Funções de várias variáveis Funções de várias variáveis Derivadas Parciais de ordens superiores Calculam-se as derivadas parciais de ordem superior computando as derivadas parciais das funções já derivadas. Essas derivadas são derivadas obtidas parcialmente e de uma ordem a menos. Exemplo Calcule as derivadas parciais de segunda ordem da função f(x,y) = 2x3.e5y. Temos que: f x f y ( x , y ) 6 x .e 2 5y ( x , y ) 10 x .e 3 5y Funções de várias variáveis Portanto, a segunda derivada, em relação a x é: f 2 x 2 ( x , y ) 12 x .e 5y E a segunda derivada, em relação a y é: f 2 y 2 ( x , y ) 50 x .e 3 5y Funções de várias variáveis Ainda podemos calcular a segunda derivada da derivada parcial em relação a y, calculada agora em relação a x: f 2 xy ( x, y ) 3 x (10 x e 5y ) 30 x .e 2 5y E a segunda derivada da derivada parcial em relação a x, calculada agora em relação a y: f 2 yx ( x, y ) y 2 (6 x e 5y ) 30 x .e 2 5y Funções de várias variáveis Derivadas Parciais de ordens superiores As duas primeiras derivadas parciais apresentadas acima são chamadas de puras ; As duas últimas são chamadas de mistas. Funções de várias variáveis Notação Se z=f(x,y), podem-se computar quatro derivadas parciais de segunda ordem com suas respectivas notações de acordo com as expressões abaixo: z z 2 x 2 z x x z 2 y 2 z y y 2 xy z 2 yx z xx ( x , y ) f xx ( x , y ) z x x z y x z yy ( x , y ) f yy ( x , y ) z yx ( x , y ) f yx ( x , y ) z xy ( x , y ) f xy ( x , y ) Funções de várias variáveis Derivadas Parciais de ordens superiores Em nosso exemplo as duas últimas derivadas (as mistas) deram o mesmo resultado. Isto não é coincidência. A igualdade ocorre desde certas condições sejam satisfeitas. Funções de várias variáveis Derivadas Parciais de ordens superiores Em nosso exemplo as duas últimas derivadas (as mistas) deram o mesmo resultado. Isto não é coincidência. A igualdade ocorre desde certas condições sejam satisfeitas. Proposição Se f(x,y) está definida numa certa vizinhança de (x0,y0) e é tal que as derivadas vizinhança, então f , f f 2 , x y xy f 2 xy f 2 yx f existem 2 e . yx e são contínuas nessa Funções de várias variáveis Regra da Cadeia A regra da cadeia para funções de várias variáveis tem o intuito de calcular derivadas parciais de funções compostas de várias variáveis. Suponha que a função P = p(x,y) com derivadas parciais contínuas represente a quantidade produzida de um determinado bem a partir de matérias-primas x e y, que por sua vez, variam com o tempo, ou seja, x = x(t) e y = y(t). Funções de várias variáveis A quantidade produzida expressa-se como função do tempo, de acordo com a seguinte expressão: P = p(x(t) , y(t)) = P(t) A regra da cadeia para a composição desta natureza é dada por: p dx p dy P ' (t ) . . x dt x dt Funções de várias variáveis Exemplo Considere uma firma cuja receita expressa-se através da função R(x,y) = xy2, onde x e y representam as quantidades de dois bens produzidos. Suponha que estas quantidades dependam do capital k e do trabalho l, de acordo com as funções x = 4k + 3l e y = 3k + l. Calcule as derivadas parciais da receita em relação ao capital e ao trabalho, como funções de tais variáveis. Antes de aplicar a Regra da Cadeia, precisamos calcular as seguintes derivadas parciais: R R x x. y y , , , , e x y k l k l Funções de várias variáveis Exemplo R x R y x k x l y k y l y ( 3 k 1) 2 2 2 xy 2 ( 4 k 3l )( 3 k 1) 4 3 3 1 Funções de várias variáveis Exemplo Aplicando a Regra da Cadeia, temos: R k R l R x x k R x x l R y y k R y y l ( 3 k l ) . 4 2 ( 4 k 3l )( 3 k l ). 3 2 ( 3 k l ) . 3 2 ( 4 k 3l )( 3 k l ). 1 2 Funções de várias variáveis Aplicação A temperatura no ponto (x,y) de uma placa de metal situada no plano XY é dada por: T = 10.(x2 + y2)2. Determine a taxa de variação de T em relação à distância no ponto (-1, 2) e na direção de do eixo Y; Partindo-se do ponto (-1, 2) e deslocando-se na direção do eixo X a temperatura aumenta ou diminui? Funções de várias variáveis Solução T y T x 20 ( x y ) 2 y 40 y ( x y ) 2 2 2 2 20 ( x y ) 2 x 40 x ( x y ) 2 2 2 2 T y T x (1, 2 ) 20 (1 2 ) 2 . 2 40 . 2 (1 2 ) 400 2 2 2 2 ( 1, 2 ) 20 [( 1) 2 ] 2 .( 1) 200 2 2 Funções de várias variáveis Curvas de nível Para traduzir um gráfico de z = f(x,y) em curvas de nível, basta esboçar as curvas-intersecção de f(x,y) com z = c, para diferentes valores de c. Exemplo-1 Reconhecer e representar graficamente o gráfico da função z = f(x,y) = x2 + y2. Fazendo z=c, desde que c > 0, obtemos a equação: x2+y2=c. Isto significa que a projeção no plano xy da curva-intersecção do plano horizontal z = c com o gráfico da função possui tal equação. Essa projeção é a circunferência de centro na origem e raio . Como o corte z = c é um círculo, o gráfico desta função é um parabolóide de revolução obtido pela rotação da parábola z = x2 em torno do eixo z. Funções de várias variáveis Exemplo 1 Funções de várias variáveis Exemplo 1 Funções de várias variáveis Exemplos de outras curvas Funções de várias variáveis Exemplos de outras curvas Funções de várias variáveis Gradiente de uma função O gradiente de uma função f(x,y) num ponto (x0,y0), designado por f(x0,y0) ou grad f(x0,y0), é o vetor livre cujas coordenadas são: f x ( x0 , y0 ) e f y ( x0 , y0 ) Funções de várias variáveis Simbolicamente: f f f ( x0 , y0 ) ( x 0 , y 0 ), ( x0 , y0 ) y x Exemplo 2 Calcule o gradiente da função f(x,y) = 3x2y-x2/3.y2 no ponto (1,3). Funções de várias variáveis Resolução Calculemos a derivada parcial da função f(x,y) em relação a x e y: f x ( x 0 , y 0 ) 6 xy No ponto (1,3): f x f y 2 f 1 x 3 y 2 y 3 2 ( x0 , y0 ) 3 x 2 x 3 y f f f (1,3 ) (1,3 ), (1,3 ) y x (1,3 ) 6 . 1 . 3 2 1 (1) 3 ( 3 ) 18 6 12 2 3 2 (1,3 ) 3 (1) 2 (1) 3 ( 3 ) 3 2 Portanto, o gradiente da função f(x,y) no ponto (1,3) é o vetor f(1,3)=[12,-3]. 2 Funções de várias variáveis Gradiente de uma função Convenciona-se representar este vetor com origem no ponto em relação ao qual se calcula o gradiente. Funções de várias variáveis Gradiente de uma função Dessas considerações é possível pensar num campo de vetores gradiente de uma função, que podem ser representados geometricamente por um conjunto de vetores que fornecem em cada ponto distinto do plano o vetor gradiente da função. Funções de várias variáveis Relação entre Gradiente Curvas de Nível Dizemos que um vetor u é ortogonal a uma curva plana, dada pelas equações paramétricas x = x(t) e y = y(t), se ele é ortogonal ao vetor [x’(t), y’(t)], que é o vetor tangente à curva. Teorema O gradiente de uma função f(x,y) no ponto (x0,y0) é ortogonal à curva de nível da função que passa por esse ponto. Funções de várias variáveis Prova Os pontos (x,y) sobre uma curva de nível podem ser parametrizados por uma variável t: x = x(t) e y = y(t); Como f(x0,y0) = C, então, f(x(t),y(t)) = C; Derivando ambos os membros da igualdade em relação a t, obtemos, pela regra da cadeia: f x [ x ( t ), y ( t )]. x ' ( t ) f y [ x ( t ), y ( t )]. y ' ( t ) 0 Funções de várias variáveis Prova O primeiro membro dessa igualdade é o produto escalar dos vetores f(x(t),y(t)) e [x’(t),y’(t)]; Mas, [x’(t),y’(t)] é o vetor tangente à curva de nível no ponto (x(t),y(t)); Portanto, o gradiente da função f no ponto (x,y) é ortogonal ao vetor tangente à curva de nível no ponto (x,y).