Inclusão Educacional dos Surdos A inclusão é um processo que envolve uma transformação completa da sociedade. Não há inclusão sem mudanças, pois ela pressupõe uma alteração na arquitetura, na atitude, na política, na tecnologia, na forma de pensar, de se comunicar e de interagir. Na inclusão é preciso (re)aprender a lidar com a diversidade e a diferença do humano sem desconsiderar as particularidades de cada pessoa. Na inclusão de surdos, é importante saber que reconhecer e respeitar a surdez de uma pessoa não é supervalorizar o déficit auditivo desconsiderando a própria pessoa. A pessoa não é a deficiência. Além disso, devemos saber que cada pessoa com surdez é única, devendo ser tratada como tal. De forma geral, considerando a visão sócioantropológica da surdez podemos falar de Surdos (com “S” maiúsculo) e de pessoas com deficiência auditiva (D.A’s). Portanto, os surdos (pessoas com alguma perda de audição) não são todos iguais. Nesse sentido, a inclusão educacional deve levar em conta a diferença entre o grupo de Surdos e o de pessoas com deficiência auditiva. Na inclusão educacional, os Surdos (sinalizadores) precisam ter garantido o seu acesso à língua de sinais, desde a infância, o contato com a Comunidade Surda, a presença de intérpretes de língua de sinais para a interação com os ouvintes e com as pessoas com deficiência auditiva, o ensino da língua portuguesa como segunda língua, bem como metodologias, recursos, tecnologias e políticas adequadas às suas especificidades linguísticas e culturais. Já as pessoas com deficiência auditiva apresentam outras necessidades, bem diferentes das dos surdos. Nesse modelo, concebese a deficiência como uma condição inerente ao humano e se defende o reconhecimento e o respeito à diferença e à diversidade como o caminho para a inclusão social da pessoa. Reconhecem-se como Surdos (no sentido cultural do termo), na medida em que valorizam a experiência visual e se apropriam da Língua de Sinais como meio “natural” de comunicação e expressão. Reúnem-se com seus pares e partilham modos de ser, agir e pensar, bem como uma identidade cultural comum. Rejeitam sua condição de surdez, na medida em que tentam resgatar a experiência auditiva por meio de próteses e implantes e rejeitam a Língua de Sinais, buscando comunicar-se na língua oral com o auxílio da leitura labial. Frequentam grupos de ouvintes e não se identificam com os surdos sinalizadores – usuários da Língua de Sinais. Visite o site da Sociedade Inclusiva e baixe textos www.sociedadeinclusiva.pucminas.br Fonte: “Minas Interagindo em Libras”. MG, SEE, Belo Horizonte, 2013. Elaboração: Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez - CAS Belo Horizonte. Adaptado para site Trabalhando com as Mãos - BetCruz