História da Educação no Brasil Profª. Ms. Cristina Bachert Bibliografia: – LBD 9394/96, de 20 de dezembro de 1996 – arts. 32, 35 e 36 – Lei Federal n° 11.114, de 16 de maio de 2005. –LIBÂNEO, J, OLIVEIRA, J, e TOSCHI,M. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização, cap. 2. São Paulo: Cortez Editora, 2003. – PILETTI, N. Estrutura e Funcionamento do Ensino Médio. Caps. 1,2 e 3. São Paulo: Editora Ática, 1999. – PILETTI, N. Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental. Cap. 4. São Paulo: Editora Ática, 1998. –SENGE, P. Escolas que aprendem, cap. 1 – São Paulo. Artmed: 2005. Período Colonial:1500 - 1822 • Conquistadores em busca de riqueza, poder e glória (paraíso terrestre). Dispostos a tudo: estavam conquistando almas para o reino de Deus. • Colônia: produtora e fornecedora de matérias-primas e gêneros úteis ao comércio metropolitano e que se pudesse vender com grandes lucros nos mercados europeus. • Povos conquistados (escravos): promessa de um paraíso celeste. Para obtê-lo, renúncia ao seu modo de vida e às suas crenças; submissão total ao conquistador e à vontade dos representantes de Deus na Terra – o papa e o rei. Companhia de Jesus • Fundada em 1534, por Inácio de Loiola. • Parte do movimento de reação da Igreja Católica contra a Reforma Protestante. • Objetivos: - educação das novas gerações; - ação missionária. • Padre Manuel da Nóbrega chegou a Salvador em 1549, com Tomé de Souza (1° governador geral). • Padre José de Anchieta: fundador e 1° professor do Colégio de São Paulo de Piratininga (25/01/1554). Escritor de peças teatrais e poemas. Autor de “Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil” (tupi). Jesuítas no Brasil • Tarefas principais: - Pregação da fé católica: trabalho missionário abria caminho à penetração dos colonizadores; - Trabalho educativo: ao mesmo tempo em que ensinavam as primeiras letras e a gramática latina, ensinavam a doutrina católica e os costumes europeus. • Ensino das primeiras letras: grande capacidade de adaptação. - penetravam com igual facilidade na casa grande dos senhores de engenho, nas senzalas dos escravos e nas aldeias indígenas. - em todos os ambientes procuravam adaptar-se às condições específicas de cada grupo. • Grande influência em todas as camadas da população durante 210 anos. Ratio studiorun • Plano completo dos estudos mantidos pela Companhia de Jesus. Aulas elementares de ler e escrever Letras Humanas Cursos de nível secundário Humanidades Lógica Moral Filosofia e Ciências Metafísica Gramática Latina Retórica Ciências Físicas e Naturais Matemática Curso de nível superior (formação de sacerdotes) Teologia e Ciências Sagradas 17 estabelecimentos de ensino Colégios e seminários 1549: jesuítas Letras humanas Filosofia e Ciências 5 ou 6 anos 3 anos Literário e clássico Ensino Confessional Formalista Período Colonial Ensino Laico 1759: Reforma Pombalina Objetivo: estudo mais útil à Coroa Portuguesa. Aula Régia Unidade de ensino com professor exclusivo para cada disciplina Autônoma e isolada Aulas de latim, retórica, filosofia, geometria, francês e comércio 1750 - 1777 Ações governo centralizar a administração da colônia Controle Primeiro Ministro de Portugal Marques de Pombal Extingue o Sistema de Capitanias Hereditárias Confronto com os jesuítas Brasil: Vice-Reinado Mudança capital de Salvador para o Rio de Janeiro Reforma Pombalina Vice-Rei Aulas Régias Organizar a escola para servir aos imperativos da Coroa e não aos interesses da fé. Não havia currículo Não havia limite para matrícula por aluno Autônoma (administrador) Unidade de ensino Não pertencia a qualquer escola Atribuídas vitaliciamente por indicação, como se fossem títulos de nobreza. O mundo: séculos XVIII - XIX • Política: a burguesia derrota a nobreza e assume o poder do estado (Revolução Francesa / 1789); • Economia: Revolução Industrial (Inglaterra, a partir dos anos 50 – séc. XVIII): máquinas e produção em escala; grande avanço do Capitalismo; condições miseráveis de vida e trabalho nas grandes fábricas. • Social: crescem as grandes cidades; surge a classe dos proletários (trabalhadores assalariados com muitos filhos, sua grande riqueza = força de trabalho). • Cultural: desenvolvimento das ciências humanas – História, Sociologia, Psicologia, Antropologia, etc. Vinda da Família Real para o Brasil (1808 – 1822) Objetivos da Reforma Pombalina passam a ser concretizados no Ensino Médio: formar no Brasil a elite dirigente do país. Cursos criados por D. João VI: - Academia de Marinha; - Academia Real Militar; - Cursos de Anatomia e Cirurgia; - Curso de Agricultura; - Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. - Curso de Cirurgia; - Cadeira de Economia; - Curso de Agricultura; - Curso de Desenho Técnico; - Curso de Química Rio de Janeiro Salvador Constituição outorgada. Fechamento da Assembléia Constituinte Instrução primária garantida a todos os cidadãos, excluindo os escravos Brasil: Estado independente. Período Monárquico E.M Colégio Pedro II (1837) Cursos preparatórios para o Ensino Superior Liceus Provinciais Escolas preparatórias para as academias militares Ensino Técnico (1864) Cursos nas áreas de comércio e agricultura Não foram construídas escolas nem se preparavam professores Escolas Normais (1875) Uma para mulheres e outra para homens. Colégio D. Pedro II 1838-1881: 8 reformas principais em seus estatutos. Duração do curso secundário: 7 anos. Currículo 1º ano História Sagrada, Português, Geografia, Aritmética e Geografia 2º ano Português, Francês, Latim, Matemáticas Elementares 3º ano Português, Francês, Latim, Geografia, Matemáticas Elementares, Aritmética e Álgebra 4º ano Português, Francês, Latim, Geografia e Cosmografia, Matemáticas Elementares 5º ano Português, Inglês, Latim, História Geral, Física e Química. 6º ano 7º ano Alemão, Grego, História Natural e Higiene, Retórica, Poética e Literatura Nacional, Filosofia. Italiano, Alemão, Grego, Português e História Literária, Filosofia, Corografia e História do Brasil. República do Café Com Leite Coronelismo Movimentos Tenentistas Ditadura militar Período Republicano Estado Novo (1937) Deposição Getúlio Vargas (1945) AI-5 (1968) Golpe militar (1969) Nova República (1985) Acordo com forças conserva doras. Ensino primário • Constituição de 1824: “instrução primária é gratuita a todos os cidadãos”. • Não foram construídas escolas nem se preparavam professores. • Escola Normal: fundada em 1875. Escolaridade Obrigatória • Aparece pela 1ª vez na Constituição de 1934; • Atualmente: de 6 a 14 anos / Ensino Fundamental (Lei 11.114 – 16/05/05); • Ensino Médio deve ser oferecido quando há estrutura. 21 reformas no Ensino Médio 1759 - 1996 (LDB 9394/96) Autoritarismo Personalismo Defesa dos interesses de uma minoria em detrimento da população Reformas Ensino Médio (1759 – 1996) 4 D3 T2 C1 0 Império 18921911 19111915 1915 1931 1942 1961 1971 1982 1996 Currículo X Carga Horária Áreas de Conhecimento Monarquia 1ª República Revolução de 30 Comunicação e Expressão 60 % 41,2 % 29,1 % Matemática e Ciências 20 % 27,3 % 33,3 % Estudos Sociais 17 % 13,3 % 20,8 % Outras atividades 3% 18,2 % 16,8 % Lei 9394/96 – 20/12/1996 Capítulo II – Seção I • Artigo 22 – A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Preceitos legais E.F. • Duração: 9 anos, 200 dias letivos anuais, 800 horas anuais; • Calendário: adequado às peculiaridades locais; • Organização diversificada: séries anuais, ciclos, períodos semestrais, grupos não seriados,.... • Classificação dos alunos: por promoção, transferência e reclassificação; • Língua Portuguesa: em todo o território nacional, exceto para as comunidades indígenas, que conservam o direito de utilizar a língua materna de sua tribo para a realização do processo de escolarização. LDB – 9394/96 • Artigo 32 – O ensino fundamental, com duração mínima de nove anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I- o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; LDB – 9394/96 III- o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimento e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV- o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Extensão da Obrigatoriedade • Vertical: número de anos e horas de freqüência obrigatória; • Horizontal: quantidade de crianças em idade de freqüentar a escola efetivamente atendidas; Resolução SE-11, de 11/02/2005 Art. 2° - Na organização curricular do EF, deverá ser assegurado o desenvolvimento da seguinte carga horária: ... II- no ciclo II: a) nas unidades escolares com até dois turnos: 27 aulas semanais, com a duração de 50 minutos cada, totalizando 1080 horas aula anuais; b) nas unidades escolares com três turnos e no período noturno: 20 aulas semanais, com a duração de 50 minutos cada, totalizando 1000 aulas anuais; Educação: contexto atual • Educação e conhecimento: eixos da transformação produtiva e do desenvolvimento econômico. • Não há praticamente lugar para o trabalhador desqualificado, com dificuldades de aprendizagem permanentes, incapaz de assimilar novas tecnologias, tarefas e procedimentos de trabalho, sem autonomia, sem iniciativa, que é especializado em um ofício, que não sabe trabalhar em equipe. Lei n° 11.114 – 16/05/2005 • Artigo 1° – Os artigos 6°, 30, 32 e 87 da Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, passam a vigorar com a seguinte redação: • Art. 6°. É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. • Art. 32°. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante: .... Lei n° 11.114 – 16/05/2005 - Artigo 87 – .... § 3° .... I – matricular todos os educandos a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental, atendidas as seguintes condições no âmbito de cada sistema de ensino: a) plena observância das condições de oferta fixadas por esta Lei, no caso de todas as redes escolares; b) atingimento de taxa líquida de escolarização de pelo menos 95% da faixa etária de sete a catorze anos, no caso das redes escolares públicas; e c) não redução média de recursos por aluno do ensino fundamental na respectiva rede pública, resultante da incorporação dos alunos de seis anos de idade; A sala de aula aprendente A escola aprendente A comunidade aprendente Hoje, de cada 100 alunos que iniciam o ensino fundamental, apenas 31 chegam ao Ensino Médio. Fonte: Informativo MEC julho / agosto 2005 – n° 5 Lei 9394/96 – 20/12/1996 Artigo 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científicotecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Lei 9394/96 – 20/12/1996 Art. 36 – O currículo do ensino médio observará o disposto na seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes: I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania; II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes; III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma Segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição. § 1º - Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que, ao final do ensino médio o educando demonstre: I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; III – domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania. § 2º - O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. § 3º - Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos. § 4º - A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional.