Por que algumas teorias tiveram boa
aceitação em certos momentos históricos?
 Por que elas prevaleceram em dada época e
não as teorias que com elas concorreram?
 É claro que a avaliação de teorias não se
pauta apenas por critérios racionais
 Mesmo assim sempre se tentou conferir um
status privilegiado ao conhecimento científico

Primeiro a propor um método de
investigação pautado na experimentação
 Reputação do discurso científico na
noção de verdade. Expressa exatamente
a realidade
 Sabia da dificuldade de se chegar a
verdade universais com base na
observação de casos particulares:
“Problema da indução”

Recorre à crença de Platão: A verdade é
revelada
“ Já nascemos sabendo e tudo do que
precisamos é a lembrança da verdade

Como recordar a verdade dos fatos?
Aristóteles
estabelece que a exposição
sistemática dos fatos empíricos levaria à
lembrança da verdade pela ação do olhar
intelectual capaz de penetrar no âmago das
coisas
A observação por si só não garante a verdade
Regras
para a construção da ciência
Critica filósofos de sua época por terem
se descuidado da observação meticulosa
Filósofos voltem a observar atentamente
os fenômenos da natureza sem qualquer
interferência

Empirismo: enfatiza o papel da experiência
sensível no processo do conhecimento

A concepção empirista afirma que nada
está no espírito que não tenha passado
primeiro pelos sentidos
“A intuição sensível ou empírica (do grego, empeiria: experiência
sensorial) é o conhecimento que temos a todo o momento de nossa
vida. Assim, com um só olhar ou num só ato de visão percebemos
uma casa, um homem, uma mulher,uma flor, uma mesa. Num só
ato, por exemplo, capto que isto é uma flor: vejo sua cor e suas
pétalas, sinto a maciez de sua textura, aspiro seu perfume, tenho-a
por inteiro e de uma só vez diante de mim.” (Marilena Chauí)
Método empirista#Diferente de Aristóteles:
a) Ênfase à experimentação cuidadosa:
Superar os enganos
Ídolos
da tribo: excesso de confiança nos sentidos
Ídolos da caverna: sensações subjetivas afetam o
intelecto
Ídolos do fórum: Ideias preconcebidas
Ídolos do teatro: dogma dos filósofos
b) Abandonar ideia de descoberta da
verdade pela revelação em troca de
pressuposto igualmente metafísico (natureza
imprime na mente limpa seu conteúdo de
verdade)

Coleta e análise de dados não
asseguram a veracidade das conclusões

Não é possível eliminar completamente a
subjetividade
A certeza do conhecimento não pode
ser alcançada
 Onde encontrar conhecimento certo
sem pressuposto da metafísica?
 Empirismo baconiano encontra rival

A observação criteriosa é importante , mas só
levará a um porto seguro pelo bom uso da
razão
 Método: racionalismo: recomendava que

desconfiança das percepções sensoriais

Valor a matemática – como instrumento de
compreensão da realidade (geometria analíticacoordenadas cartesianas)
Obra : Discurso do Método: Rigor matemático
Destaca 4 regras básicas de conduzir o espírito na
busca da verdade ( Método da dúvida
cartesiana)

Evidência – acolher apenas coisas
verdadeiras e indubitáveis
2) Análise – dividir cada uma das dificuldades
em tantas partes quantas necessárias para
resolvê-las melhor.
3) Síntese – depois de dominar os elementos
simples, conhecer os objetos que surgem
da sua decomposição
4) Enumeração – realizar verificações
completas e gerais para ter absoluta
segurança de que nenhum aspecto foi
omitido.
1)

Acréscimo ao empirismo: substituição da
metafísica aristotélica pela metafísica da
razão como faculdade máxima do
conhecimento




Conferia papel maior à experiência que o sistema
de Descartes
Observador meticuloso, sem o empirismo
obcecado de Bacon, observação quase exaustiva
dos fatos
Descartes e Newton – Não abandonam os fatos
empíricos na construção de teorias científicas,
papel da mente do investigador mais ativo = razão
e imaginação
Porém por muito tempo fatos empíricos – pensou-se
deveriam desempenhar função decisiva, com
emprego mínimo das faculdades mentais
subjetivas
Caminho inverso ao racionalismo –
 Duvida da evidência de ideias tidas
como inatas:
“tomá-las como ponto de partida é,
raciocinar por hipóteses”. Tudo que não
deduzido dos fenômenos, deve ser
chamado uma hipótese.
 Hipótese não tem lugar na filosofia
experimental


Ponte
Singular ao Universal

David Hume - “Problema da Indução
passagem
não era logicamente válida

Aristóteles

Bacon

Descartes

Newton
ideias científicas convenção
necessária para o conhecimento ordenado do
mundo, sem se preocupar muito com a ideia de
verdade, quer nos eventos empíricos , quer na
faculdade da razão
elemento místico (nous)
Obediência ao método
Razão

Indutivismo – criticado, mas não
abandonado
 XIX - enfoque aperfeiçoado: John S.
Mill e Auguste Comte
 Positivismo: Proposta enfoque científico
firmemente apoiado nos fatos empíricos

Discurso científico diferente do
pretensamente cientifico = especulação
metafísica

Dúvidas quanto a validade dos pressupostos
científicos
Física Clássica posta em dúvida?
XIX e XX – Dúvidas validade das crenças
filosóficas que embasavam a ciência,
Newton
 Relativismo e a quântica – crise do
determinismo e a probalidade ideia central
na explicação da realidade do átomo
 Física quântica – XIX (eletrodinâmica) início
das contradições do determinismo na física
(Newton)

A geometria euclidiana é questionada –
abalaram as certezas matemáticas.
Geometria clássica:
 princípios irrefutáveis
simples
pontos de partida
 Henri Poincaré (1854/1912): “ Uma
geometria não pode ser mais verdadeira
que outra: ela pode ser apenas mais
cômoda”

1)
Ernst Mach :1838/1916
Criação do Círculo de Viena
( positivistas lógicos)





Difundiu idéia de que nosso conhecimento de tudo o
que existe são apenas sensações
Nada pode ser considerado para além de nossas
sensações
Contrario a metafísica
Focaliza apenas sensações subjetivas como base do
conhecimento científico “ Interpretar o complexo de
sensações é tudo de que se ocupa a ciência”.
3) Pierre Duhem: 1861/1916
 Físico francês
 Movimento de repulsa à metafísica e
especulação em ciência
Contribuíram para o movimento de repulsa à
metafísica e especulação em ciência
 Fundador:Moritz Schlick
Participantes:
 Rudolf Carnap (1891/1970)
 Carl Gustav Hempel(1905/1997),
 Hebert Feigl(1902/1988),
 Phillip Frank(1884/1966),
 Hans Hahn(1879/1934),
 Karl Menger(1902/1985)

Carnap: “ metafísica eliminada porque não
passa de tentativas de demonstrar a
existência de entidades que estão além do
alcance de qualquer experiência”
 Princípio da verificação: confronto do
enunciado com a observação empírica
Hume: nega a existência da lógica indutiva.
Não podemos assegurar a verdade de uma
proposição com base na observação de
casos particulares.
“Todos os corvos são pretos” nunca será
conclusivamente verificada, contraexemplo sempre poderá aparecer


Critério de testabilidade dos positivistas
lógicos , que acreditam poder ser
verificada a proposição na experiência
empírica, em nada avança em relação
à crença indutivista tradicional.
Crença na testabilidade das teorias –
marca da filosofia positivista:
 Fatos peso enorme na validação de teoria
 teoria verificada = espelho da realidade

“O princípio verificacionista acredita que em
algum momento a teoria é verificada,
quando podemos assegurar-nos de elas
funciona como espelho da realidade”.
Carnap propõe uma saída ao verificacionismo
um novo critério de testabilidade: o
confirmacionismo
“Quanto o maior número de testes, tanto maior o
grau de confirmação da teoria”
 Críticas: uma teoria nunca é completamente
confirmada.
Ex: A teoria de Newton foi muitas vezes confirmada
em experimentos distribuídos ao longo dos
séculos, mas ela não resistiu aos fenômenos
relativísticos quando puderam ser observados
em experimentos apropriados. Toda a
confirmação acumulada não serviu para nada
quando a teoria se revelou falsa.

FALSEACIONISMO OU RACIONALISMO CRÍTICO
KARL POPPER (1902-1924)
 Físico, matemático, filósofo
 Criticou o critério da verificabilidade
Problema da demarcação:
 Quando deve ser considerada científica uma
teoria?
 Qual critério que determina o status científico de
uma teoria?
“É o fato de uma teoria científica poder ser
teoricamente falsificável que determina a sua
cientificidade

Única possibilidade para o saber científico:
critério da não-verificabilidade ou da
falseabilidade

Teoria verdadeira até ser refutada (falsidade,
suas brechas, seus limites)
Paul Feyerabend ( 1924/1994):Anarquismo
metodológico:
 Filósofo da ciência austríaco
 Acredita que a história da ciência não apenas
desautoriza a imposição de algum método
rígido como também ensina que, muitas vezes,
os passos mais inovadores só foram possíveis
porque os cientistas que os propuseram,
ousaram desobedecer a qualquer conjunto
articulado de regras metodológicas.
 Livro: Contra o método


Sucesso de algumas teorias em relação a
outras seria determinado não por seu maior
grau de veracidade ou correção, mas por
fatores externos como política, propaganda,
status do cientista envolvido no
desenvolvimento da teoria
Critica Popper e Lakatos:
Popper:
cuidadoso no uso pelos cientistas da hipótese
ad hoc para salvar teorias
Feyerabend hipóteses ad hoc desempenham
papel importante no desenvolvimento da
ciência (proliferação de teorias)

Lakatos:
Feyerabend Contra condição de coerência –
defendida por ( Cinturão de defesa)
 Feyerabend – defende “princípio da
tenacidade” – idéias devem ser lançadas
mesmo contra evidências de teorias bem
estabelecidas
 “princípio da tenacidade” – leva proliferação
de teorias e esta ao progresso da ciência
Comum com racionalismo crítico:
Cientistas – críticas a teorias
preestabelecidas
Thomas kuhn(1926/1996) Paradigma
Livro : A estrutura das revoluções científicas
 Conhecido por desenvolver os conceitos
de paradigma e de ciência normal
Paradigma – funcionaria como mapa ou
roteiro de uma ciência, fornecendo critérios
para a escolha de seus problemas e das
propostas para soluções desses problemas
Visão de ciência – análise histórica
 Tarefa historiador – descobrir marcos
principais nos quais as teorias foram
descobertas ou inventadas
 Análise histórica + psicologia e sociologia
permitem identificar um padrão histórico na
prática científica

Paradigma: Provar homogeneidade da
ciência
 quadro interpretativo – cientista preso
 Fornece elementos de orientação –
convenção que estabelece as regras do
método científico
 Enfraquece a idéia de verdade absoluta
Diferenças Popper:
Kuhn – ciência avança por meio de
revoluções
 Popper – Desenvolvimento da ciência de
modo cumulativo e gradual, sem rupturas
ou descontinuidades

Paradigmas postos em questão e
substituídos = revoluções científicas
Ex:passagem da física clássica para a física
quântica, concepção cristã criacionista
substituída pelo paradigma evolucionista
com a descoberta dos fósseis
Etapa revolucionária – quebra-se consenso
de idéias
Grupos de visões diferentes passam a
coexistir em desarmonia

Diálogo construtivo entre cientistas cede
lugar ao conflito
 Nova visão tende atrair mais jovens,
menos comprometido com
conhecimento tradicional
 Novo paradigma aceito enquanto
promessa de sucesso –parece melhor do
que os concorrentes
 Ciência normal – Consenso e eliminado
os paradigmas rivais, define padrão de
ciência

Ciência Normal – cientista procura
enquadrar a natureza no paradigma
(cientista que atua deixa de ser crítico)
 Cientista não contesta o modelo
 Progresso científico = ganho em
produtividade
todos utilizam a
mesma lente fornecida pelo paradigma

PROGRESSO DA
CIÊNCIA
PRÉ-CIÊNCIA
CIÊNCIA NORMAL(PRIMEIRO PARADIGMA)
CRISE – REVOLUÇÃO
CIÊNCIA NORMAL(NOVO PARADIGMA)
CRISE - REVOLUÇÃO
Imre Lakatos (1922/1974): Programa de pesquisa

Nasceu na Hungria Graduou-se em Matemática,
Física e Filosofia
 Conceito de programa de pesquisa oferece regras
metodológicas que orientam a construção de teorias
indicando os possíveis caminhos da pesquisa
Caminhos seguidos – heurística positiva
Caminhos devem ser evitados – heurística negativa


Criticou e desenvolveu as ideias de Popper
(Falsificacionismo sofisticado)

Crescimento da ciência acontece por meio da
competição entre os programas de pesquisa
APRIMORAMENTO POPPER:
1º passo: identificação de uma superteoria que
abarque diversas teorias particulares
unificadas dentro de um escopo maior
(programa de pesquisa)
Núcleo
Ex: Copérnico: a terra orbita o sol junto com os
planetas
2º passo: Em torno do núcleo, articula-se um
conjunto de teorias construídos segundo
critérios ditados pela heurística do programa.
É sobre essas teorias que incidem os esforços
críticos e não sobre o núcleo que nunca é
refutável e que somente é abandonado
quando se descarta todo o programa

Heurística positiva: ensina como aperfeiçoar as
teorias, como construir hipóteses auxiliares de modo
a evitar o falseamento, salvando o programa de
pesquisa. Mais difícil que a heurística negativa.
Indica como o núcleo deve ser suplementado para
explicar e prever fenômenos
Heurística negativa: quais caminhos devem ser
evitados, hipóteses que não devem ser testadas,
metafísicas – simplesmente aceitas
Ex: Tycho Brahe escolheu sair do programa de pesquisa
Copernicano e iniciou um outro quando propôs que
todos os planetas à exceção da Terra têm sua órbita
ao redor do sol, enquanto o Sol orbita uma terra
estacionária

Criticou Popper – sempre possível evitar
que uma teoria seja refutada fazendo
modificações em suas hipóteses auxiliares
 Podemos sempre formular uma hipótese
adicional, evitando assim a refutação da
teoria

Larry Laudan – nasceu em 1945 Texas
 Laudan foi aluno de Hempel e Popper e
estudou com Kuhn, Feyerabend e
Lakatos
 Obteve o Phd em filosofia em Princeton
(EUA), no ano de 1965

Lakatos – preso ao positivismo (preocupação
em legitimar a ciência por meio do alcance
empírico das teorias)
 Larry Laudan - livro: O progresso e seus
problemas:
* avaliar a ciência como atividade de
solucionar problemas
* Conceito de Tradição de pesquisa + flexível
que Programa de pesquisa em Lakatos
* Papel atribuído aos problemas conceituais e
não só aos empíricos
* Compreendeu a importância da história,
psicologia e sociologia na análise da ciência


Laudan – critica Popper e positivistas
buscarem esquema lógico para
entendimento da natureza do
conhecimento científico, ignorando a
história da ciência

O primeiro passo que Laudan vai dar no sentido de
desenvolver tal modelo diz respeito à determinação dos fins
da atividade científica. Segundo o autor:
Para Laudan, o “objetivo cognitivo mais geral da ciência”, é
solucionar problemas cognitivos e não alcançar a verdade
ou a probabilidade. Desde o seu ponto de vista, tanto a
verdade quanto a probabilidade são fins utópicos já que
aparentemente não temos como saber se estamos
alcançando, ou se viremos a alcançar, qualquer um deles. A
idéia popperiana de um progressivo aproximar-se da
verdade é, para o autor, igualmente inviável, uma vez que
também não temos critério satisfatório para determinar como
poderíamos avaliar tal proximidade. Como enfatiza Laudan:
“Se o progresso científico consiste em uma série de teorias
que representam um progressivo aproximar-se da verdade,
então não se pode demonstrar que a ciência é
progressiva.”(1977: 126).
Popper
Lakatos
Feyerabend
Racionalismo Crítico(Falsificacionismo)
Programa de pesquisa (Falsificacionismo
Sofisticado)
Anarquismo Metodológico
Kuhn
Paradigmas
Laudan
Tradição de pesquisa(soluções de
problemas)
O raciocínio Indutivo é aquele que
procede uma generalização a partir da
constatação de regularidades na
observação de fatos particulares e do
estabelecimento de relações entre estes
Caso: Esses feijões são desse saco
Resultado: Os feijões são brancos
Regra: Todos os feijões desse saco são
brancos


Parte-se de uma verdade já conhecida para
demonstrar que ela se aplica a todos os casos
particulares iguais. Por isso também se diz que a
dedução vai do geral ao particular ou do universal
ao individual. O ponto de partida de uma
dedução é ou uma idéia verdadeira ou uma teoria
verdadeira.

Regra: todos os feijões desse saco são branco
Caso: esses feijões são desse saco.
Resultado: esses feijões são brancos


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