Gestão do Sector Petrolífero Apresentado por Décio Hamilton Barbosa Luanda, Angola, Maio de 2006 Tópicos • Prática internacional relativa ao papel dos ministérios/agências do governo e NOC na supervisão das operações do sector petrolífero • Relações fiduciárias Governo/NOC • A experiência do Brasil 2 O petróleo mundial • Governo – Praticamente em todo o mundo, os recursos petrolíferos são propriedade do estado • • • • No subsolo Até ser produzido Até ser exportado Ao longo da cadeia de valor – O “onshore” dos EUA, excluindo as partes do Canadá – NOC por vezes age no papel de proprietário pelo estado • Capital privado – Assume a maior parte do risco, faz a maior parte do investimento, conduz a maior parte das operações, paga os impostos / partilha a produção 3 Governo Hospedeiro • Titula – Praticamente em todo o lado (sendo o “onshore” dos EU a maior excepção) • Legisla – Leis e acordos – Diversos instrumentos do governo • Administra – Ministério, Agência, Regulador, NOC • Investe – NOC • Assume – Partilha directa e indirectamente os investimentos – Impostos directos e indirectos e obrigações fiscais – Outras exigências e obrigações 4 Papel do NOC • Génese – Participação – Nacionalização • Titular dos recursos nacionais (petrolíferos) – Petróleo, gás natural • Administrador do contrato • Recebedor (e vendedor) da parte do estado da produção • Importador – Estabilizador de preços • Componente chave da economia nacional – Empregador / segurança social – Regulador da moeda estrangeira, como exportador ou importador • Investidor – Nacional – Internacional • Nem todos os pontos são aplicáveis, em todos os casos e se encontram em evolução gradual ... 5 IOC e NOC procuram sinergia Factores de Produção: Capital e Terra IOC Capital $ versus NOC $ Terra 6 Tipos de NOC Simplificados, questionáveis, papéis continuam a evoluir ... • Curador Nacional / Monopolista – – • Curador Nacional e Regulador – • BNOC (Britoil), YPF, Repsol, PetroCanada (como NOC) Novos Ricos – • ENAP (Sipetrol), JNOC, KOC (Kufpec) Extinto – • ENAP Campeão do Investimento Estrangeiro – • Petrobras, Statoil, PTTEP, YPFB (P.Andina / P.Chaco), CNPC/CNOOC/Sinopec Administrador Nacional de Importação – • OGDC, ONGC, SDFI Participante Nacional da Saúde – • Petronas, CNPC/CNOOC/Sinopec, PDVSA, NGC Investidor Doméstico (100% propriedade do estado) – • Pertamina (pré-reforma), PetroVietnam, Petronas, EGPC, NNPC, Sonatrach, Sonangol Curador Nacional e Campeão do Investimento Estrangeiro – • Titular original: PEMEX Pós nacionalização: Saudi ARAMCO, NIOC/NIGC, KOC (KPC) Lukoil, Gasprom, Yukos, Sidanco, Sibneft, Rosneft Instrumento de Política Estrangeira – BP, Shell, TotalFinaElf, ENI, ExxonMobil, ChevronTexaco Source: Gaffney, Cline & Associates 7 Papéis e Funções Reguladores • Administração de contratos • Planeamento de recursos • Licenciamento • Política de depleção • Administração de operações • Saúde e Segurança • Controlo de áreas sensíveis do ponto de vista ambiental • Influência de mercado • Controlo fiscal • Emprego • Bens e Serviços 8 Quem regulamenta? • Ministério • Administrador clássico • Conhecimentos em NOC em muitos casos • Agência • Conselho • Regulador • NOC • Conflito de papéis • Regulação de sector vs. comercial • Interesse público vs. padrões internacionais • Conhecimentos 9 Quem regulamenta • Países seleccionados: • O que eles têm em comum Áreas de E&P limitadas, atribuídas através de concursos e acordos de concessão Áreas “offshore” E&P significativas 10 Regulador (es) • Principais áreas E&P : Golfo do México, Texas e Alasca • Regulador principal do sector E&P : Departamento do Interior dos E.U. / Serviço de Administração de Minerais - MMS (licenciamento de áreas federais, royalties) O proprietário da terra tem direitos sobre os minerais do subsolo Indústria extremamente competitiva : ~ 2 milhões de proprietários de royalty, incluindo 5.000 empresas E&P • • • • • • Fonte substancial de receitas para o governo: ~ US$ 6,0 biliões / ano para receitas de leasing ~ US$ 5,6 biliões / ano de royalties ~ US$ 3,7 milhões / ano de impostos de exploração (áreas do estado) 11 Regulador (es) • Áreas E&P principais : área onshore na Província de Alberta e áreas “offshore” na costa nordeste (Newfoundland e Nova Scotia) • Reguladores do sector E&P em tais províncias : Newfoundland - “Conselho” (concessão) e Departamento de Minas e Energia - DME (“royalties”) Nova Scotia - “Conselho” (concessão) e Direcção do Petróleo (“royalties”) • • • Grande exportador de petróleo e gás natural para os EUA (~ 2 milhões bl / dia Produção concentrada na Província de Alberta (~ 60%) Mercado doméstico concentrado na costa leste 12 Regularor (es) • Áreas E&P principais: “Onshore” da Austrália Ocidental (WA) e Queensland, costa “offshore” noroeste e costa de Victoria • Reguladores do sector E&P na WA: Áreas de licenciamento “onshore” : Departamento de Minerais e Recursos Petrolíferos (DMPR) em conjunto com o Governo Federal Áreas de licenciamento “offshore” : Governo Federal através da Divisão de Petróleo e Energia do Departamento de Indústria da Commonwealth Gestão de taxa e impostos petrolíferos: áreas federais “offshore” (PRRT): Gabinete de Impostos Australiano (ATO) áreas estatais “onshore” WA (“royalties”): DMPR • Exportador de gás natural, principalmente para o Japão e importador de petróleo : Indonésia é um fornecedor de petróleo significativo 13 Regulador (es) • Áreas E&P principais: Área “offshore” do Mar do Norte • Reguladores do sector E&P : Áreas de concessão: Departamento de Comércio e Indústria (DTI) Gestão das receitas do governo: PRT / “Royalty”: Gabinete de Impostos Petrolíferos (OTO), subordinado ao Serviço de Receitas Internas • • Auto-suficiente, relativamente ao petróleo, desde 1980 e, relativamente ao gás natural, desde 1996 A produção entrou em declínio em 1999 até ao presente; diversas áreas maduras, próximas do abandono 14 Regulador (es) • Principais áreas E&P : “offshore”: Mar do Norte, Mar da Noruega e Mar de Barents (fronteira) • Principais reguladores do sector E&P : Licenciamento: Ministério do Petróleo e Energia (MPE) Gestão das receitas do governo: Imposto Especial de Petróleo (SPT): Gabinete de Impostos de Petróleo, Ministério das Finanças “Royalties”: Direcção Norueguesa do Petróleo (NPD), Ministério do Petróleo e Energia • Principal exportador de petróleo e gás para a Europa 15 Experiência do Brasil De monopólio a regulador 16 Evolução Institucional Decreto 20,799 – Autorização do Governo 1934 Constituição - Concessões 1937 Constituição Reservas: propriedade do estado 1931 1934 1937 1938 1944 1945 1953 1995 1997 Estabelecimento CNP Primeira descoberta de petróleo de Lobato (BA) Tendência liberal para o sector petrolífero Lei 2004 – Monopólio Petrolífero/ PETROBRAS 9,795 Emenda – Fim do Monopólio da PETROBRAS Lei 9,478 - ANP 17 Actividades E&P no Brasil • Monopólio do estado de 1954 a 1995 • Contratos de Serviço de Risco nos anos 70 e 80 • Único operador do início a meados dos anos 90 • Lei do Petróleo (1997): – O estado atribui direitos E&P – Concessões através de rondas de concursos 18 Mudanças na economia Quatro processos chave: Globalização: processo inevitável – inserção soberana do Brasil no contexto mundial Liberalização do Comércio: encoraja a concorrência de produtos indígenas com os importados / aumenta a competitividade da indústria local Estabilização da Moeda Nacional: retoma a actividade de planeamento económico e aumentou o poder de compra da população de baixa renda Privatização / “retirada do Estado”: liberta o estado de actividades não relacionadas com as suas actividades finais e desenvolve as suas capacidades de regular (interferir em) sectores que prestam serviços públicos. 19 Razões da mudança De Monopólio para Regulador Estatal: Necessidade de investimento para desenvolver e alargar a infra-estrutura Controvérsia do papel de um “estado empresário” Modelo exaurido, relativamente ao envolvimento directo do Estado na economia Resultados: Redução da inflação Inserção no comércio internacional Atracção de capital estrangeiro a longo prazo (sector produtivo) Procura do equilíbrio fiscal 20 Aspectos do papel duplo • Atrair e encorajar investimentos E&P • Divisão das Rondas de Licenciamento • Regulador (controlo) • Divisões responsáveis pela administração do contrato de concessão 21 Encorajar investimentos E&P 22 Regulador ( o cão de guarda) 23 Reguladores no contexto mundial Não responsáveis pelas políticas Independentes e qualificados Autonomia atribuída Organizados como um conselho Membros do conselho com mandato por tempo determinado e não coincidente uns com os outros 24 Muito obrigado 25