Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias – Português
Ensino Médio, 1ª Série
Texto argumentativo: opiniões
pessoais, resenha
Na aula de hoje vamos tratar do texto
argumentativo, um tipo de texto que visa a
intervir diretamente nas opiniões, atitudes ou
comportamentos das pessoas.
Características do texto
argumentativo
 Defende-se um ponto de vista sobre determinado assunto.
 O ponto de vista é fundamentado com argumentos.
 Estrutura básica: introdução (ideia principal), desenvolvimento
(argumentos) e conclusão (confirmação da ideia principal).
 Linguagem de acordo com a variante padrão da língua.
 O autor pode colocar-se de modo pessoal (1ª pessoa) ou
impessoal (3ª pessoa).
 Presença de palavras e expressões que introduzam opiniões
pessoais ou impessoais. (CEREJA e MAGALHÃES, 2003, p.138)
No texto argumentativo, o efeito
buscado é a persuasão, ou o
convencimento.
Os textos argumentativos estão
presentes em vários gêneros como:
artigo de opinião, debate, editorial,
carta argumentativa, resenha etc.
Dentre os gêneros da ordem do
argumentar citados, estudaremos
um deles:
A RESENHA
Esse gênero apresenta informações
selecionadas de uma obra
acompanhadas de comentários e
informações.
Na resenha há descrição, resumo e
opinião.
Finalidades da resenha:
Informação e
opinião.
Assim, em uma resenha,
dá-se ao leitor uma ideia
sobre o conteúdo da obra
(artística ou não) e emite-se
uma opinião sobre a
qualidade do que está
sendo resenhado
Plano global da resenha de um
livro:
Nome da obra, autor, contextualização
do livro, tema, número de capítulos e
páginas, estilo do autor quanto à
linguagem utilizada, e, se possível, usar
frases (entre aspas) para comprovar um
comentário do resenhista
(MACHADO, LOUSADA e ABREU-TARDELLI, 2009)
Leiam os textos abaixo:
Imagem: Companhia de bolso, 1ª edição, 2011.
Capa de livro
Citações do livro
• “(…) aqueles olhos fizeram mal ao
tubo digestivo dele.”
• “No luminoso teatro de sombras
das labaredas, todos nós
parecíamos insanos.”
• “Aos dezesseis anos a gente não
ouve o sussurro do pai em nosso
sangue.”
• “(…) uma jornada na contramão
da escuridão.”
Trechos da opinião de uma leitora
O texto a seguir é uma colaboração da leitora Violeta Ayumi Teixeira Araki.
“Tal qual muitos de seus personagens, o anglo-indiano Salman Rushdie parece
também um ser preso entre dois mundos segregados. Nasceu na antiga
Bombaim, atual Mumbai, mas passou boa parte da vida num país de
princesas muito belas e rainhas muito velhas, chamado Inglaterra. O Oriente
nunca saiu de seu sangue e se manifestou de alguma forma em todos os seus
romances. O Ocidente, porém, estava logo ali, visível pela janela, e Rushdie
não pôde ignorá-lo a cada frase que escrevia. A tentativa de junção desses
universos totalmente distintos aparece em várias de suas obras (Em Fúria, por
exemplo, a vivência nos EUA é contada a partir da visão de um oriental)” (...).
- entrevista publicada na edição de Veja n°1802, de 14 de maio de 2003.(Disponível em http//: www.lendo.org. Acessado em 23-11-2011).
Opiniões Pessoais
São os juízos de valor que as pessoas atribuem às coisas,
às pessoas, a uma obra artística, a um livro, filme etc.
Geralmente essas opiniões refletem a ideologia do seu
criador. Entendemos facilmente uma opinião num texto,
pois a partir dela eu, você, as outras pessoas não são
obrigadas a concordarem, vejamos:
Com base na leitura da opinião da
leitora, podemos concluir que se trata,
pois, de uma opinião pessoal, da qual
outros leitores podem discordar.
Formação do ponto de vista
“Decorre de experiências que acumulamos, leituras realizadas,
informações obtidas, do desenvolvimento da capacidade de
compreender e, sobretudo, “traduzir” para outras pessoas
aquilo que desejamos dizer. É nesse processo que iremos,
progressivamente, formando e reformando a visão das coisas.”
(CITELLI, 1994, p. 17)
Ao emitirmos simples opiniões, o
fazemos, no geral, orientados por
concepções que tendem a ser
cifradas nos discursos com os quais
convivemos (CITELLI, op. cit).
Exemplo:
Ao defendermos, por exemplo, a tese
favorável à pena da morte, passamos
a assumir como nossa a “verdade”
constituída por segmentos sociais
com os quais nós temos
identificação.
O que deve fazer o resenhista?
1- guiar o leitor através da
linguagem utilizada (uso
dos conectivos);
2-dar informações básicas
sobre o contexto e o
tema;
3-apresentar os objetivos da
resenha;
4-fazer a descrição
estrutural da obra;
5- apresentar comentários
os quais podem ser
positivos ou / e negativos;
6-finalmente , a conclusão,
na qual o resenhista
deverá explicitar /
reafirmar sua posição
sobre a obra resenhada.
Organizadores textuais da resenha:
Não só, mas também,
entretanto, com efeito,
embora, ainda que, no
entanto, de fato, contudo,
apesar de, mesmo que, mas, já
que, por isso, assim sendo,
assim, como, portanto, uma
vez que, porque, devido a,
pois, pelo fato de etc.
Esses conectivos
apresentam diferentes
funções como:
conclusões,
argumentos, causas e
justificativas.
Imagem: Editora Intrínseca, 1ª edição, 2008
Vamos ler mais uma resenha e analisaremos
alguns pontos apresentados:
Algum de vocês já leu esse livro?
Resenha do livro Crepúsculo (Cinthya)
Então, eu não sei se vocês sabem mas eu andei completamente envolvida (e envolvida é um
bom termo) com um livro que deve ter deixado muitas meninas com o coração mais
apaixonado.
Crepúsculo conta a história da jovem Bella, que vai morar com seu pai na pequena, cinza e
úmida cidade de Forks. No começo, como em qualquer cidade pequena, ela é a atração da
cidade. Todos querem conhecê-la, todos querem saber mais dela etc. Só que ela é tímida e
não gosta dessa situação. Na escola, Bella fica curiosa com um grupo de jovens lindos,
brancos como neve, pálidos, que andam sempre em grupo e não parecem se importar muito
com a presença dela: os Cullen.
Logo em uma de suas primeiras aulas na escola, ela entra no laboratório de Biologia
e senta-se ao lado do irmão Cullen mais novo, Edward, que não fica à vontade quando Bella
senta-se ao seu lado, e sai correndo da aula. Logo depois, ela o encontra na secretaria do
colégio, insistindo fortemente para que a secretária o colocasse em um novo horário da aula
de laboratório. Bella se sente mal com isso e quer saber porque Edward a rejeita tanto. Na
semana seguinte, ele volta à aula e tenta ser mais simpático com ela. Ela insiste que não
entendeu sua atitude na semana anterior.
Ele acaba salvando-a de um acidente de carro, o que a deixa ainda mais "pé atrás" com
ele. Só que, a essa altura, ela já está, no mínimo, muito interessada nele.
Muitas coisas acontecem depois disso (não vou contar o livro todo no nível de detalhes
como fiz até aqui), como por exemplo, ele espantar uns "caras maus" que estavam atrás
dela numa viagem que ela fez e a levar para jantar depois, até que ela descobre que ele
é um vampiro.
Mas não um vampiro do tipo Lestat ou Conde Drácula, e sim um vampiro bonzinho,
fofo, romântico, estonteantemente lindo - não que o Lestat não fosse, né? - é
basicamente um príncipe encantado sem cavalo branco.
Edward e sua família não comem, podem se expor ao sol (o único efeito
colateral é que eles ficam brilhantes quando expostos ao sol), não bebem sangue
humano, somente de animais e, por isso, podem conviver harmonicamente com os seres
humanos. Bella se mete em um monte de problemas e Edward sempre a salva.
Eles começam a namorar (dããã)!
Até que, um dia, jogando baseball, eles encontram um bando de "vampiros nômades
selvagens". Nesse bando, há um vampiro em especial que resolveu que Bella seria um
"lanchinho". Edward se desespera com essa situação e tenta fazer com que Bella suma
do nariz (sim, vampiros têm o olfato extremamente aguçado) do caçador.
James (o vampiro caçador) consegue ludibriar a todos e fazer com que Bella vá para
perto dele. Ele quebra a perna dela e consegue mordê-la. Só que, obviamente, os
Cullen, na verdade Edward , chupa o local da mordida e retira o veneno. O problema é
que, para ele, o gosto dela é irresistível e parar de bebê-lo não foi nada fácil, mas ele
conseguiu!
Ela foi para o hospital e se recuperou. No final do livro, os dois vão ao baile do colégio
juntos.Tudo bem, eu não sou uma exímia contadora de histórias. Sempre acabo
tentando sintetizar e simplificar as coisas demais. Rsrs!
Uma dica que eu tenho é: se você gosta de histórias juvenis e românticas, vai adorar
"Crepúsculo". Se você gosta dos filmes de vampiro tradicional, com certeza,
"Crepúsculo" não é para você! O que eu posso dizer é que eu gostei do livro. Vi o filme
também. Mas o livro me surpreendeu mais, apesar de ter visto o filme antes de ter
terminado de ler o livro.
(Disponível em http://leoninadigital.blogspot.com/2009/01/resenha-do-livro-crepusculo.html.
Acessado em 24-11-2011).
Questões para análise
1- Cite trechos do texto que comprovem comentários da autora.
2- Pelos comentários citados, você diria que a resenhista gostou do
livro? Apresente um trecho que comprove sua resposta.
3- A obra resenhada também está disponível em filme. Qual a
experiência passada pela resenhista a respeito do filme?
4- Quais as hipóteses apresentadas para os adolescentes
(des)aprovarem o livro “Crepúsculo”?
5- Ao escrever uma resenha, deve-se levar em conta o público-alvo,
para isso a linguagem usada deverá estar próxima desse público.
Perguntamos: para quem se dirige a resenha lida? Comprove sua
resposta com passagens do texto.
6- Por fim, qual foi o objetivo de Cinthya ao resenhar “Crepúsculo”?
7- Apresente as características do texto argumentativo presentes no
texto lido.
2- Marque com C os conectivos que introduzem conclusões e com A os
que introduzem argumentos, causas e justificativas:
( )já que
( )por isso
( )assim
( )assim sendo
( )como ( )portanto ( )porque
( )uma vez que ( )isso posto
( )pelo fato de
( )devido a
( )pois
3- Com base no que estudamos nas aulas, e no filme assistido ou
no livro que vai ler, produza um texto argumentativo, em forma
de resenha, destinado aos colegas da outra turma, convencendoos a também assistirem ao filme ou a lerem o livro.
OBS: Não se esqueça de emitir opiniões pessoais convincentes
capazes de mudar o comportamento dos outros colegas.
Bibliografia
CEREJA, William Roberto. MAGALHÃES, Thereza Cochar.
Português: linguagens. Volume único. São Paulo: Atual, 2003.
CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. São Paulo: Editora
Scipione, 1994.
MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI,
Lília Santos. Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
Tabela de Imagens
Slide
Autoria / Licença
Link da Fonte
Data do
Acesso
11 Oriente, ocidente / autor: Salman Rushdie / http://www.companhiadasletras.com.br/detal 14/02/2012
Editora: Companhia de bolso / data da edição he.php?codigo=80148
brasileira: 07/04/2011
20 Crepúsculo / autora: Stephanie Meyer /
http://www.intrinseca.com.br/site/catalogo_fi 14/02/2012
Editora: Intrínseca / data da edição brasileira: cha.php?livrosID=29
04/03/2008
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Texto argumentativo Opiniões pessoais, resenha.