2ª Jornada de Educação de Guaíra-SP
8 e 9 de Fevereiro de 2010
A rotina pedagógica com
alunos surdos,
mudos e com deficiência visual.
Priscila Pereira Boy
Deficiência no Brasil
24 milhões - 14,5%
Estado de São Paulo:
4 milhões e 200 mil - 11,35%
Censo 2000/IBGE
DISTRIBUIÇÃO
DEFICIÊNCIA VISUAL – 48.0%
DEFICIÊNCIA MOTORA – 22,9%
DEFICIÊNCIA AUDITIVA – 16.7%
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL – 8.3%
DEFICIÊNCIA FÍSICA – 4,1%
CENSO 2000 - IBGE
Desafios e barreiras a serem vencidas:
Atitudinais/ ideológicas
Acessibilidade/Mobilidade
Comunicação
Ajudas técnicas e/ou tecnologia
assistida
Acadêmicas
Cegueira e
Deficiência
visual
O que é?
Cegueira – Ausência total de visão até
a perda da percepção luminosa.
Deficiência Visual – Perda total ou parcial
de visão, congênita ou adquirida, variando
com o nível ou acuidade visual da seguinte
forma:
Visão Subnormal ou Baixa Visão –
Comprometimento do funcionamento visual de ambos
os olhos, mesmo após tratamento ou correção. Possui
resíduos visuais que permitem a leitura de textos
impressos ampliados ou com o uso de recursos
ópticos.
Surdocegueira – Deficiência única que apresenta a
deficiência auditiva e visual concomitantemente em
diferentes graus, necessitando desenvolver formas
diferenciadas de comunicação para aprender e
interagir com a sociedade.

filme:
Quando a criança fica cega
Importância da parceria
escola/família no processo de
inclusão da criança.
O brincar também tem um papel
fundamental no desevolvimento
das crianças ( brinquedos
adaptados)
Como identificar?
É importante estar atento a alguns sinais que a criança
pode apresentar e procurar um especialista
Quando é possível detectar se uma criança tem perda
visual?








Irritação constante nos olhos;
Aproximação do papel junto ao rosto, quando escreve e lê;
Dificuldade para copiar bem da lousa à distância;
Olhos franzidos para ler o que está escrito na lousa;
Cabeça inclinada para ler ou escrever, como se procurasse um ângulo
melhor para enxergar;
Tropeços freqüentes por não enxergar pequenos obstáculos no chão;
Nistagmo (olho trêmulo);
Estrabismo (vesguice);
Dificuldade de enxergar em ambientes muito claros
Maiores desafios



Locomoção independente (mobilidade);
Autonomia
Leitura e escrita pelo método braille.
(alguns outros: alimentação, vestimenta, carteira, etc)
Vencer desafios depende da
nossa atitude de acreditar no
possível desenvolvimento e
aprendizagem dos nossos alunos e
filhos.
(2º parte do filme)
Instrumentos de trabalho
O Sorobã é um aparelho de cálculo usado já há
muitos anos no Japão pelas escolas, casas
comerciais e engenheiros, como máquina de
calcular e grande rapidez
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/def_visual_3.pdf
O braille é um sistema de escrita utilizado pelos cegos.
Ele recebe o nome de seu inventor( Louis Braille), que
também era cego, e com 15 anos inventou o sistema. O
braille é composto por 6 pontos em relevo, que
formam 63 combinações. Com ele é possível fazer
letras, números, símbolos químicos e matemáticos.
A escrita do braille
pode se realizar por
várias maneiras:
A mais antiga e a
mais utilizada
é a reglete e o punção.
A pessoa prende o papel na reglete, e com o punção
vai fazendo todos os pontos que formam as letras
A segunda maneira são
as máquinas de datilografia
Existem muitos modelos de máquinas de
datilografia. Com elas o trabalho se torna
muito mais rápido que na reglete, pois a pessoa
não precisa fazer ponto a ponto com o punção.
Com o avanço da informática, ja é possível
produzir um braille com ótima qualidade em
impressoras especiais. Também ja é possivel
imprimir gráficos.
Os livros são impressos em
grandes gráficas
Ações em sala de aula
Mobilidade
 Ofereça o seu braço para conduzir o
aluno;
 Evite deixar barreiras físicas em áreas
de circulação;
 Assegure as adaptações de material (
linhas reforçadas, lupas, jogos, etc) e uma
boa iluminação;
 Evite modificar o posicionamento de
mobiliários e objetos
Comunicação
 Sempre que abordar a pessoa,
identifique-se;
 Utilize naturalmente termos como
"ver" e "olhar" ;
 Seja específico ao indicar objetos e
direções;
 Antes de se retirar avise a pessoa;
 Não é necessário falar mais alto.
Ajudas técnicas
 Não distraia, alimente ou acaricie um
cão-guia.
 Use tecnologias assistidas
Removendo as barreiras...
"(...) a criança com defeito não é
indispensavelmente uma criança deficiente"
(VIGOTSKI, 1997, p.84).
SUPERCOMPENSAÇÃO
Surdez e deficiência
Auditiva
Igor Collodeti
10 anos, deficiência auditiva severa para
profunda
 Relato
da mãe do IGOR
Deficiência Auditiva ou surdez
Definição:
Perda total ou parcial,
congênita ou adquirida, da
capacidade de compreender a
fala por intermédio do
ouvido.
(Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação no Brasil)
Segundo Russo e Santos (1993), as
perdas auditivas podem ser classificadas,
levando em consideração os seguintes
fatores:




momento em que ocorrem;
origem do problema;
tipos de perdas auditivas;
classificação quanto ao grau de perda
auditiva.
Classificação das perdas
auditivas quanto ao grau
Perda auditiva em decibéis:
de 0 a 25 dB
normal ;
de 26 a 40 dB
leve ;
de 41 a 70 dB
moderada ;
de 71 a 90 dB
severa ;
91 dB em diante profunda .
Há duas grandes linhas de pensamento:

Linha oralista-
aprendizado da língua oral
visando integrar o surdo ao modelo do
ouvinte;

Língua de sinais- aprendizado das libras,
como língua oficial dos surdos
Atualmente há também quem defenda o
bilingüismo ou bimodalismo ( que é a junção
das duas linhas)
Alfabetização dos surdos
Para a escolha do melhor método a ser utilizado, divide-se as
crianças e dois grupos distintos:
As oralizadas
Por meio de métodos analíticos ( letra por
letra, sílabas etc. Das partes para o todo), por apresentarem
repertório oral suficiente para aprender por meio de
estruturas de linguagem mais globais.
As não oralizadas
Por meio de métodos analíticossintéticos ( Palavração, global, etc. Do todo para as partes)
pois,precisam de maior apoio na percepção visual em relação
à auditiva, para depois chegarem à compreensão do texto.
A comunicação dos surdos



“LIBRAS”
Trata-se de uma língua viso espacial e não de
uma linguagem ( não há como dar entonações);
Trata-se de uma língua viva e, portanto, a
quantidade de sinais está em aberto, podendo
ser acrescentados novos sinais;
A expressão corporal e facial é muito
importante
Fonte: Fernando Capovilla
( a LIBRAS foi reconhecida legalmente, em 24/04/2002, por meio da lei
n.10.436, como segunda língua oficial brasileira)
Linguagem x surdez
Segundo Vygostsky, a representação mental
dos sujeitos é fruto da construção da
linguagem oral, que se dá por volta dos 2 anos
de idade, o que ele denomina de “pensamento
verbal”.
A ausência de linguagem provocará
transformações e distorções na imagem
mental dos sujeitos, na sua compreensão do
mundo e na sua comunicação e interação com
as pessoas.
(eles não tem o mesmo mundo simbólico que nós).
Na escola regular, em relação às
pessoas surdas, deve-se priorizar:




O diagnóstico;
O uso de aparelhos;
A aprendizagem de libras e da língua
portuguesa;
A interação com os ouvintes.
Ações na sala de aula:




Priorizar bom lugar ao aluno na hora de
histórias ou estímulos visuais;
Estimular sua comunicação com os
colegas;
Usar avisos visuais e luminosos;
Ser flexível em relação as escritas e
“erros” do aluno.
A língua portuguesa escrita e
a língua de sinais
Organização de escrita própria, diferente do
português falado. Produções curtas, com
omissões de artigos, preposições e
conjunções; verbos no infinitivo, omissão de
plural, tempo,modo ou pessoa.
EX: Festa eu ir.
Matar não pode animais.
Eu você quero conversar brincar.
Pipa tem gosta.

(Ex : copo, colo, água)
Comunicação
Acene ou toque levemente em seu braço para
iniciar uma conversa;
 Não é necessário falar mais alto;
 Fale de frente para pessoa, possibilitando a
leitura labial;
 Se tiver dificuldade para entendê-lo, não tenha
vergonha de pedir que repita;
 Se necessário comunique-se por meio da escrita;
 Havendo conhecimento da língua de sinais,
utilize-a.

Atividades em sala de aula:
Atividades diversificadas:
São aquelas que contemplam os
diferentes níveis dos educandos
Atividades em dupla ou em grupo:
Possibilitam trocas cognitivas e
ajuda mútua
Novas formas de avaliação
Portifólios:
Não são meramente uma coleção
de trabalhos do aluno. Mostram
o seu percurso, o seu processo
de construção.
Trabalho com os pais e
professores
È fundamental fazer um trabalho
com os pais das crianças com
necessidades especiais, bem
como com os pais das crianças
chamadas “ normais”.
Debate sobre o filme
“ Procurando Nemo”
A ética e a estética, baseadas
no filme “ SHREK”;
Bibliografia:






SACKS, Oliver, Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos.
Rio Janeiro:Imago, 1989.
SKLIAR, Carlos (Org.) A surdez: uma olhar sobre as diferenças.
Porto Alegre: Mediação, 1998.
FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos).Kit LIBRAS é Legal ! 2002
www.laramara.org.br
www.ibc.gov.br
HADDAD, M. Aparecida O.: KARA-JOSÉ, Newton; SAMPAIO,
W. Auxílios para Baixa Visão. Vol.I. Coleção Baixa Visão.
Laramara. S. Paulo.

LIMA, Pricila Augusta:Educação Inclusiva e igualdade social. São
Paulo. Avercamp,2006

BOY, Priscila Pereira: Inquietações e desafios da escola. Rio de
Janeiro. WAK editora,2010

BOY, Priscila Pereira: Inclusão: Plante esta idéia no seu coração!Editora Cedic. Belo Horizonte,2007
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