Método Aberto de Coordenação e Estratégia Europeia para o Emprego Luís Capucha A Europa: entre a fragmentação e a União Eurocépticos/Europeistas – nova designação para uma velha clivagem Que se inclina para a União, mas… Poli-ritmada Mais rápida: mercado único, moeda única, leis da concorrência, PAC, políticas macro-económicas, aspectos da legislação laboral Andamento moderado: Alargamento, Desenho Institucional, cooperação científica Mais lenta: Na (boicotada) política externa comum Cidadania Europeia Europa Social Aspecto Decisivo para a Governabilidade de uma Nova Europa Não há União Económica e Política sem uma verdadeira Europa Social 1993: Livro Verde sobre o crescimento, o emprego e a Competitividade: via alternativa para a resposta à crise 1995: Forum Social Europeu: os actores mobilizam-se Clausula do Emprego no Tratado de Amsterdão Cimeira do Luxemburgo – Estratégia Europeia para o Emprego Cimeira de Lisboa Um Objectivo triangular: tornar a Europa na Economia Baseada no conhecimento mais competitiva do mundo, com mais e melhor emprego e com mais coesão social Uma metodologia: a coordenação de processos (Relatório anual da Primavera) Um método: o Método Aberto de Coordenação MAC – Algumas características de base Permite avançar na harmonização de políticas em que a EU tem apenas acção subsidiária Acomoda os contextos específicos e as prioridades de cada E-M, e também objectivos e metas comuns em vários domínios de política Não requer novos instrumentos, nem cria novas burocracias. Exige maior coordenação de políticas e tem natureza intergovernamental Promove a participação responsável dos Parceiros Sociais e outros agentes pertinentes MAC – em que consiste? Processo de Aprendizagem Comum, pela troca de experiências e pela crítica cruzada Estimula a emulação entre E-M, mas evita “rankings” Estimula a difusão de inovação e a adaptação do Modelo Social Europeu à sociedade da informação e do conhecimento Facilita o acompanhamento e a transparência pela utilização de metas e indicadores Permite a associação a outros métodos e procedimentos, incluindo a “lei dura”, sem os substituir MAC – esquema do processo Decisão do Conselho Comissão propõe Directrizes/ metas/objectivos Comité de Emprego Debate e prepara Decisão Planos Nacionais de Acção Relatórios com base em indicadores comuns Boas Práticas (avaliadas) Debate Cruzado entre EM Discussões Bi-laterais Relatório Conjunto Recomendações Novas Directrizes Peer Review Disseminação Transferibilidade Primeira Fase da EEE 4 Pilares (entre 21 e 18 Directrizes) Empregabilidade Espírito Empresarial Adaptabilidade Igualdade de Oportunidades Cinco Objectivos Horinzontais (depois de Lisboa) Metas Para o Pleno Emprego Aumentar a Qualidade do Trabalho (conceito vasto de qualidade) Aprendizagem ao longo da vida e transição para a sociedade do conhecimento Envolvimento dos Parceiros Sociais Equilíbrio na aplicação do conjunto das Directrizes MAC – EEE uma associação de sucesso Razões substantivas Permitiu avanços em matérias em que a União estava quase paralisada (das palavras aos actos) Pertinência política das matérias envolvidas Bons resultados efectivos, tirando partido do ambiente macro-económico favorável Demonstração prática da possibilidade de compatibilizar Crescimento do emprego Redução do desemprego Mercados mais flexíveis Estabilidade Macro-económica MAC – EEE uma associação de sucesso Progresso das políticas activas, face às políticas passivas, em diversos domínios de política Saliência à Aprendizagem ao Longo da Vida como ponto Central da Agenda da União e dos E-M Maior relevo, numa óptica transversal, à questão da igualdade de oportunidades, nomeadamente no plano da conciliação do trabalho com a vida familiar e com os equipamentos de apoio a crianças Novo impulso às políticas de combate à exclusão social pela empregabilidade e desenvolvimento do mercado social de emprego MAC – EEE uma associação de sucesso Razões de Método Bom acolhimento aos objectivos da estratégia em diversos sectores (políticas fiscais, segurança social, educação, economia, ciência e tecnologia, sociedade de informação, juventude, emprego, formação, habitação, solidariedade e acção social) Reforço da cooperação inter-ministerial Boa cooperação entre E-M (Comité de Emprego) e entre estes e a Comissão (que assumiu um novo papel) Envolvimento dos Parceiros Sociais MAC – EEE uma associação de sucesso Existência de “bandeiras” que credibilizaram a estratégia e a impulsionaram (ex. D1 e D2) Viragem nos procedimentos e métodos de trabalho dos Serviços Públicos de Emprego (abordagem individualizada, trabalho por objectivos, intervenção multidimensional) Existência de informação de base normalizada e relativamente aprofundada Existência de metas e indicadores de acompanhamento Estímulo aos E-M por via das Recomendações do Conselho Mas…nem tudo foram rosas! Dificuldade de consolidar a noção de coordenação de políticas Dependência da atitude de coordenação em relação às conjunturas macro-económicas Baixa visibilidade dos compromissos dos E-M e das Recomendações, junto dos cidadãos Falta de conhecimento sobre matérias importantes, como a relação entre nova economia, emprego e coesão social Falta de informação de base sobre a qualidade do emprego Novos Desenvolvimentos de Lisboa – Triângulo Estratégico e Coordenação de Processos (acerto de calendários) Nice: Agenda Social Europeia Barcelona: calendário para 2010 Avaliação da Primeira Fase da EEE e do PNE (1998-2002) e preparação da Segunda Fase (2003-2006-2010) Cimeira Objectivos Genéricos (complementares e sinergéticos) Atingir o Pleno Emprego: Taxa de Emprego de 67% em 2005 e 70% em 2010 Taxa de Emprego Feminino de 57% em 2005 e de 60% em 2010 Taxa de Emprego dos trabalhadores entre 55 e 64 anos de 50% em 2010 Melhorar a qualidade e a produtividade do trabalho Transição para a economia do conhecimento, suportada pelo diálogo social Conceito vasto de qualidade (características do emprego e do mercado de trabalho) Qualidade intrínseca; qualificações; ALV; Oportunidades de carreira; igualdade de género; Saúde e Segurança no Trabalho; Flexibilidade e Segurança nas relações de trabalho; Mercado inclusivo; Organização do trabalho inovadora; Conciliação do Trabalho com a Vida Familiar; Diálogo Social; Participação dos Trabalhadores; Diversidade e não Discriminação; Desempenho Profissional Global; (não entra a questão dos salários nem a “job rotation”) Aumento da quantidade de emprego e da produtividade laboral global, para o que contribui a qualidade do emprego Reforçar a coesão e a inclusão sociais Facilitar a participação no mercado de trabalho, combate à discriminação e prevenção da exclusão da esfera do trabalho; Reduzir disparidades regionais e apoio à reestruturação económica e social. A SITUAÇÃO PORTUGUESA PROBLEMAS ESTRUTURAIS •BAIXO NÍVEL DE INSTRUÇÃO E QUALIFICAÇÃO •Contrastes inter e intrageracionais •Baixa participação em actividades de Aprendizagem ao Longo da Vida •Mau desempenho continuado do sistema (apesar dos progressos, acentua-se a divergência europeia) e persistem níveis inaceitáveis de “drop-out” escolar e de infraqualificação •QUALIDADE DO EMPREGO •Persistência de importante volume de emprego pouco qualificado a que correspondem baixos salários um •Persistência de formas tradicionais de organização do trabalho associadas aquele tipo de emprego •Persistência de situações irregulares ao nível das relações e condições de trabalho •DESENVOLVIMENTO INSUFICIENTE DA NEGOCIAÇÃO BILATERAL ENTRE PARCEIROS •PERSISTÊNCIA DA SEGREGAÇÃO DE GÉNERO •IMPORTANTES DESIGUALDADES REGIONAIS DOS MERCADOS DE TRABALHO •INSUFICIENTE EXPLORAÇÃO DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO DO EMPREGO NOS SERVIÇOS •ESTRUTURA SECTORIAL PULVERIZADA E ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS CONSERVADORAS •IMPORTANTES DESIGUALDADES REGIONAIS DOS MERCADOS DE TRABALHO •PERSISTÊNCIA DE SITUAÇÕES DE POBREZA E DE EXCLUSÃO DO MERCADO DE EMPREGO Objectivos Específicos da nova Fase da Estratégia Medidas Activas e Preventivas Dirigidas aos Desempregados e aos Inactivos Prevenir o influxo para desemprego de longa duração e promover a integração sustentável dos desempregados no mercado Identificar atempadamente as necessidades dos desempregados e promover planos de acção personalizados Metas: assegurar o acesso a medidas eficazes para a empregabilidade Antes de 6 e 12 meses de desemprego respectivamente para jovens e adultos Até 2010, 25% dos DLD devem participar numa medida activa, com vista a atingir a média dos três Estados-Membro mais avançados Modernizar e reforçar os serviços públicos de emprego Avaliar regularmente a eficácia e a eficiência dos programas Criação de Emprego e Espírito Empresarial Criação de emprego, inovação, capacidade de investimento e envolvente favorável às empresas (explorar o potencial dos serviços de I&D) Simplificar e reduzir encargos administrativos (para arranque, recrutamento, facilitação de acesso a capital em empresas com elevado potencial de criação de emprego) Promover a formação e o ensino em competências empresariais e de gestão Fazer Face à Mudança e Promover a Adaptabilidade e a Mobilidade no Mercado de Trabalho Flexibilidade e Segurança (forte papel dos Parceiros Sociais) Reformar aspectos demasiado restritivos das legislações laborais Fomentar o diálogo e a responsabilidade social das empresas, promovendo A diversidade de modelos contractuais e de trabalho, facilitando a promoção na carreira e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal/familiar Acesso à formação Melhorar condições de trabalho (em especial higiene e segurança no trabalho) Formas de organização do trabalho inovadoras e sustentáveis, que facilitem a produtividade e a qualidade do trabalho Antecipação e gestão positiva da mudança e da reestruturação económicas Solucionar insuficiências e estrangulamentos de mão-de-obra (promoção da mobilidade, eliminação de obstáculos à mobilidade geográfica, transferibilidade de direitos) Promover transparência em termos de oportunidades de emprego Fomento do Desenvolvimento do Capital Humano e da Aprendizagem ao Longo da Vida Nos objectivos gerais refere-se a “execução de estratégias exaustivas e coerentes de Aprendizagem ao Longo da Vida…” Melhoria da qualidade e eficácia dos sistemas de ensino e formação, para preparar as pessoas para a sociedade do conhecimento, facilitar a carreira profissional e reduzir disparidades e estrangulamentos Metas Pelo menos 85% das pessoas com 22 anos deverão possui o secundário superior até 2010; Nível médio de participação em acções de ALV de pelo menos 12,5% ao ano; Aumento do investimento nos recursos humanos, com aumento significativo do esforço por parte das empresas Aumentar a Oferta de Mão-de-Obra e Promover o Envelhecimento em Actividade Aumentar a participação no mercado de trabalho de todos os grupos, tornando o trabalho mais atractivo e compensador Promover o envelhecimento em actividade, promovendo a manutenção dos empregos (formação contínua, saúde e segurança no trabalho, formas inovadoras e flexíveis de organização do trabalho) e eliminar incentivos ao abandono precoce (rever regimes de reforma antecipada, compensando a manutenção) Meta: aumentar em 5 anos, até 2010, a idade média efectiva da reforma Entrar em consideração com a mão-de-obra resultante da imigração Igualdade entre Homens e Mulheres Integração sistemática da perspectiva de género nas políticas Redução significativa das diferenças salariais, da segregação sectorial e profissional, da educação e formação; Conciliação do trabalho com a vida familiar, através da disponibilização de serviços e cuidados a crianças e outras pessoas dependentes, incentivando a partilha de responsabilidades e facilitando o retorno ao trabalho depois de períodos de ausência. Meta: facultar até 2010 o acolhimento de pelo menos 90% das crianças entre os 3 anos e a entrada na escola, e pelo menos 33% com menos de 3 anos Promover a Inserção no Mercado de Trabalho de Pessoas Desfavorecidas e Combater a Discriminação de que são Alvo Jovens que abandonam precocemente o sistema de ensino, trabalhadores não qualificados, pessoas com deficiência, imigrantes e minorias étnicas Promover a empregabiliade e combater a discriminação Metas: Taxa média de abandono escolar precoce não superior a 10% Redução das disparidades de desemprego (definição de metas nacionais); Tornar o Trabalho Compensador Através de Incentivos para Aumentar o seu Carácter Atractivo Reforma dos incentivos financeiros, de forma a incentivar a procura e aceitação de emprego; Reduzir o número de trabalhadores pobres; (Novo e muito importante) Reforma de regimes fiscais e de prestações, com vista a eliminar ciclos prolongados de desemprego, pobreza e inactividade e fomentar a participação da mão-de-obra pouco qualificada, trabalhadores mais velhos e das pessoas com deficiência e dos que estão mais afastados do mercado; Assegurar nível adequado de protecção social, mas revendo taxas de substituição e duração das prestações; promover medidas de activação para apoiar a empregabilidade, atendendo às situações individuais Meta: até 2010 reduzir significativamente as taxas marginais de imposto e a carga fiscal sobre o trabalho pouco remunerado Transformar o Trabalho Não Declarado em Emprego Regular Medidas para eliminar o trabalho não declarado, conjugando a simplificação da envolvente empresarial, supressão de desincentivos e criação de incentivos adequados, com regimes fiscais e de sanções eficazes; Eliminar as Disparidades Regionais em Matéria de Emprego Criação de postos de trabalho em iniciativas de base local, incluindo a economia social Incentivos ao investimento privado nas regiões menos desenvolvidas Assegurando o devido investimento no capital humano, no conhecimento e nas infraestruturas Explorar os Fundos de Coesão (sinal para os países do alargamento) Princípios Orientadores de uma Boa Governação e Parceria na Execução das Orientações para o Emprego Envolvimento dos Orgãos Parlamentares, dos Parceiros Sociais e de Outros Intervenientes relevantes Afectação de recursos financeiros adequados Coordenação de Políticas