30. mai bis 07. juni 2006
30. mai bis 07. juni 2006 DE 30 de MAIO A 07 DE JUNHO
Fußball, Frohsinn, Samba, Karneval – das sind die gängigen kulturellen Klischees über Brasilien, an
die der durchschnittsdeutsche Caipirinhaschlürfer sehnsüchtig denken mag. Fußballkunst, Lebensfreude, Sambaschule und Karnevalisierung sind aber tatsächlich brasilianische Grundbegriffe von weitaus
größerer Dimension und Sprengkraft, als europäische Phantasien sich das ausmalen mögen – weil sie
soziale Aktion und künstlerischen Prozess, Populäres und Elitäres, die Masse und den Einzelnen, das
Positive und die Krise mit schier unglaublicher Energie vereinen und verschweißen.
Demnach sind die Brasilianer in Europa nicht nur wegen ihrer Favoritenposition bei der bevorstehenden WM gerade groß im Kommen. Auch weil sich nirgends so wie dort zeigt, welche subversiven
Abwehrmechanismen und Kulturtechniken Menschen in der alltäglichen Konfrontation mit Armut,
Ungleichheit und Gewalt entwickeln können. Brasilien ist Vorreiter, was die reale Umverteilung von
unten nach oben angeht und den aus derlei ökonomischem Ungleichgewicht erwachsenden sozialen
Zündstoff. Vorreiter aber auch, weil sich dort schon heute zeigt, welche Alternativen, Gegenstrategien
und Parallelwelten sich also auch uns im globalisierungsbedrohten, angsterstarrten Europa demnächst
bieten könnten.
Einen deutsch-brasilianischen „Copa da Cultura“ gar hat der tropikalisch-brasilianische Kulturminister
und MPB-Star Gilberto Gil ausgerufen. Berlin ist Hauptaustragungsort dieser bilateralen Begegnung,
und während im Haus der Kulturen der Welt ein brasilianisches Tanz- und Musikprogramm im Rahmen
des „In Transit“-Festivals stattfindet, veranstaltet das HAU (das sich mit Move Berlim ja bereits zweimal
der Tanzszene des Landes gewidmet hat) ein Festival mit zeitgenössischem Theater und Performances: BRASIL EM CENA vom 30. Mai bis 7. Juni 2006. Megametropole und Hinterland, Küste und
Sertão und die in dieser Paarung wurzelnden Widersprüche und Begegnungen geraten dabei ins
Blickfeld der Künstler und Zuschauer in dem zehn Produktionen umfassenden, von Ricardo Muniz
Fernandes, Kirsten Hehmeyer und Matthias Pees zusammengestellten Programm.
Futebol, alegria, samba e carnaval – são os tradicionais clichês relativos à cultura brasileira, dos quais
um alemão comum, grande apreciador de caipirinha, se lembra ao pensar no Brasil. Arte futebolística,
alegria de viver, escolas de samba e carnavalização são de fato conceitos básicos da cultura brasileira,
porém com uma dimensão e força muito maiores do que qualquer fantasia européia possa imaginar –
por unirem ou mesmo fundirem a ação social real ou seus reflexos, o processo artístico, elementos
populares e de elite, a massa e o indivíduo, o positivo e a crise – tudo com uma energia incrível.
Assim sendo, os brasileiros estão em alta na Europa e não apenas por causa do seu favoritismo na
copa iminente. O esporte mostra com uma clareza inédita quais mecanismos de defesa subversivos e
técnicas culturais as pessoas podem desenvolver no convívio diário com a pobreza, as diferenças
sociais e a violência. O Brasil é pioneiro na distribuição de riqueza real de baixo para cima e o
resultado desse desequilíbrio econômico é dinamite. Pioneiro também por indicar já hoje quais
alternativas, contra-estratégias e mundos paralelos podem existir, dentro em breve até mesmo para
nós, nessa Europa ameaçada pela globalização e tomada pelo medo.
Aproveitando a ocasião, Gilberto Gil, ministro da cultura, grande estrela da MPB e exponente maior do
tropicalismo, lançou uma “Copa da Cultura“ teuto-brasileira. Berlim será a principal cidade em que
acontecerá este encontro bilateral. Enquanto na “Casa das Culturas do Mundo” (Haus der Kulturen
der Welt) estiver sendo realizado um programa de dança e música no âmbito do festival ”In Transit“,
será promovido simultaneamente um festival com produções e performances teatrais contemporâneas
na casa de espetáculo Hebbel-Theater-am-Ufer ou simplesmente HAU (que já realizou dois eventos
dedicados à dança brasileira no âmbito do Move Berlim): é o BRASIL EM CENA - de 30.5.2006 a
7.6.2006. O programa, organizado por Ricardo Muniz Fernandes, Kirsten Hehmeyer e Matthias Pees, é
composto de oito encenações, nas quais os artistas e espectadores são confrontados com as
contradições e os encontros gerados pelas combinações entre mega metrópole e cidades do interior
bem como litoral e sertão.
Wir haben es leider nicht geschafft. Das Stück der Stücke, das große Ganze, die europäische Tradition. Da muss der Brasilianer passen, auf offener Bühne das Versagen eingestehen: nur ein Splitterwerk sei es geworden. Man zeige deshalb statt des ganzen Hamlets nur Probenausschnitte und
Versuche, heißt es kurz nach Beginn der Vorstellung von Enrique Diaz, und die sieben Akteure der
Companhia dos Atores aus Rio de Janeiro tauchen damit vielleicht tiefer in den Kosmos dieses
Stückes und seiner Titelfigur ein, als präsentierten sie „Hamlet“ auf herkömmliche Art und Weise. Sie
wechseln zwischen den Rollen und Haltungen, intervenieren im Stückablauf und sagen ihre Meinung.
Königin und Königsbruder, Dänenprinz und Vatergeist, Rosenkranz und Guildenstern, die wahnsinnige
Ophelia und der abgemurkste Polonius: obwohl kaum eine Figur den ganzen Abend über anhand der
Besetzung identifizierbar bleibt, halten die Schauspieler der vorzüglichen „Schauspieler-Kompanie“ aus
Rio sie doch in einem eng geflochtenen Netz aus Entwicklungen und Bezüglichkeiten am Leben und
Schweben. Und die Behauptung einer schlichten „Hamlet-Probe“ entpuppt sich als Understatement,
als trojanisches Pferd.
Hamlet auf brasilianisch: tanzt weder Samba noch paradiert er auf dem Karnevalswagen. Aber wird
von Menschen verkörpert und inkorporiert, die aus solch unvergrübelter, unbefangener Kultur kommen
und wissen, wie man mit ihr umgeht ohne auf Tiefsinn verzichten zu müssen. Welttheater, das sich
unter dem hohen, hohlen Anspruch einfach wegduckt: ganz groß. Nach gefeierten Gastspielen u.a. in
Moskau, New York, Paris, Bogotá und Barcelona nun erstmals in Deutschland.
ENSAIO.HAMLET
(PROBE.HAMLET)
NACH WILLIAM
SHAKESPEARE
DIAZ / CIA. DOS ATORES, RIO DE JANEIRO
REGIE: ENRIQUE
30. MAI UND 1. JUNI
20.00 UHR HAU 2
31. MAI
19.00 UHR HAU 2
ANSCHL. FRIEDHELM TEICKE
IM GESPRÄCH
MIT ENRIQUE DIAZ
UND ENSEMBLE
Infelizmente não conseguimos, não temos uma forma acabada para a “peça das peças”, o conjunto
da obra, a tradição européia. O elenco admite, em pleno palco, o fracasso: virou uma mera colcha de
retalhos e, por isso, apenas mostraremos fragmentos de ensaios e tentativas da obra completa – eis o
que se explica logo após o início da peça de Enrique Diaz e sua trupe de sete atores da Companhia
dos Atores do Rio de Janeiro. Porém, desta forma eles talvez até conseguiram penetrar mais profundamente no cosmos dessa obra e da sua figura-título do que se apresentassem ”Hamlet“ da maneira
tradicional. Nesse ensaio os atores se revezam pelos diversos papéis e posições, intervêm no desenrolar da peça e expressam a sua própria opinião. Rainha e irmão da rainha, príncipe da Dinamarca e
espírito do pai, os cortesãos, Rosencrantz e Guildenstern, a enlouquecida Ofélia e Polônio liquidado:
apesar de ser praticamente impossível acompanhar todas as figuras pelos seus papéis durante toda
a apresentação, os atores da brilhante Cia. dos Atores do Rio os mantém vivos e “flutuantes” em uma
rede bem entrelaçada de desenvolvimentos e relações. E a alegação de ser um mero “ensaio de Hamlet“ se revela um understatement ou até um cavalo de Tróia.
Hamlet à brasileira não dança nem samba nem desfila num carro alegórico, mas é incorporado por
­pessoas provenientes de uma cultura totalmente desencanada e aberta que sabem lidar com ela sem ter
de prescindir de melancolia ou pensamentos mais profundos. Teatro de nível mundial que simplesmente
contorna a exigência tão grandiosa quanto oca: realmente excelente. Após apresentações em Moscou,
Nova Iorque, Paris, Bogotá e Barcelona, agora, pela primeira vez poderá ser visto também na Alemanha.
Bel Garcia, César Augusto, Emílio de Mello, Enrique Diaz, Malu Galli e Marcelo Olinto – atores/Schau­spieler; César Augusto e Marcos Chaves
– cenário/Bühne; Marcelo Olinto – figurinos/Kostüme; Lucas Marcier, Rodrigo Marçal, Felipe Rocha – Soundtrack; Maneco Quinderé – iluminação/Licht; Made in productions/Morgane Bourhis – Produzentin für Europa; Cia dos Atores/Cucaracha Produções Artisticas – produção/
Produktion; Janaina Pessoa – Produktionsass. Berlin
Sponsors: Brasil Telecom, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (FATE), SESC Rio, La Ferme du Buisson - Scène Nationale de Marne la Vallée
and La Filature – Scène Nationale de Mulhouse. Enrique Diaz is an associate artist to Ferme du Buisson, Scène Nationale de Marne la Vallèe.
Cia dos Atores, in 2006, is sponsored by PETROBRAS.
Wo der fruchtbare, aber schmale Küstenstrich im Nordosten Brasiliens langsam in die Dürregebiete
des Sertão übergeht, liegt der „Agreste“. Eine steinige Übergangslandschaft, in der nicht nur gen
Westen der Boden ausdörrt, sondern auch Besiedlung, Reichtum, Bildungsniveau und gesellschaftliche Bindung Kilometer für Kilometer ins Landesinnere hinein spürbar abnehmen. Das Adjektiv
„agreste“ bedeutet im Portugiesischen aber auch unstädtisch, unzivilisiert, karg, wild und rustikal.
Newton Moreno ist ein junger Autor aus dem Bundesstaat Pernambuco, dessen Schreibstil sich
ebenfalls als „agreste“ bezeichnen lassen kann: ebenso sprachmächtig wie wortkarg, einfach und
eindringlich beschreibt er die archaisch anmutenden Menschen und Landschaften, verloren und
geborgen im Nirgendwo, und doch nicht so außerhalb von Zivilisation und Zwängen, wie man auf den
ersten Blick denken mag.
„Agreste“ basiert auf der Zeitungsmeldung einer wahren Begebenheit und handelt von einer Frau, die
nach dem Tod ihres Mannes feststellen muss, dass dieser ebenfalls eine Frau gewesen ist. Márcio
Aurélio, seit den 70er Jahren bedeutender Regisseur in Brasilien und Theater-Professor an der
Unicamp in Campinas, hat die Uraufführung des Textes mit zwei männlichen Schauspielern inszeniert.
O Agreste começa onde a costa fértil, porém estreita , do Nordeste brasileiro acaba para se transformar lentamente na aridez do sertão. Uma paisagem de transição pedregosa, onde na medida em que
o solo vai secando as povoações, as riquezas, o nível de instrução e os vínculos sociais também vão
escasseando visivelmente, quilômetro após quilômetro, conforme vamos nos adentrando pela região.
Em português o adjetivo “agreste“ é relativo ao campo, sobretudo quando não cultivado, e significa
árido, selvagem e rústico.
O pernambucano Newton Moreno é um jovem autor cujo estilo poderíamos igualmente chamar de
“agreste“ – um estilo tão grandiloqüente quanto lacônico, usado para descrever de forma direta e
simples porém incisiva pessoas e paisagens aparentemente arcaicas, perdidas e ao mesmo tempo
protegidas na imensidão do nada, mas que mesmo assim não estão completamente fora da civilização ­
e das obrigações sociais como poderíamos julgar num primeiro olhar.
A peça ”Agreste“, baseada numa reportagem verídica, conta a história de uma mulher que após a
morte do marido descobriu que ele também era uma mulher. Márcio Aurélio, diretor de destaque
desde os anos 70 e professor de teatro na Unicamp de Campinas, encenou a montagem original do
texto com dois atores do sexo masculino.
Paulo Marcello, João Carlos Andreazza – atores/Schauspieler; Leopoldo De Léo jr. – direção de produção/Produzent
O Brasil é uma nação ligada à televisão. É o país onde nasceu a famosa telenovela, onde as redes de
televisão são mais poderosas que a maioria das suas congêneres ao redor do mundo.. Ali a TV fica
ligada 24 horas, despejando informações, sendo parte integrante da poluição sonora geral. Em todas
as suas performances o artista plástico mineiro, Marco Paulo Rolla, insere fenômenos do cotidiano,
levando-os ao extremo ou mesmo ao absurdo. Junto com a coreógrafa Dudude Herrmann ele apresenta “Tanque“, uma novela curta que se desenrola literalmente no tanque de uma área de serviço. Vendo
televisão, lavando e torcendo roupa, cantando – assim o grande, vasto e dramático mundo chega a cozinha.
Dia 1º de junho ainda será apresentada outra performance de Marco Paulo Rolla chamada CANIBAL
na cafeteria de espetáculo WAU.
Brasil é uma nação de canibais. O canibalismo descrito por Montaigne no séc XVI, transforma-se em
antropofagia no séc XX, movimento artístico devorador de todas as fronteiras estabelecidas da arte. A
performance de Marco Paulo Rolla não fala destas leituras intelectuais e eruditas do ato de comer um
outro, mas da fantasia que percorre todas as cozinhas e imaginação brasileira, colocando o desejo
canibal, antropófago, no contexto banal de uma cozinha. Canibalismo em uma receita simples e
possível de ser realizada em forno doméstico, com poucos ingredientes: as fantasias dos brasileiros
sobre estes comedores de gente e a estética antropofágica, as imagens ainda presentes no europeus
destes Trópicos exóticos, perigosos e longiquos e os rituais cotidianos, monótonos e contemporâneos.
Canibal: Marco Paulo Rolla, Thelma Bonavita, Anderson Gouvea – corpos/Körper
TANQUE
PERFORMANCE VON MARCO PAULO ROLLA
UND
DUDUDE HERRMANN,
BELO HORIZONTE
31. MAI 22.00 UHR
HAU 1
Brasilien ist eine Fernsehnation. Hier wurde die berühmte Telenovela erfunden, hier gibt es Fernsehnetzwerke, die so mächtig sind wie wenige auf der Welt, hier gehört die Dauerberieselung zur ohnehin
nicht gerade beschaulichen Lärmkulisse. Der Künstler Marco Paulo Rolla aus dem Bundesstaat Minas
Gerais im Zentrum Brasiliens integriert in seine Performances Alltagsphänomene, die er auf die Spitze
und ins Absurde treibt. Mit der Choreografin Dudude Herrmann spielt er „Tanque“, eine kurze Fernsehoper am Handwaschbecken der Hausangestellten (mit integriertem Keramik-Waschbrett heißt das
in brasilianischen Haushalten „Tanque“). Glotzen, waschen, wringen, singen – so gelangt die große,
weite, dramatische Welt in die Küche.
Am 1. Juni ist eine weitere Performance von Marco Paulo Rolla im WAU zu sehen: CANIBAL. Brasilien
ist ein Land von Kannibalen. Der Kannibalismus, wie Montaigne ihn im 16. Jahrhundert beschreibt, wird
im 20. Jahrhundert zur Anthropophagie, einer künstlerischen Bewegung, die sämtliche in der Kunst
errichteten Grenzen verschlingt. Die Performance von Marco Paulo Rolla erzählt nicht von diesen
intellektuellen Lektüren des Aktes, einen anderen zu verspeisen, sondern von der Phantasie, kannibalisches, anthropophagisches Verlangen im banalen Umfeld einer Küche anzusiedeln. Nach einfachem
Rezept kann Kannibalismus mit wenigen Zutaten am heimischen (brasilianischen) Herd entstehen: Es
bedarf nur der Vorstellung von diesen Menschenfressern, der anthropophagen Ästhetik und der bei
uns Europäern noch existenten Bilder von diesen exotischen, gefährlichen Tropen sowie der alltäglichen, monotonen Rituale.
CANIBAL
PERFORMANCE VON MARCO PAULO ROLLA
BELO HORIZONTE
01. JUNI
17.00 - 20.00 UHR WAU
DIE WÜRDE DER PERIPHERIE: A DIGNIDADE DA PERIFERIA:
GEWALT UND WIDERSTAND IN BRASILIEN
– ZWEI DEBATTEN
VIOLÊNCIA E RESISTÊNCIA NO BRASIL
– DOIS DEBATES
Während des Theaterfestivals organisiert die Heinrich Böll Stiftung zwei Debatten über die aktuelle
politische, soziale und kulturelle Enwicklungen des Landes. Welche Antworten geben Intellektuelle und
Künstler auf Krise und Gewalt?
Durante o festival de teatro a Fundação Heinrich Böll irá organizar dois debates sobre o desenvolvimento político, social e cultural atual do país. Quais são as respostas dos intelectuais e artistas face à
crise e à violência?
AN EINEM ORT DIESER WELT
EM UM OUTRO LOCAL DESTE MUNDO
- BRASILIEN: PARADOXIE UND KRISE
MIT LAYMERT GARCIA
01. JUNI 18.00 UHR HAU 2
20 Jahre Demokratie haben soziale Ungleichheiten nur verschärft. Dieses brasilianische Dilemma ist
ein wichtiges Element der Diagnose der Gegenwart. Laymert Garcia, Professor an der Fakultät für
Soziologie und Philosophie der Universität von Campinas und einer der bedeutendsten Intellektuellen
des Landes, analysiert die Krise Brasiliens als Teil einer weltweiten Entwicklung, in der sich Ökonomie
und Technik von Politik und Ethik abkoppeln.
Obwohl seine Analyse alles andere als optimistisch ist und auch er die Enttäuschung der Intellektuellen
über die Lula-Regierung teilt, wehrt sich Garcia gegen die Erzählung der Apokalypse, die die Bedeutung des Politischen negiert. „Es ist möglich, andere Szenarien zu denken.”
MIT ANDERSON SÁ UND HELOISA BUARQUE DE HOLANDA
06. Juni 18.00 UHR HAU 2
In der zweiten Debatte entwirft Anderson Sá eine Perspektive aus einem der gewalttätigsten Orte des
Landes, der Favela Vigario Geral. Anderson ist Protagonist des Filmes „Favela Rising”, in dem sein
Leben erzählt wird: Vom Verlust des Onkels bei einem Massaker der Polizei bis zum Eintritt in die
Gruppe AfroReggae. Der Film und die Geschichte Andersons zeigt, wie in einer Umwelt, die von der
perversen Logik des Konfliktes zwischen Polizei und Drogenhandel beherrscht wird, dennoch Veränderungen möglich sind und Alternativen entstehen.
Mit Anderson Sá diskutiert Heloisa Buarque de Holanda, Professorin für Kulturkritik an der Universität
von Rio de Janeiro (UFRJ), die eine Brücke schlägt zwischen Universität und neuen Widerstandsformen, die sich vor allem im Rap und HipHop manifestieren. „In den letzten 15 Jahren hat sich
Gewaltiges getan. In der Peripherie ist eine neue Würde gewachsen. Wir erleben einen großartigen
Augenblick, voll von Neuigkeiten.”
Anderson Sá und Heloisa Buarque de Holanda diskutieren neue Formen der kulturellen und sozialen
Bewegungen in Brasilien. Die Favela ist Ort der Gewalt, aber auch der Kreativität, der Transformation,
des Widerstandes.
– NO BRASIL: PARADOXOS E CRISE
COM LAYMERT GARCIA
Os 20 anos de democracia só acirraram as diferenças sociais. Este dilema brasileiro constitui um
elemento importante do diagnóstico do presente de Laymert Garcia, professor na faculdade de
sociologia e filosofia da universidade de Campinas e um dos intelectuais de maior destaque do país,
que analisa a crise brasileira como parte de um desenvolvimento mundial, no qual a economia e a
tecnologia ficam desacopladas da política e da ética.
Apesar da sua análise ser tudo menos otimista e ele também compartilhar a decepção dos intelectuais com o governo Lula, Laymert Garcia luta contra o conto da apocalipse, que nega a importância do
fator político. “É possível pensar outros cenários.”
Em um segundo debate Anderson Sá esboça uma perspectiva a partir de um dos locais mais
violentos do país, a favela Vigário Geral. Anderson é o protagonista do documentário “Favela Rising”
que relata a sua vida: da perda do tio durante um massacre policial à ingressão na banda AfroReggae.
O filme e a história de Anderson mostram como é possível trazer mudanças e encontrar alternativas
num submundo dominado pela lógica perversa do conflito entre a polícia e o narcotráfico.
A seguir, Anderson fala com Heloisa Buarque de Holanda, professora de crítica cultural na UFRJ, que
estabelece uma ponte entre a universidade e as novas formas de resistência, manifestadas principalmente no rap e no hiphop. “Nos últimos 15 anos muitas coisas aconteceram. Na periferia surgiu uma
nova dignidade. Estamos presenciando um momento incrível, repleto de novidades.”
Anderson Sá e Heloisa Buarque de Holanda discutem novas formas de movimentos culturais e
sociais no Brasil. Mostram a favela como um espaço de violência, mas também de criatividade,
transformação e resistência.
ANDERSON SÁ
CAVALO MARINHO REVISITADO
(CAVALO MARINHO NEU GESEHEN)
COLETIVO PERNAMBUCO
02. UND 03. JUNI 19.30 UHR
Ein Abend über das Universum von CAVALO MARINHO, einem traditionellen Ritual aus dem Hinterland des Bundesstaates Pernambuco, das Musik, Tanz und Trance verbindet und aus einer Myriade
von Darstellern und Bewegungen besteht, die es seit dem letzten Jahrhundert immer wieder aktualisieren.
CAVALO MARINHO ist traditionelles Straßentheater, ein Spiel (wie die Beteiligten es nennen), in dem
jeder seine Rolle und Aufgabe hat. Doch es handelt sich um ein Ritual, das stets erneuert wird und
vom Alltag der Dörfer und Gemeinschaften durchdrungen ist, in denen es heute stattfindet.
CAVALO MARINHO lebt vom Gegensatz zwischen der harten Realität der Zuckerrohrschneider im
Norden Pernambucos, ihrer schwierigen Lage als Landarbeiter und ihrer grenzenlosen Fähigkeit, als
CAVALO MARINHO-Darsteller zu agieren - sie erfanden diese Realität und bereicherten so ihr Leben.
Es handelt sich um ein ausuferndes Fest, das alle ansteckt, wo siebzig und mehr Figuren in einer
Performance ohne vorgegebenes Drehbuch erscheinen, die aus der Phantasie und dem Erfindungsreichtum der Beteiligten lebt. Ausgelassenheit und Arbeit werden vermischt, und man verbringt Tage
und Nächte umgeben von den endlosen Zuckerrohrfeldern.
Dieses Coletivo Pernambuco besteht aus Darstellern, die vom traditionellen CAVALO MARINHO
herkommen, sowie aus Künstlern, die diesen offenen und ungezügelten Ausdruck als Material
benutzen. In dieser Performance wird nicht CAVALO MARINHO in Szene gesetzt, das es nur in dieser
Zeit und an diesem Ort gibt, sondern die Tänzer, Darsteller und Musiker setzen in Szene, wovon es
handelt: Es ist Theater, Ritual, Dokumentation, könnte auch ein Film, eine Choreographie oder ein
Scherz sein. Begleitet werden die Darsteller von exzellenten live-Musikern, die Teil des Spiels sind und
es permanent antreiben.
„Cavalo Marinho Revisitado” ist eine Kollektiv-Produktion, basierend auf dem Volksspiel „Cavalo
Marinho” in der Version der Gruppe „Estrela de Ouro” aus Condado, Pernambuco, und dem
Tanz­theaterstück „Brincadeira de Mulato” der Gruppe Grial de Dança aus Recife.
Marinho é um teatro de rua tradicional, uma brincadeira (como ele é chamado pelos que dele participam) onde toda a comunidade tem seu papel e função. Não se trata de uma apresentação para ser
assistida como algo cristalizado e preservado no tempo e espaço, mas um jogo ritualístico sempre
atualizado e completamente mixado com o dia a dia das comunidades onde ele ainda acontece.
Um espetáculo sobre o universo do Cavalo Marinho, um ritual tradicional do interior do estado de
Pernambuco que envolve musica, dança e transe composto por uma miríade de personagens e
movimentos, acontecendo de uma forma sempre atualizada desde o século passado. Um Cavalo
HAU 1
Um Cavalo Marinho é um embate entre a dura realidade dos cortadores de cana da Zona da Mata
norte de Pernambuco, sua difícil condição de trabalhadores rurais e a capacidade imensurável deles
mesmos, como brincantes de cavalo marinho, reinventarem aquela realidade e amplificarem suas
vidas. Uma festa desmedida contaminando tudo, onde setenta e tantos personagens surgem em uma
performance sem um roteiro pré-estabelecido, mas como um diagrama composto pela fantasia e
inventividade de seus participantes. Folia e trabalho misturados e varando as noites e os dias no meio
dos canaviais. Juízo e fantasia girando no mundo.
Este Coletivo Pernambuco, é uma constelação de criadores intérpretes, provindos do cavalo marinho
tradicional e artistas cujos trabalhos tem como suporte esta manifestação aberta e desmedida e nesta
performance todos colocam em cena não o Cavalo Marinho possível somente naquele tempo e lugar,
mas as suas várias aberturas para o mundo colocando em cena um pouco daquilo de que ele trata: é
teatro, ritual, e documentário, pode ser um filme, uma coreografia, ou uma brincadeira.
“Cavalo Marinho Revisitado” é uma criação coletiva a partir do folguedo popular “Cavalo Marinho”
realizado pelo grupo “Estrela de Ouro“ da cidade de Condado, no estado de Pernambuco e da obra
“Brincadeira de Mulato” do Grupo Grial de Dança.
Aguinaldo Roberto da Silva - integrante do Cavalo Marinho “Estrela do Ouro“; Sebastião Pereira de Lima (Mateus Martelo) – integrante do Cavalo
Marinho “Estrela de Ouro“; Severino Alexandre da Silva (Mestre Biu) – integrante do Cavalo Marinho “Estrela de Ouro“; Fábio Soares - integrante
do Cavalo Marinho “Estrela de Ouro“; Pedro Salustiano - bailarino e músico/Tänzer und Musiker; Helder Vasconcelos - bailarino e músico/Tänzer
und Musiker; Cláudio Sérgio Ribeiro Corrêia - músico/Musiker; Maria Paula Costa Rêgo - bailarina/Tänzerin; Emerson Dias - bailarino e músico/
Tänzer und Musiker; André Freitas – trilha sonora/Soundtrack
Agradecimento à/Dank an die Secretaria de Cultura do Governo do Estado - Fundarpe und an das Teatro Hermilo Borba Filho
O ASSALTO (DER ÜBERFALL)
VON ZÉ VICENTE
MARCELO DRUMMOND /
TEATRO OFICINA
SÃO PAULO
03. UND 04. JUNI 20.00 UHR
HAU 3
Der eine räumt auf, der andere ab – frühmorgens im Büro, der Mann vom nächtlichen Putzdienst ist
mit der Arbeit noch nicht ganz fertig, da will einer aus der mittleren Führungsebene die letzten Tricks
besorgen für den ganz großen Deal. Bündelweise hat er im Schreibtisch Geld gehortet, das für den
Rest des Lebens reichen soll. Eine ordentliche Portion davon kann auch für den Putzmann abfallen –
wenn der sich bereit erklärt zum Rollentausch. Die Schuld des Chefs soll er auf sich nehmen, während
die Familie finanziell gut gepolstert wird. Was zunächst nur wie ein kleiner Krimi mit Klamottenwechsel
aussieht, wird in „O Assalto” (Der Überfall), dem 1969 entstandenen Stück des brasilianischen
Dramatikers José Vicente, zum sozialen und emotionalen Laborversuch. Es entwickelt sich eine enge,
drückende Atmosphäre, in der sowohl die Verführung zur Kriminalität als auch die sexuelle Verführung
in einem luziden psychologischen Krieg zum Thema gemacht wird.
Wie viel Zwang und Unterwerfung erfordert die Freiheit, wie aussichtslos ist Sehnsucht – wenn am
Schluss dann doch die Militärpolizei vor der Tür steht?
Mit der hat Zé Vicente schmerzhafte Erfahrungen gemacht – der 1943 geborene Autor gehört zu
denen, deren Leben und Arbeit die brasilianische Diktatur zerbrochen hat. Die Inszenierung des „Teatro
Oficina” ist auch insofern eine Entdeckung als die Geschichte, nur unter Männern erzählt, neben den
sozialen Zwängen von Klasse und Macht auch – frech und frisch – Verführung und Lust zum Thema
macht. Marcelo Drummond hat mit den Protagonisten Haroldo Costa Ferrari und Fransergio Araujo eine
ebenso grelle wie dichte, scharfe wie schrille Sozial-Farce gefertigt. Wer diese drei beim „Oficina”Gastspiel in der Volksbühne kennen gelernt hat, kann Wiedersehen feiern.
Um arruma outro faz a limpeza. De manhã cedo no escritório, enquanto o faxineiro do serviço de
limpeza noturno ainda não terminou seu expediente, um outro, do escalão intermediário, quer dar o
jeitinho final para o grande golpe. Juntou maços de dinheiro na sua escrivaninha para viver bem pelo
resto da vida. Uma boa parte da quantia poderia ser do varredor, se ele aceitar inverter os papéis. Ele
assumiria a culpa do patrão, mas em compensação sua família ficaria bem financeiramente. O que de
início parece um mero conto policial com troca de papéis em “O Assalto”, peça criada em 1969 pelo
dramaturgo brasileiro José Vicente, vai evoluindo para um ensaio laboratorial de cunho sócio-emocional. A questão - o que cada um de nós tem do outro em si – é levada ao extremo. O clima fica cada
vez mais pesado, oprimente mesmo, onde tanto a sedução ao crime como a sedução sexual viram
tema numa guerra psicológica bastante lúcida.
Quanta coação e sujeição requer a liberdade? Quão sem perspectiva é a saudade – se a polícia
militar acaba por estar à espera na porta?
O próprio Zé Vicente travou experiências dolorosas com a PM. Nascido em 1943, o autor faz parte
daqueles cuja vida e cujo trabalho foram destruídos pela ditadura. A montagem do “Teatro Oficina” é
realmente um achado, pois essa história, contada apenas por homens, além de abordar as obrigações
sociais de classe e poder ainda tematiza de forma ousada e inédita a sedução e o prazer. Com a
ajuda dos protagonistas Haroldo Costa Ferrari e Fransergio Araujo, Marcelo Drummond, co-diretor do
teatro em São Paulo, produziu uma farsa social tão crua quanto densa, tão contundente quanto
estridente. Quem teve a oportunidade de conhecer os três na apresentação do teatro Oficina no
outono passado no teatro “Volksbühne” vai certamente vibrar com o reencontro.
Haroldo Costa Ferrari, Fransérgio Araújo – atores/Schauspieler; Marcelo Comparini – cenógrafo/Bühnenbildner
Der Name „3 de fevereiro“ beruft sich nicht auf einen offiziellen Feiertag. Für den Brasilianer ist der
dritte Februar ein Tag wie jeder andere, ein Datum ohne jeden Anlass für ein Fest, ein gewählter Tag,
weil vor drei Jahren ein Mann, ein Schwarzer, von der Polizei in den Straßen von São Paulo getötet
wurde. Die Polizei verteidigt sich und versichert, er sei Bandit gewesen, in einen Überfall verwickelt
und dabei zu Tode gekommen. Alle anderen sprechen von Unschuld und Vorurteil.
Von diesem Widerspruch ausgehend, hat ein Künstlerkollektiv aus den verschiedenen Sparten –
Videokunst, Bildende Kunst, Tanz, Musik, Theater – sich selbst „3 de fevereiro“ genannt und begonnen,
Aktionen im städtischen Raum zu konzipieren und umzusetzen. Sie sind zugleich politisch und
poetisch und prangern die alltägliche Gewalt und das Vorherrschen von rassistischen und sexistischen
Vorurteilen in einer Gesellschaft an, die sich selbst als herzlich und vorurteilsfrei bezeichnet.
Mit ihren Performances schaffen sie es, Regeln und Kehrseiten des Alltags zahlreicher brasilianischer
Feste zu enthüllen. Aktion, Protestveranstaltung, Ball und Konferenz werden vermischt und aus
vermeintlichen Nichtigkeiten Schlachtfelder entwickelt. Ein variables Kollektiv, dessen Kern aus zehn
Leuten besteht, welches in der Lage ist, mit seinen Performances auf Straßen und in Stadien auch
5.000 Leute zu fesseln und zu Künstlern zu machen. Mehr als Aktivisten oder Interventionskünstler
sind sie ein kämpferisches Komitee, ein wenig Liga für Gerechtigkeit, Karnevalsblock und Herren über
Stadtgebiete. Sie verwandeln Fußballfelder in Tribünen und Versammlungsplätze, demontieren die
Medien, ihre Tricks und Fesseln.
In der Performance „FUTEBOL“ („Fußball“) enthüllen sie eine andere Facette ihrer Kunst und des ‚Denkmals brasilianischen Stolzes’. Von den Spielern und ihren Beziehungen auf dem Spielfeld ausgehend,
fördern sie Gewalt und Vorurteile beim Fußball zutage. Das Spielfeld ist auch Feld eines ideologischen,
wirtschaftlichen und kulturellen Kampfes. Es entsteht ein anderes Bild des Fußballs und der Situation
von Schwarzen in Brasilien - weitab von den bekannten Perspektiven und linearen Interpretationen.
O nome “3 de fevereiro” não provém de uma efeméride, ou da comemoração de alguma data oficial.
“3 de fevereiro” é um dia qualquer para o brasileiro, uma data sem nenhum motivo para comemoração,
um dia escolhido porque há três anos atrás, um homem, negro, foi morto pela polícia nas ruas da
cidade de São Paulo. A polícia se defende afirmando ser ele um bandido, envolvido e morto em um
assalto, todos os outros falam de inocência e preconceito. A partir desta polêmica, um coletivo de
artistas de várias áreas, como vídeo, artes plásticas, dança, música, teatro se auto denominou “3 de
fevereiro”, e passou a criar e colocar na cena da cidade ações um tanto artísticas, um tanto políticaspoéticas que colocam em xeque os limites da violência cotidiana, e a vigência de preconceitos raciais
e sexistas em uma sociedade que se auto-denomina cordial e livre de preconceitos. Molecada
cutucando com vara curta tocas de leão e vespeiros. Suas performances , conseguem revelar as regras
e avessos do dia a dia e das muitas festas brasileiras. Ações misturando comício, baile, conferência,
fazendo de aparentes nadas, campos de batalha. Um coletivo elástico, composto em seu núcleo por
dez pessoas, mas capazes de envolver e tornar artistas cinco mil, nas suas performances de ruas e
estádios. Mais do que ativistas, ou intervencionistas, são uma comitiva guerreira, um tanto liga da
justiça, bloco de carnaval e senhores de terreiros. Fazem dos dias comuns, feriados. Transformam
campos de futebol em tribunas e ágoras, desmontam a mídia e seus tantos truques e arapucas.
Nesta performance Futebol eles discutem e revelam uma outra faceta desta arte e “monumento e
orgulho brasileiro”. A partir dos jogadores e suas relações nos campos de jogo, eles trazem a tona
uma imensidão de violência e preconceito. O campo é também um campo de guerra ideológico,
econômico, e cultural. Um outro retrato histórico e poético do futebol, da condição do ser negro no
Brasil, longe das sempre reiteradas perspectivas e interpretações lineares.
Baseado em entrevista de/basierend auf Befragung von Noel Carvalho; frente 3 de fevereiro: Achiles Luciano, André Montenegro, Cibele Lucena,
Daniel Lima, Eugênio Lima, Felipe Brait, Felipe Teixeira, Fernando Coster, Fernando Sato, João Nascimento, Julio Dojcsar, Iramaia Gongora,
Maurinete Lima, Pedro Guimarães, Roberta Estrela d’Alva; músicos/Musiker: Daniel Oliva, Cássio Martins, Hilis Moraes, João Nascimento, Will Robson
Projeto comissionado por/Projekt im Auftrag von ASSOCIAÇÃO CULTURAL VIDEOBRASIL E GOETHE-INSTITUT RIO DE JANEIRO, 2005
FUTEBOL
FRENTE 3 DE FEVEREIRO
03. JUNI 22.00 UHR HAU 2
04. JUNI 21.30 UHR 20.30 UHR
IM GESPRÄCH MIT „FRENTE 3 DE FEVEREIRO“
ÜBER FUTEBOL
L.I.C.K. MY FAVELA
KONZERT-PERFORMANCE VON TETINE
SÃO PAULO/LONDON 03. JUNI 23.00 UHR WAU
Das seit 1995 bestehende Duo TETINE der beiden in London lebenden Brasilianer Eliete Mejorado
und Bruno Verner bewegt sich souverän zwischen Performance Art und Musik-Gigs in origineller
Fusion von visuellen spoken-word shows, Elektro-Beat-Performances inklusive Film- und VideoInstallationen in Galerien sowie bei Modenschauen. Musikalisch treiben sie den aggressiveren
Rhythmus des Baile funk in ihren Dub „Punk Carioca“ weiter. Das Titelstichwort der neuesten Platte
L.I.C.K. my favela (Slum Dunk 2005) bezieht sich u.a auf Peaches und hat musikalisch einen brasilianischen Hüftschwung jenseits der Stilmerkmale „80’s hip hop in lo-fi blend“, „90’s rave“, „wobbly bhangra“,
„bruta detroit techno“ und „Miami bass“.
O conceitual duo TETINE, criado em 1995 por dois paulistas radicados em Londres, Eliete Mejorado
e Bruno Verner, criou uma mistura soberana de arte performática com música eletrônica numa fusão
original e irreverente de tecnologia, cultura pop, som e imagem – além de instalações de filme e vídeo
em galerias e desfiles de moda. Na música eles fazem uma incursão no ritmo agressivo do baile funk,
transportando-o para seu Dub ”Punk Carioca“. A palavra chave do título do novo álbum L.I.C.K. my
favela (Slum Dunk 2005) faz referência entre outros a Peaches e tem o típico swing brasileiro que vai
além da marca de estilo de ”80’s hip hop in lo-fi blend”, ”90’s rave”, ”wobbly bhangra2, ”bruta detroit
techno” e “Miami bass”.
POR
ELISE
REGIE: GRACE PASSÔ / CIA. ESPANCA!
BELO HORIZONTE 05. JUNI 21.00 UHR HAU 3
06. JUNI 19.00 UHR
Der Gott der kleinen Dinge wirft offenbar gerne mit Avocados: In jedem Fall fallen ab und an welche
vom Himmel, und wer Pech hat, den erwischt eine tödlich. So ist das Leben: es kann einem auf den
Kopf knallen – und erschlagen.
Grace Passô hat ihr erstes Stück „Por Elise“ aus ein paar kurzen Alltagsszenen entwickelt – und die
aus dieser Arbeit hervorgegangene, sechsköpfige Cia. Espanca! aus dem Bundesstaat Minas Gerais
gilt nach preisgekrönten Einladungen auf schlichtweg alle brasilianischen Theaterfestivals als Newcomer der Saison. Begegnungen und Bewegungen auf mitunter minimalistischem Niveau bestimmen
das extrem unaufgeregte Bühnengeschehen. Ein Hinterhof (unterm Avocadobaum) bringt ebenso
gewohnheitsmäßig wie schicksalslos Figuren zusammen, deren unspektakuläre Geschichten für sich
genommen kaum der Rede wert wären. Einsame Nachbarn und unglückliche Dienstleister geben sich
die unsichtbare Klinke in die Hand, und zwischendurch wird der Feuerwehrmann vom Fallobst erschlagen. Großes Theater ganz klein, kleiner geht’s kaum, und doch sehr bewegend und berührend.
O Deus das pequenas coisas parece gostar de brincar com abacates: Em todo caso, de vez em
quando um dos abacates cai do céu e para quem tem o azar de estar embaixo pode ser fatal. Assim é
a vida: ela pode literalmente cair na nossa cabeça e nos esmagar.
Grace Passô desenvolveu a sua primeira peça “Por Elise“ a partir de algumas cenas curtas do dia a
dia – e a Cia. Espanca!, composta por seis cabeças, nascida desse trabalho em Minas Gerais é tida
como uma das novidades da temporada, depois de ter sido convidada e premiada em praticamente
todos os festivais de teatro no Brasil.
Encontros e desencontros encenados, por vezes, com recursos quase minimalistas determinam os
acontecimentos no palco com toda a calma. Em um quintal com um abacateiro se encontram
personagens tão comuns, quanto sem destino, cujas histórias individuais, nada espetaculares, nem
valeriam a pena serem contadas. Vizinhos solitários e empregados infelizes se esbarram, passando
pela porta imaginária, e no meio dos desencontros um bombeiro morre, atingido por um singelo
abacate. Eis o grande teatro, de forma tão pequena – menor é praticamente impossível – e mesmo
assim, emocionante e comovente.
Gustavo Bones, Marcelo Castro, Paulo Azevedo, Samira Ávila e Grace Passô – intérpretes/Darsteller; Marco Paulo Rolla – figurinos/Kostüme;
Leonardo Pavanello – iluminação/Licht; Daniel Soares Diazepam – Soundtrack; IRIS CAVALCANTI/ZÁFRICA PRODUÇÕES – produção para
Berlim/Produktion für Berlin; Agentz-Fernanda Vidigal e espanca!, Parceiros: Benvinda Cia. de Dança e Estúdio Dudude Herrmann – produção/
Produktion.
ARENA CONTA DANTON
06. JUNI 20.00 UHR HAU 2
07. JUNI 19.00 UHR
ANSCHL.
MATTHIAS PEES IM GESPRÄCH MIT CIBELE FORJAZ UND ENSEMBLE
Als „re-leitura“ bezeichnen die brasilianischen Theaterleute ihre Form der Aneignung und Aktualisierung dramatischer Texte – oder sprechen gar davon, klassische Texte zu „antropophagisieren“, kannibalisch zu verspeisen. Populär gemacht hat sie seit den Fünfziger Jahren das winzig kleine „ArenaTheater“ im Zentrum von São Paulo, deren bedeutendster Regisseur Augusto Boal, weltberühmt
geworden durch sein Buch „Theater der Unterdrückten“, hier einige Inszenierungen unter dem Titel
„Arena conta…“ (Arena erzählt…) herausgebracht hat. Nach jahrelangem Leerstand ist nun die junge
Companhia Livre unter der Leitung der Regisseurin Cibele Forjaz in die Arena eingezogen und hat
dort, unterstützt vom Schriftsteller und Dramaturgen Fernando Bonassi, mit großem Erfolg die brasilianische Büchner-Bearbeitung „Arena conta Danton“ produziert: ein Abend, der nicht nur spielerisch
direkt die allgemein-gefährliche Sehnsucht nach einem radikalen Wohlfahrtsausschuss thematisiert,
der mit den korrupten „brasilianischen Verhältnissen“ in Politik und Gesellschaft aufräumte, sondern
auch ungeahnte, noch ungesehene Perspektiven auf Büchners „Dantons Tod“ eröffnet.
Die Versuchsanordnung ist eine Mischung aus Schach und Roulette: in weiße und schwarze Spieler
sind die Akteure aufgeteilt, und ein Conferencier dreht am Rad und klärt so aktweise die jeweilige
Lagerzugehörigkeit: Jakobiner oder Dantonisten, Verfolger oder Verfolgte. Das Schicksal kann sich
schnell ändern, aus Robespierre wird Danton und aus dem Kongress das Hurenhaus. Durch solche
Relativierung von eigentlich tödlich entgegengesetzten Positionen und Personalien gelingen der
Inszenierung immer wieder derart luzide, verblüffende und verzweifelte Momente, dass man glaubt,
das Stück wie seinen historisch-sozialen Hintergrund neu zu sehen. Durch scheinbar simpelste
Mitspieltheater-Camouflagen und vorgeblich didaktische Rollenwechselei gelingt es, den Zuschauer in
die unauflösbaren Gegensätze tatsächlich zu involvieren. Insofern ist der theaterhistorische Kontext
des „Arena conta“-Prinzips weniger eine Reminiszenz als eine Weiterentwicklung und Re-leitura, eine
Aneignung des alten Stilmittels zur erst versteckten, dann unvermittelten Attacke auf die südamerikanische, weltweite Gegenwart. Ein Meisterstück.
No Brasil, os teatrólogos chamam a adoção e atualização de textos dramáticos de releitura - e no caso
de textos clássicos falam até em “antropofagia“. Tornou-se popular desde os anos cinqüenta no
pequeníssimo Teatro de Arena no centro de São Paulo. Seu diretor de maior destaque, Augusto Boal,
ficou famoso no mundo todo com o livro ”Teatro dos oprimidos” e já fez algumas produções aqui sob
o título ”Arena conta…“. Depois de vários anos com as portas fechadas, a jovem Companhia Livre sob
a direção de Cibele Forjaz , contando com o apoio do escritor e dramaturgo Fernando Bonassi,
assumiu o Arena e produziu a versão brasileira de “Arena conta Danton“ de Büchner com enorme
sucesso. A montagem joga com ficção e realidade, abordando não apenas a ânsia geral e perigosa por
uma comissão de inquérito radical, que acabasse de vez com a corrupção na política e na sociedade,
mas abrindo também perspectivas inéditas ou inesperadas para “A morte de Danton” de Büchner.
Nesta mistura de xadrez com roleta russa (sistema coringa) os atores sorteiam seus papéis na roleta
no centro do palco, sendo assim divididos em jogadores de preto e de branco. Um narrador-apresentador gira a roleta, determinando, ato por ato, quem pertence ao campo dos Jacobinos ou Dantonistas,
isto é, perseguidores ou perseguidos. O destino pode mudar de uma hora para a outra, Robespierre
vira Danton; o congresso vira um puteiro. Com essas relativizações, na verdade, de posições e
personalidades radicalmente opostas, a encenação consegue criar momentos tão lúcidos, desconcertantes e desesperados que realmente achamos estar relendo e revendo a obra e seu pano de fundo
histórico-social. Os diálogos com a platéia e as trocas de papel basicamente didáticas, fazem com
que de fato nos sintamos envolvidos nas contradições sem solução. Assim, o contexto histórico e
teatral do princípio “Arena conta“ é menos uma reminiscência do que uma evolução e releitura. Tratase da adoção do antigo recurso estilístico do ataque, primeiro indireto e depois direto, à situação atual
na América do Sul e, aliás, no mundo.
Fernando Bonassi – dramaturgia/Dramaturgie; Edgar Castro, Eucir de Souza, Flávio Rocha, Paula Cohen, Mauricio de Barros, Rani Guerra,
Tatiana Thomé – atores-jogadores/Schauspieler-Spieler; Cleide Balby – atriz bilingue/zweisprachige Schauspielerin; Peterson Negreiros – trilha
sonora/Soundtrack; Alessandra Domingues – luz/Licht; Simone Mina – cenografia e figurino/Bühne und Kostüm; Vanessa Poitena - assistente de
cenografia/Mitarbeit Bühne; Attilio Possar - contra-regra/Inspizient; Henrique Mariano – produção executiva/Produzent.
ARENA CONTA DANTON
IN TRANSIT
06
KASSE
T. 030 259004 27
täglich 12 .00–19.00 Uhr
HALLESCHES UFER 32 10963 BERLIN
WWW.HEBBEL-AM-UFER.DE
Die Abendkassen an den Spielorten HAU 1, HAU 2 und HAU 3 öffnen eine Stunde vor Vorstellungsbeginn.
TANZ
PERFORMANCE
MUSIK 24.5.—4.6.
Preise
31. Mai (TANQUE) 6 €. In Verbindung mit einem Ticket für ENSAIO.HAMLET oder AGRESTE am
31. Mai ist der Besuch von TANQUE kostenfrei.
02. und 03. Juni (CAVALO MARINHO REVISITADO) 10 und 15 €, erm. 6 €
und
Alle Vorstellungen 10 €, erm. 6 €
BRASIL EM CENA-Festivalpass
für alle Vorstellungen vom 30. Mai bis 07. Juni: 35 € für 5 Vorstellungen nach Wahl
STRESEMANNSTR. 29 10963 BERLIN
HALLESCHES UFER 32 10963 BERLIN
TEMPELHOFER UFER 10 10963 BERLIN
KURATOREN BRASIL EM CENA: Ricardo Muniz Fernandes, Matthias Pees, Kirsten Hehmeyer
Produktion: Elisabeth Knauf, Wagner Carvalho, Ass.: Maria Kusche
Texte: Matthias Pees, Ricardo Muniz Fernandes, Michael Laages
Übersetzungen: Martina Sayer, Ute Hermanns
Redaktion: Kirsten Hehmeyer
Herausgeber: Hebbel am Ufer 2006
Künstlerische Leitung: Matthias Lilienthal
Gestaltung: Double Standards
FOTOS: Isabella Matheus/Videobrasil (FUTEBOL/Titel), Luis Paulo Nenen (ENSAIO: HAMLET), Leopoldo De Léo jr._(AGRESTE), Guto Muniz
(TANQUE), Ding Musa (CANIBAL), Marcelo Lyra / olhONu Fotografia (CAVALO MARINHO), Lenise Pinheiro (O ASSALTO), João Marcos Rosa
(Por Elise), Roberto Setton (ARENA CONTA DANTON).
CLOUD GATE DANCE THEATRE OF TAIWAN
24.–30.5.
20h
Cursive: A Trilogy Europapremiere im Haus der Berliner Festspiele
14 BRASILIANISCHE ENSEMBLES UND PERFORMANCES
26.–28.5.
27.+28.5.
3.+4.6.
20h
20h
20h
Lia Rodrigues
Ismael Ivo / Renée Gumiel / Dorothy Lenner
Cena 11
Präsentiert von
AKTUELLER AFRIKANISCHER TANZ
30.+31.5.
20h
Die drei Preisträger des Wettbewerbs Danse en Créations 2006
WWW.HKW.DE
John-Foster-Dulles-Allee 10 10557 Berlin Tel 030–39 78 71 75
BRASIL EM CENA findet im Rahmen der „Copa da Cultura“ in Zusammenarbeit mit dem brasilianischen Kulturministerium statt, gefördert aus
Mitteln des Hauptstadtkulturfonds.
Einen herzlichen Dank an das Goethe-Institut São Paulo.
gefördert von
Dienstag, 30. Mai
20.00 Uhr HAU ZWEI
22.00 Uhr WAU
Ensaio.Hamlet
nach William Shakespeare
Eröffnungsparty Regie: Enrique Diaz
Cia. dos Atores, Rio de Janeiro
mit DJ Grace Kelly
Mittwoch, 31. Mai
19.00 Uhr HAU ZWEI
anschl. 20.00 Uhr HAU DREI
22.00 Uhr HAU EINS
Ensaio.Hamlet
Regie: Enrique Diaz
nach William Shakespeare
Cia. dos Atores, Rio de Janeiro
Friedhelm Teicke im Gespräch mit Enrique Diaz und Ensemble
Agreste
Regie: Marcio Aurélio
von Newton Moreno
Cia. Razões Inversas, São Paulo
Tanque
Marco Paulo Rolla u. Dudude Herrmann, Belo Horizonte
Donnerstag, 01. Juni
18.00 Uhr HAU ZWEI
17.00-20.00 Uhr WAU
20.00 Uhr HAU ZWEI
20.00 Uhr HAU DREI
anschl. An einem Ort dieser Welt –
Mit Laymert Garcia
Brasilen: Paradoxie und Krise
Canibal
Marco Paulo Rolla, Belo Horizonte
Ensaio.Hamlet
Regie: Enrique Diaz
nach William Shakespeare
Cia. dos Atores, Rio de Janeiro
Agreste
Regie: Marcio Aurélio
von Newton Moreno
Cia. Razões Inversas, São Paulo
Ricardo Muniz Fernandes im Gespräch mit Marcio Aurélio und Newton Moreno
Freitag, 02. Juni
19.30 Uhr HAU EINS
21.00 Uhr HAU DREI
22.30 Uhr WAU
Cavalo Marinho Revisitado
Coletivo Pernambuco, Recife
Agreste
Regie: Marcio Aurélio
von Newton Moreno
Cia. Razões Inversas, São Paulo
Noite Pernambucana. Party mit dem Coletivo Pernambuco
Samstag, 03. Juni
19.30 Uhr HAU EINS
20.00 Uhr HAU DREI
22.00 Uhr HAU ZWEI
23.00 Uhr WAU
Cavalo Marinho Revisitado
O Assalto
von Zé Vicente
Futebol L.I.C.K. MY FAVELA
Konzert-Performance
Coletivo Pernambuco, Recife
Regie: Marcelo Drummond
Teatro Oficina, São Paulo
Frente 3 de Fevereiro, São Paulo
Tetine, São Paulo/London
Sonntag, 04. Juni
20.00 Uhr HAU DREI
20.30 Uhr HAU ZWEI
21.30 Uhr HAU ZWEI
O Assalto
Regie: Marcelo Drummond
von Zé Vicente
Teatro Oficina, São Paulo
Michaela Schlagenwerth und Wagner Carvalho im Gespräch mit Frente 3 de Fevereiro
Futebol
Frente 3 de Fevereiro, São Pãulo
Montag, 05. Juni
21.00 UhR HAU DREI
Por Elise
Regie: Grace Passô / Grupo Espanca!, Belo Horizonte
Dienstag, 06. Juni
18.00 Uhr HAU ZWEI
19.00 Uhr HAU DREI
20.00 Uhr HAU ZWEI
22.00 Uhr WAU
„Favela Rising”
Mit Anderson Sá und Heloisa Buarque de Holanda
Kultur und Widerstand
Por Elise
Regie: Grace Passô / Grupo Espanca!, Belo Horizonte
Arena conta Danton
Regie: Cibele Forjaz
nach Georg Büchner
Cia. Livre, São Paulo
Party mit DJane Marie L.
Mittwoch, 07. Juni
19.00 Uhr HAU ZWEI
anschl. Arena conta Danton
Regie: Cibele Forjaz
nach Georg Büchner
Cia. Livre, São Paulo
Matthias Pees im Gespräch mit Cibele Forjaz und Ensemble
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30. mai bis 07. juni 2006