Leishmaniose canina
A leishmaniose canina é uma doença causada por um parasita (Leishmania) que invade
diversos órgãos provocando graves lesões.
É uma zoonose (doença transmitida dos animais para o homem) presente em mais de
70 países do mundo.
Na figura 1 estão representadas a vermelho, as áreas endémicas desta doença.
Figura 1 – Áreas endémicas de leishamniose
Os flebótomos (insectos semelhantes aos mosquitos) são comuns no sul da Europa,
onde os países e regiões da bacia mediterrânica constituem zonas de elevado risco. A
leishmaniose atinge Portugal, Grécia e muitas zonas de Espanha, Itália e sul de França.
Actualmente, mais de dois terços dos cães no sul da Europa encontram-se expostos à
infecção, verificando-se uma tendência de propagação para os países a Norte devido,
sobretudo, às alterações climáticas e ao crescente número de pessoas que viajam com
os seus cães.
Em Portugal, a doença é endémica em todo o território, embora algumas regiões
apresentem uma prevalência mais elevada que outras. No entanto, como o país é
pequeno e as distâncias curtas, qualquer deslocação pode significar um risco acrescido
de contágio.
Se viajar para zonas de alto risco com os seus animais, informe-se da existência desta
doença mortal e tome medidas de protecção.
A transmissão
Ocorre através da picada do flebótomo, podendo afectar vários
s animais, incluindo os
humanos.
A figura que se segue demonstra as possíveis formas de transmissão.
Figura 2 – Transmissão da leishmaniose
Sinais clínicos
Mais de 50% dos cães infectados não apresentam sintomas, porém são transmissores
da doença.
Os animais afectados nem sempre apresentam sinais evidentes. No entanto, constituem
sinais de alerta mais vulgares, febre irregular, queda do pêlo (em especial à volta dos
olhos), perda de peso, lesões cutâneas persistentes, emagrecimento, crescimento
exagerado das unhas (figuras 3 e 4).
Figura 3 – lesões em volta dos olhos, focinho e extremidade das orelhas que não cicatrizam
Figura 4 – Crescimento exagerado das unhas e descamação da pele
Os órgãos internos também são afectados, podendo ocorrer anemia, artrite e
insuficiência renal grave.
Ciclo de vida da Leishmaniose
Apenas a fêmea do flebótomo transmite a doença.
Ao picar um portador da doença, o insecto é infectado com o parasita, que se vai
desenvolvendo no seu interior ao longo de um ciclo que pode durar entre 4 e 25 dias.
Quando picar um novo hospedeiro, este flebótomo inocula o parasita, transmitindo a
doença.
Os flebótomos estão mais activos ao amanhecer e ao anoitecer.
Diagnóstico
Após a execução de um exame clínico com recurso a testes específicos.
Prevenção
Para prevenir a leishmaniose é necessário adoptar uma série de medidas:
Detenção responsável dos animais,
Orientação sobre a doença por médicos veterinários,
Diagnóstico precoce da doença,
Educação da população sobre a importância do saneamento básico.
Repelir o mosquito é uma importante medida de prevenção, pois sem picada não há
transmissão. Aconselha-se o uso de repelentes de mosquitos (coleiras ou aplicações em
spot-on).
Os cães são particularmente vulneráveis às picadas dos flebótomos nas horas em que
estes se encontram mais activos, ou seja, ao amanhecer e ao anoitecer. Assim, deve-se
evitar passear os animais durante esse período, principalmente junto às zonas de água.
Relativamente à vacinação, aplicar uma vacina a um cão significa aumentar a
capacidade de resistência do sistema imunitário à doença.
Existe vacina disponível em Portugal. O programa vacinal inclui 3 vacinações com 3
semanas de intervalo no 1º ano, seguindo-se uma revacinação anual.
A vacinação não substitui a colocação de substâncias repelentes ao flebótomo pois não
garante 100% de defesa.
Para mais informações consulte um médico veterinário.
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Artigo sobre Leishmaniose