Displasia Broncopulmonar (DBP) O que há de novo? Paulo R Margotto Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) www.paulomargotto.com.br [email protected] Apresentação realizada na Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Ceilândia/SES/DF – 23/10/2008 Nova Displasia Broncopulmonar • O uso de: – Esteróide pré-natal – Surfactante Pulmonar – Ventilação Mecânica Gentil • Tornou a DBP rara em RN > 1200 e/ou IG > 30 sem • RN < 1000 g: dependência de O2 com IGpc de 36 sem: 30% • A nova DBP – diminuição da Alveolização • Não mais apresentam: - Metaplasia escamosa das vias aéreas - Fibrose peribrônquica - Severa fibrose septal alveolar - Mudança vascular hipertensiva Jobe A (2001) (2002) Nova Displasia Broncopulmonar Pode começar na Sala de Parto (pelas mãos do neonatologista!) - Volutrauma - Alto volume corrente (VC), independentes dos altos picos de pressão ↑ marcadores de lesão pulmonar - Poucas insuflações com alto VC logo ao nascer - redução da complacência pulmonar, diminuição da resposta ao surfactante - A nível microscópico: -Alto VC: lesão epitelial alveolar com extravasamento de proteína alvéolo com formação de membrana hialina - Altera a estrutura e função pulmonar -Contribui com a Displasia Broncopulmonar (DBP) Ingimarson J ,2004, Jobe A ,1998;,Miller JD, Carlo WA ,2008 Nova Displasia Broncopulmonar -Volutrauma - Estratégias protetoras pulmonares: -Lista G (2006): VC de 3ml/kg x 5 ml/kg: comparação dos níveis de citocinas no aspirado traqueal ↑lesão pulmonar, ↑ tempo de ventilação. Não alterou a incidência de DBP Atelectrauma :repetido colapso e re-abertura do alvéolo - Melhor estratégia: -Adequada PEEP Para manter a CRF* evitar o atelectrauma) -Ótimo VC Para evitar o volutrauma *Capacidade residual funcional Miller JD, Carlo WA, 2008 Nova Displasia Broncopulmonar - Volutrauma Miller JD, Carlo WA, 2008 Sensor de fluxo Expansibilidade torácica na avaliação do volume corrente em recém-nascidos prematuros ventilados (RN de 30 sem; 1400g) Ana Sílvia Scavacini, et Jornal de Pediatria (Rio J.). 2007; 83 (4): 329-334 -Utiliza-se com freqüência a expansibilidade torácica para guiar e determinar o volume inspirado ótimo. -Considera-se, empiricamente, a elevação na altura do esterno de cerca de 1-2cm como expansibilidade adequada -concordância com o monitor: 65% (experientes) e 23% (baixa experiência) -é recomendada a monitorização continua do VC nos prematuros em VM. Nova Displasia Broncopulmonar • Anatomia dos pulmões da nova DBP - Diminuição da septação alveolar - Diminuição do desenvolvimento vascular Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Jobe A (2001) (2002) DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO PULMONAR PÓS-NATAL NOS PREMATUROS DE EXTREMO BAIXO PESO. Alan Jobe (EUA). Nova Displasia Broncopulmonar • O que mudou: – Muitos RN não desenvolveram doença da membrana hialina (DMH) e no entanto – desenvolvem DBP • Por quê? • Charafeddine (1999): incidência de DBP na era pós – surfactante – DBP do desenvolvimento ou atípica: 15% [(Ocorreu sem DMH severa (4%) ou após a melhora (11%)] A infecção neonatal é uma parte da explicação Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Jobe A (2004) Nova Displasia Broncopulmonar • Yoon (1997): – níveis de citocina pró-inflamatória no liq.amniótico de RN DBP – Corrioamnionite silenciosa: 50 a 55% das mães de pré-termos A inflamação pré-natal pode afetar o pulmão fetal A exposição crônica à inflamação supressão da resposta inflamatória fetal não diagnosticamos pneumonia (aprenderam a suprimir a resposta inflamatória Jobe A (2004) Nova Displasia Broncopulmonar • Fatores causadores: Corioamnionite Nova Displasia x Citocinas pró-inflamatórias A corioamnionite: o risco de DBP (se o RN não for ventilado) A exposição a endotoxina amadurecimento pulmonar Por efeito direto no trato respiratório (corticóide : efeito aditivo) V. Mecânica > 7 dias: amplifica a resposta pró-inflamatória BP (OR: 3,2) Libera mediadores inflamatórios – Circulação Sistêmica o inicio da VM é a chance que temos de lesar o pulmão do RNPT, principalmente se inflamação pré-natal Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Lesão Cerebral Jobe (2000); Jobe (2001), Jobe (2002) Van Marter (2002), Jobe A (2004) Nova Displasia Broncopulmonar • Fatores de Risco: – Corioamnionite (isolada protege o pulmão) – Ventilação mecânica > 7 dias (amplifica a injúria pulmonar) – Sepse Um evento pré-natal (corioamnionite) se manifestando no pósnatal (ventilação mecânica e ou sepse: efeito aditivo) REAÇÕES INFLAMATÓRIAS E O DESENVOLVIMENTO PULMONAR NO RECÉM NASCIDO DISPLASIA BRONCOPULMONAR: O PAPEL DAS CITOCINAS PRÓINFLAMATÓRIAS Alan Jobe Paulo R. Margotto Van Marte (2002) Jobe (2002). Nova Displasia Broncopulmonar • Fatores de Risco: – Banks (2002) • Cursos Múltiplos de esteróide pré-natal ≥ 3 cursos • 3,3 x DBP -Supressão Adrenal - IL 1 beta e 8 • Desnutrição – Aschner (2005) -Falha do crescimento no RNPT extremo: 89 (36 ª sem) - 18 º - 22 mês: 40% < P10 para peso/comp e PC – Don Massavo (2004) • Restrição calórica de 33% - ↓ nº de alvéolos em 55% e 25% da área da superfície alveolar – Mataloun (2006) • Restrição de Nutrientes de 30% - ↓ nº de alvéolos (p<0,001) Nova Displasia Broncopulmonar • É possivel prever ? Influência da genética -Por ser uma doença multifatorial é difícil prever o risco de desenvolver a doença - Kazzi el al (2004): estudou os alelos da citocina TNFα – A presença do alelo adenina no locus 238 do TNF α resistência a DBP – RN com severa DBP – grande presença de guanina guanina Influência genética na determinação das doenças respiratórias Autor(es): Cleide Suguihara (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto Nova Displasia Broncopulmonar -Definição: necessidade de O2 aos 28 dias de vida -Severidade Graduada de acordo com o suporte respiratório requerido: 36 sem de IGpc em RN < 32 sem ou 56 dias RN > 32 sem Leve: FiO2 de 0,21 - Moderada: FiO2 entre 0,22 – 0,29 - Severa: FiO2 ≥ 0,30 em CPAP ou em VM Jobe (2004), Walsh (2004) Baraldi E, Filipone M, 2007 Nova Displasia Broncopulmonar • Diagnóstico clínico: O2 com 36 semanas de IGpc • Definição Fisiológica de DBP: IGpc de 36 sem – Criança recebendo ≤ 30% de O2 e pSaO2 > 96% – São gradualmente desmamadas para O2 ambiente – Teste de Tolerância ao O2 – Não tem DBP se O2 ambiente e PSaO2 > 90% (teste de tolerância ao oxigênio) Displasia broncopulmonar: novo conceito Autor(es): Alan H Jobe.Realizado por Paulo R. Margotto Nova Displasia Broncopulmonar • Prevenção – Esteróide pré-natal: • 1 curso (2 doses de betametasona 24/24h) • ↓ DMH; melhora a resposta ao surfactante; ↓ V. M – CPAP precoce: • maneira mais segura de se fazer a transição pulmonar • RN de 500 – 750 g com CPAP precoce – 26 % não necessitam de VM Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Prevenção: Fatores Protetores: – Thomson: CPAP precoce + surfactante profilático ↓ a necessidade de VM (sem diferença da dependência de O2 com 28 dias na 36ª IGpc – Narendram e cl (2003): CPAP precoce na sala de parto (RN < 1000g) • ↓ entubação na sala de parto (59,8% x 31,6%) • ↓ dias de VM (28 x 13 dias) • ↓ o uso de esteróide pós-natal (42,4 x 13,9%) Dependência de O2 na 36 ª sem não se modificou Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Prevenção • Klerk e KlerK: RN 1000 – 1499 g – CPAP precoce (como Wung) – ↓ RN ventilados (65 x 14%) – ↓ dias de ventilação (6 dias x 2 dias) – Sem dependência de O2 aos 28 dias: 11% x 0% – ↓ vasopressor, ↓ ECN, ↓ tempo para dieta plena – A VM leva a injúria pulmonar inevitavelmente – Ao ventilar: usar o menor tempo possível e o mais gentil possível: Tinsp < 0,4 seg Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br ↓ PIM PEEP 6 cm H2O ↓ VC (4 – 5 ml/Kg) paCO2: 50 – 55 mmHg Ventilação sincronizada Nova Displasia Broncopulmonar Estratégias Ventilatórias na Prevenção 1.Hipercapnia permissiva: ventilação menos agressiva 1. PCO2 45 – 55 mmHg com pH > 7,20 a 7,25 2. PCO2 > 60 mmHg – risco para hemorragia peri e intraventricular 3. Reduziu necessidade ventilatória com 36 sem de IGpc* (16% x 1% p < 0,01) Não ↓ a morte e/ou a DBP na IGpC de 36 sem *IGpc:idade gestacional pós-concepção Fabres J,2007 ;Ambalavanan, Carlo WA,2006 Nova Displasia Broncopulmonar Permissiva Hipoxemia -Askie et al, 2003: PSaO2 de 91 – 94% (padrão) x 95 – 98% (alto) Alta Saturação: -O2 por mais tempo tempo (40 x 18 dias) -↑ taxa de dependência de O2 na IGpc de 36 sem - Tin et al (2001): PSaO2 de 88 – 98% x 70 – 90% - Retinopatia: 4x (grupo alta) - Dias ventilação: 31 x 13,9 dias - O2 com 36 sem Igpc: 45%x 17% - Recomendação: - Na fase precoce: PSaO2 entre 85- 93%* e PaO2: 40 – 60 mmHg - Se DBP estabelecida PSaO2 entre 89- 94% e PaO2: 50 mmHg *reduz taxas de PaO2 >80mmHg Ambalavanan, Carlo WA,2006; Castillo A, 2008 Nova Displasia Broncopulmonar Estratégias Ventilatórias e Prevenção -T.Inspiratório: curto: 0,25 – 0,4 seg - Pressão Inspiratória Máxima (PIM) -10 – 20 cmH2O :↑ 1- 2 cm H2O para adequar -movimento da caixa torácica -ou alcançar VC de 3 – 5 ml/Kg - Freqüência Respiratória: 40 – 60 ipm - PEEP moderadas: 4 – 5 cm H2O - É preferível ↑ eliminação de CO2 por ↑ da FR; - O ↑ da PIM - ↑ VC – risco de volutrauma - Se ↓ PaCO2 - ↓ PIM se movimento da caixa torácica é adequado - Se atelectasia: ↑ transitoriamente a PIM, Ambalavanan,Carlo ,2006 Nova Displasia Broncopulmonar • Prevenção – Se inflamação pré- natal (corioamnionite): • ventilação mecânica por menor tempo possível • Ventilação em carneiro com 2 h – 8 a 10 vezes a produção de citocinas pró-inflamatórias, com PEEP de + 4 cm H2O Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Prevenção – Ventilação Mecânica: • Baixo volume corrente • Retirar o mais precoce • Tolerar PaCO2 entre 50 – 55 mmHg • Tolerar menor PaSO2 (Saturação de O2 de 85 – 92%) Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Nutrição: • A não alimentação em animais – inibe a septação alveolar • Iniciar aminoácidos precoce: 1,5 – 2 g/Kg/dia TIG: 6 mg/Kg/min • Iniciar precocemente a dieta enteral • LH fortificado: 3,5 – 4 g/Kg de proteínas Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Tratamento: • Redução de fluido pulmonar • T. Hídrica: 70 ml/Kg • Isolete aquecida e umidificada (90 – 95% 1os 7 dias) – ↓ aporte hídrico / ↓ hipernatremia / ↓ hipercalemia / ↓azotemia • Vitamina A: 5000 UI IM 3 x / sem por 4 sem Redução de 7% da DBP em relação aos controles Fechamento do Canal Arterial: Ibuprofeno • Cafeína (aminofilina)* • Tratamento agressivo de infecções pulmonares e sistêmicas • Importante: * na integridade do epitélio brônquico e alveolar * Cafeina e apnéia neonatal-estudo colaborativo internacional Barbara Schimidt (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto Tyson (1999) Bancalari (2001) Nova Displasia Broncopulmonar -Uso do diurético -A análise de 14 estudos com furosemide, 8 usando via sistêmica e 6 via inalatória: sem evidência eficácia RN com DBP abaixo de 3 semanas de idade -O uso da associação hidroclorotiazida + espironolactona não mostrou melhora na função pulmonar, além de não reduzir o requerimento de suplementação de potássio ( a espironolactona só age na presença de aldosterona; <34 semanas nefron não responde a aldosteronona). O uso prolongado pode levar a nefrocalcinose -Uso do furosemide: somente nos casos de edema pulmonar (1mg/kg/dia) Margotto PR Nova Displasia Broncopulmonar • Uso de NOi (Oxido Nítrico Inalatório) – Kinsella e al (2006): • 16 centros; 793 RN entre 500 – 1250 g, • IG média de 34 em • Idade < 48 h • NOi (5ppm) por 21 dias ou até a extubação – Resultados: sem diferenças significativas para DBP RR = 0,95 (IC 95%: 0,87 – 1,03) No entanto: RN entre 1000 – 1250 g: ↓ significativa (50%) • Incidência de DBP (29,8% x 59,6% - p< 0,001) • Morte ou DBP (38,3 x 64, 1 % - p < 0,004) • Grupo de menor risco Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Uso de NOi (Oxido Nitrico Inalatório) – Ballard R et al (2006): 1250 g, 21 centros; 582 RN entre 500 – • IG média de 26 em • Idade: 16 dias (7 – 21 dias) • NOi: 20 ppm com diminuição subseqüente (24 dias) • Resultados: • Sobrevivência sem DBP na IGpc 36 sem: 43,9 x 36,8 (tratado) p : 0,042 RR: 1,23 (1,01 – 1,52) – para o beneficio Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Uso de NOi (Oxido Nitrico Inalatório) – Ann R Stark (2006) • Não parece melhorar a sobrevida ou DBP • Não está recomendado o seu uso • Dose? Duração? Época de Início ? • Follow-up ? (loções do passado) • Droga cara: 3000 dl/dia (12.000/mês) Uso do óxido nítrico inalado no recém-nascido pré-termo na prevenção da displasia broncopulmonar e lesão cerebral Autor(es): Kinsella JO et al; Ballard RA et a; Sartk ARl. Resumido por Paulo R. Margotto Nova Displasia Broncopulmonar Uso de NOi (Oxido Nitrico Inalatório) •Van Meurs et al (junho de 2007) - Estudo controlado, randomizado (29 RN >1500g <34 semanas) que requereram ventilação mecânica com diferentes diagnósticos - IO: 25 /Idade da introdução do NOi: 25 horas (início com 5ppm, chegando ao máximo de 10ppm por no máximo 14 dias) -Resultados: Sem diferenças na incidência de DBP e ou morte Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br J Perinatol 2007;27:347-352 Nova Displasia Broncopulmonar Dexametasona na prevenção /tratamento da DBP Metanálise (O´Shea e cl, Yeh e cl, Shinwell e cl): PC: OR de 4,86 (2,73 - 8,65) (para cada 3 a 4 RN 1 deficiente desenvolvimento neurol.) Murphy e cl (2001): 35% volume substância cinzenta Barrington (2001): 8 estudos (metanálise) com 1052 RN: PC: RR: 2,86 (1,95 - 4,19) (NNT=7) Distúrbios neurológicos: 1,66 (1,26-2,19) Sugere: abandonar (NNT=11) Rede Vermont Oxford (42 Unidades):dexametasona (1ª 12h):<1kg LPV: RR de 2,23 (0,99 - 5,04) - Hiperglicemia, perfuração intestinal - sem redução da DBP com IGpC de 36 sem Dexametasona na prevenção e tratamento da displasia broncopulmonar Paulo R Margotto Nova Displasia Broncopulmonar - Uso de Esteróide pós-Natal - Dexametasona na prevenção/Tratamento da DBP - Yeh e cl (2004): - aos 8 anos de idade (inicio 1ª 12 h ; 28 dias) da DBP no grupo da Dexametasona {21% X 35% (p=0,08)} - Significativa do perímetro cefálico no grupo da dexa (p=0,04) { do volume substância cinzenta: explica o deficiente prognóstico cognitivo (Hack,1991)} Criança com menor PC – maior desabilidade Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar - Uso de Esteróide pós-Natal - Os estudos diferem , principalmente na dosagem e no tempo de uso - Estudos iniciais: Altas doses, longo tempo 42 dias - Quais RN devem receber esteróide? - RN com 14 – 21 dias de vida, dependentes do respirador, lesão pulmonar progressiva - Objetivo extubar: dentro de 3 dias - Se não ocorrer extubação, suspender Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Margotto PR Nova Displasia Broncopulmonar - Uso de Esteróide pós-Natal - Dose preconizada por Alan Jobe - Dexametasona: 0,1 mg/Kg/dia por 3 dias - Evolução: a extubação foi possível – O RN respondeu! - 0,1 mg/Kg/dia: 3 dias - 0,05 mg/Kg/dia: 3 dias Tem estudos de follow-up com estas doses? - Experimentos animais: - apoptose neuronal - redução da divisão celular - redução da diferenciação das cel. neuronais - redução da mielinização Corticosteróides pós-natais para a displasia broncopulmonar: para onde devemos ia partir de agora autor(es): Paulo R. Margotto Nova Displasia Broncopulmonar - Uso de Esteróide pós-Natal - Dados de 2007 com uso destas pequenas doses (regime conservador) - Parikh Na et al (2007): 41 RN ≤ 1000g: - 30 RN não receberam esteróide - 11 RN receberam dexametasona - > 28 dias - Duração média: 6,8 dias (2 – 14 dias) - Dose acumulativa (média): 2,8 mg/Kg (1,2 a 5,9) - Ressonância Magnética: IGpc de 39sem e 5 dias Terapia pós-natal com dexametasona e volumes dos tecidos cerebrais nos recémnascidos de extremo baixo peso - Autor(es): Parikh NA et al. Apresentação: Caroline Imai, Cejana Hamú, Clarissa Duarte e Paulo R. Margotto Nova Displasia Broncopulmonar - Uso de Esteróide pós-Natal - Dados de 2007 com uso destas pequenas doses (regime conservador) - Parikh Na et al (2007): Resultados: - ↓ volume tecidual cerebral: 10,2% - ↓ volume tecidual cortical: 8,7% - ↓ substância cinzenta subcortical: (19,9%) - ↓ cerebelo: 20,6% (Alterações significativas mesmo com o controle da IGpc, peso ao nascer e DBP) Pode explicar anormalidades neuromotoras e cognitivas Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar • Uso do esteróide pós-natal: qual é o melhor? Dexametasona? Betametasona? Metilprednisolona? Hidrocortisona? -1980 (Avery):dexametasona (dexa) para o desmame da VM -1990-1992:43% de uso;1993-1995: 84% de uso -1998: quase uma rotina -1999 -(Yeh): aumento significativo da disfunção neurocomportamental -O´Shea: aumento da paralisia cerebral -2000 -(Andre):Metilprednisolona: -menor atividade antiinflamat em relação a dexa (5 vezes mais que a hidrocortisona) -não contém sulfitos (preservativo) -resultados clinicos semelhante a dexa -sem seguimento -2005- (Decastro):Betametasona: - mesma atividade antiinflamat em relação a dexa -não contém sulfitos -resultados clínicos semelhante a dexa -sem seguimento Nova Displasia Broncopulmonar Uso do esteróide pós-natal: qual é o melhor? Vida média:Dexa:36-48hs -2003 (Heide): hidrocortisona x dexametasona Hidrocortisona: 8-12 horas -resultados pulmonares iguais -educação especial: maior necessidade com a dexa -sem diferença com a hidrocortisona -2004 (Watterberg):360 pacientes: hidrocortisona precoce com indometacina estudo terminou devido a perfuração gástrica -2007 (Rademaker): 226 RN com hidrocortisona x 164 RN controles -5mg/kg/dia: 4x (7 dias); 3x (5dias); 2x (5dias); 1x (5dias) Seguimento: -Ressonância magnética: lesões cerebrais -Paralisia cerebral/Disfunção Motora: semelhante aos grupos A HIDROCORTISONA É UM ESTERÓIDE SEGURO -2008 (Buimer): 17 prematuros que receberam dexametasona 0,2mg/kg com diminuição progressiva ( 3 semanas): T3 e TSH (a hipotiroxinemia da prematuridade está associada a deficiente desenvolvimento) Nova Displasia Broncopulmonar Uso do esteróide pós-natal: qual é o melhor? (2008): Dexametasona x hidrocortisona -Karemaker (Holanda): 156 RN (52 casos com dexa/52 casos com hidrocortisona, 52 casos controles): UTIs diferentes DOSES: Hidrocortisona: 5mg/Kg/dia com diminuição de 1mg/kg/dia (22 dias) Dexametasona: 0,5mg/kg/dia com diminuição de 0,1mg/kg;dia por 21 dias Efeitos clínicos semelhantes -IDADE ESCOLAR: Dose usada (Procianoy): 1mg/kg/dose 3 x por 5-7 dias -Supressão do eixo hipófise-adrenal com a dexametasona (50x mais a dose de hidrocortisona em relação a dexa para a supressão; dose usada de hidrocortisona: 10 x a da dexa) -Problemas comportamentais (atenção e social) em meninas com dexametasona -Alterações na resposta imunomoduladora com maior risco de doenças autoimunes na vida adulta -severo curso da encefalomielite experimental autoimune, modelo animal para esclerose múltiplo no adulto Nova Displasia Broncopulmonar - Uso de Esteróide pós-Natal - Where are we now? - (Watterberg KL, 2007) - Os efeitos da corticoterapia podem ser: - Consequência da droga - Dose - Época de iniciar - Duração da terapia - Quem? Quando ? Quanto ? Até quando? - Doyle LW et al (2007): baixas doses de dexametasona Após 7 dias de via – não associado na morbidade (2 anos) (29 RN – dexa x 27 RN placebo): necessário ensaio com poder suficiente (814 RN) Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Nova Displasia Broncopulmonar Melhores Práticas - A prevenção continua sendo a melhor cura - Uso cuidadoso de O2 - Uso gentil da VM (PIM < 15: hipercapnia permissiva, baixo volume corrente, t insp <0,4) - Uso de ventilação mecânica pelo menor tempo possível, principalmente em RN com história de corioamnionite - Ao usar VM: Quais os objetivos - Uso precoce de CPAP Nasal Uso de esteróide de 42,4 x 13,9 Ausência de Evidência não é a Evidência de Ausência Margotto, PR (ESCS)/DF www.paulomargotto.com.br Kaempf e cl, 2003 Aly, 2007 Nova Displasia Broncopulmonar Obrigado ! Os bebês agracedem a sua atenção ! www.paulomargotto.com.br