Leishmaniose tegumentar americana • É uma zoonose que pode acometer pele e mucosas cujos os principais reservatórios são animais silvestres (roedores; canídeos,marsupiais, edentados etc) • Vetores-são flebotomíneos que quando infectados inoculam as formas infectantes por regurgitação.Lutzomyia. intermedia,; Lu. whitmani;Lu. panamensis;Lu.mingonei;LU. faviscutellata; Lu. longipalpis;Lu. pessoai e outras Epidemiologia • Transmissão: – Através da picada de fêmeas do mosquito flebotominios.(gênero Lutzomyia e Psychodopygus). • A infecção caracteriza-se pela infecção das células do sistema fagocítico mononuclear (macrófagos, monócitos e histiócitos). Ciclo da Leishmania Classificação atual das leishmanias • L(Viannia)-antigo complexo Braziliensiscompreende inúmeras espécies: L(V) braziliensis; L(V) guyanensis; L(V) panamensis; L(V) shawi; L(V) colombiensis etc • L(Leishmania)- antigo complexo Mexicana – compreende várias espécies: L(L) mexicana; L(L) amazonensis; L(L) venezuelensis etc Epidemiologia • Padrões epidemiológicos de transmissão: a) Silvestre: Homem se infecta ao penetrar em áreas de florestas primárias onde o parasita circula entre animais silvestres. b) Ocupacional e lazer: Transmissão associada com desmatamento para construção de hidroelétricas e estradas, extração de madeira, agropecuária e exploração desordenada das florestas (Militares e ecoturismo). c) Rural e periurbano: Relacionado ao processo migratório, ocupação de encostas e aglomerados em centros urbanos associados a matas. Manifestações clínicas • Lesão- pápula-vesicular; pápula- pustulosa; pápula-crostosa; crosta e úlcera • Características-úlcera pouco dolorosa, bem delimitada, bordos elevados, fundo constituído por granulações vermelhas, recoberto por uma secreção serosa (“Úlcera com bordas em muldura”). • Acometimento linfático- ocorre em até 30% dos casos • Outros tipos- formas verrugosas, vegetantes ou acneiformes Formas clínicas • Forma cutânea Difusa: (forma rara) – lesões infiltrativas nodulares difusas sem ulcerações (semelhante `a hanseníase Virchoviana) – pouca resposta imune – reação de Montenegro negativa – associada à L(L) amazonensis – Ausência de resposta imune eficaz • Forma cutânea disseminada – Múltiplas lesões podendo chegar a centenas e distantes do local da picada. – Aspectos acneiformes. – Montenegro positivo. – Também encontrada em pacientes com sorologia positiva para HIV. – Disseminação hematogênica ou linfática. – Boa resposta ao tratamento. Formas clínicas • Forma mucosa: – Geralmente causada por disseminação hematogênica dos parasitas para as mucosas. – Locais: • Mucosa nasal, orofaringe, palato, lábios, lingua, laringe, traqueia e árvore respiratória superior. – Espécie: L.(V.) braziliensis (3 a 5%) • Raramente L.(L.) amazonensis e L.(V.) guyanensis Diagnóstico • Dados clínicos e epidemiológicos • Diagnóstico parasitológico:(quanto mais antiga a lesão menor a sensibilidade do exame direto e da cultura-100% no primeiro mês menos de 50% após um ano) – Demonstração direta do parasita (deve ser realizada pegando o bordo da lesão) • Escarificação da lesão/esfregaço • Punção aspirativa • Biópsia da lesão – Biopsia com impressão – Histopatológico: ( coloração por HE ou imuno-histoquímica) – Isolamento em cultivo in vitrio: • Fragmentos da biopsia da lesão são inoculados em meio de cultura NNN (Neal, Novy e Nicolle) • Tempo até 30 dias (positiva geralmente em 5 dias) • Permite posterior identificação da espécie. – Isolamento in vivo: Diagnóstico • Testes imunológicos: – Intradermoreação de Montenegro: • Visualização da resposta de hipersensibilidade celular. • Pode ser negativa de 4 a 6 semanas após o surgimento da lesão. • Após a cura clínica pode permanecer positiva por longos períodos. • LM reação exacerbada com ulceração e necrose • Forma cutânea difusa costuma ser negativo. – Sorologias: • ELISA (não disponível comercialmente) • Imunofluorescência Diagnóstico diferencial Tuberculose cutânea Sífilis Tratamento • Medicamentos disponíveis para tratamento da LTA: 1. Antimoniato N-metilglucamina (Glucantime®) 2. Anfotericina B desoxicolato 3. Anfotericina B lipossomal 4. Pentamidina Tratamento • Antimoniato N-metilglucamina (Glucantime®) – – – – Droga de primeira escolha para LTA Pode ser usado em mulheres que estão amamentado Disponível apenas para aplicação parenteral IM ou IV Efeitos adversos: • Artralgia, mialgia, anorexia, efeitos gastrointestinais. • Aumento de amilase sem pancreatite (suspender se > 4x o limite superior) • Pancreatite • Insuficiência renal aguda • Cardiotoxicidade (principal): Alargamento do intervalo QT e inversão de onda T Tratamento • Antimoniato N-metilglucamina (Glucantime®): – Contra-indicações: • • • • Pacientes com arritmias Pacientes em uso de betabloqueadores, amiodarona e quinidina. Intervalo QT corrigido > 460ms (relativa) e > 500ms (absoluto) Gestantes – Antes do uso avaliar fazer ECG com calculo do intervalo QTc. • QTc= QT/√RR Intervalo Qt Tratamento • Anfotericina B desoxicolato: – – – – Droga de segunda escolha na LTA Primeira escolha em gestantes e coinfectados com HIV. Casos de contraindicação com antimonial. Casos de falha terapêutica com antimonial. Leishmaniose visceral Leishmaniose visceral (Calazar) • É uma zoonose causada pela Leishmania chagasi* transmitida por flebotomíneos. Quando a interação parasito-hospedeiro resulta em doença pode surgir febre irregular e prolongada ; anemia; leucopenia, plaquetopenia, emagrecimento que pode evoluir para caquexia , hepatomegalia e esplenomegalia volumosa. As principais causas de morte são infecções secundárias e fenômenos hemorrágicos. Características epidemiológicas • Doença fundamentalmente de crianças nas áreas endêmicas • Reação de Montenegro negativa • Cães domésticos são reservatórios importantes e não se curam com medicamentos • Lu. Longipalpis – é o principal vetor Manifestação clínicas • • • • • • Febre irregular e prolongada EmagrecimentoEdemas e ascite Hepatomegalia e esplenomegalia Anemia LABORATORIAL- pancitopenia, inversão albumina/globulina; ativação policlonal ( imunoglobulinas não específica) Diagnóstico • • • • Identificação em medula óssea/baço PCR Histopatológico Sorologia Dignóstico • Aspirado de medula – positividade mais de 90% em exame direto e cultura • Aspirado de baço (alto risco de sangramento) • Sorologia –baixa sensibilidade e espcificidadenão é mais utilizada no controle de cura. É muito utilizada em inquéritos epiemiológicos. • Teste rápido Tratamento • Antimonial pentavalente (Glucantime*)20mg/Kg do sal por 30 dias. • Anfotericina B desoxicolato – Gestantes – Pacientes com AIDS – Contraindicação ao Antimonial • Anfotericina B lipossomal – Insuficiência renal – Transplantados – Maiores de 50 anos Caso clínico • Um paciente oriundo de uma área endêmica de leishmaniose tegumentar Americana apresenta lesão ulcerada em membro superior direito com cerca de 8 meses de evolução. Suspeitou-se de leishmaniose e procedeu-se uma biópsia no centro da lesão que não identificou o parasito. O médico assistente afastou a possibilidade de leishmaniose. Como você analisa este diagnóstico e qual seria o procedimento mais adequado? Caso clínico 10- O calazar e a endocardite bacteriana são duas doenças que podem cursar com febre a anemia. Quais as manifestações clínicas e alterações laboratoriais que ajudam diferenciar estas duas doenças? Caso clínico • A leishmaniose visceral e a malária são duas doenças que podem cursar com febre , anemia e aumento de baço. Cite três manifestações clínicas e três laboratoriais que ajudam a diferenciar as duas doenças Caso Clínico • O calazar é uma doença que costuma cursar com febre e aumento do baço. Cite três alterações laboratoriais que ajudam no diagnóstico e o/os exames que permite/m o diagnóstico específico da infecção