INVESTIGAÇÃO DA APRENDIZAGEM: o ato de avaliar no contexto escolar LEARNING RESEARCH: the act of evaluating the school context Wendel Fren Costa dos Anjos¹, Tiago de Melo Ramos, Bruno Santos Souza 1. [email protected] Resumo O presente artigo destaca a importância do Ato de avaliar no contexto escolar. A função da avaliação dentro deste contexto é de diagnosticar, reforçar e permitir a evolução da aprendizagem do aluno. Desta forma a mesma deve propiciar que as crianças investiguem o ambiente e possam melhor compreende-lo, fazendo uma leitura crítica das transformações realizadas pelo ser humano. O presente estudo tem como objetivo central discutir sobre o papel da escola no ato de avaliar aprendizagem dos alunos. Refletir sobre as formas de avaliar é fundamental, tendo em vista que a avaliação está presente no nosso dia-a-dia e está sempre em constante crescimento em termos de ensino-aprendizagem. Sendo assim, a avaliação deve ajudar a escola a cumprir sua função social, de formadora de sujeitos históricos, de sociabilidade, construção e socialização do conhecimento produzido, tomando como base o compromisso com a sociedade de forma mais justa. Palavras-chave: Avaliar; Aprendizagem; Ensino. Abstract This article highlights the importance of the Act to assess the school context. The function of the evaluation in this context is to diagnose, strengthen and allow the evolution of student learning. Thus it must provide the children investigate the environment and can better understand it, making a critical reading of the changes made by humans. The present study was aimed at discussing the role of schools in the act of assessing student learning. Reflect on ways to review is critical, given that the evaluation is present in our day-to-day and is always in constant growth in terms of teaching and learning. Therefore, the evaluation should help the school to fulfill its social function, forming of historical subjects, sociability, construction and socialization of knowledge produced, based on the commitment to society more fairly. Keywords: Assess; Learning; Education. Introdução O presente artigo busca discutir sobre o papel da escola no ato de avaliar aprendizagem dos alunos. Partimos da premissa que no contexto contemporâneo é um tema que requer uma ampla discussão, pois envolve todo o modelo didático pedagógico que conhecemos dentro do sistema educacional brasileiro entre a perspectiva de exame a avaliação da aprendizagem escolar. Entende-se que a avaliação possui papel fundamental e ímpar no processo de aprendizagem do sujeito. No processo educativo, a mesma exerce uma função essencial, para os educandos quanto para os educadores, porém faz-se necessário que os profissionais da educação olhem a avaliação como principal instrumento processual, que abranja o objetivo de analisar se realmente a aprendizagem dos educandos está sendo significativa. A avaliação segundo LUCKESI (1998): É uma atividade que não existe nem subsiste por si mesma. Ela só tem sentido na medida em que serve para o diagnóstico da execução de critérios que estão sendo buscados e obtidos. É um instrumento auxiliar da melhoria dos resultados.(LUCKESI, 1998, p. 138). Logo se percebe na afirmação de Luckesi que a avaliação não deve ser aplicada somente para fins de obtenção de respostas nem tão pouco deve ser usado para medir o nível de aprendizagem, mas deve contribuir para o melhoramento, aperfeiçoamento da mesma. É legitimado que o processo de aprendizagem significativa ocorra à interação emocional, afetiva e cognitiva entre educadores e educandos. Portanto, é de suma importância registrar que: A avaliação é uma dimensão intrínseca do ato de conhecer e, portanto fundamentalmente compromissada com o diagnóstico do avanço do conhecimento que na perspectiva de sistematização, que na produção de novo conhecimento de modo a se construir em estímulo para o avanço da produção do conhecimento. (LUCKESI, 1998, p.134). É de suma importância que a escolha dos critérios visa acompanhar as transformações e discussões que vêm perpassando com a educação. Faz-se necessário entender como o educando aprende, portanto, acreditar que essa aprendizagem não acontece por sobreposição de informações descontextualizadas e sem significado, é necessário, sobretudo, reverá prática avaliativa. Para tanto, PERRENOUD escreve que: A avaliação não é uma tortura medieval. É uma invenção tardia, nascida com os colégios por volta do século XVII e tornada indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória. Algum dia terá havido, na história da escola, consenso sobre a maneira de avaliar ou sobre os níveis de exigência?” (PERRENOUD, 2000, p. 35) Ele acrescenta que a avaliação “inflama necessariamente as paixões, já que estigmatiza a ignorância de alguns para melhor celebrar a excelência de outros” (PERRENOUD, 2000. p.32. Por isso, infelizmente, em muitos locais de ensino a avaliação ainda é usada para selecionar, classificar, apontar e também usa-se como elemento disciplinador, de ameaça, controle e imposição do poder. Percebe-se que é tão necessário que a escola que pratica a pedagogia do exame , conforme Cipriano Luckesi, redireciona, nomeia sua prática, vinculando-a a uma postura progressista uma avaliação integral, transparente, formativa, contínua e diagnóstica. É contínua porque é parte indissociável do processo, do ato educativo, não porque ocorre somente no final do processo, como ato isolado. Objetiva, pois diagnostica os avanços e as dificuldades encontradas e redireciona e ressignifica a prática do educador. No qual, indica uma tomada de decisão, orientando o trabalho pedagógico. Desta forma, destaca-se nesse contexto: O valor da avaliação não está no instrumento em si, mas no uso que se faça dele. Mas que o instrumento, importa o tipo de conhecimento que põe à prova, o tipo de pergunta que se formula, o tipo de qualidade (mental ou pratica) que se exige e respostas que se espera obter conforme o conteúdo das perguntas ou problemas que são formulados. (MENDEZ, 2005 p. 98) Assim percebe-se que alguns conteúdos abordados nas avaliações em sua maioria trazem em seu contexto, conceitos vagos, restringindo-se apenas a verificação de aquisição de conceitos por parte dos alunos mediante questionários nos quais grande parte das questões exige definições de significados. A avaliação da aquisição dos conteúdos pode ser efetivamente realizada ao solicitar ao aluno que interprete situações determinadas, cujo entendimento demanda os conceitos que estão sendo apropriados, ou seja, que interprete uma história, uma figura, um texto ou um trecho de um texto um problema ou um experimento. Referencial Teórico FORMAS DE INVESTIGAR APREDIZAGEM DOS ALUNOS Segundo Vasconcelos (1992), a finalidade da avaliação dentro de um contexto de educação libertadora numa abordagem interacionista é ajudar a escola a cumprir sua função social transformadora tendo em vista compromisso com uma sociedade mais justa. Porém a avaliação entrou na escola como uma prática compulsiva Existe nos projetos pedagógicos e com isso torna-se obrigatória. A grande preocupação se torna assim sua operacionalização sem querer pensar, sobre, o real sentido da mesma. Zabala (1998) enfatiza a importância do conteúdo, pois está ligado a informações e também das relações interativas em sala se aula e outro contribui com teoria do desenvolvimento intelectual de Vygotsky, sustenta que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. Essa teoria tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada, histórico-social. O conhecimento que permite o desenvolvimento mental se dá na relação com os outros. Nessa perspectiva o professor constrói sua formação, fortalece e enriquece seu aprendizado. Por isso é importante ver a pessoa do professor e valorizar o saber de sua experiência. A forma de avaliação para com os alunos, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasil (1997,p.52), afirma que: “possibilita conhecer o quanto ele se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da escolaridade, em função da intervenção pedagógica realizada. Segundo Luckesi (2003, p.19) afirma: “O estudante deverá se dedicar aos estudos não porque os conteúdos sejam importantes, significativos e prazerosos de serem aprendidos; mas sim porque estão ameaçados por uma prova”. O medo os levará a estudar. Dessa maneira, não se é possível estimular seres pensantes e comprometidos com sua prática cidadã, os alunos não tem direito de expressão no ambiente educacional, quem dirá perante a sociedade, corrupta e individualista. O processo de assimilação pelo educandos é algo dinâmico, portanto, muitos dos educandos não teriam facilidade de assimilar o que o educador esta cobrando em sua avaliação. Outra questão é a formula como o instrumento de avaliação é construído pelo educador. O mesmo não leva em consideração toda a aprendizagem adquirida pelo educando ao decorrer de sua formação. O educador parte de diversas variáveis para elaboração do seu instrumento avaliativo seja pelo conteúdo específico ou aquele conteúdo que o educador não se dispôs a ensinar os chamados conteúdos extras. Tudo isto torna um processo avaliativo subjetivo e injusto (LUCKESI, 1998, p. 67). É importante também que o aluno ainda deva ser estimulado a ele mesmo acompanhar sue crescimento, ou seja, o mesmo deva ser informado periodicamente pelo professor da importância da sua participação nos diálogos, caracterizando os avanços em seu crescimento, mostrando às etapas que conseguem vencer, as dificuldades que apresentam os aspectos que precisam ser retomados ou reforçados, só neste contexto se podem entender a recuperação legal, e no final do ano a possibilidade ou não de continuidade na série seguinte em função não de medidas mais de crescimento global. ZABALA em seu livro A prática educativa: como ensinar relata que: O costume de trabalhar conforme um modelo seletivo proporcionou uma fórmula extremamente simples e ao mesmo tempo simplista. No fundo, o que tem que se fazer é ir precisando o quanto antes a capacidade de cada aluno para superar os diferentes obstáculos que encontrará no percurso até a universidade. Uma vez diagnosticadas as matérias ou disciplinas necessárias para realizar este percurso, é necessário determinar se os alunos são capazes de alcançar os mínimos para cada uma destas matérias. (ZABALA, 1998, pág. 211) Será que as notas ou os conceitos que se equivalem à melhor forma de dar todas as informações? A maior preocupação será perguntar-se constantemente o que pode ajudar cada aluno a crescer como trabalhar para que ele enriqueça sempre mais o seu saber competente e crítico. Faz-se necessário entender como o educando aprende, portanto, acreditar que essa aprendizagem não acontece por sobreposição de informações descontextualizadas e sem significado, é necessário, sobretudo, rever a prática avaliativa. Para tanto, PERRENOUD escreve que: A avaliação não é uma tortura medieval. É uma invenção tardia, nascida com os colégios por volta do século XVII e tornada indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória. Algum dia terá havido, na história da escola, consenso sobre a maneira de avalia ou sobre os níveis de exigência?. (PERRENOUD 2000 p. 35). Por isso é de suma importância a escolha de critérios que vise acompanhar as transformações e discussões que vêm perpassando com a educação contribuindo para o processo de ensino aprendizagem do discente de forma significativa. Neste sentido a avaliação deve contribuir para uma melhor qualidade de vida, propiciando a socialização do homem e suas relações com a natureza, analisar o desenvolvimento históricosocial na busca de compreender, as leis que movimentam, produz e rege os fenômenos naturais. Por isso os conceitos científicos devem ser abordados observando o saber já construído pelo aluno a partir de suas necessidades concretas de experiências. É importante que a mesma também se processe de forma dinâmica e progressiva. É preciso tomar consciência do termo “avaliação” nas escolas, colocando-se a ênfase na qualidade do trabalho escolar, na superação da visão comportamentalista, dos resquícios da teoria da disciplina no processo ensino-aprendizagem, buscando novas metodologias que correspondam à concepção construtivista da aquisição do conhecimento, de tal forma que o aluno possa sentir realmente empenhado a acreditar que vale apenas o que esta fazendo escola. Repensar a avaliação é um estimulo para repensar todo o processo escolar. na Metodologia O trabalho foi desenvolvido a parti de uma abordagem qualitativa, usando como método a pesquisa bibliográfica que para Gil (1991) é quando é elaborada a partir do material já publicado constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado. Diante dessa metodologia o presente estudo buscou compreender a ato de avaliar no contexto escolar e o processo de ensino aprendizagem, Paulatinamente, Amaral (2007) aponta também que a pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. Do acesso a biografia esta foi feita da forma básica (manualmente e eletronicamente) assim, foi buscando em pesquisar diretamente nos livros de referências disponíveis na biblioteca da faculdade AGES na parte eletrônica utilizou-se de site de pesquisa voltados ao campo da informação eletrônica como Google acadêmico, livros e buscas, biblioteca online. Utilizou-se à priori uma leitura aprofundada para a análise do processo histórico da avaliação no contexto escolar no Brasil com base nas bibliográficas básicas e contemporâneas, depois de um bom material e conteúdos colhidos com base também em revistas científicas com uma boa avaliação da CAPES como a SciELO - Scientific Electronic Library, U.S. National Library of Medicine, revista “Pensar a Prática”, “Revista Motriz” e entre outras, estás de fontes primarias e segundarias voltados ao estudo profundo de toda história da natação em si. Considerações Finais Portanto, quando o aluno precisa ser avaliado de uma forma que respeite e quando sabe que o resultado da avaliação não vai se voltar contra ele, mas a seu favor, fica muito mais natural. Este é o desafio que está colocado aos professores que buscam uma nova prática pedagógica, que estimule o aluno a se tornar competente através da aplicação de competências significativas, crítica e duradoura o conhecimento. É importante que o estudante exponha seus modos de interpretar o mundo. O aluno como agente no aprendizado, deve ser estimulado a confrontar seus valores e conhecimento. Desta maneira a criança pode rever as explicações propostas, aceita-las, amplia-las ou modificá-las. O Professor deve a todo o momento buscar identificar os avanços e as dificuldades para refletir sobre a metodologia utilizada e replanejar o trabalho, por isso é fundamental que ao avaliar os alunos deva ser observado a coerência entre o que oferecemos e enfatizamos no cotidiano e o que esperamos como desempenho e jamais usar a avaliação. Não se pode deixar de reconhecer que as atitudes do professor são importantes para criar climas de atenção e concentração em sala de aula. É preciso dar condições para o educando se sinta confiante para explorar seus talentos. Portanto, a avaliação das aprendizagens só pode acontecer se forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, analisando a adequação das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar. Muito pouco é colocado em prática quanto a questão das avaliações, os alunos são avaliados através de notas, provas que pedem para que conceitue aquilo que o professor acredita ser importante, tendo a resposta que está de acordo com o pensamento do avaliador. Referências AMARAL, João J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. - Ceará: Universidade Federal do Ceará, 2007. 21 p. Disponível em: <http://200.17.137.109:8081/xiscanoe/courses1/mentoring/tutoring/Como%20fazer%20pesquisa%20bibliografica.pdf> acesso em: 05 jul. 2013. ANTUNES, Celson. Avaliação da Aprendizagem Escolar: fascículo 11 Petrópolis, RJ. Vozes 2002. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares : 1ª a 4ª séries do ensino fundamental; parâmetros curriculares nacionais, educação física. V.7. Brasília: MEC/SEE,1997. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 207 p LUKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 9, ed.São Paulo: Cortez, 1998. __________. Avaliação da aprendizagem escolar: Estudos e proposições. 15.ed. São Paulo: Cortez, 2003. Méndez, J. M. A. Prova: um momento privilegiado de estudo – não um acerto de contas. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. PERRENOUD, Philippe. Avaliação da Excelência a Regulação das Aprendizagens – Entre Duas Lógicas- Porto Alegre: Artes Médicas Sul 1999. PERRENOUD, Philippe. Dez Competências para Ensinar. Porto Alegre: Atr. Méd. 2000. VASCONCELOS, C. dos S. A participação do professor na distorção da avaliação. Dois Pontos, V. II, No 13, 1992. ZABALA, Antoni. A prática educativa - como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 195-223.