TRATAMENTO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR EM PACIENTE PORTADOR DE FIBRILAÇÃO ATRIAL: RELATO DE CASO. BASAGLIA, P.2; MOLINA, E.N. 1; FISCHER, J. 1; PEREIRA, T.M. 1; VOLPE, M.A.S. 2 (1)Docente do curso de medicina Faculdade Inga - Maringa-PR, Medico Hospital Metropolitano – Sarandi-PR. (2)Acadêmico do curso medicina Faculdade Inga - Maringa-Pr . INTRODUÇÃO A Leishmaniose Tegumentar America (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania. Segundo Batista et al, 2015 no Paraná, a leishmaniose é encontrada em duas áreas com características próprias, uma delas é localizada no Vale do Rio Ribeira e a outra no Norte do Paraná. Esta patologia constitui um problema de saúde pública devido a incidência, ampla distribuição geográfica e presença de sequelas desfigurantes, destrutivas e incapacitantes. A finalidade deste artigo é chamar atenção para a existência desta patologia em nosso meio, a qual passará a figurar entre o diagnóstico diferencial de outras patologias comumente vistas. OBJETIVO Relatar um caso de paciente portador de leishmaniose tegumentar com fibrilação atrial e sua resposta ao tratamento. DELINEAMENTO \ MÉTODOS Este é um estudo observacional descritivo realizado através da análise de prontuário, após assinatura do termo de consentimento pelo paciente. Paciente 64 anos, masculino, portador prévio de fibrilação atrial crônica, hipertensão arterial sistêmica, proveniente de unidade básica com história de ter sido picado por mosquito palha em região endêmica do estado do Paraná. Evoluiu com ulcera única circular de bordas elevadas não secretiva sem prurido após 50 dias, confirmando diagnóstico através da cultura da lesão. O tratamento instituído inicialmente foi com Fluconazol diário por 12 semanas sem melhora do quadro, onde teve que ser internado em unidade hospitalar para tratamento com Anfotericina B devido as contra indicações do antimoniato de meglumina frente a fibrilação atrial, após o terceiro dia de tratamento houve uma piora do clearance renal, alterando assim a Anfotericina B para forma lipossomal. Durante 21 dias de tratamento a lesão cutânea apresentou melhora progressiva com boa evolução de cicatrização e evoluindo para alta hospitalar com sucesso terapêutico. Foi observado neste estudo que o uso da droga de segunda opção para o tratamento da leishmaniose tegumentar na versão lipossomal demonstrou boa eficácia terapêutica para cicatrização da lesão e melhora da função renal. RESULTADO Frente ao tratamento ambulatorial inicialmente proposto com Fluconazol sem sucesso terapêutico e posteriormente instituído tratamento hospitalar com anfotericina B lipossomal devido as contra indicações da droga de primeira escolha, obsservou se um êxito na terapêutica proposta com um resultado satisfatório na remissão da lesão, culminando com a cura da patologia. 01 14 60 Imagem: dias de evolução DISCUSSÃO A leishmaniose cutânea produz ulcerações da pele com bordas elevadas que podem durar meses a anos, e tipicamente resultam na formação de cicatrizes grave (CLEM, 2010) . Segundo LIMA et al, 2007 o tratamento pode ser realizado pelos antifúngicos que exercem sua ação bloqueando a síntese de ergosterol. As drogas de primeira escolha no tratamento das leishmanioses são os antimoniais pentavalentes, há restrições do uso dessa droga em pacientes com idade acima dos 50 anos, portadores de cardiopatias dentre outras. O tratamento destes casos consiste na utilização de anfotericina B. Em relação aos efeitos adversos que a Anfotericina B causa, destaca- se a nefrotoxicidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007), (NEVES et al,2011) . As formulações lipídicas da Anfotericina B (AB) têm baixa nefrotoxicidade e tendo a menor toxicidade dentre todas as formulações, possibilitando assim uma terapia mais segura. (NEVES et al,2011),(LIMA et al,2007). Todos os medicamentos citados, para o tratamento da leishmaniose são tóxicos e podem apresentar eventos adversos. A dose e o tempo de tratamento dependem da forma clínica e em alguns casos, os pacientes só evoluem para cura após a tentativa de vários esquemas terapêuticos (PELISSARI et al, 2011). CONCLUSÃO Observou no presente estudo, um caso de leishmaniose tegumentar em paciente portador de restrições para uso de medicamento preconizado como primeira escolha. Devido há alta incidência de efeitos adversos das substâncias para o tratamento de longo prazo desta enfermidade, o uso da Anfotericina B lipossomal foi a melhor opção para o paciente. BIBLIOGRAFIA 1 LIMA, E.B.; PORTO, C.; MOTTA, J.O.C.; SAMPAIO, R.N.R. Tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana. Anais Brasileiro dedermatologia. 2007;82(2):111-24. 2 NEVES, L.O.; et al. Estudo clínico randomizado comparando antimoniato de meglumina, pentamidina e anfotericina b para o tratamento da leishmaniose cultânea causada por Leishimania guyanesis. Anais Brasileiro dermatologia. 2011; 86(6): 1092-101. 3 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saú- de, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2007. 4 PELISSARI D.M., et al, Tratamento da Leishmaniose Visceral e Leishmaniose Tegumentar Americana. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasilia,20(1):107-110, 2011. 5 BATISTA E.A., VIEIRA V.C.L., SILVA A.A. Perfil Epidemiológico dos casos de Leishmaniose Tegumentar Americana no Municipio de Sarandi. Uninga Review. V.22n1,pp10-13 2015. 6 CLEM A.; A Current Perspective on Leishmaniose. Journal of Global Infectious Diseases 2(2): 124-126. 2010