O Novo Mundo das Marcas Scott Bedburry Ed. Campus É a guerra das marcas. A disputa é ferrenha e só algumas poucas conquistam espaço na memória seletiva do consumidor. O que fazer para não perder essa briga? É o que tenta ensinar Scott Bedburry no livro O Novo Mundo das Marcas. Em oito capítulos repletos de estudos de caso, lições e macetes, Bedbury mostra como fazer um bom branding – técnica que tem tornado as marcas mais valiosas que as próprias empresas que as detêm. Experiente, o autor mostra que não existem fórmulas mágicas para se ganhar o prestígio de um McDonald’s ou de uma Coca-Cola. Mesmo grandes companhias como essas, diz ele, cometem graves erros de percurso na consolidação de suas marcas. O consumidor só não percebe as falhas porque essas corporações trabalham rapidamente para contornar os deslizes, tudo com muita pesquisa, precisão e, é claro, dinheiro. Utilizando experiências próprias para defender suas teses, Bedbury ressalta que é preciso mais do que investimentos milionários em marketing para que uma marca conquiste o respeito do consumidor. As próprias empresas têm de ser parte do que a grife pretende representar. Segundo o autor, o primeiro passo para se construir uma marca forte é “decifrar seu código genético”. Ou seja, conhecer profundamente o negócio que está por trás dela. Um exemplo é a norteamericana Starbucks, que conseguiu transformar o café – uma commodity de mais de 500 anos – em um produto novo, diferenciado e com valor agregado. Bedbury (que trabalhou na empresa) garante que a Starbucks não chega a gastar muito com estratégias de marketing tradicional. Em vez disso, a firma aposta em outros quesitos, como o treinamento dos funcionários, o visual dos pontos de venda e outros fatores que mexem diretamente com a percepção de valor do consumidor. A soma de todas essas percepções intangíveis é o que as marcas podem obter de mais valioso. “A publicidade, se é que tem alguma serventia, deve ajudar a confirmar o que as empresas já são, e não o que deveriam ser”, defende Bedbury. Além de serem uma espécie de raio-x das corporações, as marcas também precisam ter uma estratégia de crescimento, tal como as empresas. Para isso, é necessário alinhar os processos e comportamentos da companhia ao que se pretende comunicar com o logo. Segundo Bedbury, o consumidor dá cada vez mais importância para os valores que estão por trás da marca. Assim, é necessário que as empresas não só cultivem bons valores como também os comunique aos consumidores – por meio das marcas, é claro. Talvez o leitor não se torne um expert em branding ao virar a última página de O Novo Mundo das Marcas. Certamente, porém, ele conseguirá entender melhor o que as empresas têm buscado nesse verdadeiro campo de batalhas mercadológico. Principalmente se depender da experiência de Bedbury para tratar de um assunto tão espinhoso. Durante sete anos, o autor chefiou o departamento da publicidade da Starbucks e da toda-poderosa Nike. E foi o responsável pelo lançamento de campanhas que fizeram história nessas companhias. É provável que você conheça algumas delas – o slogan “Just Do It” lhe sugere alguma coisa? Cinco macetes do marqueteiro da Nike 1. Decifre o código genético da sua marca: Para construir uma marca forte, é necessário conhecer profundamente a empresa que ela representa. Qualidades intangíveis e valores éticos do negócio devem se somar ao valor percebido da marca. 2. Monte uma estratégia de fortalecimento para sua marca: Acordos operacionais, joint-ventures e outros tipos de sinergia corporativa são apoios valiosos para expandir o branding. 3. Acrescente uma dose generosa de emoção à marca: Seu relacionamento com os clientes não deve se basear unicamente nas qualidades dos produtos. É preciso tocar o lado emocional deles. 4. Cuide do ambiente da sua marca: Uma marca de respeito não pode ser vista em qualquer lugar. É indispensável que ela seja sempre apresentada aos clientes sob o melhor ambiente – onde quer que se esteja. 5. Nomeie os “líderes” da sua marca: As grifes mais respeitadas têm “pais” cuidadosos. São desde as pessoas que gerenciam o branding da empresa até aqueles funcionários que lidam diretamente com os clientes. Saiba escolhê-los adequadamente.