II – São Paulo, 125 (193)
Diário Oficial Poder Executivo - Seção I
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Geraldo Alckmin - Governador
Volume 125 • Número 193 • São Paulo, sexta-feira, 16 de outubro de 2015
www.imprensaoficial.com.br
M
ulheres acima de 50 anos, no início da menopausa, devem ficar
atentas aos sinais da osteoporose
para eventual identificação precoce e, assim, garantir boa qualidade de vida. A doença, que enfraquece os ossos, afeta 10 milhões
de brasileiros, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de
Reumatologia (SBR). Atinge uma
a cada três mulheres com mais de
50 anos e 75% dos diagnósticos só
ocorrem após a primeira fratura.
DIVULGAÇÃO
Osteoporose: mulheres com mais
de 50 anos devem ficar atentas
Densitometria mede a
massa óssea na coluna
e no fêmur e identifica
o estágio da doença
Entre os fatores de risco
estão menopausa,
hereditariedade,
sedentarismo e álcool;
praticar atividade física,
ingerir alimentos ricos em
cálcio e expor-se ao sol são
hábitos essenciais para
prevenir a doença
A partir dessa faixa etária, caso
sejam observados encurvamento
da coluna (corcunda), diminuição
da altura (no mínimo dois centímetros após um ano), fratura no
punho, é preciso atenção, pois
esses são os primeiros sinais da
doença, informa a médica e professora de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP),
Rosa Maria Rodrigues Pereira.
Quem toma corticoide e sente dor
nas costas ao espirrar também precisar ficar atento.
A osteoporose nem sempre
provoca sintomas. Muitas vezes, a dor é consequência de
uma fratura, que pode ocorrer
espontaneamente na coluna,
quadril e punho. É uma das
principais doenças reumáticas
que mais comprometem as mulheres no País, podendo atingir
todos os ossos do corpo. Provoca, inclusive, enfraquecimento com possibilidade de quebra
ao mínimo esforço.
Fatores – Existem três tipos
de osteoporose: a pós-menopausa,
em que é comum a ocorrência de fraturas
de coluna; a senil, que se manifesta em
pessoas com mais de 70 anos de idade e
ocasiona fratura de coluna e quadril; e a
secundária, mais comum em quem tem
histórico de doenças renal, hepática,
endócrina ou hematológica ou em quem
usa corticoides.
A menopausa é um dos principais
fatores da doença. A médica explica que,
nos primeiros oito anos desse período
fisiológico, a mulher perde bastante
hormônio estrógeno, o que pode fragilizar os ossos.
Outro fator desencadeante é o uso
prolongado de corticosteroides, anticonvulsivantes, anticoagulantes, diuréticos,
neurolépticos e antidepressivos. A reumatologista informa que a osteoporose é mais
comum na menopausa por causa do tratamento com corticosteroides para doenças pulmonares, de pele, reumatológicas,
inflamação no intestino, entre outras.
“O ideal é prescrever corticosteroides associados a outros remédios pelo
menor tempo possível. A ingestão de
alimentos ricos em cálcio e a reposição
de vitamina D são essenciais”, garante a
especialista, que é também membro da
Comissão de Doenças Osteometabólicas
e Osteoporose da SBR.
Hábitos – Para evitar enfraquecimento dos ossos, é desejável consumir a
dose mínima da droga: 5 miligramas por
até três meses. Se for prescrita uma dosagem superior, a médica recomenda realizar densitometria óssea (exame indolor que
mede a massa óssea na coluna e no fêmur
e identifica o estágio da osteoporose).
Reumatologista, endocrinologista, ortopedista e ginecologista são especialistas aptos
a identificar e tratar o problema.
A mulher deve fazer o exame a partir
do início da menopausa, em geral, aos 50
anos. “Ela deve priorizá-lo se tiver histórico
familiar da doença, se não ingeriu derivados de cálcio na infância, se pratica pouca
atividade física e caso seja fumante”, aconselha. Para os homens, a indicação para
fazer o exame é acima de 70 anos de idade.
Praticar exercícios físicos com regularidade, comer alimentos ricos em cálcio,
expor-se ao sol (desde a primeira infância)
e evitar o abuso de bebida alcoólica são
hábitos essenciais para prevenir a moléstia
e controlar o seu avanço. Deve-se, ainda,
moderar a ingestão de café, sal e chocolate
para evitar a eliminação do cálcio.
Isso equivale, ao consumo diário de um
copo de leite desnatado com duas fatias
de queijo branco pela manhã, um pote de
iogurte no lanche da tarde com duas porções de requeijão e um copo de leite (ou
alimento enriquecido com cálcio) à noite
antes de dormir, sendo os demais alimentos consumidos normalmente.
O uso de vitamina D também auxilia
na prevenção e tratamento da osteoporose,
pois melhora o aproveitamento do cálcio
ingerido. Óleo de fígado de peixe (bacalhau,
sardinha, arenque, salmão e atum), ostras,
peixes (cavalinha, salmão, atum, sardinha)
e ovos são alimentos ricos em vitamina D.
Entretanto, a principal fonte de vitamina D é
a exposição solar durante 15 minutos ao dia.
A SBR informa que a proporção da
doença é de seis casos no sexo feminino
para um masculino. Apesar da menor
proporção, a taxa de mortalidade, quando
há fratura de fêmur, é duas vezes maior
no homem do que na mulher. “Após essa
fratura, passando ou não por cirurgia, os
homens geralmente vão a óbito porque
apresentam outros problemas de saúde
(de pulmão, por exemplo), são fumantes e
obesos”, explica a professora.
Incapacitante – Fraturas aumentam o risco de morte e de sobrevivência com
dificuldades físicas. De acordo com estudos epidemiológicos realizados nos Estados
Unidos e na Europa, um ano após fraturar
a vértebra, de 3% a 10% dos pacientes não
sobrevivem, informa a médica.
Entre os fraturados de quadril, 30%
perdem a autonomia e não conseguem mais
realizar atividades cotidianas, como limpar
a casa ou ir ao supermercado. Em 2010, o
Ministério da Saúde investiu R$ 81 milhões
para oferecer tratamento e assistência a
pessoas com osteoporose.
Os doentes devem praticar exercícios
com orientação de fisioterapeuta e educador físico para estimular ganho de equilíbrio e fortalecimento dos músculos. O
tratamento exige suplementação de cálcio e
uso de medicamentos com vitamina D prescritos pelo médico.
Viviane Gomes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
SERVIÇO
Prevenção – Adulto deve ingerir
1.200 mg de cálcio por dia; e a mulher,
no período pós-menopausa 1.500 mg/dia.
Consulte a cartilha com
esclarecimentos sobre a osteoporose
no link http://goo.gl/9sqH7V
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015 às 01:50:54.
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Osteoporose: mulheres com mais de 50 anos