ergonomia
histórico e conceitos básicos
prof. mauro pinheiro
universidade federal do espírito santo
centro de artes
depto. de desenho industrial
ergonomia?
ergonomia é o estudo do relacionamento
entre o homem e o seu trabalho,
equipamento e ambiente, e particularmente a
aplicação dos conhecimentos de anatomia,
fisiologia e psicologia na solução dos
problemas surgidos deste relacionamento
(Ergonomics Research Society – Inglaterra)
ergonomia?
estudo da adaptação do trabalho ao homem
(Itiro Iida, 1990)
ergonomia
estudo da adaptação do trabalho ao homem
trabalho
máquinas
equipamentos
ambiente físico
aspectos organizacionais
ergonomia
psicologia + fisiologia + engenharia + design
adequação do ambiente, das máquinas,
ferramentas:
•aos aspectos neuropsicológicos da percepção sensorial
•aos limites psicológicos da memória, atenção e processamento de
informações
•às características cognitivas de seleção de informações, resolução
de problemas, tomada de decisões
•à capacidade fisiológica de esforço, adaptação ao frio ou ao calor
e resistência às mudanças de pressão, temperatura e biorítmo
ergonomia
segurança + conforto + eficiência
para a ergonomia, a idéia de
eficiência está sempre atrelada ao
conforto e segurança do homem
antecedentes...
o homem sempre buscou adaptar suas
ferramentas ao seu gosto, para facilitar
o seu trabalho
antecedentes...
produção em série // produção industrial
produtos idênticos
pessoas diferentes
antecedentes...
revolução industrial
• jornada de trabalho longa
• máquinas projetadas sem preocupação
específica com os operários
• ambiente de trabalho insalubre
• salários baixos
• alienação do trabalhador
antecedentes...
taylorismo
Frederick Winslow Taylor e a administração
científica do trabalho (1912)
•otimização do tempo
•otimização do espaço
•incentivos salariais por produtividade
critérios meramente produtivos
antecedentes...
1900 ~ 1915
• Alemanha, França e países escandinavos:
tentativa de aplicar estudos de fisiologia (de
laboratório) no ambiente de trabalho
• Escandinávia: estudo de problemas de
treinamento e coordenação muscular para
desenvolvimento de aptidões físicas
• Estados Unidos: estudos de fadiga no
trabalho (Harvard)
antecedentes...
guerras como vetores do
desenvolvimento tecnológico
1ª guerra mundial (1914/1918)
• na Europa, preocupação em aplicar
conhecimentos de fisiologia e psicologia
para aprimorar a produção de armamentos
• Inglaterra: estudos sobre fadiga na indústria
(Comissão de Saúde dos Trabalhadores na
Indústria de Munições – 1915)
antecedentes...
guerras como vetores do
desenvolvimento tecnológico
2ª guerra mundial (1939/1945)
• máquinas de guerra mais complexas, sistemas
de informação e controles de difícil operação
• renovação constante das tropas, dificuldade em
treinar pessoal para operação das máquinas
• condições de trabalho extremas
• acidentes fatais por erros de operação
“nascimento”
1949 ~ 1950
primeira reunião de um grupo de pesquisadores
com intuito de discutir ergonomia
“oficialização” e “batismo” da ergonomia
ergo = trabalho + nomos = estudo
fundação da Ergonomics Research Society
OBS: nos EUA, usa-se o termo Human Factors
áreas de atuação
década de 50 ~ 60
EUA: forte vínculo com a indústria bélica
“estudo de botões”
década de 70 ~ 80
forte associação com a engenharia de produção, estudo
de postos de trabalho, indústria
meados dos anos 80 ~ até o momento
design de interfaces, computadores
usabilidade
acessibilidade
ampliação do foco: estudo do prazer e das emoções
diferentes ‘escolas’
escola “americana”
foco em questões objetivas da interface homemmáquina: dimensões, design dos mostradores, arranjo
dos componentes, condições do ambiente (temperatura,
nível de ruído etc). Trabalho em laboratório é comum.
escola “européia” (principalmente francesa)
foco em questões subjetivas da relação do homem com
o ambiente, com o contexto de realização da tarefa:
aspectos psicológicos, organizacionais, motivacionais,
fatores de estresse. Análise in-loco é fundamental.
diferentes ‘escolas’
escola “americana”
ergonomia de componentes humanos
escola “européia”
ergonomia da atividade humana
ergonomia contemporânea
campo multidisciplinar
•
•
•
•
•
•
administração (gestão de recursos humanos)
engenharia (de produção, de computação, mecânica)
design (de produto, de interação, gráfico, de informação)
especialistas em segurança // condições ambientais
medicina (fisiologia, saúde do trabalho)
psicologia (cognitiva, clínica)
como e quando atua o
ergonomista?
projeto // concepção // prevenção de problemas
• demanda maior conhecimento da situação
• trabalha com hipóteses
• fortemente baseado em conhecimento acumulado
consultoria // correção // solução de problemas
• análise de uma situação real, já existente
• trabalha com fatos concretos
• nem sempre é viável fazer os ajustes necessários
como e quando atua o
ergonomista?
parecer ergonômico
entendendo o “sistema homem-tarefa-máquina”
entrada / input
processamento
saída / output
modelo
esquemático
(simplificação)
sistemas?
conjunto de elementos que
interagem entre si com um objetivo
comum e que evoluem no tempo
(IIDA, 1990)
sistemas
• fronteira, limite
• subsistemas (componentes)
• entradas (inputs, insumos)
• saídas (outputs, produtos)
• processamento
atividades desenvolvidas pelos subsistemas
que interagem entre si e convertem entradas
em saídas
sistema homem-máquina
representação esquemática
estado do trabalho
ambiente
MÁQUINA
campo de
trabalho
saída
HOMEM
Dispositivos
de
informação
Mecanismos
Internos
informações
Dispositivos
de controle
ações
decisão
Receptores
sensoriais
Sistema
nervoso
central
Movimentos
musculares
fronteira do sistema
Fonte: Iida, 1990, p.18
instruções
sistema homem-máquina
visão tradicional:
• homem é um “componente” do sistema
• homem e máquina têm o mesmo peso na
análise
visão centrada na pessoa
• homem é o elemento principal do sistema, não
comparável a outros elementos
• a análise deve levar em conta as características
singulares dos sujeitos (nível cultural, anseios,
limitações, motivações)
visão centrada na pessoa
em ergonomia, é fundamental identificar
bem os elementos, os atores e fatores que
estão em ação
objetivo principal: minimizar os custos
humanos
condições, constrangimentos, conseqüências,
resultados e qualidade do trabalho
nível de condições de trabalho
características
do operador
capacidade de
trabalho
objetivos e
exigências da
tarefa
ambiente e
condições de
execução
(físicas,
organizacionais)
nível da atividade
comportamento da tarefa, atividades do operador:
tomada de informações / decisões / acionamentos /
comunicações / deslocamentos / posturas assumidas
nível dos efeitos da atividade
carga de trabalho
conseqüências para o
operador
custos humanos do trabalho
Fonte: Leplad, 1977, apud Moraes e Mont’alvão, 2009, p.51
desempenho do operador
rendimento do trabalho
produtividade e qualidade
pesquisa em ergonomia
pesquisa descritiva / exploratória
•
•
•
•
•
•
observação assistemática
observação sistemática (direta ou indireta)
registro de comportamento
entrevistas
questionários
escalas de avaliação
pesquisa experimental
pesquisa em ergonomia
pesquisa experimental
em laboratório
em campo
maior controle da situação
menor controle da situação
possibilidade de testar
variáveis
maior interferência de
fatores externos
possibilidade de usar
adaptações e simulações
maior dificuldade em
mensurar os dados
menor aproximação com a
situação real de uso
maior aproximação com a
situação real de uso
pesquisa em ergonomia
pesquisa experimental
variáveis independentes
entradas/inputs
podem ser manipuladas para verificar como
influem no sistema
exemplos: layout da tela, posicionamento de botões,
dimensões, iluminação
pesquisa em ergonomia
pesquisa experimental
variáveis dependentes
saídas/outputs
não podem ser manipuladas
dependem exclusivamente das interações dos
componentes do sistema
exemplos: tempo de resposta, número de erros e
acertos, satisfação dos usuários
pesquisa em ergonomia
pesquisa experimental
controle
•identificar as variáveis independentes e
dependentes
•isolar ou manter constantes as variáveis que
podem influenciar e que não interessam ao
experimento
•seleção criteriosa dos sujeitos participantes
etapas e fases da intervenção
ergonômica
•
•
•
•
apreciação ergonômica
diagnose ergonômica
projetação ergonômica
avaliação, validação e/ou testes
ergonômicos
• detalhamento ergonômico e otimização
Fonte: Moraes e Mont’Alvão, 2010, p.79
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