Calculo e Instrumentos Financeiros Parte 1 Pedro Cosme Costa Vieira Faculdade de Economia da Universidade do Porto 2015/2016 Actualizado no dia 14 de Setembro de 2015 1 Apresentação 15 Set. 2 Docentes João Sousa Couto ([email protected]) José Manuel Peres Jorge ([email protected]) Pedro Cosme Costa Vieira ([email protected]) 3 Conteúdo programático 4 Objectivos da Disciplina • 1ª Parte – Taxa de juro, capitalização e desconto – Instrumentos financeiros sem risco: depósitos e créditos bancários; obrigações – Transformação de stocks financeiros em fluxos financeiros (rendas / amortizações) – Preços correntes e preços constantes 5 Objectivos da Disciplina • 2ª Parte – Risco do negócio. Modelos estatísticos. – Instrumentos financeiros com risco: seguros, acções e obrigações com risco de falha – Carteiras de activos: diversificação e alavancagem 6 Objectivos da Disciplina • 3ª Parte • Aplicação dos conceitos Medidas de desempenho de um investimento • VAL + TIR + Q de tobin Instrumentos financeiros • • • • • Aluguer (leasing +renting) Factoring Opções Obrigações Contingentes Swaps 7 Avaliação 8 Avaliação • Avaliação Distribuída – 6 miniteste dos quais contarão os 5 melhores (50%) • • • • 7 perguntas, duração de 15 minutos no princípio da aula 1.º teste => 06-10-2015; 2.º teste => 20-10-2015; 3.º teste => 03-11-2015; 4.º teste => 17-11-2015; 5-º teste => 01-12-2015; 6.º teste => 15-12-2015 – Teste global (50%) • 35 perguntas, 75 minutos, 14h do dia 15 de Jan de 2016 – Para fazer avaliação contínua têm que frequentar pelo menos 75% das aulas (18 aulas). 9 Avaliação • Avaliação por Exame (2 épocas) – 15 e Janeiro 2016 – 5 de Fevereiro 2016 – 70 perguntas, 150 minutos • Pelas 14h do dia 15 de Jan de 2016 • Avaliação contínua q – Quem reprovar na época normal pode repescar o teste global no dia do exame de recurso. – Não existe viculação à avaliação contínua (o aluno pode sempre optar pelo exame). 10 Material de apoio 11 Material de estudo • Existem disponíveis em formato digital www.fep.up.pt/docentes/pcosme/CIF_1EC101 • Contém material de apoio: – Textos que as aulas seguem – Um ficheiro Excel com os exercícios do texto – As apresentações das aulas em Power Point – Ligação às páginas dos anos anteriores 12 Material de estudo • Página do ano passado www.fep.up.pt/docentes/pcosme/CIF_1EC101_2015 www.fep.up.pt/docentes/pcosme/CIF_1EC101_2014 www.fep.up.pt/docentes/pcosme/CIF_1EC101_2013 13 Primeira Aula 17/18 Set. 14 A Economia e as Finanças 15 A Economia e as Finanças • A Economia trata da afectação dos recursos escassos. • Partindo dos Recursos Naturais, a Economia vai estudar como, num processo encadeado, esses recursos escassos se vão transformar em bens que promovem o bem-estar das pessoas. • Assim, pode ser entendida como o Estudo do Circuito Económico que começa nos Recursos Escassos e acaba na lixeira. 16 A Economia e as Finanças 17 A Economia e as Finanças • As finanças não tratam directamente com os recursos escassos mas ria um sistema de titularização desses R.E. – Esses títulos autonomizam-se e passam a ser transaccionados como se fossem recursos escassos • A moeda é um exemplo de um título que representa recursos escassos – O valor da moeda vem de, com ela, se poderem adquirir recursos escassos 18 A Economia e as Finanças • Os activos financeiros têm menores custos de posse e de transacção. • Os AF podem dar origem a outros activos financeiros (produtos estruturados) 19 A Economia e as Finanças • Mercados Completos • As transacções de Activos Financeiros pretendem levar recursos do presente para o futuro e vice-versa • Isso traduz que os mercados financeiros são completos – Transaccionam-se bens que só estarão disponíveis no futuro 20 Crédito / Débito = Contratos de Mútuo 21 O contrato de crédito/débito • Sempre que alguém empresta outra pessoa tem que pedir emprestado. – O crédito tem como preço o juro • Ex.1.1. Empresto 10 galinhas a um vizinho que me dá 11 galinhas daqui a um ano. – i) Determine a taxa de juro anual – ii) Determine quanto receberia se, à mesma taxa de juro, emprestasse 20 galinhas. 22 O contrato de crédito/débito • R. i) Sendo V0 o capital inicial, Vf o capital final e r a taxa de juro anual, teremos a relação Vf = V0 + V0 * r = V0 * (1 + r). • No exemplo, a taxa de juro resolve • 11 = 10×(1 + r) r = 10%/ano. 23 O contrato de crédito/débito • ii) Assumido que a taxa de juro de 10%/ano se mantém, quando empresto 20 galinhas, receberia • = 20 * (1 + 10%) = 22 galinhas. 24 O contrato de crédito/débito • Os empréstimos são denominados em numerário mas, de fato, traduzem empréstimos de recursos escassos. • Ex.1.2. Um capitalista tem 100 ovelhas que vai emprestar em troca de 750kg de queijo mais 100 ovelhas no fim de um ano. Supondo que o preço de cada ovelha é 250€ e que o preço do queijo é 5€/kg, determine a taxa de juro anual deste contrato. 25 O contrato de crédito/débito R. Empresto hoje 100*250 = 25000€ Recebo daqui a um ano 750*5 + 100*250 = 25000€+3750€ A taxa de juro resolve: Vf = V0 * (1 + r) r = (Vf – V0)/V0 = Vf / V0 – 1 = 28750/25000 – 1 = 15% 26 O contrato de crédito/débito • Se todas as pessoas fossem iguais e tivessem acesso aos mesmos recursos escassos, não haveria necessidade de pedir recursos emprestados – Sempre que alguém empresta (Credor) outra pessoa tem que pedir emprestado (Devedor) • As pessoas têm que ser diferentes 27 O contrato de crédito/débito • Existem três razões principais para transaccionar créditos/débitos. – O ciclo de vida das pessoas – Poder ocorrer um período de “desemprego” ou de despesas acrescidas (e.g., doença) não correlacionado com as outras pessoas – O capital ser produtivo e as pessoas estarem especializadas em aforradores e investidores 28 O Ciclo de Vida 29 O ciclo de vida • Uma das mais obvias razões para a existência de empréstimos é o ciclo de vida das pessoas. – As pessoas precisam de consumir sempre – Existem longos períodos em que não têm rendimento (quando crianças e “velhos”) 30 O ciclo de vida 31 O ciclo de vida • As pessoas, quando crianças, não têm rendimento suficiente para sobreviver, pedindo recursos emprestados – Em média, é-se “criança” durante 20 anos • Quando trabalham, pagam as dívidas (de criança) e poupam alguns recursos (para a velhice) – Em média, é-se activo durante 45 anos 32 O ciclo de vida • Quando reformados, não geram rendimento suficiente para sobreviver, mas têm os recursos que pouparam – Em média, a reforma dura 20 anos • Esses recursos vão-se esgotando 33 Contingências futuras Haver uma redução do rendimento ou um aumento da despesa 34 O desemprego • O trabalho é a fonte mais importante de rendimento das famílias. – 55% do PIB são salários – São 67% do produto interno liquido • Existe o risco da pessoa poder ficar desempregada. – A probabilidade será de 10%/ano 35 O desemprego • E, depois, demora alguns meses a encontrar novo emprego – Em média, 12 meses • E o salário é menor que o anterior – Inicialmente ganha-se menos 15% • Será necessário poupar recursos para essa eventualidade. – Deverá haver uma poupança 12 salários. 36 O desemprego • Como nem todas as pessoas ficam desempregadas ao mesmo tempo – Enquanto trabalhamos emprestamos ao “colectivo” que nos devolve as poupanças em caso de ficarmos desempregos. – Quando ficamos desempregados podemos pedir emprestado ao “colectivo” e devolver a verba quando arranjarmos emprego. 37 Cataclismos • Podem ocorrer imponderáveis – O indivíduo pode adoecer, ficando sem poder trabalhar (menos rendimento) e necessitando de tratamento médico (mais despesa). – Pode ter um acidente de automóvel, necessitando de pagar a reparação. – Pode ter um incêndio em casa. • É necessário ter uns activos de lado (ou pedir emprestado na adversidade) 38 O capital ser produtivo 39 O capital é produtivo • O trabalho torna-se mais produtivo se for auxiliado por capital – máquinas e ferramentas, solo agrícola, etc. • Se um indivíduo poupar (aumentando a quantidade de capital), aumenta o seu rendimento – A produtiva por pessoa aumenta 40 O capital é produtivo • Também existem bens que custam “muito dinheiro” e duram muito tempo – Casas, carros, frigoríficos, televisores, etc. • Estes bens “produzem” utilidade – As pessoas, sem dinheiro, estão disponíveis para pedir empréstimos e pagar um pouco todos os meses. 41 Os stocks degradam-se 42 Os stocks degradam-se • Não é possível guardar coisas para quando formos velhos, – A comida apodrece – A roupa passa de moda – Os automóveis ganham ferrugem • Não é possível ter stock negativo. – As crianças não podem antecipar o rendimento futuro com um stock negativo 43 Os stocks degradam-se • Poupar é principalmente emprestar, – Os adultos activos emprestam às crianças e as criança pagam as dividas quando se tornarem activas – Os adultos activos fazem uma poupança de segurança emprestando a outras pessoas – Os aforradores emprestam aos empreendedores • Comprar um frigorífico também é poupar 44 A moeda 45 O empréstimo em dinheiro • Numa sociedade “atrasada”, – Armazenam-se bens – Emprestam-se bens e serviços • Numa sociedade com moeda, emprestamse somas denominadas em moeda – A moeda é a unidade de valor mas não é o recurso poupado. 46 O empréstimo em dinheiro • Poupar dinheiro não é o mesmo que poupar recursos escassos – A moeda não é um recurso escasso • Para pouparmos dinheiro, primeiro temos que deixar de consumir recursos (B & S) • A pessoa a quem emprestamos vai consumir esses recursos escassos. 47 O empréstimo em dinheiro • Poupar em termos agregados reduz-se a – Aumentar os stocks – Aumentar o capital • Máquinas, Ferramentas, imóveis, estradas, portos, electrodomésticos, carros (todo o bem que dura mais do que um ano). – Aumentar a escolaridade • É o capital humano – Inovação e desenvolvimento tecnológico 48 O empréstimo em dinheiro • Como as relações entre moeda e crédito fazem confusão nas pessoas • Os alunos têm o texto: • Vieira, PCC (2013), Fundamentos de um sistema monetário, pp. 1-25, FEP:Porto 49 Poupança Agregada 50 Poupança Agregada • Quando umas pessoas poupam para que outras possam consumir, não há poupança no agregado. • Só há poupança agregada numa economia quando o capital aumenta ou quando aumenta o crédito ao exterior 51 Poupança Agregada • O crédito ao exterior agrega-se na Balança Corrente – Quando a BC é positiva, a economia está a emprestar recursos ao exterior – Quando a BC é negativa, a economia está a pedir recursos ao exterior 52 Poupança Agregada – A Balança Corrente da Zona Euro está superavitária (positiva) 53 Poupança Agregada – A Balança Corrente portuguesa esteve gravemente deficitária (negativa) 54 A taxa de juro 55 A taxa de juro • Como as pessoas são heterogéneas, haverá sempre algumas que precisam de pedir dinheiro emprestado – As crianças, os desempregados e as vítimas de acidentes – Os empreendedores • Outras que precisam de guardar dinheiro – Os indivíduos activos e empregados. (dinheiro, traduz recursos escassos) 56 A taxa de juro • O mercado de crédito tem a taxa de juro como preço e a quantidade de poupança/crédito como quantidade. • É a taxa de juro que equilibra o mercado – Se houver menos pessoas a querer poupar ou mais pessoas a quererem-se endividar, a taxa de juro sob para equilibrar as vontades dos agentes económicos 57 A taxa de juro • A taxa de juro é um “preço” de mercado e não um instrumento de política económica • A desenvolver na Microeconomia 58 A taxa de juro • Quando eu empresto uma quantidade de dinheiro, não vou receber a mesma quantidade – A diferença denomina-se por JURO • O Juro é a remuneração de o aforrador adiar o consumo, é o custo do devedor antecipar o consumo. 59 A taxa de juro • Por exemplo, eu empresto 5000€ a um familiar – O que eu poupo são os recursos que deixei de consumir para ter esta soma de dinheiro – O que empresto são esses recursos • Daqui a 10 anos recebo 7500€. • É o capital, 5000€, mais 2500€ de juros (50%). 60 A taxa de juro • O juro, em tese, tanto poderá ser positivo como negativo. • Há razões para justificar ser positivos e razões para justificar ser negativo • Historicamente é positivo 61 A taxa de juro • Hoje faço anos e deram-me 1000€ – Hipótese 1: entregam-mos agora. – Hipótese 2: entregam-mos daqui a 10 anos. • Qual das hipóteses será preferível? 62 A taxa de juro • Quem preferir a hipótese 1 então, exige uma taxa de juro positiva – Podia depositá-lo, recebendo juros – O dinheiro vai desvalorizar – O doador pode morrer (e a oferta falhar) 63 A taxa de juro • É historicamente positiva por três razões – Existe uma remuneração real • As pessoas preferem o presente ao futuro • O capital é produtivo: existem empreendedores • Há concorrência pelo capital escasso – Há inflação • Se o capital é denominado em euros, como os preços aumentam, há necessidade de corrigir a perda de poder de compra dos euros. – Há risco de incumprimento • É uma lotaria 64 A taxa de juro real (acabei aqui a 1 semana) 65 Juro real – Quantifica o aumento do poder de compra – Quando emprestei os 5000€, esse dinheiro dava para viver durante 200 dias. Quando receber os 7500€, penso conseguir viver 250 dias. – Então, o juro real durante os 10 anos é de “viver 50 dias”, 25% 66 Juro real – A taxa de juro real tende a ser positiva porque – o capital é produtivo. • e.g., um agricultor se cavar com uma enxada consegue produzir mais do que se o fizer com apenas um pau. – O capital é escasso • Como o crédito são recursos escassos poupados, existe concorrência por esses recursos. 67 Juro real – É preferível consumir hoje. – As pessoas preferem o Presente ao Futuro • No Futuro estamos mortos • No Futuro estamos velhos pelo que não retiramos tanta utilidade do consumo – Quem faz o sacrifício de não consumir no presente precisa ser “remunerado”. – Quem tem o benefício de consumir o que não tem (ainda) tem que “pagar”. 68 Juro real • Inicialmente tenho V0 euros – Supondo que os preços se mantêm e que não existe risco, para uma taxa de juro R% – Terei no fim do período V1 = V0(1+ R) Ex., para V0 = 10000€ e R = 10%, terei V1 = 10000*(1+ 10%) = 11000€ 69 A Inflação 70 Inflação • O crédito é denominado em euros • O valor do dinheiro resulta de podermos comprar bens e serviços. – Como existe inflação, a quantidade de bens que posso comprar com um Euro diminui com o tempo. • Para comprar o mesmo, preciso receber mais dinheiro • A taxa de juro tem que incluir a inflação 71 Inflação – Taxa de inflação anual na Zona Euro (dados: BCE) 72 Inflação • Inicialmente tenho V0 euros • Os preços, em média, aumentam %. • Para no fim do período poder comprar os mesmos bens temos esta igualdade: • V0 / P = V1 / [P x (1+ )] Então: V1 = V0*(1+ ) 73 Inflação • Emprestei 15000€ ao um amigo com a obrigação de me pagar de taxa de juro a taxa de inflação que se vier a apurar. Sendo que a taxa de inflação foi de 5,5%, quanto terei que lhe pagar? • R. Vf = Vo *(1+ ) Vf = 15000€ *(1+5,5%)=15825€ 74 Inflação • A taxa de juro, r, tem que incluir a parte real, R, e a inflação: V1 = [V0(1+ R)](1+ ) V1 = V0(1+ R)(1+ ) Com apenas uma taxa de juro V1 = V0(1+ r) resulta r = (1+ R) (1+ ) - 1 75 Inflação • Emprestei 25000€ a um empreendedor que me vai pagar de taxa de juro a taxa de inflação prevista (de 2,0%/ano) e ainda uma remuneração real de 3,5%/ano. • i) Determine quanto vou receber ao fim de um ano • ii) Determine a taxa de juro 76 Inflação i) Vou receber =25000*(1+2,0%)*(1+3,5%) =26392,50€ ii) a taxa de juro é =26392,50/25000-1 =5,570% =(1+2,0%)*(1+3,5%)-1 77 Segunda Aula 22 Set 78 Risco de incumprimento 79 Risco de incumprimento – O Futuro é incerto. – Quando eu empresto dinheiro, estou a pensar receber o dinheiro mais os juros – Mas posso não receber nenhum deles • Ou receber apenas parte – A obrigação pode não ser cumprida 80 Risco de incumprimento – Vamos supor que eu emprestei V0 euros e vou receber (penso eu) V1 euros. – Existindo a probabilidade p de eu não receber nada, para, em média, ficar equivalente, terei que contratar uma taxa que corrija este risco V0 = 0 x p + V1 x (1 - p) V1 = V0 / (1 - p) p >= 0 V1 >= V0 81 Risco de incumprimento • O risco acresce à taxa de juro real e à correcção da taxa de inflação V1 = {(V0(1+ R))(1+ )}/(1- p) • Então, a taxa de juro contratada será V1 = V0(1+ i) i = (1+ R)(1+ ) / (1- p) - 1 82 Risco de incumprimento • Um aforrador emprestou 5000€ a um vizinho exigindo um aumento do poder de compra de 2,5%, pensando que no próximo ano a taxa de inflação é de 1,3% e que o risco de não receber nada é de 2,0%. – i)De quanto deverá ser a taxa de juro do contrato? – Ii) Quando dinheiro vai receber? 83 Risco de incumprimento • i) A taxa de juro contratada terá que ser • =(1+1,3%)*(1+2,5%)/(1-2,0%)-1 • = 5,952% • ii) Irá receber: =5000€*(1+5,952%) = 5297,58€ com prob. 98,0% =0€ com prob. de 2,0% 84 Risco de incumprimento • Para taxas de juro pequena podemos aproximar • (1+ R) (1+ ) / (1- p) – 1 R + + p • Mas é uma aproximação. 85 Risco de incumprimento • O exemplo daria • =1,3%+2,5%+2,0%=5,8% (em vez de 5,952%) • =5000*(1+5,8%) = 5290,00€ (em vez de 5297,58€) • Não podemos afirmar que o aforrador vai receber 5297,58€ pois pode receber 0€! 86 Exercício 87 Risco de incumprimento • 1) Eu empresto 1000€ – pretendo uma taxa de juro real de 6% – a inflação prevista é de 8% – o risco de incumprimento é de 10%. • Qual deverá que ser a taxa de juro exigida neste contracto? • Qual o capital final que vou receber? 88 Risco de incumprimento i = (1+ 6%)(1+ 8%) / (1- 10%) – 1 = 27,2% V1 = 1000 (1+ 6%)(1+ 8%) / (1- 10%) = 1000 (1+ 27,2%) = 1272€ com probabilidade de 90% (0€ com probabilidade de 10%) A taxa de juro é 27,2% 6% + 8% + 10% = 24% é bastante < 27,2% 89 Risco de incumprimento • O Credit Scoring é uma técnica de estimação da probabilidade de incumprimento de cada cliente. • O Score é um índice que resulta de somar os efeitos de várias variáveis • Este tema será desenvolvido em Gestão da Informação 90 Evolução histórica da taxa de juro 91 A taxa de juro • Poderá a taxa de juro ser negativa? – Haver deflação – Haver poucas criancinhas e poucos empresários, não há a quem emprestar dinheiro • i.e., se não houver crescimento económico – Haver muito risco de os bens e dinheiro que guardo em casa poderem ser roubado 92 A taxa de juro • Se eu puder guardar notas sem custo (não haver risco de roubo), • a taxa de juro de somas denominadas na moeda nunca poderá ser negativa pois eu posso meter as notas debaixo do colchão 93 A taxa de juro • Historicamente, os efeitos “negativos” são menores que os efeitos “positivos” – Há uma tendência secular de crescimento económico • Historicamente, a taxa de juro é positiva 94 A taxa de juro 14 12 10 Portugal 8 Spain 6 UK 4 Germany 2 0 1995 2000 2005 2010 2015 • Evolução da taxa de juro da divida pública portuguesa, espanhola e alemã (Euros) e UK a 10 anos Jan1993/Jul2015 (dados: Banco Central Europeu, “Long-term interest rate for convergence purposes...”, percentagem por ano) 95 Unidades do juro 96 A taxa de juro • Os preços das coisas são em €/kg • O preço do crédito (o juro) é uma percentagem por unidade de tempo. • e.g., 0.10€ por cada 1.00€ e por cada ano – É uma taxa de juro de 10% por ano 97 A taxa de juro • Como o juro incorpora 3 elementos – A remuneração do capital (o juro real) – A inflação – O risco de não cobrança • Em termos de taxas temos, num ano Vfinal = Vinicial x (1+ ) x (1 + R) / (1 - p) 1+ r = (1+ ) x (1 + R) / (1 - p) 98 Exercício • 2) Eu empresto 1000€, durante 1 ano. – A inflação (prevista) é de 2% por ano – O juro real (acordado) é de 1.5% por ano – O risco de não cobrança é de 3% por ano • Qual deverá ser a taxa de juro? • Quanto dinheiro vou receber? 99 Exercício A taxa de juro deve ser de 6,687%: 1+r = (1+ 0,02) * (1 + 0,015) / (1 – 0,03) r = 6,687% por ano Devo exigir receber (daqui a um ano) V1 = 1000 x (1+ 0.02) x (1 + 0.015) / (1 – 0.03) V1 = 1000 x (1+ 6.687% ) = 1066.87€ com 97% de prob. Os juros serão 66,87€. 100 Exercício Vou receber 1066,87€ com probabilidade de 97%. 0,00€ com probabilidade de 3%. A soma das parcelas daria 6,500% 2,0%+1,5%+3,0% = 6.5% A taxa correcta é 6,687% Quanto mais pequenas forem as parcelas, menor será a diferença 101 A taxa de juro e o prazo (fiquei aqui) 102 A taxa de juro • Assumir um juro proporcional à duração do tempo e à quantidade emprestada tem problemas – O risco de grandes somas é mais que proporcional ao risco das pequenas somas • Por causa da diversificação do risco – O risco de longos prazos é mais que proporcional ao risco dos curtos prazos • O futuro distante é menos previsível 103 A taxa de juro • Mesmo assim, usa-se como referência para o juro uma taxa por unidade de tempo, normalmente o ano. – e.g. 4.47%/ano • Podendo haver ajustamentos ao prazo e ao valor – prazos mais longos terão uma taxa de juro mais elevada por ano 104 Taxas de referência 105 EURIBOR – É a taxa de juro por ano que os bancos sem risco (first class credit standing) emprestam euros entre si • De todos os contractos retiram-se os melhores e os piores 15% • Reuters calcula a média dos restantes 70% – É uma referência nos contratos com taxa de juro variável (e.g., crédito à habitação). 106 EURIBOR EURIBOR a 6 meses entre Jan2000 e Ag2015 107 EURIBOR • Taxa EURIBOR – Como é uma taxa sem risco, os particulares acrescem um Spread à sua taxa que é a previsão que o credor tem do risco de não cobrança de cada cliente. – Os depositantes recebem menos que a EURIBOR – “pagam” os serviços bancários 108 Terceira Aula 24/25 Set 109 Capitalização 110 Capitalização • A taxa de juro é referida a uma unidade de tempo, normalmente um ano. – Se a duração do contrato for de vários anos mas os juros forem pagos no final de cada ano – Estamos sempre a voltar à situação inicial. • Esta é a situação dita normal. 111 Capitalização • Emprestei 1000€ em 1/1/2013 à taxa de juro de 3,500%/ano pelo prazo de 5 anos. Data 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015 31/12/2016 31/12/2017 Recebo -> 35,00€ -> 35,00€ -> 35,00€ -> 35,00€ ->1035,00€ Capital 1000€ 1000€ 1000€ 1000€ 0€ 112 Capitalização • Se os juros forem pagos apenas no fim do prazo contratado (de vários anos) • Cada ano, o capital em dívida vai aumentando • Esta é a situação capitalizada. 113 Capitalização simples 114 Capitalização simples • Neste caso, desprezamos os juros dos juros. • É como se cada ano recebêssemos os juros. 115 Capitalização simples • No final de n anos, receberemos Jtotal = Vo n r Vfinal= Vo +Jtotal = Vo (1+ nr) rtotal = n r r é a taxa de juro anual nominal 116 Exercício • Ex.1.4. Um empréstimo de 15k€ a 3 anos à taxa de juro nominal fixa de 2,50%/ano e que os juros seriam pagos no final do prazo com capitalização simples. • Qual o capital final a pagar? • Quanto será pago de juros? 117 Exercício • • • • R. O capital final a pagar será: =15000*(1+3*2,50%) =15000*(1+7,50%) =16125€ • De juros serão pagos: • =15000*7,5% = 1125€ 118 Exercício • Ex.1.5. Um empréstimo de 15M€ a 3 anos em que os juros são pagos no fim do período, capitalização simples. – Spread de 2 pontos percentuais • A taxa de juro foi 0,754%/ano; 0,617%/ano e 0,465%/ano, respectivamente. • Qual o capital final a pagar? 119 Exercício • R. O capital final a pagar será de: =15000*(1 + 2,754% + 2,617% + 2,465%) = 16175,40€. Os juros serão: =15000*(2,754% + 2,617% + 2,465%) = 1175,40€. 120 Período de tempo fraccionário Se a duração do empréstimo for menor que a unidade de tempo (normalmente, o ano), com capitalização simples, divide-se o juro proporcionalmente ao tempo. 121 Período de tempo fraccionário Ex.1.6. Emprestei 25000€ durante 3 meses à taxa de juro de 3,760%/ano. Com capitalização simples, quanto será o capital final? Quanto será o valor de juros? 122 Período de tempo fraccionário R. O capital final será =25000 * (1+3,760%*0,25) = 25235,00€. Os juros serão: =25000 * (3,760%*0,25) = 235,00€ 123 Período de tempo fraccionário Ex. Emprestei 1000€ durante 25 dias à taxa de juro de 2%/ano. Com capitalização simples, quanto vou receber no fim do prazo? =1000 x (1 + 0,02 * 25/365) = 1001.37€ 124 Capitalização Composta 125 Capitalização Composta • Neste caso, são contabilizados os juros dos juros. • É a forma correcta de calcular os juros mas, por imposição legal, pode ser necessário usar a capitalização simples 126 Capitalização • Emprestei 1000€ em 1/1/2013 à taxa de juro de 3,500%/ano pelo prazo de 5 anos. • Sabendo que o capital e juros são pagos no fim do prazo e que a capitalização é composta, determine • i) o capital final a pagar. • ii) o total de juros pagos. 127 Capitalização • Em T= 0, o capital são 1000€ • Em T= 1 (ao fim do primeiro ano) juntei ao capital 35€ de juros, =1000€*3,5%: =1000,00€*(1+3,5%) = 1035,00€ 128 Capitalização • No instante 2 (ao fim do segundo ano) juntei ao capital 36,23€ de juros, =1035€*3,5%: =1035,00€*(1+3,5%) = 1071,23€ 129 Capitalização • Continuando, teria ao fim dos 5 anos =1000*(1+3,5%) *(1+3,5%) *(1+3,5%) *(1+3,5%) *(1+3,5%) = 1000*(1+3,5%)^5 =1187,69€ 130 Capitalização • O óptimo é fazer isto no Excel • Vou fazer uma Conta Corrente 131 Capitalização • Emprestei 1000€ em 1/1/2014 à taxa de juro de 3,500%/ano pelo prazo de 5 anos. 132 Capitalização • C2: =B2*3,5% • B3: =B2+C2 • Depois, copio estas formulas ao longo das colunas e elas vão-se adaptando 133 Capitalização Composta • Cada ano, os juros acrescem ao capital Jt+1 = Vt r Vt+1 = Vt + Vt r = Vt (1+ r) • No ano seguinte, vencem juros. Vt+2 = Vt+1 (1+ r) = Vt (1+ r) (1+ r) = Vt (1+ r)2 134 Capitalização Composta • A capitalização simples despreza as parcelas de ordem superior( r2 = os juros dos juros). Vt+2 = Vt (1+ r)2 Vt+2 = Vt (1+2 r + r2) Se r for pequeno, r2 é insignificante 135 Capitalização Composta • Cada ano, os juros acrescem ao capital, no final de n anos, receberemos Vfinal = Vinicial (1 + r)n, A taxa de juro total a receber no final dos n anos vem dada por: Vinicial (1 + rtotal) = Vinicial (1 + r)n, rtotal = (1 + r)n - 1 136 Exercício • Ex.1.8. Emprestando 25M€, a 5 anos à taxa de 5% ao ano, juros e capital a pagar no fim dos 5 anos com capitalização composta. i) Qual o capital final a receber ii) Determine a taxa de juro dos 5 anos e compare com a capitalização simples. iii) Qual a taxa de juro para, em capitalização simples, dar o mesmo capital final. 137 Exercício • i) O capital final a receber será 25000 (1 + 5%)5 = 31907,04€ • ii) A taxa de juro do contrato será (1+5%)5 –1 = 27,628% com capitalização simples seria menor = 5x5% = 25% 138 Exercício • iii) Para nos 5 anos resultar os mesmos juros usando capitalização simples, a taxa de juro nominal teria que ser maior: =27,628%/5 =5,526%/ano (e não 5,000%/ano) 139 Referências amarradas • Ex.1.9. Num crédito a 3 anos de taxa de juro variável, juros e capital pagos no fim do prazo. • A taxa de juro de 0,754%/ano; 0,617%/ano e 0,465%/ano, a que acrescentam 2 pp. • Qual o capital final a pagar com – Capitalização simples e composta – O total de juros dos juros 140 Referências amarradas • Vou fazer no Excel para introduzir as referências amarradas. • Já vimos que, quando copiamos as expressões, as referências mudam – Acrescenta um número se copiamos para baixo – Acrescenta uma letra se copiamos para a direita • Se amarrarmos com $, a referencia não muda 141 142 Referências amarradas • C9: =B9+B$7/100 D9: =C9 E9: =1+C9 • Copiava as 3 expressões até à linha 11 • • • • D12: =B6*(1+D9+D10+D11) E12: =B6*E9*E10*E11 D13: =D12-$B$6 e copiava para E13 E14: =E13-D13 143 Conta Corrente • Vou usar uma conta corrente em que, em vez de usar um instante de tempo, vou considerar anos em que cada ano tem um início (0h00 do dia 1Jan) e um fim (24h00 do dia 31Dez) O instante 24h00 do dia 31Dez do ano 1 é igual ao instante 0h00 do dia 1Jan do ano 2 144 Conta Corrente • C21: =B21+B$7/100 E21: =D21*C21 • F21: =D21+E21 D22: =F21 145 Quarta Aula 29 Set 146 Tempo fraccionado 147 Período de tempo fraccionado • Na expressão da taxa de juro capitalizada de forma simples: rtotal = n*r • Já vimos que n pode ser uma fracção do ano, por exemplo, um mês. • Ex. Para uma taxa de juro de 4,5%/ano, termos =4,5%/12 = 0,375%/mês 148 Período de tempo fraccionado • Na expressão da taxa de juro capitalizada de forma composta: rtotal = (1 + r)n - 1 • O número de anos é inteiro. • No entanto, também podemos extrapolar o conceito de capitalização composta a fracções do ano. 149 Exercício • A taxa anual é a capitalização 12 meses da taxa mensal r.anual = (1 + r.mensal)^12 -1 r.mensal =(1+ r.anual) ^(1/12) -1 • Ex. Uma taxa de juro anual de 4,5%/ano corresponde a uma taxa mensal de: =(1+4,5%)^(1/12) – 1 = 0,367481%/mês 150 Exercício • Se capitalizarmos esta taxa 12 meses, teremos que obter a taxa de juro anual de 4,5%/ano: =(1+ 0,367481%/)^12 – 1 = 4,500001%/ano Tem um erro de arredondamento 151 Período de tempo fraccionário • Posso passar de uma unidade de tempo qualquer para outra, por exemplo, ano para trimestre. • Ex. Emprestei 1000€ durante 3 meses a uma taxa anual de 5,000%/ ano, quanto vou receber de juros (cap. composta): 152 Período de tempo fraccionado i = (1 + 5,000%)^0,25 – 1 = 1,227%/trim – 3 meses correspondem a 0,25 anos. • Vou receber 12,27€ de juros • Se capitalizasse esta taxa 4 vezes, obtinha os 5,000%/ano (aproximadamente, por causa do arredondamento) =(1 + 1,227%)4 – 1 = 4,999073%/ano 153 Período de tempo fraccionado • Num empréstimo a 5 anos, foi acordada uma taxa de juro total de 25%. Supondo que os juros são pagos trimestralmente, qual será a taxa de juro trimestral? – Vou passar de 5 anos para trimestral 154 Período de tempo fraccionado • R. Um trimestre será 1/20 do período total do contrato pelo que a taxa de juro trimestral será dada por (1 + 25%)^(1/20) – 1 = 1,122%/trimestre. 155 Valor Futuro 156 Valor Futuro = Valor capitalizado • Muitas vezes eu tenho que comparar recursos escassos disponíveis em períodos de tempo diferentes. • O mais simples é comparar uma soma disponível no presente com outra soma disponível daqui a n anos. 157 Valor Futuro • Umas tias propõem-se a dar-vos agora 1000€ ou 1200€ quando acabarem a licenciatura. • É preciso comparar estas duas somas que estão disponíveis em instantes diferentes? • O que será melhor? 158 Valor Futuro = Valor capitalizado • Para comparar vou usar a taxa de juro como “taxa de câmbio” entre o presente e o futuro. • O valor futuro é o valor capitalizado do valor presente 159 Valor Futuro • 1.16. Umas tias propõem-se a dar-vos agora 1000€ ou 1200€ quando acabarem a licenciatura. • Supondo que conseguem financiamento / depositar a uma taxa de juro de 10%/ano, qual a soma de dinheiro mais apetecível? 160 Valor Futuro • R. O valor futuro dos actuais 1000€ daqui a 3 anos será 1000(1+10%)^3 = 1331€ que é maior que os 1200€ Os 1000€ agora valem mais que os 1200€ daqui a 3 anos • Então, será melhor receber os 1000€ já. 161 Valor Futuro Ex.1.12. Um indivíduo deposita no início de cada mês 250€ durante 480 meses. – As prestações são antecipadas Antecipada -> paga no principio do período Postecipada -> paga no fim do período 162 Valor Futuro Para uma taxa de juro de 4%/ano, determine o valor futuro total das parcelas poupadas (i.e., quanto dinheiro terá no fim dos 480 meses). 163 Valor Futuro Vou fazer uma conta corrente no Excel: 164 Valor Futuro Uso a ferramenta “Series” para preencher os meses de 1 até 480. B5: =B$2; C5: =B5+E4; D5: =C5*B$1 e E5: =C5+D5 e copio até à linha 484. O resultado capitalizado está na célula E484 (que formatei a amarelo). 165 Valor Futuro A conta Corrente, sendo conceptualmente simples, está menos sujeita a erros de análise. 166 Valor Futuro Também posso calcular o valor futuro (capitalizado) de cada prestação: O valor futuro de 250€ depositados no início do mês m é ( 480m1) VFm 250.(1 0,327374% ) O +1 é por o depósito ser “antecipado” 167 Valor Futuro Tenho que somar as 480 parcelas O valor futuro total valerá 480 VF 250(1 0,327374% ) ( 480 i 1) i 1 Resolvo no Excel. 168 Valor Futuro G5: =B5*(1+$B$1)^(480-A5+1) e copio em coluna C485: =SUM(G5:G484) 169 Referencia para taxas de juro de longo prazo • Ex.1.13. Investimento = 200M€, arrendamento pago no fim de cada ano, crescente à taxa de inflação prevista pelo BCE (1,90%/ano), • Amortização em 50 anos • Taxa de juro é a taxa austríaca a 50 anos mais um spread de 2,0 pontos percentuais. 170 Valor Futuro • Taxa de juro austríaca a 50 anos do dia de assinatura do contrato foi de 1,728%/ano. 171 Valor Futuro • Nas células a verde estão as expressões, B5: =B2+B3; D8: =B8*B$5; E8: =B8C8+D8; B9: =E8 e C9: =C8*(1+B$4), que copio para baixo. • Finalmente, uso a ferramenta Goal Seek. • A primeira prestação são 6,208M€ e a última são 15,613M€. 172 Quinta Aula 1 Out 173 Valor Actual Desconto 174 Desconto • Sendo que capitalizar é andar para a frente no tempo • Descontar é andar para trás no tempo • É, na taxa de juro capitalizada de forma composta: rtotal = (1 + r)n - 1, assumir um número negativo de anos 175 Desconto = Valor passado • Em termos económicos, pode traduzir o valor passado de uma quantidade de dinheiro presente – Eu recebi hoje 1000€ de um valor que emprestei há 10 anos a 4% ao ano. Qual o capital que eu emprestei? 176 Desconto = Valor actual 1000 V * (1 4%) 10 V 1000* (1 4%) 10 V 675,56€ • Também pode traduzir o valor actual (no presente) de uma quantidade de dinheiro que vou ter disponível no futuro 177 Desconto = Valor actual • Ex. No meu emprego, vão-me dar de prémio 100€, pagos daqui a 10 anos. • Para uma taxa de juro de 6% ao ano, esses 100€ de daqui a 10 anos valem no presente 100€ x 1,06^-10 = 55,84€. 178 Desconto = Valor actual • Em termos financeiros traduz que existe uma equivalência entre os 100€ futuros (disponíveis daqui a 10 anos) e os 55,84€ disponíveis agora 179 Desconto = Valor actual • Ex.1.18. Numa linha de crédito LTRO do BCE com taxa de juro de 1,0%/ano, um banco pediu um crédito a 3 anos para o qual usa como garantia um conjunto de créditos imobiliários no valor de 100M€. • O BCE usa nos créditos imobiliários deste tipo uma taxa de desconto de 10%/ano • Determine o valor máximo que o banco conseguirá obter de crédito. 180 • Os 100M€ vão ter que ser descontados (aos presente) à taxa de 10%/ano. • C0 = 100*(1+10%)^-3 = 75,131M€ • Conseguirá, no máximo, um crédito de 75,131M€ (um desconto de quase 25%). • No final dos 3 anos, se o Banco no entretanto falir, os activos ficam para o BCE (no valor de 100M€ ou já poderão estar desvalorizados). 181 Desconto = Valor actual • Ex.1.22. Um indivíduo depositou num banco em 1940 uma soma. Sendo que decorridos 68 anos o banco devolveu 1milhão€ em 2008, para uma taxa de desconto de 3,5%/ano, qual terá sido a soma depositada? 182 Desconto – Valor actual V 1000000* (1 3,5%) 68 V 96395,38€ • R. Descontando 1milhão€ para 1940, temos = 96395.38€. 183 Desconto = Valor actual • Ex.1.21. Um sortudo ganhou numa lotaria um prémio e deram-lhe a escolher receber 350k€ agora ou 1000€ no fim de cada mês dos próximos 50 anos. • Determine a taxa de juro implícita nesta opção 184 Desconto = Valor actual R. Vou descontar cada um dos 1000€ ao presente, somá-las todas e aplicar a ferramenta atingir objectivo. 185 Desconto = Valor actual B2: =(1+B1)^(1/12)-1; B6: =B$3; C6: =B6*(1+B$2)^-A6; C4: =SOMA(C6:C605) 186 Desconto = Valor actual Goal Seek = Atingir Objectivo Menu Data+ Data Tools + what if analysis 187 Desconto = Valor actual • Ex. Uma empresa pretende comprar ou arrendar um terreno num contrato de 150 anos para a produção de cortiça. • A plantação custa 1000€/ha • A manutenção custa 100€/ha/ano • A cortiça retira-se inicialmente aos 25 anos e, depois, a cada 9 anos até aos 150 anos. • A primeira arranca vale 3000€/ha e aumenta 3%/ano. 188 Desconto = Valor actual • i) Para uma taxa de desconto de 3%/ano, determine o preço limite que a empresa pode pagar pelo terreno (+- 1,65€/m2) – Ao fim de 150 anos, o terreno não tem valor • ii) Em alternativa, o terreno pode ser arrendado. Determine o valor limite que a empresa pode pagar pela renda (+0,05€/m2/ano) 189 Desconto = Valor actual 190 Desconto = Valor actual • iii) Suponha que o terreno no fim do contrato vale o mesmo que vale agora. Determine como isto altera os termos do negócio. • Acrescenta ao valor do terreno cerca de 0,02€/m2! 191