Tradução: Fábio Luiz Dumont Nietzsche ou Poder e fraqueza do niilismo Nietzsche oder Macht und Ohnmacht des Nihilismus Quando o nome Nietzsche é mencionado, é quase inevitável que alguém diga: “Vai falar com uma mulher? Não se esqueça de levar o chicote”. Contudo, essas palavras de Nietzsche – que, em “Zarathustra” relacionam-se a uma velha megera -- dão uma imagem totalmente falsa de seu posicionamento em relação ao gênero feminino. Quanto a esse aspecto, Nietzsche é de uma timidez exorbitante. E nota-se ainda que, em sua juventude, após a morte de seu pai, ele esteve apenas rodeado de mulheres: pela avó, pela mãe, por duas tias, pela irmã. O temor de tudo o que é feminino continuou apesar disso -- ou foi até mesmo fomentado por isso. Nietzsche até ousava, quando estudante, elogiar as garotas de quem corria atrás, mas isto apenas sob a pressão de amigos da faculdade. Ele chegou a ser mal encaminhado, certa vez, por um rapaz, a um bordel: fugiu rapidamente, mas não sem causar admiração às distintas damas “de lantejoulas e mechas”, ao tocar algumas cadências ao piano. Noutro contexto, chegou a entusiasmar-se a distância por uma atriz, chegando a enviar à sua casa canções de sua própria autoria, ao que não obteve resposta, pelo que se sabe. Também chegou a vivenciar uma pequena viagem desbravadora junto a uma bailarina, porém esta modesta aventura terminou subitamente na cidade de destino. Numa outra vez, Nietzsche fez um pedido de casamento por carta a uma jovem senhorita, mas somente quando ele estava prestes a partir e, além disso, a carta esteve tão desarticulada que não foi novidade alguma o fato de não ter havido nenhuma consequência ao ato. Nietzsche chegou a ter fantasias por Cosima, a mulher do compositor Richard Wagner. Chegou a convidar muitas mulheres interessantes para visitá-lo na Suíça, mas nada aconteceu. Uma vez, porém, ele se apaixonou até seu último fio de cabelo por uma mulher importante, que na época tinha 21 anos: Lou Salomé. Já no primeiro encontro, ele perguntou a ela: ”Que estrelas nos conduziram um ao outro?” Confiou-lhe seus pensamentos mais secretos e a viu como sua única discípula. Mas não ousou pedir a mão dela. Ele enviou um amigo para fazer o pedido, sem imaginar que este também estava apaixonado por ela, e que ele mesmo já teria feito um pedido de casamento. Não se pode omitir que este amigo que representa um resultado negativo. Pouco tempo depois, principalmente por interferência de sua irmã, desfez-se a relação de Nietzsche com Lou e com seu amigo. Ao fim e ao cabo, Nietzsche pode apenas dizer: “Um filósofo casado pertence à comédia.” E ainda permaneceu conhecida a irmã de Nietzsche, conhecida como “Lama”, que o reclamou para si, seja durante toda a vida dela, seja após a morte dele, que, porém, o envolve com suas intrigas e que também não recua diante das ostensivas falsificações nos seus – como tais, meritórios – esforços pela herança de Nietzsche. Diante de tudo, conclui-se: o chicote na mão de Nietzsche era “papo furado”. Wenn in einer Gesellschaft der Name Nietzsche fällt, ist es fast unvermeidlich, daß jemand zitiert: »Du gehst zu Frauen? Vergiß die Peitsche nicht.« Doch dieses Wort, von Nietzsche im ›Zarathustra‹ einem alten Weiblein in den Mund gelegt, gibt ein gänzlich falsches Bild von seiner Stellung zum weiblichen Geschlecht. Er ist nämlich in dieser Hinsicht von einer exorbitanten Schüchternheit. Und dies, obgleich er in seiner Jugend, nach dem Tode des Vaters, nur von Frauen umgeben ist: von der Großmutter, der Mutter, zwei Tanten, der Schwester. Die Ängstlichkeit vor allem Weiblichen bleibt trotzdem oder wird vielleicht gerade dadurch befördert. Zwar wagt es Nietzsche, als Student den Mädchen, die er hinter den zugezogenen Gardinen vermutet, Ovationen darzubringen, aber nur in der schützenden Gesellschaft der Kommilitonen. Er gerät auch einmal, von einem Dienstmann falsch geführt, in ein Bordell, flüchtet aber rasch, nicht ohne vorher den erstaunten Damen »in Flitter und Gaze« auf dem Piano ein paar Takte vorgespielt zu haben. Ein andermal schwärmt er von fern für eine Schauspielerin und schickt ihr eigens für sie gedichtete und komponierte Lieder ins Haus; einer Antwort freilich wird er, soweit wir wissen, nicht gewürdigt. Ein andermal kommt es zu einer kleinen Reisebekanntschaft mit einer Balletteuse; doch dieses bescheidene Abenteuer endet jäh am Zielbahnhof. Ein andermal macht Nietzsche einer jungen Dame brieflich einen Heiratsantrag, aber erst, als er im Begriff ist, abzureisen; der Brief ist zudem so ungelenk, daß es nicht wunder nimmt, daß er keine weiteren Konsequenzen hat. Ein andermal schwärmt er Cosima, die Frau Richard Wagners, an. Ein andermal lädt er gar eine ganze Reihe von in Betracht kommenden jungen Damen ein, ihn in der Schweiz zu besuchen; aber auch daraus entwickelt sich nichts. Einmal jedoch verliebt sich Nietzsche bis über beide Ohren, und zwar in eine bedeutende Frau, die damals freilich erst 21 Jahre alt ist: Lou Salomé. Schon bei der ersten Begegnung fragt er: »Von welchen Sternen wurden wir einander zugeführt?« Lou vertraut er seine verborgensten Gedanken an und sieht in ihr seine einzige Jüngerin. Aber er wagt nicht, von sich aus um ihre Hand anzuhalten. Er schickt einen Freund vor, ohne zu ahnen, daß dieser in dieselbe Frau verliebt ist, ja ihr sogar selbst einen Heiratsantrag gemacht hat. So kann es nicht ausbleiben, daß der Freund ein negatives Ergebnis meldet. Bald auch geht das Verhältnis zu Lou und zu dem Freunde durch Intrigen, insbesondere von seiten der Schwester, auseinander. Am Ende kann Nietzsche nur noch sagen: »Ein verheirateter Philosoph gehört in die Komödie.« Bleibt noch die Schwester von Nietzsche, »das Lama« genannt, die ihren Bruder zu ihren Lebzeiten wie auch nach seinem Tode für sich reklamiert, die ihn aber auch mit ihren Ränken umspinnt und die in ihren als solche verdienstvollen Bemühungen um den Nachlaß auch vor ostentativen Fälschungen nicht zurückschreckt. Aus all dem sieht man: Die Peitsche in der Hand Nietzsches ist Altweibergewäsch. Depoimento Eu curso alemão para conhecer melhor a língua alemã e a cultura, e também porque sempre é bom ter uma língua diferenciada além do inglês. Nunca se sabe quando se vai precisar. Fábio Luiz Dumont – aluno do 3ºB