LEVANTAMENTO DA MORBIMORTALIDADE EM IDOSOS COM FRATURA DE FÊMUR
PROXIMAL EM TUBARÃO/SC
Área de conhecimento: Medicina
Fernanda Carolina Exterhötter Branco, Luci Fabiane Scheffer Moraes
INTRODUÇÃO
A osteoporose é um estado de saúde caracterizado por risco de fratura
aumentado em decorrência da deterioração da estrutura óssea tecidual.
Quando a primeira fratura por fragilidade ocorre, o diagnóstico de
“osteoporose estabelecida” é feito. A partir deste momento sabe-se que o
risco de fratura aumenta desproporcionalmente em relação aos pacientes
que não apresentam fratura anterior e indica a necessidade de intervenção
terapêutica mais intensiva 1.
Estudo realizado com este perfil apontou que 33% das mulheres e 16% dos
homens com mais de 65 anos da cidade de São Paulo apresentavam
osteoporose pela densitometria óssea em um dos sítios esqueléticos
analisados2.
Em São Paulo, a média de idade de pacientes que sofreram fraturas de
fêmur proximal foi de 76,5 anos para os homens e de 79,1 anos para as
mulheres. Como o Brasil acompanha a tendência mundial de
envelhecimento da população, pode-se inferir que o número de fraturas de
fêmur tenha grande aumento em valores absolutos.
Levantamento do Ministério da Saúde revela que, em quatro anos (2005 a
2008), aumentou em 8% o número de internações por fratura de fêmur. Em
2008, esse tipo de fratura foi responsável 32.908 internações hospitalares
na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) – a um custo total de R$ 58,6
milhões3.
OBJETIVO
Identificar o número de fraturas de fêmur dos idosos do município de
Tubarão/SC realizados pelo SUS de janeiro de 2009 a abril de 2010.
METODOLOGIA
Foram incluídos no estudo todos os pacientes com mais de 60 anos que
tivessem sido internados no HNSC com o diagnóstico de fratura de fêmur,
durante o período de janeiro de 2009 a abril de 2010.
Fez-se um estudo retrospectivo utilizando a base de dados do Sistema de
Informações Hospitalares (SIH-SUS) para o Brasil, correspondente a janeiro
de 2009 a abril de 20103 e a estimativa populacional para este período.
RESULTADOS
Com uma população de 95.855 habitantes, Tubarão é representado por
11.039 indivíduos com idade superior a 60 anos. Nesta faixa etária, as
fraturas de fêmur proximal constam de grande importância, já que denotam
elevadas taxas de morbimortalidade, denotando em graves alterações
funcionais e psicológicas, reduzindo significativamente a qualidade de vida
destes pacientes e de seus familiares4.
A cidade de Tubarão contou com 85 internações por fratura de fêmur de
janeiro de 2009 a abril de 2010, sendo de R$ 2.025, 10 o valor médio da AIH
e de R$ 172.133,76 o valor total gasto neste período.
Observou-se uma predominância do sexo feminino sobre o masculino,
representando 71,76% do total. Quanto à distribuição racial, a raça branca
predominou em 97,64% sobre as demais.
TABELA 1. Distribuição segundo raça.
Foi verificada uma média de permanência em ambiente hospitalar de 8,4
dias. A taxa de mortalidade observada foi de 4,71%. Observou-se uma
relação entre a incidência de óbitos e o maior tempo de permanência
hospitalar, visto nos meses de outubro e dezembro de 2009 os quais
demonstraram uma média de permanência em ambiente hospitalar de 10
e 12,2 dias respectivamente, juntamente com as maiores taxas de
mortalidade, 33,33% e 20%.
CONCLUSÃO
Num total de 85 internações, foi verificado que este tipo de fratura
apresentou incidência maior no sexo feminino, correspondendo a 71,76%
e que a raça branca predominou em 97,64% do total. O valor médio da
AIH foi de R$ 2.025, 10. Identificou-se ainda que os pacientes tiveram
tempo médio de permanência hospitalar de 8,4 dias, sendo observada
uma taxa de mortalidade de 4,71%.
Para uma melhor qualidade de vida da população idosa, o implemento de
medidas de prevenção de queda é a melhor alternativa, além de ter reduzir
os custos médicos que este evento acarreta.
REFERÊNCIAS
1. Klotzbuecher CM, Ross PD, Landsman PB, Abbott II TA, Berger M.
Patients with prior fractures have an increased risk of future fractures: a
summary of the literature and statistical synthesis. J Bone Miner
Res.2000;15:721-39.
2. Camargo MBR, Cendoroglo MS, Ramos LR, Latorre MRDO,Saraiva GL,
Lage A, et al. Bone mineral density and osteoporosis among a
predominantly Caucasian elderly population in the city of São Paulo,
Brazil. Osteoporos Int. 2005;16(11):1451-60.
3. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tabuadevida/2005/def
aulttabshtm.
4. Adachi JD, Ioannidis G, Berger C, Joseph L, Papaioannou A, Pickard L,
et al. The influence of osteoporotic fractures on health-related quality of
life in community-dwelling men and women across Canada. Osteoporos
Int. 2001;12:903-8.
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