Controlada pela racionalidade e lógica da produtiva, produção de massa, criadora de um artificialismo e de uma racionalidade institucional. Reino da pseudo-liberdade: ilusão de poder escolher o que o sistema. Liberdade é meio de dominação. O inconformismo perde sentido na medida que necessidades padronizadas são satisfeitas: Sociedade sem oposição. Sensação de liberdade: euforia na infelicidade, no consumo. SOCIEDADE UNIDIMENSIONAL Proclama a igualdade abstrata “todos são consumidores” que se realiza como desigualdade concreta. Exerce controle sobre a consciência humana, cria mecanismos de cooptação e reduz a impotência o pensamento contestador e crítico. Atitudes dos indivíduos prescritas e previsíveis. Ideologia dominante: liberação dos desejos regulados pelo mercado o que implica na sua degradação. Revolução/Liberdade sexual: armadilha soporífera e manipulada: “sexo o ópio da juventude”. Erotização como fuga da realidade. IDEOLOGIA DA DOMINAÇÃO Sociedade eficaz utilização de todos os recursos tecnológicos para o controle dos indivíduos. A dominação funciona com uma administração das necessidades e prazeres do indivíduo. Questão central: produção de falsas necessidades impostas e alienadas. O consumo pelo consumo. Repressão das necessidades libertárias. Perda da autonomia humana, a independência de pensamento e o espaço para a de oposição. Presente em todas as esferas da vida pública e privada. Ao indivíduo resta a “adaptação voluntária” e a-crítica ao sistema ao sistema de conduta e pensamento. IDEOLOGIA DA DOMINAÇÃO Ponto comum das sociedades totalitárias: supressão da individualidade pela mecanização de desempenhos e procedimentos. Impostos pelas instituições políticas e de ordem tecnológicas. Consumo manipulado pela propaganda e mídia. Processos de cooptação e absorção dos conflitos. O indivíduo não luta mais por liberdade, as falsas necessidades e as satisfações repressivas mascaram e impõe a consciência de servidão. CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL A redução do elemento crítico e contestador leva o indivíduo a impotência e produz a mediocrização em massa. Sociedade controlada por um (ir) racionalidade produtiva. Implantação de pensamento e modo de vida único. Não há alternativa ao sistema só aprimoramento. Império da razão técnica: tudo possui um único valor e significado. Eliminação de qualquer contradição. CONSCIÊNCIA UNIDIMENSIONAL A liberdade e os direito individuais tão importantes na origem da sociedade industrial, perdem o sentido e o conteúdo tradicional. A falta liberdade confortável. A liberdade individual tornou-se a liberdade de morte, de alienação, de ausência de valores e de degradação social. Mecanismo do conformismo: o homem na busca dos desejos pessoais manipulados, perda a dimensão de totalidade e multilateralidade e vê a-criticamente o sistema capitalista de consumo. PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO A superação do sistema é possível pela utopia da Grande Recusa, pelo questionamento do modo de vida e pensamento dominantes e pelo resgate da liberdade individual perdida. Sujeito histórico do processo todos aqueles que rejeitam o consumo programado a integração na sociedade capitalista: movimentos de juventude, beatniiks, hippies, explorados e marginalizados etc. A classe operária incorporada pelo sistema. Ideólogo de das manifestações de1968. O FIM DA RACIONALIDADE TECNOLOGIA O desenvolvimento tecnológico pervertido e gerador de desperdício (consumo manipulado e produção de armamentos) não liberou o tempo livre para o desenvolvimento da individualidade. Instrumento de controle do tempo de trabalho e tempo livre (lazer). A técnica como o mais eficaz instrumento de político. Necessidade de ser redimensionado para o desenvolvimento da individualidade e de necessidades vitais. A Grande Recusa não se realizou, o sistema capitalista com o avanço tecnológico continua amortecendo, absorvendo e derrotando o lógica do protesto. Che Guevara ícone daqueles tempos virou grife. PROGRESSO TÉCNICO E PROGRESSO HUMANITÁRIO Marcuse separa progresso técnico de progresso humanitário. Progresso humanitário ligado a noções de qualidade vida e liberdade humana. Progresso técnico pressuposto de todo progresso humanitário tem como finalidade a satisfação de necessidades humanas. Progresso técnico não leva automaticamente ao humanitário, não é um fim em si mesmo. Sempre é preciso saber a que necessidades atende.