UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O PODER DA MARCA: STARBUCKS® A ESTRATÉGIA, O POSICIONAMENTO E A EVOLUÇÃO DA MARCA NO ÂMBITO MUNDIAL. Por: Rafael de Araújo Alves Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2010 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O PODER DA MARCA: STARBUCKS® A ESTRATÉGIA, O POSICIONAMENTO E A EVOLUÇÃO DA MARCA NO ÂMBITO MUNDIAL. Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial obtenção do grau de especialista em Marketing. Por: Rafael de Araújo Alves para 3 AGRADECIMENTOS ...Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nada disso poderia se tornar real. E também a minha família que tanto me incentivou e me deu força, para apesar das dificuldades eu nunca desistisse... 4 DEDICATÓRIA ...Dedico este ensaio monográfico a todos que praticam o bem e não esperam ser reconhecidos por isto... 5 RESUMO Esta monografia visa tratar da genialidade do sucesso da Starbucks Coffee Company em sua capacidade de criar experiências personalizadas para os clientes, estimulando o crescimento nos negócios, gerando lucro, criando subsídios aos seus colaboradores e assegurando a fidelidade do cliente - tudo ao mesmo tempo, sem investimentos em propaganda. Analisando a estratégia e o posicionamento da Starbucks® para conseguir transformar uma xícara de café em um fenômeno de âmbito mundial, tornando-se uma das empresas “mais admiradas” do mundo. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada tem por base pesquisa bibliográfica, sítios, revistas, artigos, “in loco” e estudo de caso elaborado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Nas pesquisas realizadas foi observado o surgimento da marca Starbucks®, sua importância, sua criação, a valorização e a estratégia adotada pela empresa. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A Starbucks® 09 CAPÍTULO II - A Estratégia Starbucks® 21 CAPÍTULO III - Valor da Marca - Brand Equity e Branding 30 CAPÍTULO IV - Posicionamento e a Evolução da Marca 33 CONCLUSÃO 36 ANEXOS 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46 ÍNDICE 47 FOLHA DE AVALIAÇÃO 48 8 INTRODUÇÃO O tema escolhido para a elaboração do referido plano de pesquisa foi tratar da genialidade do sucesso da Starbucks Coffee Company que está na capacidade de criar experiências personalizadas para seus os clientes, estimulando o crescimento nos negócios, gerando lucro, criando subsídios aos seus colaboradores e assegurando a fidelidade do cliente - tudo ao mesmo tempo, sem investimentos em propaganda. A história da Starbucks Coffee Company é uma das histórias de sucesso dos Estados Unidos verdadeiramente excepcional, uma empresa que domina seu mercado sem utilizar os artifícios publicitários que o mercado oferece, buscando em simples ações de marketing ou até mesmo a utilização de outras ferramentas de marketing para divulgar seus produtos e aumentando o seu posicionamento do mercado em que atua. A estratégia contém uma combinação que consistente de criatividade caseira e filosofias voltadas para o público e sendo impulsionado por seus colaboradores e parceiros. Portanto justifica o apreso sobre o tema. Este trabalho acadêmico tem como objetivo analisar o significado da marca Starbucks® no seu contexto global a partir de questões culturais e mercadológicas, suas estratégias, desafios, as ferramentas de marketing utilizadas pela empresa e o seu posicionamento para conseguir transformar uma xícara de café em um fenômeno de âmbito mundial, tornando-se uma das empresas “mais admiradas” do mundo. Buscando ao seu termino a real importância e a contribuição da propaganda diante da diversidade de ferramentas de marketing, que podem ser tão ou mais eficazes no fortalecimento de uma marca. 9 Ademais, detalhadamente nos próximos capítulos a trajetória do sucesso da Starbucks®, a linha de produtos comercializada em território brasileiro, o atual mercado mundial do café, o clima organizacional da empresa, a concorrência mercadológica em seu segmento, a estratégia adotada pela empresa no âmbito global, seus desafios, a preocupação com a responsabilidade social e ambiental, o posicionamento da marca, o conceito de valor da marca (brand equity), branding, a evolução da marca e a sua proposta, assim como, as ferramentas utilizadas no processo de comunicação com o seu target para conseguir transformar uma xícara de café em um fenômeno de âmbito mundial, mantendo-se no ranking das empresas “mais admiradas” do mundo, tudo ao mesmo tempo, sem muitos investimentos em propaganda. 10 CAPÍTULO I A STARBUCKS 1.1 - A historia Starbucks. A história da Starbucks é uma das mais notáveis do mundo dos negócios das ultimas décadas, mudando o modo americano do consumir café, assim, transformando o produto em uma obsessão nacional. Os três sócios tinham a mesma paixão: cafés suaves e chás exóticos, e eles acharam que iriam conseguir atrair uma imensa clientela em Seattle. A Starbucks surgiu em 1971, na cidade de Seattle, com a inauguração de sua primeira loja, como iniciativa de três sócios apaixonados por café. A princípio, a empresa vendia apenas grãos de café, provenientes de várias partes do mundo, e outras mercadorias relacionadas ao café no varejo. Em 1982, à procura de um desafio maior, Howard Schultz, na época vice-diretor de uma empresa de utensílios domésticos, ficou interessado naquele pequeno varejista de Seattle. Já na primeira visita à Starbucks, Schultz empolgou-se com o clima e com a qualidade do café. Ficou maravilhado com a experiência com os conhecimentos de café que os donos tinham, com a dedicação deles para fornecer produtos de alta qualidade. Um ano depois, ele largou o emprego e assumiu o cargo de diretor de operações de varejo e marketing na Starbucks. Em 1988, já com 33 lojas, a marca introduziu o sistema de venda por catálogo de seus produtos no país inteiro. A década de 90 começou com a 11 inauguração da primeira loja licenciada dentro do aeroporto na cidade de Seattle. No mês de junho de 1992, a Starbucks realizou uma operação publica de venda, aumentando 28 milhões de dólares o capital necessário para continuar a expansão da empresa. E depois desta primeira operação publica de venda, voltou ao mercado para garantir capitais adicionais. A Starbucks começou por apostar numa estratégia de chuster, expandindo o negócio pelos Estados Unidos da America e passando depois para maiores centros urbanos, abrindo lojas próximas uma das outras. As lojas urbanas tornaram-se ponto de partido da expansão para os subúrbios. Em 1993 iniciou uma parceria inovadora com a rede de livrarias Barnes & Nobles, abrindo pontos de café dentro das lojas. Foi em 1996 que a empresa resolveu ser agressiva em seu plano de expansão, já com mais de mil lojas nos E.U.A, inaugurando lojas no Hawaii, Cingapura e Japão, que se tornaria o maior mercado estrangeiro da marca. Depois da Ásia, a empresa ingressaria no Oriente Médio em 1999, na Europa em 2001, na América Latina em 2002, com a abertura de cafeterias em Porto Rico e no México, e finalmente em 1 de dezembro de 2006 no Brasil. Missão Estabelecer a Starbucks como o principal provedor dos cafés mais finos do mundo, sem jamais comprometer os seus princípios, ao longo de todo o nosso processo de crescimento. Os seis princípios a seguir nos ajudam a medir a adequação de nossas decisões: 12 • Oferecer um ótimo ambiente de trabalho e tratar uns aos outros com respeito e dignidade. • Apoiar a diversidade como componente essencial da maneira como fazemos negócios. • Aplicar os mais altos padrões de excelência na compra, torrefação, preparo e entrega do nosso café. • Gerar clientes entusiasmados e satisfeitos o tempo todo. • Contribuir positivamente para nossas comunidades e nosso meio ambiente. • Reconhecer que a rentabilidade é essencial para o nosso sucesso futuro. Linhas de Produto Expresso Esta é a verdadeira essência do café, na sua forma mais concentrada. O expresso da Starbucks® é rico e maravilhosamente caramelizado. Caffè Americano Apesar do nome, esta é uma forma européia de apreciar o café: expresso adicionado de água quente. Caffè Latte O tradicional clássico: leite vaporizado e expresso, delicadamente coberto por espuma de leite. Experimente com um de nossos xaropes à sua escolha (como baunilha, caramelo ou amêndoas) para um toque especial. 13 Cappuccino Honrando a tradição que vem de gerações, nossos habilidosos baristas cuidadosamente preparam a espuma de leite que vai sobre o expresso. Caffè Mocha É o delicioso Starbucks® mocha chocolate, expresso, leite vaporizado e chantilly. Nenhum dia frio resiste ao seu poder. Caramel Macchiato Um original da Starbucks. Leite vaporizado com expresso e xarope de baunilha, coberto com uma distinta calda de caramelo. Doce, cremoso e intenso. Brewed Coffee Todos os dias nós servimos um de nossos especiais cafés coados, dentre as opções de cafés em grão de diversas regiões do mundo. Os grãos são moídos na hora, o que faz um café fresco e saboroso. Frappuccino® blended beverage à base de café São as bebidas geladas mais adoradas e originais da Starbucks. Um café doce e cremoso, batido com leite e gelo, com as opções clássicas de sabores: Café, Mocha, Mocha Branco, Caramelo e Java Chip. 14 Frappuccino® blended beverage à base de creme Uma deliciosa bebida batida à base de creme, com sua opção de sabor: morango, chocolate, baunilha ou chá verde. Frappuccino® blended beverage à base de chá Para uma deliciosa e refrescante bebida à base de chá, oferecemos os sabores de Framboesa ou Manga dos chás Tazo® batidos com gelo. Iced Caramel Macchiato Para criar esta bebida original da Starbucks, nós combinamos expresso, leite, baunilha e gelo, cobertos por uma rica camada de calda de caramelo. Iced Caffè Mocha Feita com uma deliciosa calda de chocolate, leite e expresso, esta bebida é servida com gelo e é refrescantemente deliciosa. Iced Caffè Latte Leite e expresso servidos com gelo. Uma bebida muito cremosa e especial. Iced Americano Para uma variação do tradicional Iced Coffee, experimente este rico café expresso Starbucks® gelado e servido com água. 15 Iced Coffee É uma refrescante maneira de se beber café em um dia quente. Nosso recém filtrado Café do Dia servido com gelo. Refresh™ Uma infusão erval de peppermint and spearmint que deixa um doce sabor de tarragon. Awake™ Uma robusta mistura de chás pretos da Índia e fragrância de Ceilão que fazem deste chá uma excelente opção para o café da manhã. Earl Grey Uma mistura dos mais finos chás pretos da Índia e Ceilão, aromatizada com a essência da pura bergamota italiana. Tazo® Chai Um tradicional chá preto com especiarias, mesclado com cardamomo, canela, pimenta preta e anis. Zen™ Chás verdes da China mesclados com menta e folha de limão para acalmar a mente. 16 No final de 2001, os proveitos tinham aumentado 32% para 181,2 milhões de dólares, com vendas de 2,6 milhões, como podemos observar no gráfico abaixo. A evolução com que a Starbucks geriu a sua ascensão foi quase tão notável como as alterações que trouxe às concepções tradicionais de marketing de marcas. Apesar da presença mundial, todas as lojas são iguais è primeira loja em Seattle. Cada cafeteria está localizada em locais estratégicos de bastante movimento. Além disso, a sua decoração é toda voltada para passar o romance do café, com folhetos explicativos e canecas trabalhadas com arte. Tal sucesso coloca em discussão a real importância e contribuição da propaganda diante da diversidade de ferramentas de marketing, que podem ser tão ou mais eficazes no fortalecimento da marca. Por outro lado, a Starbucks se firmou como empresa no mercado norteamericano, em que os segmentos de café expresso e especiais não eram explorados. 1.2 - O Mercado Mundial do Café. Segundo as mais recentes estatísticas da Organização Internacional do Café (OIC), é consumido diariamente em todo o mundo mais de 1.400 milhões 17 de cafés. Desta quantidade, cerca de 45% - ou seja, 400 milhões - é consumido nos EUA, o maior consumidor mundial. No Brasil, onde em 2008 foi produzido mais de 1/3 do café mundial, o setor emprega mais de cinco milhões de pessoas. A indústria do café movimenta anualmente mais de €50.000 milhões, mas segundo a OIC, apenas 10% desse montante fica na posse dos países produtores. Nos mercados internacionais são comercializados dois tipos de café: arábica e robusta. O café arábico é o que apresenta a qualidade mais elevada, sendo cultivado por pequenos agricultores, sobretudo em elevadas altitudes, entre a linha imaginária do Trópico de Câncer e do Trópico de Capricórnio. No final dos anos 90 uma crise mundial abateu-se sobre o mercado do café. De fato, a oferta superou em muito a procura, uma situação que foi em grande parte provocada pela reentrada agressiva do Vietnam no mercado e que levou os preços a uma queda abrupta, quase provocando o colapso da indústria. Os países produtores e consumidores com o apoio da OIC responderam de forma concertada, com a intenção de aumentar o consumo a nível mundial. Para o efeito foram lançadas campanhas no sentido de promover o aumento da qualidade da produção, foram identificadas novas oportunidades no mercado e promovida à imagem do café como uma arte e um luxo ao alcance de todos. Os efeitos fizeram-se sentir e o mercado do café desenvolveu-se de forma considerável, aproveitando o aparecimento de novos apreciadores de café, que vêem nesta bebida um produto elegante e distinto. O desenvolvimento da indústria do café beneficiou empresas como a Starbucks, que desde os anos 70/80 foi capaz de criar e desenvolver uma 18 cultura de café inexistente nos EUA. Apesar do consumo de café ser muito expressivo neste país, o fato é que o café nunca foi visto como uma tradição, ao contrário do que sucede em Itália, Portugal, França ou noutros países europeus. Atualmente, os finlandeses são os maiores consumidores per capita, sendo que, como já referido, os EUA são o maior consumidor mundial em valor absoluto. 1.3 - Clima Organizacional. O primeiro princípio para atingir a missão da empresa sugere que, no desempenho das suas funções, os colaboradores devem “proporcionar um excelente ambiente de trabalho e tratar-se uns aos outros com respeito e dignidade.” Desde cedo a Starbucks procurou criar uma cultura organizacional forte, mostrando a sua preocupação em que todos os funcionários percebam a importância do trabalho que desempenham, criando simultaneamente condições para que sintam liberdade em fazê-lo de forma descontraída e positiva, fatores apontados como essenciais para proporcionar ao cliente a “Experiência Starbucks” que a empresa proclama. Ano após ano, e com base naquelas que são consideradas as guidelines da cultura organizacional da Starbucks, a empresa define uma série de pontos cujo impacto é considerado importante para os stakeholders externos e para a própria marca. Um dos aspectos que atrai pessoas às lojas Starbucks é a forma como os colaboradores interagem com os clientes. Howard Schultz rapidamente percebeu que o crescimento da Starbucks dependia em boa medida do 19 trabalho dos partners (nome pelo qual são tratados os empregados da Starbucks), que têm a responsabilidade diária de transmitir a importância da “Experiência Starbucks”. Para garantir que o contacto com os clientes é feito de forma adequada, a empresa aposta forte na formação: nunca inferior a 24 horas anuais, inclui noções de autonomia pessoal, técnicas de criação de um ambiente caloroso com os clientes e princípios orientadores para o sucesso. Para materializar a importância que a empresa atribui aos funcionários, foram tomadas medidas pouco usuais numa cadeia deste tipo: planos de saúde oferecidos a todos os funcionários - incluindo funcionários que trabalham em part-time e que cumpram pelo menos 240 horas anuais – e um programa de stock options que permite comprar ações com um desconto de 15% em relação ao preço de mercado (a Starbucks foi à primeira empresa cotada em bolsa nos EUA a proporcionar stock options a empregados parttime). Como resultado dessas medidas, os partners da Starbucks, que são já mais de 170.000 em todo o mundo, apresentaram em 2006 um grau de satisfação de 86%, segundo questionários internos da empresa. Além disso, a empresa tem sido presença assídua na conceituada lista da revista Fortune das “500 Melhores Empresas para Trabalhar”, ocupando em 2009 o 24º lugar, à frente de empresas mundialmente conhecidas como a Microsoft, KPMG e Texas Instruments. 20 1.4 - Concorrência. Os principais concorrentes da Starbucks são os estabelecimentos dedicados à venda de cafés especiais, os Cafés tradicionais, e, em menor medida, as cadeias de restauração. Além disso, ainda que de forma indireta, a Starbucks enfrenta a concorrência das empresas que vendem café em grão em supermercados e em lojas especializadas. Não obstante a empresa acreditar que os seus clientes fazem as suas escolhas com base na qualidade do produto e do serviço, relegando para último critério o preço, o fato é que, recentemente, a pressão exercida por ofertas mais econômicas têm afetado as vendas da Starbucks. Um dos competidores internacionais da marca, a Dunkin’ Donuts, tem conseguido conquistar clientes à Starbucks com base numa fórmula que se baseia num serviço mais rápido e a preços mais baixos, assim como no Brasil. A estratégia é alcançar uma clientela mais jovem que não está disposta a pagar os preços considerados elevados da Starbucks, ainda mais no cenário atual de crise econômica global. Assim, após ver as suas vendas em 2009 diminuírem em praticamente todos os mercados, a Starbucks contrariou um dos seus princípios e anunciou a introdução de menus a preços econômicos, o que demonstra as dificuldades acrescidas que está a enfrentar devido à forte concorrência e à recessão mundial. O McDonald’s por sua vez, afirmou recentemente que vai investir na sua rede de McCaffe’s aumentando a oferta de produtos e contratando profissionais mais experientes. O gigante do fast-food pretende instalar balcões deste tipo em mais de 14.000 lojas nos EUA nos próximos anos, com o objetivo de conquistar quota de mercado à Starbucks. Já a Costa Coffee, líder do sector no Reino Unido e que conta com mais de 700 lojas em 18 21 países, indicou no final de 2007 que vai apostar numa rede de franchising na vizinha Espanha, sendo por isso de prever que, num futuro próximo, a marca venha a competir com a Starbucks no mercado brasileiro. Na Europa, a cultura do café tem raízes bem mais profundas do que nos EUA e no Brasil. Os europeus associam o café à Itália e ao consumo do expresso - café em pequenas chávenas e com um sabor forte e intenso; um conceito bastante diferente daquele conhecido como American Coffee, caracterizado pela menor concentração e intensidade no sabor e de maior tamanho. Se a esta diferença, acrescentarmos a resistência provocada por algum sentimento antiglobalização e até antiamericano, percebe-se que no Velho Continente a Starbucks encontra a sua concorrência não só nas grandes multinacionais como a Dunkin’ Donuts e Mc Donald’s, mas também na enorme concentração de cafés tradicionais espalhados pela Europa. No Brasil, estão já estabelecidas no mercado algumas marcas que adotaram um conceito semelhante ao da Starbucks. 22 CAPÍTULO II A ESTRATÉGIA STARBUCKS 2.1 - A estratégia Starbucks®. Neste capítulo vamos analisar a estratégia que a Starbucks utilizou para prosseguir com o seu crescimento. Já podemos adiantar que existem dois fatores fundamentais de crescimento: os produtos e os mercados, fatores que foram utilizados por Igor Ansoff (1965) numa matriz desenvolvida com o objetivo de alinhar as possíveis estratégias de crescimento das empresas. A Matriz Ansoff consiste em representar algumas formas que o autor, Igor Ansoff, acreditava que poderiam aprimorar o negócio de determinada organização por meio de quatro estratégias distintas: Penetração, Desenvolvimento de Mercado, Desenvolvimento de Produto e Diversificação Pura (MINTZBERG, 2001). A matriz tem duas dimensões: produtos e mercados. Sobre essas duas dimensões, quatro estratégias podem ser formadas: • penetração de mercado: a empresa foca na mudança de clientes ocasionais para clientes regulares e de clientes regulares para usuários intensivos do produto; • desenvolvimento de mercado: a empresa tenta conquistar clientes da concorrência, introduzir produtos existentes em mercados externos ou introduzir novas marcas no mercado; 23 • desenvolvimento de produtos: a empresa busca vender outros produtos a clientes regulares, freqüentemente intensificando os canais existentes de comunicação; • diversificação: sendo a mais arriscada das estratégias, a empresa normalmente foca na comunicação explicando porquê está entrando em novos mercados com novos produtos, visando ganhar credibilidade. A estratégia inicial seguida pela Starbucks® passou pela Penetração do Mercado onde atuava, isto é, tendo começado sua expansão em estados vizinhos e dominando o território americano. Nota-se que ao falarmos em crescimento, não estamos falando em aumento de vendas ou em faturamento, e sim, no processo de crescimento comparando-se aos principais concorrentes. A Penetração de Mercado é a primeira hipótese que qualquer empresa deve considerar, pois é aquela que envolve menores riscos, pois consiste em atuar em um mercado que já conhece. Foi exatamente o que a Starbucks fez, para além de aumentar o seu número de lojas no território americano, esta conseguindo criar o habito de tomar café, aumentando a freqüência do seu consumo, bem como a qualidade consumida. Tal estratégia teve sucesso, pois a empresa tem sempre a preocupação de adaptar os seus produtos aos gostos e a cultura local, assim como acontece nas poucas lojas espalhadas pelo Brasil. Assim a Starbucks passou 24 a penetrar em diferentes mercados, isto é, passou a alargar o seu mercado alvo para outros países. Desenvolvimento de Mercados. Atualmente possui mais de 15.000 lojas distribuídas em todo mundo. O Desenvolvimento de mercado passa então, não só pela expansão internacional, mas também pelo alargamento do seu target a novos seguimentos de mercado. E o caso da comercialização de seus produtos no comercio eletrônico (internet), nos principais aeroportos, hotéis, supermercados e charutarias. Portanto é uma estratégia com menor risco, comparativamente à diversificação de produto, obviamente ambas implicam um maior risco que a penetração do mercado, estratégia que a Starbucks utilizou e bem em primeira instância. A estratégia de Desenvolvimento do Produto, apesar de não ter sido tão ativamente como ao desenvolvimento de mercados, mas teve sua importância. A gama de produtos, como o café frio, o frappuccino e o Starbucks Card (não comercializado no Brasil). A Diversificação do Produto é muito visível na referida empresa, até no fato dos seus relatórios considerando que as vendas de alimentação e outros produtos não relacionados com café têm aumentado significamente. Vale ressaltar que, a estratégia de crescimento não deu tanta importância à publicidade, por exemplo, à publicidade televisiva. A Starbucks gasta atualmente em média de 30 milhões de dólares por ano em promoção. 25 Mesmo assim a marca Starbucks continua sendo uma das mais admiradas e conhecidas do mundo. A capacidade de expansão da Starbucks® firmou-se no contato humano entre seus clientes, funcionários, parceiros e comunidade locais. A empresa trabalhou em seu composto de marketing, criando uma marca líder internacionalmente. Suas lojas tornaram-se pontos de encontro e seus produtos símbolo de qualidade. A estratégia contém uma combinação que consistente de criatividade caseira e filosofias voltadas para o público e sendo impulsionado por seus colaboradores e parceiros. 2.2 - Marketing. A importância do contato humano estendeu-se da missão para os partners, e até para as iniciativas de Marketing da empresa. De fato, a Starbucks vende, sobretudo café, mas é através da interação com os clientes e da criação de um ambiente único que combina a descontração e a paixão pelo café, que a Starbucks tem-se diferenciado dos seus competidores. Desse modo, a forma como o Marketing é feito na empresa reflete a idéia de que a melhor forma de promover o negócio é através daqueles que são a face visível do mesmo, os partners. Ao longo dos anos as campanhas de Marketing da Starbucks procuraram ser tudo menos massivas, baseando-se num contato direto com o 26 público-alvo da marca, privilegiando iniciativas locais e fazendo da satisfação dos clientes a melhor forma de passar a mensagem. Em 2005, por exemplo, a McDonald’s gastou mais de $700 milhões em publicidade enquanto a Starbucks gastou pelos $16,6 milhões. Quando comparado com outras cadeias de restauração, a diferença é evidente. Fora dos EUA, a Starbucks define o Marketing com base na cultura local e no tipo de consumidores nela presentes. O resultado tem sido positivo sempre que a marca consegue assumir um toque exótico e singular. Como escreveu o Sunday Times em 2008: “No México, as lojas atraem um público jovem, elegante e abastado. Em Jacarta, os consumidores proclamam o seu orgulho em poder saborear as mesmas bebidas que as classes altas do país. Os Kuwaitianos apreciam o ambiente de romance que se cria nas lojas, num país onde o contato entre ambos os sexos é limitado.” Em vários pontos da Ásia, onde o chá tem uma presença muito forte e mais tradicional que o café, o aspecto trendy da Starbucks atraiu vários clientes: os espaços amplos, limpos e calmos eram bastante diferentes das salas de chá existentes em países como a Malásia ou a Tailândia, onde o fumo é permitido e conseguir um lugar sentado é difícil. Adicionalmente, a marca conseguiu novos clientes graças à oferta de produtos adaptados ao gosto local e através da criação de laços com as comunidades locais. Por exemplo, na Malásia a empresa comercializa desde 2004 um café de origem local, o Muan Jai. Já na Indonésia, um dos produtos de maior sucesso é o café em grão Komodo Dragon, originário da ilha Cebeles. Segundo a Starbucks, 5% das vendas de ambos os produtos revertem a favor dos produtores locais para apoiar projetos na área da educação e ação social, o que contribui e muito para conquistar a simpatia e confiança da população. 27 No entanto, em finais de 2007, quebrando uma longa estratégia de Marketing da marca, a Starbucks lançou nos EUA a sua primeira campanha televisiva a nível nacional e estimativo indicam que os aumentos dos gastos em publicidade da empresa terão ultrapassado os $100 milhões em 2008. Talvez pelo fato de, durante vários anos, a empresa ter crescido a um ritmo que superou as melhores expectativas, o modelo original de comunicação com os clientes poderá não ser suficiente para atingir uma base de consumidores mais alargada. Como sugere Scott Bedburry, ex-Director de Marketing da Starbucks, “nenhuma empresa consegue manter um crescimento fixo de vendas, lucros e lealdade à marca por tempo indeterminado. É necessário que a Starbucks revitalize a forma de interagir com o público, especialmente num momento de crise como o atual”. 2.3 - Presença digital da marca: ações, ferramentas e colaboração. Para algumas marcas, a web se tornou o principal ponto de contato com seus consumidores e fornecedores. Um exemplo claro desse fato é a marca Starbucks, que investe constantemente na comunicação através da web, por meio de diversas formas, tanto através do site até mesmo marcando presença nas principais redes sociais, facebook, youtube, twitter e flickr. Para Sérgio Coelho, diretor de diretor de planejamento da Midiaweb, aderir ao Twitter, Orkut, Facebook, Flickr e outras redes sociais gera vários benefícios. “A empresa ou o político cria um canal de diálogo, fonte de 28 informação e de insights, com seu consumidor ou público alvo. As redes sociais são fonte de informação mais precisa das opiniões do público”, destaca. O site da Starbucks sempre foi uma ótima referência de design e uso de tecnologias na web brasileira e no exterior. O visual sempre foi atualizado, em sintonia com o visual da campanha vigente, com muitas animações e interações. Mas, não basta ser apenas bonito, o site tem que ter conteúdo que faça o usuário voltar a visitá-lo sempre. Outra ferramenta de sucesso mundial e o Starbucks Love Project é uma ação viral da Starbucks que pediu para todas as pessoas do mundo cantarem “All You Need is Love” no hotsite do projeto. Pessoas de 124 países contribuíram com vídeos formando um grande mosaico interracial. A promessa da Starbucks é: a cada novo vídeo, a marca realizará uma doação para a campanha (RED) que atua na redução da proliferação desenfreada do HIV na África. A ação está redondinha: colaborativa, inspiradora e altruísta. Pronto pra marca. 2.4 - Responsabilidade Social e Ambiental. “Oferecer o melhor café do mundo associado a uma experiência única, garantindo, em simultâneo, a difusão dos valores sociais que caracterizam a empresa”. Visão da Starbucks A preferência dos consumidores por produtos e serviços oferecidos por empresas preocupadas com a preservação do ambiente e com a 29 responsabilidade social tem vindo a aumentar cada vez mais, segundo o primeiro “Estudo Global sobre Ética Empresarial e Responsabilidade Corporativa”. No estudo realizado em 51 países, dois em cada três consumidores (66%) revelaram considerar importante que os bens alimentares sejam produzidos de forma eticamente consciente, enquanto mais de metade (51%) dos consumidores mundiais acreditam que as empresas devem melhorar as suas políticas ambientais e sociais. Uma das bandeiras da Starbucks é efetivamente a responsabilidade social, tendo até sido criada, em 1992, uma segunda declaração da missão da empresa, dedicada exclusivamente ao tema. O esforço da empresa neste campo tinha dado um grande passo no ano anterior através do início da parceria com a CARE, organização humanitária internacional dedicada à erradicação da pobreza. Já em 1997 foi criada a Fundação Starbucks, com o objetivo de promover projeto de raiz social nas zonas mais desfavorecidas onde a empresa detém lojas. Ao promover práticas que comprovam a preocupação da empresa com o ambiente, recursos humanos, comunidades envolventes e produtores de café, a Starbucks consegue atingir um grupo distinto de consumidores, pois passa a ser vista não só como uma empresa que vende produtos relacionados com o café, mas também como uma empresa que tem uma missão, valores e objetivos sociais importantes. De fato, testemunhos de vários clientes apontam que o fato que os atraiu às lojas da Starbucks não foi sequer o café ou qualquer outro produto, mas sim a curiosidade e simpatia pelas iniciativas levadas a cabo em matéria de responsabilidade social. Por outro lado, à medida que a dimensão do negócio aumentava, a empresa passou a ser um alvo apetecível para ativistas antiglobalização. Ao 30 promover e divulgar informação detalhada sobre a sua vertente social, a Starbucks consegue defender a sua imagem dos ataques constantes de certos movimentos antiglobalização e permite aos clientes e stakeholders da empresa fazer a sua própria avaliação. 31 CAPITULO III VALOR DA MARCA - BRAND EQUITY E BRANDING 3.1. - Valor da Marca - Brand Equility O valor da marca, o chamado brand equity, fundamenta-se na idéia de que os consumidores compram e usam certos produtos com marcas mais pelo que eles representam do que por aquilo que eles realmente fazem. Assim, podemos dizer que o valor da marca é o valor adicionado que a marca dá ao produto. Segundo o publicitário Francesc Petit, as marcas mais poderosas da atualidade surgiram no mesmo período histórico -entre 1890 e 1940. CocaCola foi inventada em 1886, Omo surgiu na Inglaterra na década de 40, e Nestlé existe desde meados do século 19. "Essa foi à era mais gloriosa da história do homem, a Revolução Industrial", afirma Petit, sócio da agência DPZ. "Depois disso houve um profundo vácuo: o ‘american way of life’ criou uma série de padrões muito deles lá." Podemos definir que brand equily e “um conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem do valor proporcionado por um produto ou serviço para uma empresa ou para os seus consumidores em geral”. Em caso de alteração/revitalização da marca, alguns ativos ou passivos poderão ser alterados, e até mesmo perdidos, apesar de que parte deles possa ser absorvida pela a nova marca. Segundo levantamento do instituto ACNielsen, foram lançados 11 mil novos produtos em 2004, o que torna a capacidade de estabelecer-se no 32 mercado um desafio e tanto. Em seu livro "Marcas: Brand Equity, Gerenciando o Valor da Marca", David A. Aaker comenta o poder de velhos nomes: "(...) quando uma marca se torna realmente bem estabelecida, o alto reconhecimento resultante de muitas exposições e experiências de uso tende a permanecer no mesmo patamar durante um longo tempo (...)". Não que essas gigantes possam acomodar-se com suas glórias, mas, se forem bemsucedidas, têm na idade um ponto a favor. O brand equity tem como base cinco categorias de ativos, que criam valores não só para o consumidor, mas também para a empresa, a saber: • Lealdade à marca • Conhecimento do nome • Qualidade percebida • Associação à marca em acréscimo à qualidade percebida • Marca registrada perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI Vale ressaltar que, os ativos do brand equily geralmente acrescentam ou subtraem valor para os consumidores. Podem ajudá-los a interpretar, processar e acumular grande quantidade de informações sobre produtos e marcas. Podendo até afetar a confiança do consumidor na decisão de compra. Potencialmente mais importante é o fato de que tanto a qualidade percebida como as associações da marca podem aumentar a satisfação do consumidor com a experiência de utilização. O desenvolvimento e a sustentação de construir uma marca forte, assim como, gerenciar esse ativo imaterial tão importante, tornasse uma vantagem competitiva proveniente da exploração da marca funcionam como barreira às 33 investidas de concorrentes, o que acarreta a geração de lucros futuros. Ademais, podemos concluir que a marca e o que ele representa constituem o ativo mais importante da empresa. 3.2. – Branding Pode-se definir branding como “um processo estruturado, consistente e integrado, que garante a melhoria contínua da entrega da promessa da marca, desde a definição dessa promessa até a implementação em todos os seus pontos de contato com os públicos estratégicos”. Ou seja, o branding, que nada mais é do que a gestão da marca tem por seu objetivo a interação dos processos, criação e gerenciamento da marca, a fim de que esta possa efetivamente agregar valor ao produto ou serviço que visa assimilar. Alinhando a promessa da marca e a sua entrega ao público consumidor. Basicamente os programas de branding envolvem três etapas: • Estratégia de marca: identidade da marca; posicionamento desejado da marca; arquitetura de marcas. • Implementação da estratégia: identidade visual e verbal da marca (logotipo e marca); alinhamento interno (promessa de marca); comunicação interna e externa. • Sistema de métricas para monitoramento do programa: avaliação econômico-financeiro da marca; brand scorecards (sistema de métricas para suporte e monitoramento da estratégia adotada). 34 O sucesso da implementação de um programa de branding depende da análise de vários fatores, tais como a estrutura dos negócios, o público alvo, a concorrência, etc. A partir dessas análises e possível estruturar os setores da empresa, a fim que os mesmos possam falar uma única língua comum e tornem possível o trabalho de posicionamento e gerenciamento bem-sucedido da marca. O posicionamento da uma marca deve ser resultado de um trabalho de adequação da identidade da marca ao seu publico estratégico mediante o estudo das oportunidades existentes no mercado. Por fim, concluímos que a identidade de uma marca revela o conteúdo, as características da empresa, e o posicionamento da marca traduz a maneira como a empresa quer ser percebida no mercado, cujo pode ser definido a partir do momento em que se compreende a identidade daquela marca. 35 CAPITULO IV O POSICIONAMENTO E A EVOLUÇÃO DA MARCA Atualmente existem marcas dos mais variados tipos de produtos e serviços, algumas tão poderosas que chegam a valer até mais do que a empresa propriamente dita. Existem marcas que, com o passar do tempo, ficaram tão conhecidas que se tornaram sinônimos dos respectivos produtos. Dois exemplos clássicos desse tipo de acontecimento são as marcas de sabão em pó Omo e de lã de aço Bombril, uma vez que as pessoas passaram a não pedirem pelo produto, mas sim pela marca, embora estivessem comprando um produto do concorrente. Desenvolver uma marca vai bem mais além da criação da marca, pois esta assinala que um produto ou serviço recebeu em seu exterior uma marca, o registro de uma organização. Se a marca é forte, ela usufrui de uma taxa de fidelidade, portanto de uma estabilidade de suas vendas projetadas. Segundo a definição da AMA (American Marketing Association) uma marca é definida como: “um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação deles, com o objetivo de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo e diferenciá-los da concorrência.” Uma vez que as marcas residem do ponto de vista de sua significação, na mente dos potenciais clientes, seu emprego é praticamente ilimitado. Grandes marcas podem levar anos para se estabelecerem e poucas conseguem vencer as barreiras impostas pelo mercado até chegarem a um nível elevado de aceitação pelo público consumidor. Algumas são lideres de mercado e em sua categoria, más isso não significa que estão seguras para 36 sempre nessa posição e também há os casos de marcas que desaparecem. Algumas marcas são lideres e notórias em sua categoria, o que não significa que estão seguras para sempre nesta posição e também há os casos das marcas que desaparecem. A receita para se ter uma marca de sucesso e manter a imagem ao longo do tempo é simples. Basta ter: • Posicionamento diferenciado; • Bons produtos e serviços; • Cumprimento permanente das promessas. “Uma marca tem de parecer um amigo”. Howard Schultz (Starbucks) Com a Starbucks não esta sendo diferente, segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca Starbucks® está avaliada em US$ 3.263 bilhões, ocupando a posição de número 90 no ranking das marcas mais valiosas do mundo, ranking publicado em 2009. Além de ocupar a posição de número 4 no ranking das marcas mais influentes do planeta. Vale ressaltar que, a empresa ocupa a posição de número 261 no ranking das empresas de maior faturamento no mercado americano, ranking publicado pela revista Fortune 500. Durante sua trajetória de sucesso e conquista, não apenas a estratégia de negócio evoluiu, mas também o seu logotipo. Originalmente o logotipo da empresa era uma sereia com duas caudas. Porém com o passar dos anos o logo foi sendo modificado e simplificado. Na primeira versão, a sereia exibia os seios e suas caudas eram totalmente visíveis. Na segunda versão, seus seios foram cobertos com cabelos, enquanto seu umbigo ainda podia ser visto. Na 37 versão atual, os seios e o umbigo não são visíveis e das caudas restam apenas à seção final. 38 CONCLUSÃO Desde sua origem humilde até um nome que é sinônimo de café, a Starbucks tornou-se uma das empresas de maior crescimento de nossa história, sendo citado em varias publicações no meio empresarial. Analisamos detalhadamente no decorrer deste trabalho monográfico a estratégia e o posicionamento da Starbucks para conseguir transformar uma xícara de café em um fenômeno de âmbito mundial, pegando um produto comum, quase banal e transformando-o em uma das empresas “mais admiradas” do mundo. Este estudo partiu da discussão do sucesso da Starbucks Coffee Company em sua capacidade de criar experiências personalizadas para os clientes, estimulando o crescimento nos negócios, gerando lucro, criando subsídios aos seus colaboradores e assegurando a fidelidade do cliente, tudo ao mesmo tempo, sem investimentos em propaganda. A Starbucks soube trabalhar seu composto de marketing, criando uma marca líder mundial e mantendo sua posição no ranking das empresas mais admiradas do mundo. Suas lojas tornaram-se pontos de encontro e seus produtos símbolo de qualidade e sofisticação. Tal sucesso coloca em discussão a real importância e contribuição da propaganda diante da diversidade de ferramentas de marketing, tais como as redes sociais, blogs, etc., que podem ser exploradas e tão ou mais eficazes no fortalecimento e valorização da marca. Não existe um modelo a ser seguida, cada organização tem a sua estratégia, objetivo, metas e valores corporativos. Mas diante da referida empresa, podemos afirmar que a Starbucks foi a pioneira em arriscar tal estratégia. 39 Por outro lado, a Starbucks se firmou como empresa no mercado norte-americano, em que os segmentos de café expresso e especiais não eram explorados. No Brasil, o segmento de café expresso já conta com alguns concorrentes, mesmo assim a Starbucks manteve a estratégia de não utilizar comunicação de massa. O marketing digital assume assim importância primordial para as organizações. As empresas têm que se ajustar aos novos tempos, imprimindo mudanças radicais na forma de realizar negócios e administrar relacionamentos. O Facebook, que no presente ano teve um acentuado crescimento, vendo o seu número de inscrições aumentarem substancialmente, pode ser apontado como um exemplo de uma rede social horizontal. Ao nível internacional podemos salientar empresas como a Coca-Cola e a própria Starbucks. Com um planejamento estratégico prévio, as redes sociais podem ser aproveitadas pelas empresas para divulgação de preços, produtos, serviços, ganhar notoriedade e comunicar com clientes, criando assim comunidades e relações de proximidade diferentes das que conseguem na sua atividade normal e com as campanhas de publicidade. As vantagens do canal são o baixo custo de infra-estrutura, procura segmentada, atendimento personalizado a cada cliente e, principalmente, a interatividade com o públicoalvo. Numa palavra, "customize it", ou seja: fazer com que o cliente ou potencial cliente se sinta parte integrante do serviço ou produto, ou marca; mimar o cliente e ver a sua marca proliferar cada vez mais, pois hoje as 40 pessoas organizam-se com base numa idéia, numa paixão, em algo que lhes satisfaz o sentimento, onde podem interagir e contribuir, seja em ligação com um líder ou com membros da comunidade. Embora as mentalidades estejam mudando, ainda se nota insegurança por parte das empresas na utilização das redes sociais como uma ferramenta de marketing, na forma como estas poderão ser úteis. Assim, antes de expor uma marca no Facebook ou Orkut, é importante verificar se há condições de manter o perfil sempre atualizado e com conteúdo atrativo. A regra da web não é simplesmente estar online, mas estar presente nas redes sociais com qualidade. É importante enfatizar que mesmo que a marca não esteja oficialmente na web, ela será comentada, elogiada ou criticada por milhões de internautas consumidores. A única regra para o investimento nesta área é a criatividade e a interatividade com o público consumidor. Socializar é ver a marca despontar para o mundo! E isso a Starbucks soube fazer. 41 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 → Linha do tempo da historia da Starbucks Anexo 2 → Fotos das lojas Starbucks Anexo 3 → Evolução da marca Anexo 4 → Matriz Ansoff Anexo 5 → Presença da Starbucks nas redes sociais 42 Linha do Tempo - Starbucks Aqui você confere uma breve história da Starbucks no mundo, através das décadas. Década de 1970: A primeira loja abre suas portas. O nome vem do clássico da literatura americana do século XIX, o romance de tema baleeiro de Herman Melville: Moby Dick. O nome e a simbologia mística da sereia parece apropriado para uma loja que importava os cafés mais finos do mundo para o povo de Seattle, sedento de novas aventuras. Década de 1980: Howard Schultz junta-se à Starbucks em 1982. Durante uma viagem de negócios à Itália, Howard visita os famosos bares de café espresso de Milão. Impressionado com a popularidade e a cultura dos bares italianos, ele enxerga o mesmo potencial em Seattle, e estava certo: depois de provar os "lattes" e "mochas", a clientela de Seattle rapidamente tornou-se aficcionada por café. Década de 1990:A demanda por cafés de alta qualidade permite à Starbucks expandir suas fronteiras além dos limites de Seattle, primeiramente dentro dos Estados Unidos, e depois no exterior. Após tornar-se uma das primeiras companhias a oferecer ações a funcionários de "meio-expediente", a Starbucks abre seu capital na bolsa. Década de 2000: O fenômeno Starbucks continua. Em 2000, a Starbucks tinha mais de 6.000 unidades em mais de 30 países. Além dos excelentes cafés e bebidas à base de espresso, os clientes agora podiam apreciar os chás Tazo® e as bebidas batidas com gelo o famoso Frappuccino Blended Coffee®. 43 Fotos das Lojas 44 Evolução da Marca 45 Matriz Ansoff 46 Presença da Starbucks nas redes sociais 47 48 49 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Martins, José Roberto; Blecher, Gilson. O Império das Marcas. São Paulo: Negócio Editora, 1997. Michelli, Joseph A. A estratégia Starbucks : 5 princípios para transformar sua empresa em uma experiência extraordinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Tybout, Alice M; LinkCalkins, TIM; LinkBrandão, Ailton Bomfim. Branding: fundamentos, estratégias e alavancagem de marcas, implementação, modelagem, checklists, experiências de líderes de mercado. São Paulo: Atlas, 2006. Gracioso, Alexandre. Starbucks. São Paulo: ESPM, 2008. 50 ÍNDICE INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I A Starbucks® 1.1 - A historia Starbucks 9 1.2 - O Mercado Mundial do Café 1.3 - Clima Organizacional 1.4 - Concorrência. 15 17 19 CAPÍTULO II A Estratégia Starbucks® 2.1 - A estratégia Starbucks 21 2.2 - Marketing 2.3 - Presença digital da marca: ações, ferramentas e colaboração 2.4 - Responsabilidade Social e Ambiental 24 27 28 CAPÍTULO III Valor da Marca - Brand Equity e Branding 3.1. - Valor da Marca - Brand Equility 30 3.2. - Branding 31 CAPÍTULO IV Posicionamento e a Evolução da Marca 33 CONCLUSÃO 36 ANEXOS 39 ÍNDICE 47 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 46 51 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: