Londrina (PR) – Maringá (PR)
REDAÇÃO PARA CONCURSOS:
Texto dissertativo
(Aula 05)
Profª Sônia Maria M Cassiolato
Aulas 100% presenciais :: Ano 2012
Proposta textual - comentário
• PROVA DISCURSIVA
• FCC - TRF 3R - Técnico Judiciário – Área Administrativa
Atenção: A redação deverá ter uma extensão mínima de 20
linhas
e
máxima
de
30
linhas.
Redija uma dissertação em que você manifeste seu ponto de
vista sobre a polêmica questão referida nos textos abaixo.
Você deve apresentar de maneira clara e coerente, os
argumentos
que
fundamentam
sua
opinião.
• 1- Identifique na proposta:
• assunto; classificação indicativa.
• delimitação do assunto; polêmica a
respeito da classificação indicativa.
Procedimentos argumentativos
• Análise de texto
• Sermão de Santo Antônio (Vieira, Antônio,
Pe. Os semões. São Paulo, Difel, 1968, I, p.
340)
Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores,
sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque queres
que façam na terra, o que faz o sal.
O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra
se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela
que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa
desta corrupção?
Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa
salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não
pregam a verdadeira doutrina; (pregadores) ou porque a terra
se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a
doutrina que lhes dão, a não querem receber.(ouvintes) Ou é
porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e
fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os
ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o
que dizem; ou é porque o sal não salga, e os pregadores se
pregam a si, e não a Cristo, ou porque a terra se não deixa
salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus
apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.
Análise de texto Sermão de Santo Antônio
• Qual é a estratégia de elaboração da
introdução?
Curta narração que apresenta uma situação
Situação apresentada em metáfora
Sal (pregadores)
Terra (ouvintes)
• Qual é a tese do texto?
A terra (ouvintes) está corrupta apesar de
contar com muito sal (pregadores)
• Qual é a estratégia de elaboração do
desenvolvimento?
Apresentação de hipóteses
Oposição de ideias/causas
A corrupção se explica pela ineficiência do
sal (pregadores)
A corrupção de explica pela recusa da terra
(ouvintes)
Estratégia de elaboração do
desenvolvimento
Hipóteses que se referem à Hipóteses que se referem ao
recusa
dos
pregadores, tema da recusa dos ouvintes,
representados pela figura do representados pela figura da
“sal”:
“terra”:
a) Ou os pregadores não pregam
a verdade;
b) Ou os pregadores agem contra
aquilo que pregam;
c) Ou os pregadores pregam a si e
não a Cristo
a) Ou os ouvintes se recusam a
aceitá-la;
b) Ou os ouvintes preferem agir
como os pregadores ao invés de
agir conforme o que eles pregam;
c) Ou os ouvintes preferem seguir
seus próprios apetites
• Qual é a estratégia de elaboração da
conclusão?
Apresentação de uma possível causa
“Todas as hipóteses são responsáveis pelo
insucesso dos pregadores”
Outros recursos argumentativos
• Uma boa dica, também, é ler posicionamentos
diferentes sobre o mesmo assunto. Há jornais
e revistas que possuem um espaço reservado
para publicação em que duas pessoas
divergem
a respeito de uma questão
colocada. Veja um exemplo da Folha de
S.Paulo.
• TENDÊNCIAS/DEBATES
• É positiva a proposta de redução da jornada
de trabalho e aumento do valor da hora extra?
• A partir da leitura dos dois textos poderíamos
selecionar vários argumentos. No entanto
vamos destacar um de cada autor. Observe.
• 1º autor: ARMANDO DE QUEIROZ MONTEIRO
NETO, quem é ele?
• empresário,
é
presidente
da
CNI
(Confederação Nacional da Indústria) e
deputado federal pelo PTB-PE.
• Posicionamento? É contrário à proposta de
redução da jornada de trabalho e aumento do
valor da hora extra.
• Por quê? A REDUÇÃO da jornada de trabalho
para 40 horas semanais -sem ajustes nos
salários e acompanhada do aumento do
adicional da hora extra para 75% do valor da
hora normal- está na contramão da tendência
internacional.
• 2º autor: PAULO PEREIRA DA SILVA, quem é
ele?
é presidente da Força Sindical e
deputado federal pelo PDT-SP.
• Posicionamento? É favorável à proposta de
redução da jornada de trabalho e aumento do
valor da hora extra.
• Por quê? Segundo o Dieese, a implementação
da medida tem o potencial de criar, em uma
primeira etapa, cerca de 2 milhões de novos
postos de trabalho.
• Há ainda as vantagens sociais, já que o
trabalhador terá mais tempo para a família, o
lazer e sua própria qualificação ou
requalificação profissional. A medida também
vai contribuir para a diminuição dos
problemas de saúde e acidentes de trabalho,
resultado de jornadas exaustivas.
• Perceba também que, no texto 2, o autor
apresenta um argumento contrário ao seu
posicionamento e o rebate, assim fazendo
uma contra-argumentação.
•
Outro argumento empresarial contra a
redução é que o aumento do custo da mão de
obra diminuiria a competitividade das
empresas, o que levaria ao fechamento de
muitas daquelas voltadas para a exportação e mesmo das que têm de competir
internamente com produtos importados.
• Dados do Departamento do Trabalho dos EUA
não confirmam o argumento. Segundo esse
órgão, o custo horário da mão de obra na
indústria brasileira é 6,7 vezes menor que o da
americana, 5,3 vezes menor que o da francesa
e 2,7 vezes menor que o da coreana.
• Como podemos perceber, há margem para a
redução da jornada sem perda de
competitividade.
• Você percebeu a importância de utilizar
estratégias e recursos argumentativos para
organizar sua forma de argumentar? Então
coloque-as em prática.
O TEXTO DISSERTATIVO
• Discurso
Expositivo:
consiste
na
apresentação e discussão de uma ideia,
de um assunto ou doutrina, de forma
ordenada.
25
• Discurso Argumentativo: caracteriza-se
por implicar o debate, a discussão de uma
ideia, assunto ou doutrina, com o objetivo
de influenciar, persuadir, conquistar a
adesão do destinatário.
26
• Há uma estrutura consagrada para a
organização do texto dissertativo.
• Consiste em organizar o material obtido
em três partes: a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão.
27
• Introdução:
a
introdução
deve
apresentar de maneira clara o assunto
que será tratado e delimitar as questões,
referentes ao assunto, que serão
abordadas.
28
• - Desenvolvimento: é a parte do texto
em que as ideias, pontos de vista,
conceitos,
informações,
serão
desenvolvidas; desenroladas e avaliadas
progressivamente.
29
• Conclusão: é o momento final do texto,
este poderá apresentar um resumo de
tudo o que já foi dito. Há várias
possibilidades para concluir o texto. A
conclusão deve expor uma avaliação final
do assunto discutido.
30
• Vamos mostrar dois textos: um
expositivo e o outro dissertativo
argumentativo.
• Antes, vamos apresentar a questão que
foi desencadeada no texto 1 e é tema de
vários filmes: “A pena de morte”.
31
• 1- Crítica do filme “A Espera de um
Milagre”
• http://www.youtube.com/watch?v=848
6lCUN2DY&feature=related
32
• Você leu o artigo “Pena de morte”, de
Gabriela Cabral. O texto é expositivo,
pois tem como objetivo informar o leitor
sobre um assunto.
33
• No texto apresentado, o tema central é a
pena de morte.
• Observe que o parágrafo de introdução
apresentou uma definição, embora
simplificada, do que é pena de morte.
34
• Como trata-se de um texto expositivo, é
preciso perceber que, ao passar as
informações, o autor tenta se manter o
mais imparcial possível.
35
• Ao longo do texto, o autor enumera
algumas das mais conhecidas técnicas
de execução, sem envolvimento pessoal
do autor com aquilo que escreve.
36
• Na sequência, você leu o texto intitulado
“Violência e impunidade andam juntas”,
de Maurício Forneck.
37
• Perceba que esse texto, diferente do
anterior,
pode
ser
considerado
predominantemente
argumentativo,
pois, por meio dele, o autor defende um
posicionamento pessoal diante do tema
discutido: a relação entre violência e
impunidade.
38
Leitura do texto.
• O primeiro parágrafo do texto já
apresenta a tese que será defendida,
expressa na seguinte frase: “A principal
causadora desse estado de descontrole
tem apenas um nome: impunidade.”
39
• Ao escrever seu texto argumentativo,
você deve logo de início apresentar ao
leitor que posicionamento defenderá ao
longo da argumentação.
40
• Argumentos empregados pelo autor para
defender o ponto de vista dele.
• O autor do texto que estamos analisando
desenvolve no segundo parágrafo o
argumento de que um criminoso só se
sente intimidado pela certeza do castigo.
41
• O argumento desenvolvido no terceiro
parágrafo: a morosidade e a complacência
com o crime de nosso sistema penal. Tais
fatores também reforçam o papel central da
impunidade na manutenção da violência no
Brasil.
42
• O quarto parágrafo apresenta, por outro lado,
uma ressalva, modalizando o discurso. Ao
afirmar que “radicalizar, porém, não é a
solução”,
o
autor
expressa
seu
posicionamento de que, apesar de a
impunidade ser nociva, não adianta radicalizar
as medidas punitivas.
43
• No último parágrafo do texto, o autor concluiu
seu posicionamento perante o tema,
reafirmando a tese ao dizer que “a resposta
das sociedades às suas agressões é que dá a
dimensão de sua seriedade e o exemplo aos
que pensam em agir de forma semelhante”.
44
45
• Ver vídeo Pimenta Neves.
Esquema para o texto dissertativo.
• Os passos:
• 1) interrogar o tema;
2) responder, com a opinião;
3) apresentar argumento básico;
4) apresentar argumentos auxiliares;
5) apresentar fato- exemplo;
6) concluir.
47
Vamos abordar outro tema?
• Na verdade vamos retomar um tema já
comentado anteriormente, “ A redução da
jornada de trabalho”.
48
• Antes vejamos o que as pessoas pensam a
respeito do tema.
• Você é a favor da redução da jornada de
trabalho? Fique por dentro 08/08/2009
• http://www.youtube.com/watch?v=U1RSek4R
opw
49
Veja a proposta.
• Com base no texto de apoio, escreva um texto
dissertativo-argumentativo posicionando-se a
respeito da redução da jornada de trabalho
aprovada pela Câmara dos Deputados.
Produza seu texto entre 15 e 20 linhas.
50
Observe como você pode
desenvolver a temática.
• Transforme o tema em uma pergunta:
É positiva a redução da jornada de trabalho
aprovada pela Câmara dos Deputados ?
51
• Procure responder essa pergunta, de um
modo simples e claro, concordando ou
discordando (ou, ainda, concordando em
parte e discordando em parte): essa resposta
é o seu ponto de vista.
52
• Pergunte a você mesmo, o porquê de sua
resposta, uma causa, um motivo, uma razão
para justificar sua posição: aí estará o seu
argumento principal.
53
• Agora, procure descobrir outros motivos que
ajudem a defender o seu ponto de vista, a
fundamentar sua posição. Estes serão
argumentos auxiliares.
54
• Em seguida, procure algum fato que sirva de
exemplo para reforçar a sua posição. Este fatoexemplo pode vir de sua memória visual, das
coisas que você ouviu, do que você leu. Pode
ser um fato da vida política, econômica, social.
Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser
bastante expressivo e coerente com o seu
ponto de vista.
55
• A partir desses elementos, procure juntá-los
num texto, que é o rascunho de sua redação.
Por enquanto, você pode agrupá-los na
sequência que foi sugerida.
56
Como começar o texto
dissertativo?
Assunto: O trabalho
57
Possibilidades de introdução da
dissertação.
• O parágrafo introdutório apenas apresenta o
assunto a ser discutido.
58
• 1- Traçando uma trajetória histórica do
passado ao presente
59
• Desde que aprendeu a manejar o fogo e a
roda, o homem passou a gerar uma força
produtiva que desencadeou as invenções, as
conquistas e o progresso. Mas essa
produtividade prejudicou o relacionamento
entre os povos assim como entre patrão e
empregado, no domínio pela tecnologia e na
exploração da mão-de-obra.
60
Exemplo de introdução na reportagem
• Introdução a partir de trajetória histórica na
reportagem da revista Veja.
•
Ferir com palavras, pondo para circular histórias falsas com o
objetivo de irritar ou destruir alguém, é uma prática tão antiga quanto a
história humana. A humanidade viajava ainda à velocidade de 16
quilômetros por hora das carroças, mas as notícias ruins e fofocas já
pareciam ter asas. As línguas de trapo mal esperavam o conquistador
romano Júlio César, talvez o mais celebrado general e estadista de todos
os tempos, sair de Roma para começar seu trabalho de intriga e
destruição. Conforme registrou o historiador Gaius Suetonius Tranquillus,
morto por volta do ano 122 da era cristã, o patriciado "punha para circular
histórias" dando conta de que César arrancava todos os pelos do corpo
com pinças e era chamado de "marido de todas as esposas e esposa de
todos os maridos". Foi assim antes com gregos, macedônios e egípcios. As
maledicências continuaram viajando mais rápido na Idade Média, durante
e depois da Revolução Industrial. O que há de novo nesse campo? A
internet. Se já voavam de ouvido em ouvido, as fofocas e falsidades
ganharam o dom da instantaneidade com os milhões de computadores,
celulares e tablets de todo o planeta interconectados por uma rede em
que, pela primeira vez na história, todas as máquinas se comunicam na
mesma linguagem, sem incompatibilidades nem fronteiras.
• http://veja.abril.com.br/230610/passaro-ruge-p-082.shtml
• 2- Comparando socialmente,
geograficamente, ou fazendo oposições de
qualquer natureza
63
• Nos países capitalistas, o trabalho tanto
oprime quanto liberta: para os assalariados,
ele é a síntese das injustiças sociais; para o
empresário, é o exemplo da livre iniciativa.
Nos países socialistas, o operariado e o
campesinato trabalham para uma força
totalitária – o Estado.
64
• 3- Conceituando ou definindo uma ideia ou
uma situação.
65
• Trabalho é uma força produtiva que se opera
pelo empreendimento físico ou intelectual.
Uma sociedade revela-se injusta quando
subestima o trabalho artístico, avilta o
intelectual e marginaliza o braçal em favor
daqueles que detêm a propriedade, a
indústria e o comércio.
66
• 4- Contestando uma ideia ou uma citação.
67
• “O trabalho enobrece o homem.” Essa
máxima, que somos levados a respeitar, oculta
a divisão de trabalho que avilta, usurpa,
desgasta, sem jamais enobrecer. Ao conceito
de trabalho deveriam corresponder a
realização, a estabilidade e a valorização,
diminuindo a exploração e as diferenças de
classe.
68
• A questão levantada por esta introdução
relaciona-se a temática abordada na música
“Comida”. Veja.
69
• 5- Elaborando uma sequência de
interrogações.
70
• O que define o trabalho? O tempo investido
na manufatura de um produto? O esforço
empreendido para se executar uma tarefa? A
prestação de serviços? Trabalho é um meio de
realização pessoal ou de exploração alheia?
71
• 6- Elaborando uma enumeração de
informações.
72
• Discutir o trabalho é aprofundar questões
sociais. Aos nossos questionamentos não falta
a preocupação com a escolha profissional, a
remuneração, a satisfação pessoal e o status,
fatores que distinguem o trabalho em todas as
suas variantes, do braçal ao intelectual.
73
• 7- Caracterizando espaços ou aspectos.
74
• O som ensurdecedor dos teares, a atmosfera
saturada das usinas, a monotonia dos
escritórios e o estafante serviço doméstico – é
o trabalho sistemático que se resume em
condicionada servidão.
75
• 8- Narrando um fato.
76
• Eram 4h30min da manhã quando Pedro
arrumou a marmita de arroz, feijão e farinha e
foi para a obra, onde é servente de pedreiro.
Trabalhou até às 18h e pegou o trem do
subúrbio, completando uma rotina idêntica à
de milhões de brasileiros cuja mão-de-obra é
desqualificada.
77
• 9- Fazendo uso da linguagem figurada
78
• O trabalho é o motor da sociedade. Cada
atividade ou mão-de-obra articula-se na
indústria, no comércio e na prestação de
serviços, formando uma grande máquina
movida pelo trabalhador.
79
• 10- Apresentando dados estatísticos
80
• A taxa de desemprego registrou o menor nível
para o mês em todas a regiões avaliadas pelo
IBGE. Em Porto Alegre, a população
desocupada representou 5,1% da população
economicamente ativa (população acima de
dez anos de idade); no Rio, ficou em 5,6%,
seguido por Belo Horizonte (6,5%), São Paulo
(8,1), Recife (8,8%) e Salvador (11%).
81
• Veja três exemplos de introdução textual a
partir do assunto “Trabalho infantil”.
82
83
• Infância Roubada - (música: Era - Ameno)
• http://www.youtube.com/watch?v=SF1jg8llV6
Y&feature=fvsr
84
Exemplo 1.
• Mãos sujas, com calos e bolhas, enfaixadas
para evitar feridas ainda maiores; um facão
enferrujado com o cabo preso à lâmina por
um pedaço de madeira com farpas; uma
chupeta na boca e um olhar triste e opaco já
prevendo o futuro marrom como a terra que
mancha e encarde seu corpo.
85
É nisso que o trabalho infantil (se é que assim
podemos chamar) quer transformar o que se
chama de “futuro do Brasil”? As únicas
pessoas que deveriam ter essa resposta estão
muito ocupadas com a “limpeza da câmara”,
enquanto as vítimas estão com as mãos
doendo e com a dor tapada por uma chupeta.
86
Exemplo 2.
• Durante a Revolução Industrial, quando se
criou o primeiro tear mecânico, o grande
argumento utilizado pelos fabricantes da
máquina para convencer seus consumidores
de que ele era realmente uma vantagem é que
até crianças de 5 ou 6 anos seriam capazes de
operá-la.
87
• Essa foi mais uma forma de propagação do
trabalho infantil, que até hoje atinge o Brasil,
local onde é fruto de um ciclo vicioso.
88
Exemplo 3.
• Desde o século XVIII com o começo da
Revolução Industrial, a exploração do trabalho
infantil vem sendo ponto de destaque na
sociedade. Mulheres grávidas, idosos e,
principalmente, crianças eram obrigadas a
trabalhar nas indústrias, em péssimas
condições de higiene e salário.
89
E como sempre, tudo tende a piorar. E piorou.
Tanto que chegamos a ter que criar leis e
estatutos para que houvesse respeito aos
direitos das crianças, das pessoas.
90
• Proposta de texto dissertativo solicitada pelo
concurso público da Polícia Militar do Paraná
(07/02/10).
91
• Apesar das ligeiras quedas nos indicadores de
trabalho infantil e abandono da escola, a
situação de boa parte da juventude brasileira
ainda é dramática. Considerando o texto e a
foto, elabore um texto dissertativo
apresentando o seu ponto de vista sobre o
assunto.
92
Tema: Liberdade de expressão
• Introdução textual
• A liberdade de expressão no Brasil é atrasada e
deturpada. Tudo começa pelo fato de que fomos
uma colônia de exploração e utilizou-se a mão-deobra escrava como força produtiva. Depois, nossa
independência foi tão discreta que o povo não foi
sequer informado. Daí veio a política do café-comleite e a ditadura militar, da qual nos livramos há
apenas
30
anos.
Ana Luiza de Souza Francioli
• Slide 10
• Aula 6
Possibilidades de desenvolvimento
da dissertação.
• a) Desenvolvimento por explicação: esse tipo
de desenvolvimento, um dos mais comuns,
consiste em elaborar cada parágrafo com base
em uma explicação para o problema exposto
na introdução. (Texto do Cony)
95
• b)
Desenvolvimento
por
causas
e
consequências: expõem-se, obviamente, as
causas e as conseqüências do problema
abordado. Geralmente se encadeiam as
causas em um parágrafo e as conseqüências
noutro, mas, como sabemos, não se pode
dizer que isso seja uma regra, e sim um
costume da redação dissertativa.
96
•
• c) Desenvolvimento por trajetória histórica: se
você tiver um bom conhecimento de história
pode utilizá-lo a seu favor. É possível ilustrar a
defesa de seu ponto de vista ou a exposição
de informações por meio de fatos históricos.
97
• e) Desenvolvimento a partir de enumeração:
sempre que se enumerarem na introdução os
argumentos ou informações que constarão
dos parágrafos subsequentes, tratar-se-á de
um desenvolvimento a partir de enumeração.
98
• f) desenvolvimento por contra-argumentação:
é o tipo de desenvolvimento em que o escritor
expõe um argumento com o qual não se
concorda e, por meio de um contraargumento mais convincente, refuta-o, negao, corrige-o.
99
Exemplo.
• Texto desenvolvido através da contraargumentação.
100
Jornada e desemprego
• NO MOMENTO em que as empresas
brasileiras se veem forçadas a reduzir custos e
elevar a competitividade para compensar os
efeitos da crise global,
101
uma comissão especial da Câmara dos
Deputados aprovou, na última terça-feira, a
redução da jornada de trabalho de 44 para 40
horas semanais e o aumento da remuneração
da hora extra, de 50% para 75%.
102
•
A emenda segue para votação em dois
turnos no plenário. Como se trata de emenda
constitucional, exigirá aprovação mínima de
308 deputados. Se passar, segue para o
Senado, também para votação em dois turnos.
103
•
Seus proponentes -deputados ligados
movimento sindical -sustentam que,
aprovada, a proposta viabilizará a criação
até 2 milhões de novos empregos
contribuirá para civilizar as relações
trabalho no Brasil.
104
ao
se
de
e
de
• Tal suposição é equivocada. Se for aprovada, a
proposta tende a elevar a informalidade e o
desemprego justamente nos setores menos
protegidos por sindicatos e pela fiscalização
oficial.
105
• Isso porque encarece o custo do trabalho, já
onerado pela alta carga tributária sobre a
folha de salários. Além disso, é mais um
estímulo para que as empresas substituam
trabalhadores por máquinas e aumentem o
chamado desemprego estrutural.
106
• Nos setores em que o avanço é
economicamente possível, jornadas de 40
horas semanais já são contempladas por
acordos ou convenções coletivas acordados
livremente por patrões e empregados. Para
esses segmentos, a emenda será inócua.
107
• A proposta também se revela inoportuna em
tempos de crise. Na França, onde a jornada de
trabalho é de 35 horas semanais, discute-se
hoje exatamente a flexibilização das leis
trabalhistas para atrair investimentos.
108
• Empregos
dependem
justamente
de
investimentos e de uma boa educação.
Sozinhas, leis não criam postos de trabalho.
(Folha de S.Paulo 05-07-09)
109
CONCLUSÃO NO TEXTO
DISSERTATIVO.
• Síntese da discussão – apropriada para textos
expositivos, limita-se a condensar as idéias
defendidas ao longo da explanação.
110
• Retomada da tese – é a confirmação da idéia
central. Reforça a posição apresentada no
início do texto. Deve-se, contudo, evitar a
redundância ou mera repetição da tese.
111
• Proposta(s) de solução – partindo de questões
levantadas na argumentação, consiste na
sugestão de possíveis soluções para os
problemas discutidos.
112
OBSERVE A CONCLUSÃO DO TEXTO
QUE SEGUE.
•
Discurso da inocência
• De uma ponta a outra do espectro político,
crítica à imprensa é recurso frequente de
acusados por irregularidades
113
• NENHUMA afinidade ideológica, por certo,
aproxima figuras como João Pedro Stedile,
líder do MST, do presidente do Senado, José
Sarney; tampouco o ex-ministro José Dirceu se
situa no mesmo campo do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
114
• Uma palavra mágica, entretanto, é capaz de
irmaná-los, conforme a ocasião, numa notável
concordância.
115
• A palavra é "mídia". Abreviação confortável,
porque impregnada de conotações "críticas",
para qualquer órgão de comunicação,
eletrônico ou impresso, que se disponha a
noticiar
denúncias,
irregularidades,
escândalos ou crimes que envolvam
personalidades públicas.
116
• Um grupo de vândalos do MST promove a
destruição de milhares de pés de laranja numa
fazenda do interior paulista; a TV transmite as
cenas. Entrevistado pela Folha, João Pedro
Stedile dá sua versão do ocorrido.
117
• "A direita, por meio do serviço de inteligência
da PM, soube utilizar [as imagens divulgadas]
contra a reforma agrária, se articulando com
emissoras
de
TV
para
usá-las
insistentemente." Poderia dizer, até com
maior verossimilhança, que "a direita" forjara
todo o episódio, contratando falsos invasores
para destruir a plantação.
118
•
Deixe-se o rústico ambiente mental em
que florescem ideólogos do MST, e será fácil
encontrar, nos salões atapetados do
Congresso, o mesmo tipo de discurso. O
presidente do Senado, José Sarney, declara
que "de certo modo, a mídia é inimiga das
instituições representativas".
119
•
Seguiu-se um adendo resvaladio: "Estou
repetindo aquilo que, no mundo inteiro, hoje
se discute". Da teoria à prática, foi rápido o
percurso: o jornal "O Estado de S. Paulo"
continua impedido de noticiar fatos a respeito
de uma investigação da Polícia Federal que
envolve a família Sarney.
120
•
É a "mídia", sempre a mídia, que se coloca
"acima dos poderes e da Constituição", "não
teme o Judiciário nem o Legislativo e afronta o
Executivo": eis uma tese em que insiste
cotidianamente o ex-ministro José Dirceu,
deputado federal democraticamente cassado.
121
• Com nuances de ênfase, o pensamento do
líder petista faz rememorar o que dizia, há
cerca de dez anos, o então presidente
Fernando Henrique Cardoso, quando vieram a
público gravações sigilosas a respeito da
privatização do sistema Telebrás.
122
• "Os que movem a mídia", teorizou o
peessedebista, "não sabem o poder que têm
ou, às vezes, não trazem consigo a
responsabilidade";
surgiriam
assim
"escândalos fabricados", uma vez que "nada é
neutro nesse mundo político".
123
• Nada é neutro, e são todos inocentes, é claro,
"nesse mundo político". Resta apenas, de uma
ponta a outra do espectro ideológico, uma
origem a ser apontada para todos os males do
país: a "mídia" -pois falar em "imprensa"
desvelaria mais facilmente o intuito de
censura.
124
• Que seja. Por maiores que sejam suas
deficiências e defeitos, não haveria melhor
forma de elogiar os meios de comunicação do
que as indignações de tantas figuras
insuspeitas.
• (Folha de S.Paulo 14/10/09)
125
126
• Vamos ver o vídeo a respeito da temática do
texto da Folha.
• Que País é Esse...? Legião Urbana - Clip de
Revolta Nacional
• http://www.youtube.com/watch?v=UmWT1L6
Bb1A&feature=related
127
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Texto dissertativo - Curso Sólon Concursos