Café Principais Diferenças entre o café Arábica e café Robusta Arábica Origem Aroma Sabor Cor dos grãos Acidez Oriente Médio Intenso Variedade de nuances Esverdeada Alta Robusta África Suave Único Marrom Baixa Cafeína < quantidade > quantidade Altitude para cultivo 800 metros 400 metros ABIC, 2003 Evolução do Consumo Interno de Café em Sacas e “per capita”- Brasil Consumo (Milhões de sacas) 16 Consumo Per Capita (Kg/ano) 14 12 10 8,1 8,4 8,2 8,9 8,5 9,1 9,3 10,1 11,5 11 12,2 12,7 4,52 4,65 13,2 13,6 14,2 15 8 6 5,91 2,99 4 3,39 3,47 3,58 3,62 3,65 3,88 4,18 4,31 4,78 4,87 5,02 5,25 2 0 1965 1985 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 ABIC, 2003 2002 2003 Principais componentes do café • Cafeína • Ácido clorogênico • Cafestol e Kahweol Cafeína Antagonista competitivo dos receptores da adenosina A1 e A2 :1 - SNC: noradrenalina e dopamina – estimulante e vasoconstritor - muculatura lisa: vasoconstrição periférica resistência vascular Estimula a termogênese e consumo de energia 2 a resistência à insulina 2 Ação antioxidante 2 1. Cavalcante JWS et al. Arq Bras Cardiol. 2000;75:2,97- 101. 2. Van Dam RM et al. Lancet 2002;360:1477-78 Polifenóis ( Ác. Clorogênico) absorção de glicose Inibe a hidrólise da glicose - 6 – fosfatase produção de glicose no fígado Ação antioxidante Van Dam RM et al. Lancet 2002;360:1477-78 Cafestol e Kahweol receptores hepáticos de LDL LDL e VLDL HDL ação dos PPARS De Ross B, Katan MB. Curr Op Lipidol 1999;10:41-5 Café e Diabetes Café e Diabetes • 17.111 homens e mulheres holandeses (30-60 anos) RR 50% (95% CI 0,35 – 0,72 P=000,2) 1 Consumo de 7 xícaras de café/dia x 2 xícaras de café/dia • Nurse’s Health Study (84276 mulheres) seg. 18 anos 2 • Health Professionals’ Follow study (41934 homens) seg. 12 anos2 Consumo regular de café foi associado com significante redução da incidência de DM 2 1.Van Dam, Lancet 2002 2. Salazar-Martinez et al. Ann Intern Med 2004;140:1-8 Café e Pressão Arterial Estudos sobre a associação entre consumo de café e hipertensão arterial Desenho do estudo n= 155 594 Seguimento: 12 anos Questionário alimentar n= 1017 Idade: 26 anos Seguimento: 33 anos Questionário alimentar n= 41 836 Idade: 55-69 anos Seguimento: 15 anos Questionário alimentar Resultados Consumo de café não estava associado com hipertensão (1) Indivíduos que tomaram café apresentaram hipertensão quando comparados com os que não tomaram ( 28.3 vs 18.8% p= 0.03) (2) Consumo de café reduziu a mortalidade por doenças inflamatórias e cardiovasculares em mulheres pós menopausa (3) 1.WinkelmayerWC et al. JAMA 2005;294:2330-2335 2.Klag MJ et al. Arch Inter Med. 2002;162:657-62 3.Andersen LF et al. Am J Clin Nutr2006;83:1039-46 Café e Infarto do miocárdio Café e Infarto do miocárdio Consumo de café e mortalidade após IAM 1902 pacientes durante 5 anos Consumo de café xícaras / dia zero Óbito[n (%)] 109(22%) taxa-100pcts/ano 6.27 1a7 87 (17%) 4.71 8 a 14 54 (19%) 4.91 >14 65(11%) 2.8 Mukanal KJ. Am Heart J 2004 Café e Perfil lipídico Café e Lípides Séricos Estimativa: 10 mg de cafestol ~ 5 mg/dL CT1 Comparar os diferentes tipos de preparo de café de diversos países e o impacto na colesterolemia2 Consumo de 5 xícaras/dia de 150 ml/cada2 Consumo total 750 ml/dia2 1. Weusten-van der et al. J Lipid Res. 1994;35:721-33 2. Urgert R, Katan MB. J R Soc Med. 1996;89:618-23 Café e Lípides Séricos Modo e Técnica de Preparo do café e sua Relação na Elevação do Colesterol Plasmático Modo de preparo Técnica de preparo Cafestol (mg) Kahweol (mg) colesterol (mg/dL) O pó de café é colocado no FILTRADO filtro de papel e despeja-se a 0,1 0,1 0,38 0,1 0,1 0,38 0,2 0,2 0,38 1,5 1,8 3,86 água fervida O pó de café é misturado na COADO água fervida e posteriormente despejado no coador de pano INSTANTÂNEO Os grânulos de café são misturados à água quente O pó é colocado no filtro próprio da máquina e sob uma alta pressão por 25 a 30 EXPRESSO segundos à uma temperatura de 90ºC mistura-se o pó com a água Urgert R, Katan MB. J R Soc Med. 1996;89:618-23. Café e Lípides Séricos Modo e Técnica de Preparo do café e sua Relação na Elevação do Colesterol Plasmático Modo de preparo MOCHA CAFÉ ESCANDINAVO Técnica de preparo O pó de café é colocado no filtro metálico, na parte superior da cafeteira, e na parte inferior coloca-se a água. Ao ferver, o vapor d’água sobe pelo filtro passando pelo pó. O pó de café é fervido com a água e decantado posteriormente colesterol (mg/dL) Cafestol Kahweol (mg) (mg) 1,1 1,4 2,70 3,0 3,9 7,33 3,5 4,4 8,87 3,9 3,9 9,65 O pó de café é adicionado CAFETEIRA à água fervida numa cafeteira própria. Ao ser servido, a mistura passa por um coador O pó de café é misturado CAFÉ ÁRABE assim que a água começar ferver. Servido decantado, sem filtrar Urgert R, Katan MB. J R Soc Med. 1996;89:618-23. Café e Câncer Café e Câncer Influência no consumo de café e risco de Carcinoma Hepatocelular – Estudo Prospectivo no Japão Casos de Mortalidade em 100.000 pessoas após 10 anos Consumo: 0 até > 5 xícaras/dia Quase nunca tomavam café: 547 casos Tomavam café diariamente: 214 casos Manami I et al. J National Cancer Institute, 2005:97:293-300 Café e Câncer Consumo de café, chá e cafeína e incidência de câncer de colon e retal Consumo: nunca até > 5 xícaras/dia O consumo de café cafeinado, chá com cafeína ou cafeína não foi associado com incidência de câncer de colon e reto. Karin B. et al. J National Cancer Institute 2005;97:282-92 Café e Parkinson Café e Parkinson Associação do consumo de café e cafeína com o risco de Doença de Parkinson Incidência em 10.000 pessoas/ano Consumo: 0 - ≥7 xícaras/dia Os achados indicam que o alto consumo de café e cafeína é associado com uma significante diminuição da incidência de Doença de Parkinson. Os dados sugerem que o efeito está associado à ingestão de cafeina e não de outros nutrientes contidos no café. JAMA. 2000; 283:2674-2679. Considerações finais O consumo de café em doses moderadas não está associado à maior incidência de hipertensão e variação significativa da PA O consumo regular de café filtrado não é contra indicado para pacientes com hipercolesterolemia O café apresentou caráter preventivo no desenvolvimento de DM e desta forma, sendo o DM um importante fator de risco para aterosclerose a ingestão de café poderia exercer um papel preventivo indireto O consumo moderado de café não está associado ao desenvolvimento de câncer Chocolate História Theobroma cacau: “alimento dos deuses” Difundido pelo povo Maia: cultura de cacau México Maias e Astecas – México - Península de Yucatán Sementes de cacau: produção de bebida “Xocolath” Lendas Astecas: poder e magia 1519 – explorador espanhol Hernando Cortez Corte do imperador Montezuma – México: afrodisíaco Aromatizado com baunilha e outras especiarias Produção industrial 1528 - Cortez leva de volta o cacau para a Espanha, início do preparo . Difundido na França, Inglaterra, Alemanha, Itália e demais países. Forma pastosa foi introduzida como desjejum na França do século XVIII. Chegada à Grã-Bretanha na segunda metade do século XVII. A primeira "fábrica" de chocolate inglesa surgiu em 1657. Revolução Industrial - produção em série e popularização 1765 - John Hanan, introduziu o chocolate nos Estados Unidos . No Brasil 1746, o colono francês Louis Frederic Warneaux traz sementes para o Brasil. Ilhéus poderosa produtora , expansão na Bahia. Lutas violentas, que se prolongaram até as primeiras décadas do século XX. 1931, criou-se o Instituto de Cacau da Bahia. 1941, ele foi transformado em autarquia. 1954 instalaram-se no Estado de São Paulo as primeiras plantações. Hoje, o Brasil ocupa a posição de sexto maior produtor mundial de cacau. Consumo Mundial Tipos de Chocolate Chocolate em pó Usado em receitas, trata-se de amêndoa de cacau ralada destituída da manteiga de cacau. Pode ser amargo (recebe o nome de cacau em pó), meio amargo e doce. Achocolatado Usado para misturar com leite, é composto basicamente por chocolate, leite em pó e açúcar. Tipos de Chocolate - Barras Chocolate branco Contém manteiga de cacau ao invés de massa de cacau. Chocolate ao leite A massa de cacau é substituída em parte por leite em pó, resultando em um gosto mais adocicado. Chocolate amargo Possui grande concentração de massa de cacau e pouco açúcar. Composição nutricional do chocolate Perfil de ácidos graxos Manteiga de cacau Ácido Oléico (C18:1) ............................... 31 a 37% 65% - 75% Ácido Esteárico (C18:0) .......................... 32 a 37% Ácido Palmítico (C16:0) .......................... 24 a 29 Ácido Linoleico (C18:2) ........................... 2 a 5% A manteiga de cacau tem predomínio de ácidos graxos não aterogênicos Composição nutricional do chocolate Flavonóides: absorção e metabolismo No intestino delgado, catequina e epicatequina são absorvidos e acessam a via Portal onde são levadas para o fígado para distribuição aos tecidos. Na corrente sanguínea humana, epicatequina e catequina são detectadas no plasma após 30 minutos da ingestão de cacau ou chocolate amargo e atingem o pico em 2 horas. Catequina e epicatequina são excretadas em torno de 99% como metabólitos pela urina. Efeitos melhores quando existe um percentual maior de flavonóides na forma monomérica. Holt R R, et al JF, et al. Am J Clin Nutr 2002;76:798-804. Rein D, et al. J Nutr 2000;130(Suppl.8):2109S-2114S Catequina e Epicatequina Efeitos cardioprotetores Efeitos cardioprotetores dos flavonóides do cacau Ativação do óxido nítrico sintetase Diminuição da susceptibilidade de oxidação da LDL Diminuição da agregação plaquetária Redução de expressão de moléculas de adesão Redução da pressão arterial Aumento da sensibilidade insulínica British Journal of Nutrition (2008), 99, 1–11 Dark chocolate Chocolate amargo • Preparado com cacau, manteiga de cacau, pouco açúcar e leite (facultativo) • Presença de flavonóides do cacau: catequinas, epicatequinas e procianidinas Ding EL, et al. Nutr Metab. 2006; 3:2. Conclusão O consumo de 50 g /dia de chocolate amargo pode reduzir o risco de DCV O consumo moderado de chocolate amargo reduziu a pressão arterial e resistência insulinica O consumo moderado de chocolate associado a dieta isocalórica, não influenciará no peso corporal 50g/dia > 70% cacau