VII Seminário de Medicina
Ocupacional do Vale do Paraiba
“Critérios Relevantes na Avaliação de
um Posto de Trabalho”
Auro Fabio B. Ortega
Ergonomia
É um conjunto de ciências e tecnologias que procura o ajuste
produtivo, confortável e seguro entre o ser humano e o seu
trabalho, basicamente procurando adaptar o trabalho às
características do ser humano.
Definição de Ergonomia em 5 palavras:
Adaptação do trabalho
às pessoas
(visando produzir bem, com conforto e segurança)
Hudson de Araujo Couto
NR-17
• 17.1
Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer
parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
Palavra conforto
Eduardo Marcatto
• Para avaliar conforto é imprescindível a expressão do
trabalhador.
•
•
A palavra do trabalhador deve ser a principal diretiva, tanto
para investigar como para solucionar.
Os trabalhadores nunca são consultados.
Ergonomia
• Eliminar/reduzir as queixas e afastamentos por CID
osteomuscular
• Definir nexo causal ?
• Evitar a introdução de novos riscos, avaliação de
máquinas e equipamentos (Projeto)
• Reinserir e readaptar trabalhadores afastados
• Integrar trabalhadores Portadores de Necessidades
Especiais (PNE) – Núcleo de Reabilitação do INSS.
• Atender legislação (NR-17 / Fiscalização / Manual de
Aplicação da NR17 / Análise Ergonômica
Ergonomia aplicada ao trabalho
• Trabalho fisicamente pesado
• Biomecânica: esforços, uso da coluna, posturas, uso dos membros
superiores, cadeira e organização ergonômica dos postos de
trabalho uso do computador
• Condições para o trabalho intelectual
• Prevenção de acidentes do trabalho
• Prevenção da fadiga
Análise Ergonômica do Trabalho
• Abordar o Trabalhador
•
Observação da tarefa
•
Entrevista com os trabalhadores, questionamento sobre desconforto
(Sobre a tarefa)
•
Descrição da tarefa ( filmar, fotografar ) examinar detalhadamente
•
Identificação dos possíveis riscos (Pré-diagnóstico)
•
Aplicação dos possíveis riscos nas ferramentas de análise (Equação Niosh,
Índice Moore & Garg, Método Sue Rodgers, Método Tor-Tom, RULA, REBA,
etc...)
•
Resultados das ferramentas de análise (Diagnóstico)
•
Recomendações
Fatores de Risco: Biomecânicos
1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)
3 – Repetitividade
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)
FORÇA
FREQUENCIA
POSTURA
Fatores de Risco: Ambientais
•
•
•
•
•
•
•
Ruído
Temperatura (Calor)
Iluminação
Ventilação
Umidade Relativa ar
Conforto Visual (Cores, Sinalizações, etc...)
Organização do trabalho
Fatores de Risco: Pessoais
• Mulheres
• Gestantes
• Portadores de Necessidades Especiais
Fatores de Risco: Sociais
• Relacionamento chefia, colegas
•
Preconceito racial, sexual, profissional, etc...
• Exposição pública por não atender metas
• Perseguição
Fatores de Risco: Organização do Trabalho
•
•
•
•
•
•
•
•
Horas Extras
Trabalho em turnos de revezamento
Absenteísmo (Aumento do trabalho para os presentes)
Afastamentos (Idem)
Férias (Idem)
Distribuição de tarefas desbalanceada
Retrabalhos,problemas de qualidade do produto
Problemas de manutenção com máquinas, equipamentos,
ferramentas, etc...
Afastamentos
previdenciários
Afastamentos
Queixas no ambulatório
Queixas de dor ao trabalhar
Atos inadequados e risco de
acidentes devido às condições
não ergonômicas
Fadiga excessiva
Dificuldade
importante e
permanente
De pé, parado, ou com pouca
movimentação
Posições incômodas
Reflexos na tela do computador
Trabalho físico pesado
Trabalho pesado em ambientes quentes
Trabalho com alta carga mental
Jornadas prolongadas
Fadiga excessiva
Falta de espaço
Layout apertado
Calor / Frio
Ambiente muito ruidoso
Ambientes mal organizados
Veículos apertados
Veículos sem ar condicionado e com direção
mecânica
Intempéries, sol ou frio excessivo
Desconforto
importante e
permanente
O sistema músculo-esquelético do ser humano
o habilita a desenvolver movimentos de
grande velocidade, de grande amplitude, de
enorme precisão, porém contra pequenas
resistências.
Conseqüências do mau uso da força
física
•
•
•
•
•
•
Distensões musculoligamentares
Lombalgias
Dorslagias
Tendinites (tenossinovites)
Compressões de nervos
Lesões por esforços repetitivos e traumas cumulativos
Contrações musculares dinâmicas,
Contrações estáticas,
SIM
NÃO
sistema circulatório irrigação
sanguinea
situações de contração estática no
trabalho
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Corpo fora do eixo vertical natural
Sustentação de cargas com os membros superiores
De pé, parado
Apoio do corpo sobre um dos pés
Braços acima do nível dos ombros
Carregamento de cargas pesadas
Sentado, em posição estática
Biomecânica do ombro
Qual é a melhor postura para
trabalhar?
•
•
•
•
Sentado
Alternado, sentado e de pé
De pé, parado
De pé, andando
Conseqüências da má postura no
trabalho
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Varizes
Cansaço na panturrilha
Lombalgias
Dorsalgias
Degeneração dos discos da coluna vertebral
Fraqueza muscular
Fadiga (posturas críticas)
Bursites e calos ósseos
Tensão nos músculos do pescoço
Principais situações de sobrecarga
biomecânica no trabalho
• Atividade laborativa de alta repetitividade não precedida de tempo
de preparo do automatismo
• Atividade de pé, parado, ou com pouca movimentação
• Sentado durante toda a jornada
• Posição forçada do corpo
Principais recomendações visando
a adequada biomecânica
• O tronco deve estar na vertical
• Eliminar as demais situações de contração estática
• Em atividades estáticas prolongadas, pausas
Principais recomendações visando a
adequada biomecânica
• Escolher a melhor postura para a atividade
• Adotar a flexibilidade postural
• Quando a flexibilidade não for possível, pausas
• Apoio em situações de contração estática
Mecanismo de Regulação
• Pausa
• Rodízio de postos de trabalho, alternância com outro
diferentes tarefas
Causas de lombalgias no trabalho
•
•
•
•
•
Fadiga
Torção da coluna lombossacra
Distensão músculo-ligamentar
Protusão intradiscal do núcleo pulposo
Hérnia de disco
Causas de degeneração precoce da coluna
vertebral
• Carregar cargas pesadas e/ou frequentemente
• Carregar cargas na cabeça
• Usar a coluna como alavanca, especialmente:
– Levantar carga
– Puxar
– Longe do corpo
– Com torção e flexão ao mesmo tempo
• Posição forçada do corpo, em contração estática
• Sentar-se em posição viciosa (encurvado ou torcido)
NR - 17
•
Não deverá ser exigido nem admitido o transporte
manual de cargas, por um trabalhador, cujo peso seja
suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
17.2.2
• Qual o peso aceitável?.
• O peso, a frequência, a torção de tronco, o formato do objeto
influenciam no aumento do risco ao trabalhador.
• A equação revisada NIOSH 1991 para
levantamento/deposição de carga.
Levantamento e Transporte de Materiais
Critério do NIOSH para avaliar o risco no
levantamento de cargas
LEVANTAMENTO E TRANSPORTE DE MATERIAIS
DADOS DE ANÁLISE DO MOVIMENTO (NIOSH)
Peso
Distância Horizontal (H)
Distância Vertical (V)
Distância Vertical da Origem até o
Destino (D)
Angulo de Rotação
Frequência de Levantamento
Qualidade da Pega
RWL= LC X HM X VM X DM X AM X FM X CM
Princípios para o manuseio de carga
0. não levantar
1. Limite de peso
do chão
– 14kg
do mmii
– 18kg
melhor condição – 23kg
2. Cálculo LPR por NIOSH
Itens importantes: distância horizontal e frequência
3.O importante é garantir o peso adequado
4. Aproximar a carga do corpo
5. Não torcer e flexionar ao mesmo tempo
Peças a serem manuseadas:
•
•
•
•
•
Perto do corpo
Pequena distância vertical
Ocasionalmente
Simétrico
Pega adequada para as mãos
Boa situação mesa - cadeira
•
•
•
•
•
•
Ângulo de visão com a horizontal – 32 a 44 graus
Máximo – horizontal olhos
Tronco apoiado, exceto para escrever
Assento horizontalizado
Ângulo tronco-coxas – 100º
Possibilidade de virar sem torcer
o tronco
• Forma de encosto, assento, apoio dos braços
Posição vertical
Altura das bancadas
Trabalho pesado:
Nível do púbis
Trabalho não pesado
Trabalho com computador – nível dos cotovelos
Empenho visual para perto – 30 cm dos olhos ou linha mamilar
Escrita – nível apêndice xifóide
Esforços dinâmicos: sim
Esforços estáticos : não
•
•
•
Eliminar: tronco encurvado, sustentação de cargas pesadas, apertar pedais
estando de pé, braços acima do nível dos ombros, manuseio, movimentação e
carregamento de cargas muito pesadas.
Estudar situações para eliminar pequenos esforços estáticos por muito tempo
Instituir FLEXIBILIDADE POSTURAL
Instrumentos dentro das áreas de
alcance
• Uso freqüente: ÁREA DE ALCANCE NORMAL
• Uso ocasional: ÁREA DE ALCANCE MÁXIMO
Conceito de Repetitividade
Os conceitos-chave específicos para este padrão são:
■ Tarefa repetitiva: tarefa caracteriza-se por ciclos de trabalho
repetido.
■ Ciclos de trabalho: sequência de ações técnicas que se
repetem sempre da mesma maneira.
■ Ações técnicas: ações elementares necessárias para completar
as operações dentro do ciclo de trabalho.
Repetitividade
• Tempo de ciclo <30s ou atividades > 50% do ciclo de trabalho
com mesmo padrão de movimento - B. Silverstein
VÍDEO REPETITIVIDADE
CONCEITO DE MICRO PAUSA
TEMPO DO POSTO
MICRO PAUSA VERDADEIRA
“ESTÁTICA” “DINÂMICA”
TEMPO DE
CONSIDERADA MOVIMENTAÇÃ
O DO
EMPREGADO
NÃO
CONSIDERADA
TEMPO DA
OPERAÇÃO
INÍCIO
PEGA DA PEÇA OU
TÉRMINO DA
OPERAÇÃO DO MOVIMENTOFERRAMENTA (INÍCIO
REAL DA OPERAÇÃO)
TÉRMINO DA
OPERAÇÃO
Cálculo da Micro pausa “Estática” - considerada
• Para a Linha de Montagem = 60 min - (tempo do posto X velocidade da linha)
• Para operações que não são da Linha de Montagem = 60 min - (nº peças por hora X tempo do posto)
Micro pausa mínima considerada
• Carga ou esforço leve - 5 minutos/hora
• Carga ou esforço moderados ou posição forçada ou movimentos repetitivos - 10 minutos/hora
Censo de Ergonomia
Objetivos
Detectar situações de trabalho causadoras de lesões ou
afastamentos relacionados à condição de ergonomia do trabalho
Detectar situações causadoras de dor ao executar a tarefa
Detectar as situações causadoras de desconforto, dificuldade e fadiga
Mapear diversas áreas da empresa quanto à prevalência de problemas
ergonômicos
Obter dos trabalhadores sua visão sobre possíveis melhorias nas condições
de trabalho.
Censo de ergonomia
•
•
•
CENSO DE ERGONOMIA
Nome:
Unidade:
•
1-
Você sente atualmente algum desconforto nos membros superiores ou coluna?
Pescoço
Ombro
Braço (parte superior)
Cotovelo
Antebraço (parte inferior do braço)
Punho
Mão
Coluna
Outros
Não sinto – nesse caso, vá direto à questão 9.
•
•
•
2-
O que você sente e que referiu na questão anterior está relacionado ao trabalho no setor atual?
Sim
Não
•
•
•
•
•
3-
Há quanto tempo?
Até 1 mês
De 1 a 3 meses
De 3 a 6 meses
Acima de 6 meses
•
•
•
•
•
•
4-
Qual é o desconforto?
Cansaço
Choques
Estalos
Dolorimento
Dor
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Função:
Matrícula:
Máquina:
Censo de ergonomia
•
5-
•
•
•
O que você sente, você classifica como
Muito forte/forte
Moderado
Leve/muito leve
•
•
•
•
•
6-
O que você sente aumenta com o trabalho?
Durante a jornada normal
Durante as horas extras
À noite
Não
•
•
•
•
•
•
7-
O que você sente melhora com o repouso?
À noite
Nos finais de semana
Durante o revezamento em outras tarefas
Férias
Não melhora
•
•
•
•
8-
Tem tomado remédio ou colocado emplastros ou compressas para poder trabalhar?
Sim
Não
Às vezes
•
•
•
9-
Já fez tratamento médico alguma vez por algum distúrbio ou lesão em membros superiores ou coluna?
Sim
Não
Aplicação do Censo de Ergonomia
celula x
•
Nº de empregados que responderam
60
(100%)
•
Nº de empregados que responderam positivamente
38
(63,3%)
Parte do Corpo que sente mais desconforto
Parte do Corpo que sente mais desconforto
Comitê de ergonomia
• Melhoria da Qualidade de vida no trabalho.
•
Diminuição dos distúrbios ósteomusculares relacionados com
o trabalho, inclusive as doenças ocupacionais.
•
•
Diminuição do absenteísmo ocasionado por causas
Osteomusculares.
• Diminuição de processos trabalhistas e cíveis.
•
Melhoria da produtividade e qualidade
Time de Ergonomia
Fluxo de Ações do Comitê
Coordenador recebe
o problema
Comitê classifica e estabelece
prioridades
SESMT avalia com representante
da Área e Outros
Classificação dos problemas
ergonômicos
• Classe 1 - Fácil resolução Imediato
• Classe 2 - Resolução
conhecida, porém envolve
investimento.
• Classe 3 - Resolução
complexa - Grupo de
Estudo.
• Classe 4 - Solução
impraticável - Medidas de
Contenção
• Classe 5 - De ordem
organizacional - Gerência
* Enquanto não há
solução para todos os
casos são tomadas medidas
de contenção.
CLASSE 1
CLASSE 2
não
Há
verba?
CLASSE 3
sim
Grupo de
estudo
sim
não
Há
solução?
programa
FIM
CLASSE 4
CLASSE 5
Medida de
contenção
Gerência
Download

Ergonomia