DISCIPLINA História dos Surdos PROFª Mayra Branco SÁ, 1999, p. 25 “O que observamos na atualidade continuam sendo esporádicos exemplos de sucesso educacional e um enorme contingente de surdos sem acesso a leitura, a escrita, a oralização, e não raro, até mesmo a Língua de Sinais. Este fato ocasiona grandes barreiras que dificultam sua inserção da dimensão do trabalho, a concretização de sua cidadania, o desenvolvimento de suas potencialidades e sua efetiva realização como indivíduo” Até a IDADE MÉDIA HEBREUS - Levítico 19:14 – “Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus...”; EGITO – adorados como deuses, serviam de mediadores entre deuses e os Faraós...temidos e respeitados pela população; ANTIGUIDADE CHINESA – lançados no mar; GAULESES – sacrificavam-nos aos deuses Teutates; ESPARTA – lançados no alto dos rochedos; GRÉCIA – encarados como seres incompetentes; → Platão e Aristóteles: “Não sabes falar, não sabes ouvir, és louco” ; ROMANOS – influenciados pelos gregos, os consideravam seres imperfeitos → Imperador Justiniano 529 a.C. criou lei que impossibilitava os surdos de: • celebrar contrato; • elaborar testamentos; • possuir propriedades ou reclamar heranças. CONSTANTINOPLA – realizavam algumas tarefas como: • pajens das mulheres; • bobos de entretenimento do sultão. SANTO AGOSTINHO – pais dos surdos estava a pagar por algum pecado. IGREJA CATÓLICA – não possuíam alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos Fim da Idade Média e início do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a ótica médica e científica Até a IDADE MODERNA Surge os primeiros educadores interessados na educação dos surdos, os quais admitiam que eles podiam aprender PEDRO PONCE DE LEÓN – (1520-1584) • espanhol monge beneditino; • considerado primeiro professor dos surdos; • estabeleceu uma escola para surdos no Mosteiro de San Salvador em Onã Burgos - Madri; • alunos filhos de aristocratas ricos; • educação individual; • trabalho com a escrita e alfabeto bimanual; • garantir os filhos surdos dos nobres a terem privilégio perante a lei. JUAN PABLO BONET (1579-1633) • padre espanhol, estudioso dos surdos e educador; • publicou 1º livro sobre educação dos surdos em 1620, em Madri – “Redução das Letras e Arte de Ensinar a Falar os Mudos”; • trabalho: ensinar surdos a falar e a ler, por meio do alfabeto manual; • proibia o uso da língua gestual, optando pela oral JOHN BULWER (1606–1656) • médico inglês, primeiro inglês a desenvolver um método de comunicação entre ouvintes e surdos; • acreditava que a L.S. deveria possuir um lugar de destaque na educação dos surdos; • publicou vários livros, que realçam o uso dos gestos. JOHN WALLIS (1616-1703) • estudioso da surdez e educador de surdos; • tentou ensinar os surdos a falar, desistiu deste método de ensino, dedicando-se ao ensino da escrita; • usava gestos no seu ensino. KONRAH AMMAN • médico suíço, defensor da leitura labial, para ele a fala fazia com que a pessoa fosse humana; • cria que a língua gestual atrofiava a mente, no que refere ao desenvolvimento da fala e do pensamento, embora a usasse como método de ensino para atingir a oralidade CHARLES-MICHEL DE L´EPÉE (1712-1789) • educador francês, ficou conhecido como “Pai dos Surdos”; • estudou para ser padre, mas foi lhe negada a ordenação; • estudou direito, e pouco tempo depois foi designado abade; • dedicou-se a salvação dos surdos; • meados na década de 1750, fundou um abrigo, que ele próprio sustentava (nível particular e privado); • acreditava que os surdos eram capazes de possuir linguagem, receber sacramentos e evitar ir para o inferno; • 1º anos da década de 1760, o abrigo tornou-se a primeira escola de surdos a nível mundial, aberta ao público; • seu método se espalhou pelo mundo (centrava-se no uso dos gestos); • baseou-se no princípio: “ ao surdo-mudo deve ser ensinado através da visão aquilo que às outras pessoas é ensinado através da audição” • também trabalhou com a língua oral e a leitura labial, mas em menos grau; • estabeleceu programa de ensino/treinamento para estrangeiros; • reconheceu que a L.S. existia e se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua com gramática) – “Sinais Metódicos” • permitia acesso aos seus métodos e às suas aulas ao público e outros educadores. • estabeleceu programas de ensino/treinamento para estrangeiros • reconhecia que ensinar o surdo falar seria perda de tempo, antes devia ensinar-lhe a língua gestual JACOB RODRIGUES PEREIRA (1715-1780) • educador francês, usava gestos mas defendia a oralização dos surdos; THOMAS BRAIDWOOD (1715-1806) • abre uma escola (1ª de correção da fala da Europa) em Edimburgo, baseada numa metodologia de base oral e gestual; SAMUEL HEINICKE (1727-1790) • alemão, ensinou vários surdos a falar, criando e definindo o método conhecido hoje como Oralismo. • pensamento só poderia ser desenvolvido através da língua oral; • utilizava sinais e alfabeto manual como meio de atingir a fala Até a IDADE CONTEMPORÂNEA 1º livro publicado por um surdo – “Observatios” de Pierre Desloges em 1779 (levantou atenção para o uso da L.S. na educ.dos surdos); • pouco antes surdos eram considerados incapazes de serem educados e até desprovido de pensamento. PIERRE DESLOGES (1747-1799) • ficou surdo aos 7 anos de idade, devido varíola; • aprendeu L.S. só aos 27 anos de idade, ensinado por um surdo italiano; → Segunda metade do século XVIII – educação dos surdos de dividia entre dois métodos de ensino, o GESTUALISMO (conhecido como método francês, do abade L´Epée) e o ORALISMO (conhecido como método alemão, de Heinicke). → 1789 morre L´Epée e o abade Sicard (brilhante gramático da época), é nomeado o novo diretor do Institution National for Deaf-Mutes de Paris ROCH-AMBROISE CUCURRON SICARD (1742-1822) • abade francês e instrutor de surdos; • gramático e diretor do Instituto de Paris (sucessor de L´Epée) • publicou dois livros, um deles relata a história do surdo Jean Massieu, neste livro conta com detalhes como educou com êxito este surdo. “Porque a pessoa surda permanece estúpida enquanto nos tornamos inteligentes!” JEAN MASSIEU (1772-1846) • até 14 anos de idade não tinha conhecimento de nenhuma língua; • famoso professor fluente tanto na L.S. quanto no francês escrito. • escreve uma autobiografia. Após a morte de L´Epée, o quadro da educação dos surdos, que havia sido revolucionado através de suas influências e método com resultados positivos até então, começa a tomar outro rumo, e a onda do oralismo volta com força total JEAN MARC ITARD (1774-1838) • médico-cirurgião (1º médico a se interessar pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas) • foi residente do Instituto de Paris; • a surdez, que após muita luta começava a ser vista como uma diferença, passa a ser vista como uma doença, por influência deste médico; • como doença, torna-se passível de tratamento para sua diminuição e erradicação. Procurando descobrir as causas e a cura para a surdez, ITARD: • dissecou cadáveres de surdos; • aplicou cargas elétricas nos ouvidos de surdos; • usou sanguessugas para provocar sangramentos; • furou as membranas timpânicas de alunos (um aluno morreu por este motivo); • fez várias experiências e publicou vários artigos sobre uma técnica especial para colocar cateteres no ouvido de pessoas com problemas auditivos, tornando-se famoso e dando nome a sonda de Itard; • fraturou o crânio de alguns alunos; • infeccionou pontos atrás das orelhas deles. Itard ainda: • realizou trabalho com alguns alunos surdos, sempre com um único objetivo, o de desenvolver a fala; • resultado de seu trabalho – conseguiu com que alguns alunos falassem, mas percebeu que não era natural e fluente como nos ouvintes; • proposta inicial: transformar o surdo em um ouvinte, pelo fracasso culpou a L.S. “Após 16 anos de experiências e tentativas de oralização e correção da surdez, o próprio Itard se frusta com seus resultados não satisfatórios, sem conseguir atingir seu objetivo desejado, ele mesmo se rende, concluindo que os surdos realmnete precisam ser educados através da L.S. (MOURA, 2000, p. 27)” HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS NOS E.U.A THOMAS HOPKINS GALLAUDET (1787-1851) • 1814 – primeiro encontro com um surdo (observando algumas crianças brincando, percebeu que uma não participava da brincadeira, descobriu que ela era surda e que seu nome era Alice Cogswell); • tentou ensinar Alice, depois conversou com seu pai a respeito da fundação de uma escola para surdos no local (não havia escola para surdos nos EUA na época); • Gallaudet decidiu dedicar-se ao ensino dos surdos; • soube do trabalho com surdos na França e na Inglaterra e foi a Europa em 1816; • 1º Inglaterra (escolas Braidwood, método oral), o receberam com frieza, métodos mantidos em segredo. • 2º Paris, onde conheceu Laurent Clerc, surdo, que decidiu viajar com Gallaudet para os EUA; • 52 dias de viagem, Clerc ensinou L.S. a Gallaudet e o mesmo o ensinou inglês; • em 1817, junto com Mason Cogswell fundaram o Americam School for the Deaf (1ª escola para surdos, nos EUA); • Thomas Gallaudet morre em 1851, considerado o pais da A.S.L.; EDWARD MINER GALLAUDET (1864-1910) • filho de Thomas Gallaudet, participou da fundação da 1º colégio universitário para surdos em 1857, a “GALLAUDET SCHOOL”, que deu origem a “Universidade Gallaudet”, em Washington; • educador de surdos, e presidente da Universidade Gallaudet por 40 anos. UNIVERSIDADE GALLAUDET • única universidade do mundo para surdos; • instituição privada, que conta com o apoio direto do Congresso, que em 1864 autorizou a escola a conferir títulos universitários; • 1ª língua oficial – A.S.L. 2ª língua – inglês • prioridade a estudantes surdos, porém admite um pequeno número de estudantes ouvintes a cada semestre; • atualmente conta com 2000 estudantes (25% cursam pósgraduação); • oferece educação em todos os níveis (desde escola primária até doutorado); • há cerca de 40 carreiras distintas, em praticamente todas as áreas do conhecimento • 1988 um surdo é eleito reitor da instituição (Dr. I. King Jordan); • iniciou a partir de então, um processo de reforma administrativa para que ao menos 51% dos cargos de direção da universidade fossem ocupados por surdos. NESSE INTERÍM, ALEXANDER GRAHM BELL, TRABALHAVA NA ORALIZAÇÃO DOS SURDOS ALEXANDER GRAHM BELL (1847-1922) • escocês, cientista e inventor do telefone; • sua mãe e esposa eram surdas; • defensor do oralismo e opositor da L.S. e das comunidades surdas; • Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si; • surdos deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais e regulares; • em 1887, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser expostos a L.S. “o inimigo mais temível dos surdos americanos”, proclamou George Veditz, ex-presidente da Associação Nacional dos Surdos CONGRESSO DE MILÃO - 1880 → Oralismo X Gestualismo; → evento preparado pela maioria ouvinte oralista; → reunira-se profissionais da educação de diversos países, para discutir métodos utilizados na educação dos surdos; → Edward Gallaudet, principal representante gestualista; → dos congressistas, somente três eram surdo; → foi apresentado alunos surdos que falavam bem (dando impressão que todos os surdos que passavam pelo oralismo obtinham eficiência na fala). → Oralismo saiu vencedor e o uso da L.S. nas escolas foi oficialmente abolido; “Hoje, 86% dos surdos dos EUA não falam bem (ARRIENS, 2002) CONSEQUÊNCIAS DO CONGRESSO → L.S. totalmente proibida e estigmatizada; → a figura do professor surdo começa a desaparecer, pois aos poucos foram sendo demitidos; Proporção de professores surdos: - 1850, cerca de 50% - diminuiu para 25% na virada do século; - e 12% em 1960 → domínio da língua oral passou a ser uma condição indispensável para a sua aceitação dentro da comunidade majoritária; → 100 anos após o Congresso de Milão encontramos os primeiros relatos do fracasso do oralismo puro; → grande parte dos surdos profundos não desenvolveu uma fala socialmente satisfatória; → nível de aprendizagem da leitura e escrita dos surdos após anos de escolaridade era muito ruim; Segundo CAPOVILLA (2001) Pesquisas realizadas na Inglaterra → apenas 25% dos surdos que passavam pela educação oralista, na faixa etária entre 15-16 anos conseguiam falar de uma forma inteligível, pelo menos por seus professores. → Em relação a leitura e escrita, a mesma pesquisa relatou que 30% dos surdos eram analfabetos e um número inferior a 10% tinham um nível de leitura coerente a sua idade. → As habilidades de leitura labial apresentadas por esses surdos eram tidas também como insatisfatória EDUCAÇÃO DOS SURDOS NO BRASIL → iniciou na época do imperador D. Pedro II; → genro de D. Pedro II , conde D'Eu era surdo (marido da princesa Isabel ) → no ano de 1855 D. Pedro II trouxe para o Brasil, diretamente do Instituto de Paris, Hernest Huet, um professor surdo; → Huet nasceu em Paris em 1822, ficou surdo aos 12 anos de idade; → antes de adquirir a surdez falava francês, alemão e português, e após ficar surdo aprendeu espanhol; → em 1857 foi fundada no Brasil a primeira escola de surdos no Brasil, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES); → Brasil, como todo mundo sofre influência do Congresso de 1880; “Mas é somente na década de 1960 que a L.S. volta a ser considerada como língua, por meio das observações feitas pelo linguísta americano Willian Stokoe...”(SACKS, 1998, p. 28) WILLIAN STOKOE (1919-2000) →1955 a 1970 trabalhou como professor e chefe do departamento de inglês, na Universidade Gallaudet. →Publicou Estrutura da Língua Gestual e foi co-autor de Um Dicionário de Língua Gestual Americana sobre Princípios Linguísticos (1965). →atribuiu a L.S. o status de língua →mudança da percepção da ASL de uma versão simplificada ou incompleta do inglês para o de uma complexa e próspera língua natural, com uma sintaxe e gramática independentes 1951 é fundada a Federação Mundial dos Surdos (WFD) em Roma. → década de 70 chega ao Brasil a Comunicação Total, após visita de uma professora de surdos a Universidade Gallaudet; → década de 80 inicia-se as discussões acerca do Bilinguismo no Brasil; → a partir das pesquisas desenvolvidas por Lucinda Ferreira Brito sobre a Língua Brasileira de Sinais, deu-se início as pesquisas, seguindo o padrão internacional de abreviação das Línguas de Sinais, tendo a brasileira sida batizada pela professora de LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros → a partir de 1994, Brito passa a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), que foi criada pela própria comunidade surda para designar a LSCB; Foi sancionada, em 24 de abril de 2002, a lei nº 10. 436 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de comunicação e expressão. “A deficiência auditiva na infância é mais do que um diagnóstico médico, envolve questões educacionais, lingüísticas, sociais e emocionais decorrentes das limitações de comunicação existente com a sociedade”. Bimodalismo (Português Sinalizado) Comunicação Total Bilinguismo BIMODALISMO → uso simultâneo da fala e dos sinais; → não é uma língua; → línguas orais e línguas de sinais são impossíveis de serem reunidas em um mesmo discurso; →Muitos educadores advogam o uso do bimodalismo como solução para a situação interativa entre alunos surdos e professores e colegas ouvintes na sala de aula, insistindo em ignorar a recepção desse sistema artificial pelo surdo, e desprezando as contradições; COMUNICAÇÃO TOTAL → consideram a língua oral um código imprescindível para que se possa incorporar a vida social e cultural, receber informações, intensificar relações sociais e ampliar o conhecimento geral de mundo, mesmo admitindo as dificuldades de aquisição, pelos surdos, dessa língua. → é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação, alfabeto manual, mímica, gestos...) → objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real → tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam → práticas desenvolvidas nos Estados Unidos e em outros países nas décadas de 1970 e 1980 →sinais voltam aos poucos a serem valorizados; → apesar da comunicação entre surdos e ouvintes ter melhorado, obervou0se que a leitura e escrita do surdo ainda continuava muito abaixo do esperado → consequencia desta prática, o surdo não tinha domínio pleno em nenhuma das línguas. BILINGUISMO → ensino de duas línguas; → L1 (L.S., língua natural)) e L2 (língua do país); → A língua de sinais é adquirida naturalmente pela criança surda ; → A língua de sinais é uma língua como qualquer outra e não apenas gestos combinados; → Biculturalismo (não basta conhecer a gramática das duas línguas); → cada uma as línguas apresentadas aos surdos mantenha suas características próprias e que não se “misture” uma com a outra; →aprenderá a segunda língua com base na língua materna Alguns mitos sobre o Bilingüismo citado pelo Dr. Mike Kemp. Aprender duas línguas confunde a criança e subestima sua inteligência. A criança deve aprender primeiro uma língua e somente depois começar a aprender uma outra. A criança que aprende duas línguas não se sente bem em nenhuma delas. Ela sempre se sentirá dividida entre duas culturas. Bilingüismo deve transformar a língua mais fraca na língua mais forte. Crianças que crescem bilíngües fazem boas traduções quando crescem. Bilíngües reais nunca misturam suas línguas. As pessoas que misturam são “semi-línguais”. Bilíngües têm personalidade tempestuosas. Bilingüismo é uma charmosa exceção, mas monolinguismo é o curso real. Seja cuidadoso; se você não seguir a s regras exatamente, suas crianças nunca terão o manejo das duas línguas. Você nunca poderá faze-lo bilíngüe agora. As pessoas, depois de uma idade X, realmente não podem aprender uma língua. EXEMPLOS DE TRABALHOS BILINGUES SUÉCIA → primeiro país a reconhecer, em 1981, a Língua de Sinais como uma língua; →1983 foi implementado um novo currículo nas escolas de surdos, no qual foi incluído a disciplina “língua”, que trabalha não só o sueco mais também a língua de sinais. → L.S. é muito valorizada e respeitada nas escolas, ela é o principal meio utilizado para transmissão e aquisição do conhecimento. →O sueco é ensinado através da língua de sinais e seu uso e função são mais restritos a situações formais, como por exemplo, para leitura e escrita, para leitura labial e fala, e seu ensino se restringe as aulas de língua. O ENSINO DA L.S. FAZ PARTE DO CURRICULO ESCOLAR. NESTA DISCIPLINA ENVOLVE: Aprendizagem da gramática da língua de sinais; Aprendizagem do alfabeto internacional; Ensino de alfabetos manuais de outras línguas de sinais; Acesso a informações gerais sobre organizações nacionais e internacionais de surdos. (QUADROS, 1997) WALLIN (1990), RELATA O ÊXITO DOS SEUS RESULTADOS QUE VALEM A PENA SEREM CITADOS. VEJAMOS ALGUNS: Crianças apresentam boa auto-estima; Crianças capazes de entender as coisas que acontecem ao seu redor; Crianças adquirindo linguagem mais cedo em comparação a outras realidades de outros países; Bom desenvolvimento da leitura e escrita; Preocupação em oferecer aos surdos uma educação equivalente a que é dada aos ouvintes; Participação dos surdos adultos na educação dos surdos; Professores surdos; E outros. VENEZUELA → O Bilingüismo foi implantado em todas as escolas públicas de surdos de uma só vez, e a partir de 1990 todas estas 42 escolas passaram a ser bilíngües. → Carlos Sánchez (psiquiatra e pediatra) foi o maior responsável pela mudança das escolas oralistas em escolas bilíngües; →Em 1984, mediante investigação chegou a seguinte conclusão, os surdos não liam bem, e segundo ele mesmo, como poderiam ler bem se são ensinados a ler como se fossem ouvintes. → Quando os pais recebem o diagnóstico que seu filho é surdo, Sánchez diz: “Seu filho é normal; pode ser inteligente, criativo. Só que ele fala outra língua; ele é um estrangeiro”. Trabalho desenvolvido nas escolas de surdos na Venezuela garantir o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e do individuo. Para atingir essa meta, a escola deverá ser um ambiente em que a língua de sinais seja usada durante todo o período, isto é, a língua usada na escola será a língua de sinais; assegurar o desenvolvimento da personalidade de forma sadia. Para isso, a criança precisa interagir com adultos surdos. Garantir que a criança surda construa uma teoria de mundo, pois a criança surda que convive com adultos ouvintes ano tem chance de questionar coisas, porque não obtém respostas. Quanto mais experiências de vida forem comentadas e elaboradas, amplia-se mais a concepção de mundo. A escola deverá oferecer esse tipo de experiência para que a criança surda faça perguntas e obtenha respostas, obviamente em língua de sinais, para construir a sua teoria de mundo. Assegurar o acesso aos conteúdos escolares. A escola deve garantir as aluno surdo todos os conteúdos que são estudados em uma escola de ouvintes. “A importância da escola para surdos é muito maior do que para ouvintes. Por quê? Ora, porque a escola será o ambiente que oportunizará o desenvolvimento da linguagem dessa criança”. (SÁNCHEZ,) “Enquanto houver duas pessoas surdas sobre a face da terra e elas se encontrarem, serão usados os sinais” J. Schuler Long