64 J Bras Nefrol 2001;23(1):64-7 Atualização em insuficiência renal aguda: Resposta celular ao estresse na insuficiência renal aguda Bento C Santos Disciplina de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo Endereço para correspondência: Bento C. Santos Rua Botucatu, 720 04023-900 São Paulo, SP Fax: (0xx11) 5573-9652 E-mail: [email protected] Introdução Os mecanismos de lesão renal foram exclusivamente classificados usando parâmetros do paradigma hemodinâmico/hidráulico para explicar a redução do ritmo de filtração glomerular, que consiste no ponto crucial da insuficiência renal aguda. Estes incluem os efeitos vasculares (vasoconstrição, redução do coeficiente de filtração glomerular) e os tubulares (obstrução tubular e retrodifusão do fluido tubular). Contudo, mais recentemente devemos incluir o paradigma da lesão celular, na qual a isquemia prolongada causa morte celular por anóxia e evidências recentes sugerem que uma lesão subletal é amplificada pela ativação de cascatas citotóxicas de citocinas ou fatores inflamatórios, ativadas durante o período de reperfusão.1 O componente inflamatório consiste na elaboração de citocinas (IL1, TNFa), quimocinas citoatrativas (IL8) e aumento na concentração de selectina-P, que rapidamente transloca-se para superfície endotelial com conseqüente adesão de polimorfonucleares na íntima vascular e a exposição de moléculas de adesão (ICAM 1) no endotélio vascular, que determina o acúmulo de neutrófilos na região de vasa reta na faixa externa da medula externa renal.2-4 Essa seqüência de acontecimentos provoca a oclusão dos capilares e conseqüente congestão vascular, que aumenta a lesão isquêmica. O componente citotóxico pode envolver radicais ativos de oxigênio ou óxido nítrico (NO).5,6 Esses diversos processos fisiopatológicos envolvidos no desenvolvimento da IRA, em última análise, determinam uma alteração do meio-ambiente celular renal. Essa alteração constitui-se em um potente estresse para as células que formam o parênquima renal, com conseqüente modificação funcional do órgão. O estresse, significando estresse fisiológico, constitui-se provavelmente numa das palavras mais usadas no final do século vinte. Porém, o estresse ambiental, físico, químico ou fisiológico é na realidade uma parte integrante da vida de muitos organismos, habilitandoos a uma ação evasiva ou a organizar resposta protetora. A reação do epitélio renal à agressão é heterogênea. Algumas células respondem com mecanismos de morte (apoptose ou necrose), de adaptação e de recuperação celular e tecidual (resposta celular ao estresse, síntese e liberação de hormônios de crescimento). Os fatores determinantes dessas respostas parecem depender dos sinais de transdução intracelular e respostas moleculares que são segmento específicas e interativas.7 Como tópico principal do presente artigo será abordada a resposta celular adaptativa ao estresse. Resposta celular ao estresse Por mais de cem anos cientistas têm explorado os efeitos do calor e outros estresses nos sistemas biológicos. Em 1962, Ritossa8 documentou que o calor altera a expressão genética na glândula salivar de Drosophila. Estudos subseqüentes em numerosas espécies mostraram que muitos agentes físicos e químicos são capazes de determinar uma resposta genética específica. Alguns dos estressores mais conhecidos que têm sido caracterizados incluem calor, metal pesado, deprivação de glicose, análogos de aminoácidos, pH e infecção viral. Efeitos do estresse na função celular Os efeitos adversos dos estímulos físicos ou químicos são diversos e aparentemente são tecido e estresse específicos.9,10 Estudos analisando dose e resposta verificaram diferenças na resposta adaptativa celular relacionada à intensidade de determinados estresses. Para o calor, entretanto, é possível estabelecer algumas generalizações referentes à resposta da célula. Em particular, após a elevação da temperatura, ocorrem modificações precoces ou imediatas, incluindo ativação dos genes das heat shock proteins (Hsp), redução de polissomos, inibição do processamento de pre-RNPr, colapso do citoesqueleto, inibição da síntese protéica e bloqueio do ciclo celular.11 A expressão de Hsps é geralmente transitória e se auto-reprime quando a síntese protéica nor- J Bras Nefrol 2001;23(1):64-7 65 Santos BC Resposta celular ao estresse na IRA mal reinicia. Adicionalmente, o estresse inicial provocado pela elevação da temperatura induz termotolerância a subseqüentes episódios de calor.12 Proteínas de estresse (heat shock proteins) Em 1974, Tissieres et al13 descobriram as heat shock proteins e demonstraram que estas correspondiam aos genes ativados pela elevação da temperatura. Subseqüentemente, estudos com deprivação de glicose identificaram novas proteínas de estresse, conhecidas como proteínas reguladas pela glicose (glucose-regulated proteins Grps). A utilização de eletroforese bidimensional em gel (2-D gel), seguida pelo isolamento e clone das diversas proteínas, permitiu o reconhecimento da existência de inúmeras classes maiores e menores de proteínas de estresse. Essas proteínas são ubíquas e cada família é composta por uma ou múltiplas proteínas que possuem tamanho, seqüência de aminoácidos e, presumivelmente, funções similares. Em adição, as proteínas de estresse também possuem funções biológicas importantes em condições fisiológicas normais. As famílias maiores incluem Hsp90, Hsp70, Hsp60 e Hsp110. Outras proteínas de estresse incluem calreticulina, TCP-1 e ubiquitina. Como classe, as proteínas de estresse atuam como chaperones moleculares e diferem na sua localização subcelular e função como chaperone. Em mamíferos, a família Hsp70 a mais estudada inclui a Hsp70 induzível (Hsp70), a Hsp70 constitutiva (Hsc70) e a Grp78 (ou BiP). Os membros dessa família estão envolvidos na conformação espacial de proteínas, no transporte de proteínas nascentes através de membranas celulares, na estabilização e reconformação de proteínas denaturadas ou mal formadas, na proteção de proteínas frente a agentes lesivos e na renovação protéica.14 Os diversos membros dessa família exibem diferenças na sua indução com estresse específico e localização subcelular. A Hsp70 é a principal proteína induzida pelo calor, onde a Hsc70, conhecida como proteína de estresse cognata, é constitutivamente expressa e pobremente induzível.15 Na presença de estresse, uma porção das Hsp70 e das Hsc70 migram do citoplasma para o núcleo e, subseqüentemente, para o nucléolo, onde servem como protetores da maquinaria de biossíntese de ribossomos.16 Entre as proteínas que ligam-se às Hsp70 e às Hsc70, temos os componentes do sistema de microtúbulos,17,18 e tem sido motivo de especulação a participação dessas proteínas de estresse na reorganização do citoesqueleto (como aquela que ocorre pós-isquemia). A Grp78 ou BiP é a glicoproteína localizada especificamente no lume do retículo endo- plasmático (RE).19 A BiP associa-se transitoriamente com proteínas normais e permanentemente com proteínas mal formadas ou incompletas, retendo-as no RE.20 Essa classe de proteínas integra os mecanismos de controle de qualidade da síntese protéica, participando de patologias como a fibrose cística21 e o diabetes insipidus nefritogênico.22 Finalmente, está bem estabelecida a participação fundamental dessa família de proteínas na síntese, conformação espacial e renovação protéica.23 Proteínas de estresse e o rim As proteínas de estresse, particularmente a Hsp70, têm sido estudadas em várias condições envolvendo o tecido renal.24 A isquemia/hipóxia e a elevação da temperatura induzem a expressão de Hsp70 25-29 Nefrotoxinas, estresse oxidativo e lesão imunológica podem também induzir a expressão de proteínas de estresse em tecido renal.30,31 É importante salientar que a medula renal expressa altos níveis de Hsp70 em condições normais e de estresse,30,32,33 sugerindo que esse tecido esteja adaptado para diversas condições de estresse. Proteínas de estresse, termotolerância e sua importância clínica Termotolerância é o fenômeno biológico no qual a rápida exposição a um estímulo subletal, seguido de período adequado de recuperação, confere à célula a capacidade de resistir ao mesmo estresse em sua dose letal. Interessantemente, existe um cruzamento entre os tipos de estresse, ou seja, o tratamento prévio pelo calor pode proteger contra a depleção de ATP, metais pesados, etc. Este fenômeno de termotolerância está intrinsecamente relacionado aos níveis de concentração das Hsps.12,34 A expressão aumentada das Hsps, induzida por estresse, estímulos não-nocivos e/ou por vetores de expressão tem se relacionado com significativo aumento da resistência celular de diferentes órgãos aos mais variados fatores de agressão.29,31,35-49 As células da medula interna renal são expostas rotineiramente à hiperosmolaridade e a baixas tensões de oxigênio, como conseqüência do mecanismo de contra-corrente para concentração urinária. A sobrevivência neste meio adverso requer a expressão de genes responsivos ao estresse (mantenedores da integridade celular) e de genes responsáveis pelo acúmulo de osmóis orgânicos (resposta celular à hiperosmolaridade), como sorbitol, mio-inositol, glicebetaína (betaína), taurina e glicerofosfocolina (GPC).50 Uma das características marcantes dessa região é a expressão 66 J Bras Nefrol 2001;23(1):64-7 Santos BC Resposta celular ao estresse na IRA aumentada e constitutiva de proteínas de estresse (Hsps).30,32 Surpreendentemente, esta região é raramente afetada em processos de insuficiência renal aguda. Portanto, a adaptação crônica ao ambiente hostil presente na medula renal confere às células habilidades especiais de resposta frente a estímulos lesivos.51 Conclusões A adaptação celular a estresses adversos envolve a expressão de proteínas de estresse que funcionam como chaperones moleculares e são participantes de várias atividades biológicas essenciais. Considerável atenção tem sido dada na definição da regulação básica e na análise detalhada das características desses genes, particularmente daqueles pertencentes à família Hsp70. Adicionalmente, a expressão aumentada das Hsps está relacionada a maior tolerância das células a estímulos adversos. A sensibilidade heterogênea de cada segmento do néfron aos diversos agentes lesivos pode ser dependente de características celulares intrínsecas, assim como dos mecanismos envolvidos na adaptação dessas células ao seu meio-ambiente. Portanto, o estudo do comportamento celular frente ao estresse pode permitir a manipulação dessas respostas, regulando positivamente os fatores que são citoprotetores e deprimindo os citoredutores. Essa estratégia permitirá uma nova abordagem da insuficiência renal aguda. Referências 1. Thadhani RM, Pascual M, Bonventre JV. Acute renal failure. N Engl J Med 1996;334(22):1448-60. 2. Safirstein R, Megyesi J, Saggi SJ, Price PM, Poon M, Rollins BJ, Taubman MB. Expression of cytokine-like genes JE and KC is increased during renal ischemia. Am J Physiol 1991;261 (6 Pt 2):F1095-101. 3. Kelly KJ, Williams WW, Colvin Jr RB, Meehan SM, Springer TA, Gutierrez-Ramos JC, Bonventre JV. Intercellular adhesion molecule-1-deficient mice are protected against ischemic renal injury. J Clin Invest 1996;97(4):1056-63. 4. Takada M, Nadeau KC, Shaw GD, Marquette KA, Tilney NL. The cytokine-adhesion molecule cascade in ischemia/ reperfusion injury of the rat kidney. Inhibition by a soluble P-selectin ligand. J Clin Invest 1997;99(11):2682-90. 5. Yu L, Gengaro PE, Niederberger M, Burke TJ, Schrier RW. Nitric oxide: a mediator in rat tubular hypoxia/reoxygenation injury. Proc Natl Acad Sci USA 1994;91(5):1691-5. 6. Noiri E, Peresleni T, Miller F, Goligorsky MS. In vivo targeting of inducible NO synthase with oligodeoxynucleotides protects rat kidney against ischemia. J Clin Invest 1996;97(10):2377-83. 7. Safirstein R, DiMari J, Megyesi J, Price P. Mechanisms of renal repair and survival following acute injury. Semin Nephrol 1998;18(5):519-22. 8. Ritossa F. A new puffing pattern induced by heat shock and DNP in Drosophila. Experientia 1962;18:571-3. 9. Flanagan SW, Ryan AJ, Gisolfi CV, Moseley PL. Tissuespecific HSP70 response in animals undergoing heat stress. Am J Physiol 1995;268:R28-32. 10. Schlesinger MJ. Heat shock proteins. J Biol Chem 1990;265:12111-4. 11. Welch WJ, Kang HS, Beckmann RP, Mizzen LA. Response of mammalian cells to metabolic stress; changes in cell physiology and structure/function of stress proteins. Curr Top Microbiol Immunol 1991;167:31-55. 12. Parsell D, Lindquist S. Heat shock proteins and stress tolerance. In: Morimoto R, Tissières A, Georgopoulos C, editors. The biology of heat shock proteins and molecular chaperones. Vol. 1. Cold Spring Harbor: Cold Spring Harbor Laboratory Press; 1994. p. 457-94. 13. Tissieres A, Mitchell H, Tracy U. Protein synthesis in salivary glands or D. melanogaster: relation to chromosome puffs. J Mol Biol 1974;84:389-98. 14. Gething M., Sambrook J. Protein folding in the cell. Nature 1992;355:33-45. 15. Gunther E, Walter L. Genetic aspects os the hsp70 multigene family in vertebrates. Experentia 1994;50:987-1001. 16. Welch WJ, Mizzen LA. Characterization of the thermotolerant cell. II. Effects on the intracellular distribution of heat-shock protein 70, intermediate filaments, and small nuclear ribonucleoprotein complexes. J Cell Biol 1988;106(4):1117-30. 17. Clark BD, Brown IR. A retinal heat shock protein is associated with elements of the cytoskeleton and binds to calmodulin. Biochem Biophys Res Commun 1986;139:974-81. 18. Napolitano EW, Pachter JS, Liem RKW. Intracellular distribution of mammalian stress proteins. Effects of cytoskeletal specific agents. J Biol Chem 1987;262:1493-1504. 19. Munro S, Pelham HRB. An hsp70-like protein in the ER: identity with the 78 kd glucose-regulated protein and immunoglobulin heavt chain binding protein. Cell 1986;46:291-300. 20. Dorner AM, Krane, Kaufman R. Reduction of endogenous GRP78 levels improves secretion of heterologous protein in CHO cells. Mol Cell Biol 1988;8(10):4063-70. 21. Sato S, Ward CL, Krouse ME, Wine JJ, Kopito RR. Glycerol reverses the misfolding phenotype of the most common cystic fibrosis mutation. J Biol Chem 1996;271(2):635-8. 22. Mulders SM, Bichet DG, Rijss JP, Kamsteeg EJ, Arthus MF, J Bras Nefrol 2001;23(1):64-7 67 Santos BC Resposta celular ao estresse na IRA Lonergan M, et al. An aquaporin-2 water channel mutant which causes autosomal dominant nephrogenic diabetes insipidus is retained in the Golgi complex. J Clin Invest 1998;102(1):57-66. 23. Hartl FU. Molecular chaperones in cellular protein folding. Nature 1996;381:571-9. 24. Lovis C, Mach F, Donati YR, Bonventre JV, Polla BS. Heat shock proteins and the kidney. Renal Failure 1994;16:179-92. 25. Borkan SC, Wang YH, Lieberthal W, Burke PR, Schwartz JH. Heat stress ameliorates ATP depletion-induced sublethal injury in mouse proximal tubule cells. Am J Physiol 1997;272 (3 Pt 2):F347-55. 26. Wang YH., Borkan SC. Prior heat stress enhances survival of renal epithelial cells after ATP depletion. Am J Physiol 1996;270:F1057-65. 27. Van Why SK, Mann AS, Thulin G, Zhu XU, Kashgarian M, Siegel NJ. Activation of heat-shock transcription factor by graded reductions in renal ATP, in vivo, in the rat. J Clin Invest 1994;94:1518-23. 28. Emami A, Schwartz J, Borkin S. Transient ischemia or heat stress induces a cytoprotectant protein in rat kidney. Am J Physiol 1991;260:F479-85. 29. Borkan SC, Emani A, Schwartz JH. Heat stress proteinassociated cytoprotection of inner medullary collecting duct cells from rat kidney. Am J Physiol 1993;265:F333-42. 30. Santos BC, Chevaile A, Kojima R, Gullans SR. Characterization of the Hsp110/SSE Gene Family Response to Hyperosmolality and Other Stresses. Am J Physiol 1998;274:F1054-61. 31. Liu H, Bowes 3rd RC, van de Water B, Sillence C, Nagelkerke JF, Stevens JL. Endoplasmic reticulum chaperones GRP78 and calreticulin prevent oxidative stress, Ca2+ disturbances, and cell death in renal epithelial cells. J Biol Chem 1997;272(35):21751-9. 32. Müller E, Neuhofer W, Ohno A, Rucker S, Thurau K, Beck F. Heat shock proteins hsp25, hsp60, hsp72, hsp73 in isoosmotic cortex and hyperosmotic medulla of rat kidney. Pflug Arch 1996;431:608-17. 33. Ohno A, Muller E, Fraek ML, Thurau K, Beck F. Solute composition and heat shock proteins in rat renal medulla. Pflug Arch 1997;434(1):117-22. 34. Minowada G, Welch WJ. Clinical implications of the stress response. J Clin Invest 1995;95(1):3-12. 35. Amin V, Cumming DV, Latchman DS. Over-expression of heat shock protein 70 protects neuronal cells against both thermal and ischaemic stress but with different efficiencies. Neurosci Lett 1996;206(1):45-8. 36. Bellmann K, Jaattela M, Wissing D, Burkart V, Kolb H. Heat shock protein hsp70 overexpression confers resistance against nitric oxide. FEBS Lett 1996;391(1-2):185-8. 37. Chen J, Graham SH, Zhu RL, Simon RP. Stress proteins and tolerance to focal cerebral ischemia. J Cereb Blood Flow Metab 1996;16(4):566-77. 38. Chi SH, Mestril R. Stable expression of a human HSP70 gene in a rat myogenic cell line confers protection against endotoxin. Am J Physiol 1996;270(4 Pt 1):C1017-21. 39. Jacquier-Sarlin MR, Fuller K, Dinh-Xuan AT, Richard MJ, Polla BS. Protective effects of hsp70 in inflammation. Experientia 1994;50(11-12):1031-8. 40. Kuhlmann MK, Betz R, Hanselmann R, Kohler H. Heatpreconditioning confers protection from Ca(2+)-mediated cell toxicity in renal tubular epithelial cells (BSC-1). Cell Stress Chaperones 1997;2(3):175-9. 41. Kume M, Yamamoto Y, Saad S, Gomi T, Kimoto S, Shimabukuro T, et al. Ischemic preconditioning of the liver in rats: implications of heat shock protein induction to increase tolerance of ischemia-reperfusion injury. J Lab Clin Med 1996;128(3):251-8. 42. Martin JL, Mestril R, Hilal-Dandan R, Brunton LL, Dillmann WH. Small heat shock proteins and protection against ischemic injury in cardiac myocytes [see comments]. Circulation 1997;96(12):4343-8. 43. Meerson FZ, Malyshev IYU, Zamotrinsky AV, Kopylov YUN. The role of hsp70 and IP3-DAG mechanism in the adaptive stabilization of structures and heart protection. J Mol Cell Cardiol 1996;28(5):835-43. 44. Mehlen P, Preville X, Chareyron P, Briolay J, Klemenz R, Arrigo AP. Constitutive expression of human hsp27, Drosophila hsp27, or human alpha B-crystallin confers resistance to TNF- and oxidative stress- induced cytotoxicity in stably transfected murine L929 fibroblasts. J Immunol 1995;154(1):363-74. 45. Mestril R, Giordano FJ, Conde AG, Dillmann WH. Adenovirus-mediated gene transfer of a heat shock protein 70 (hsp 70i) protects against simulated ischemia. J Mol Cell Cardiol 1996;28(12):2351-8. 46. Plumier JC, Ross BM, Currie RW, Angelidis CE, Kazlaris H, Kollias G, Pagoulatos GN. Transgenic mice expressing the human heat shock protein 70 have improved post-ischemic myocardial recovery. J Clin Invest 1995;95(4):1854-60. 47. Plumier JC, Currie RW. Heat shock-induced myocardial protection against ischemic injury: a role for Hsp70? Cell Stress Chaperones 1996;1(1):13-7. 48. Xu L, Giffard RG. HSP70 protects murine astrocytes from glucose deprivation injury. Neurosci Lett 1997;224(1):9-12. 49. Yuan CM, Bohen EM, Musio F, Carome MA. Sublethal heat shock and cyclosporine exposure produce tolerance against subsequent cyclosporine toxicity. Am J Physiol 1996;271(3 Pt 2):F571-8. 50. Cohen DM, Wasserman JC, Gullans SR. Immediate early gene and HSP70 expression in hyperosmotic stress in MDCK cells. Am J Physiol 1991;261:C594-601. 51. Santos B, Pullman J, Chevaile A, Hebert M, Mogul D, Gullans S. Chronic hyperosmolality induces robust, constitutive expression of stress proteins and confers enhanced tolerance of nephrotoxins and ischemic injury. JASN 1997;Suppl. S:A0618.