COMO SE APRENDE Denilson A. Rossi1 O texto que segue pretende apresentar, de modo sucinto, alguns elementos favoráveis ao objetivo de compreender o processo de aprendizagem a partir da teoria das inteligências múltiplas, de Gardner, e, da inteligência emocional, de Goleman. Para tanto, pergunta-se: Como se aprende? Quem é Howard Gardner? Quem é Daniel Goleman? O que é inteligência? Teoria das Inteligências Múltiplas, o que é isso? Como entender a inteligência emocional? Howard Gardner2: 1943 – Howard Gardner nasceu na Pensilvânia (EUA), família de judeus alemães refugiados do nazismo. 1961 – ingressou na Universidade Harvard, se aproximou do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e passou a pesquisar psicologia e educação. 1983 – publicou Estruturas da Mente: a Teoria das Inteligências Múltiplas, que o projetou nos Estados Unidos. 1993 – publicou Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática. leciona neurologia na Universidade de Boston e é professor de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. 2005 – eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect. Daniel Goleman3: 1946 – Daniel Jay Goleman, nasceu na Califórnia (EUA). Estudou em Beckeley, universidade da Califórnia. Psicólogo e jornalista científico. Professor em Harvard University, onde fez doutorado. Ganhou inúmeros prémios pelos seus livros. 1 Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, licenciado em Filosofia e especialista em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Bagozzi. Especialista em Formação Humana – Counseling (IATES). Professor na graduação e pós-graduação Bagozzi e no Grupo Educacional ITECNE. Mestrando em Teologia (PUC-PR). [email protected] 2 Os dados biográficos a respeito de Gardner foram retirados da Revista Nova Escola, disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/cientista-inteligencias-multiplas423312.shtml?page=3 Acesso em: 15 de outubro de 2013. 3 Sobre as informações biográficas de Goleman, pode-se conferir o site que segue, disponível em: http://psicointem.wordpress.com/biografia-de-goleman/ Acesso em 15 de outubro de 2013. Inteligência Muitas podem ser as convicções a respeito da inteligência humana. Sobre isso, Gardner (2002, p. ix) afirma “Ao escrever Estruturas da Mente busquei ultrapassar a noção comum da inteligência como uma capacidade ou potencial que cada ser humano possui em maior ou menor extensão.” Sobre o famoso teste do QI diz ele: “[...] questionei também a suposição de que a inteligência [...] possa ser medida por instrumentos verbais padronizados como testes de respostas curtas realizados com papel e lápis.” (GARDNER, 2002, p. ix). O teste do QI (Quoeficiente de Inteligência) surgiu a partir das pesquisas do psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911). Como afirma o próprio Gardner “No início do século XX, com seu colega Théodore Simon, Binet projetou os primeiros testes de inteligência [...]” (GARDNER, 2002, p. 12). No entender de Howard Gardner a inteligência corresponde a “[...] um conjunto de habilidades de resolução de problemas – capacitando o indivíduo a resolver problemas ou dificuldades genuínos que ele encontra e, quando adequado, a criar um problema eficaz – e deve também apresentar o potencial para encontrar ou criar problemas – por meio disso propiciando o lastro para a aquisição de conhecimento novo.” (2002, p. 46). Teoria das Inteligências Múltiplas Criado por Gardner, a Teoria das Inteligências Múltiplas trata das habilidades diversas para resolver, encontrar ou criar problemas diversos em vista de um novo conhecimento. Em sua pesquisa, o referido autor apresentou, inicialmente, sete inteligências diferentes com suas respectivas características, a saber: Inteligência Linguística – poeta Sensibilidade com o significado das palavras – semântica; Sensível aos sons das palavras – fonologia; Domínio das regras que governam a ordem das palavras – sintaxe; Reconhecer o uso que se pode atribuir à linguagem – funções pragmáticas. (cf. GARDNER, 2002, p. 57-77). Inteligência Musical – músico Um dos primeiros talentos a surgir; A constante presença de sons, ritmos e padrões musicais na mente; Variações harmônicas, melódicas, tom, timbre, formas, etc. (cf. GARDNER, 2002, p. 78-99). Inteligência Lógico-Matemática – matemático e cientista Habilidade com os números, abstração; raciocínio lógico (jogo) e científico. (cf. GARDNER, 2002, p. 100-131). Inteligência Espacial – pintores, engenheiros... Capacidades espaciais; Criar modelo mental espacial e movimentar segundo este padrão. (cf. GARDNER, 2002, p. 131-159). Inteligência Corporal Cinestésica – atletas, dançarinos... Uso hábil do corpo; Capacidade de usar o próprio corpo de maneiras diferenciadas: mímica, correr, subir, dançar... (cf. GARDNER, 2002, p. 161-183). Inteligências Pessoais Intrapessoal: acesso à nossa própria vinda sentimental; Interpessoal: capacidade de observar e fazer distinções entre outros indivíduos; compreender outras pessoas. (cf. GARDNER, 2002, p. 184-213) Inteligência emocional (QE) Tendo presente o pensamento de Aristóteles (in Ética a Nicômaco) “Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa – não é fácil”, Goleman inicia sua famosa obra “Inteligência Emocional” discutindo a problemática do saber e não saber lidar com as emoções. Dado a sua nobre percepção quanto ao valor das questões emocionais, Daniel Goleman (2007), mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas de habilidades, a saber: Auto Conhecimento Emocional: capacidade de reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre. Controle Emocional: habilidade de lidar com os próprios sentimentos, adequando-os à situação. Auto Motivação: gerenciar as emoções a serviço de um objetivo é essencial para não perder o foco. Capacidade de reconhecer emoções em outras pessoas. Habilidade nas relações interpessoais. Ressaltando a relevância da temática em pauta, afirma Goleman (2007, Prefácio à edição brasileira): “[...] pais dediquem o tempo que lhes sobra para ajudar seus filhos a dominarem as habilidades humanas essenciais [...], não só para lidar com as próprias emoções, como para o estabelecimento de relações humanas verdadeiramente significativas”. Relacionando a questão da inteligência emocional com as práticas educacionais, diz ele: “Aos professores, sugiro que considerem também a possibilidade de ensinar às crianças o alfabeto emocional [...]”. (GOLEMAN, 2007, Prefácio à edição brasileira). Sobre a relação escola e inteligência emocional, continua o referido autor “[...] a alfabetização emocional anda de mãos dadas com a educação para ter caráter, desenvolvimento moral e cidadania”. (GOLEMAN, 2007, p. 300). REFERÊNCIAS GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2002. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.