RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Memória de aula
“A PSICANÁLISE”:
Fonte:
BOCK, Ana Mercês Bahia, Odair Furtado & Maria de Lourdes Trassi Teixeira.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo - Saraiva, 1993.
Sigmund Freud
O inconsciente
Sexualidade infantil
Aparelho psíquico
Mecanismos de defesa
Recalque
Formação reativa
Regressão
Projeção
Racionalização
APLICAÇÕES DA PSICANÁLISE
Psicanálise
CRONOLOGIA DE FREUD
1856- Nasce Sigmund Freud, a 6 de maio.
1859- Outubro: a família de Freud muda-se para Viena.
1881- Obtém seu grau em Medicina.
1885-1886- De outubro a março, estagia em La Salpetriere, Paris,
com Charcot
1886- Em abril abre seu primeiro consultório; em setembro casa-se
com Martha Bernays; 1887-1888- Sigmund Freud estuda o uso da
hipnose.
1893-1894- Trabalha com Breuer na confecção dos Estudos sobre a
Histeria
1894- Ruptura com Breuer.
1895- Publica com Breuer Estudos Sobre a Histeria; analisa os
próprios sonhos
1896- Usa o termo Psicanálise pela primeira vez
1897- Começa sua auto-analise.
1899- Publica A Interpretação dos Sonhos.
1900- Rompe com Fliess
1901- Inicia a análise de Dora, uma moça de 18 anos.
1902- É nomeado professor da Universidade de Viena; funda a
Sociedade Psicológica das Quartas-feiras.
1905- Publica vários importantes trabalhos. Entre eles:
· Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade,
· Os Chistes e Suas Relações com o Inconsciente
· Fragmentos da Análise de um Caso de Histeria
1906- 1913- Amizade com Carl Gustav Jung
1910- Funda a International Psycho-Analytical Association, da qual
Jung é o primeiro presidente.
1913- Rompe com Jung.
1923- Primeira de uma de muitas operações no maxilar, para
controlar um câncer.
1933- Hitler torna-se Chanceler da Alemanha
1938- A Áustria é anexada à Alemanha; a casa de Freud e a
Associação Vienense de Psicanálise são vasculhadas; Ana Freud é
presa e interrogada pela Gestapo. Em junho, emigra para a Inglaterra
1939- Morre, a 23 de setembro, em Londres.
CONTRIBUIÇÕES
Estudou os aspectos irracionais da vida humana.
Introduziu o método científico na área da irracionalidade.
Definiu as fases do desenvolvimento infantil da personalidade.
Principais conceitos:
Energia mental: algo que pode ser transformado, mas não destruído.
Libido: energia dos instintos sexuais.
Fases do desenvolvimento:
Fase oral: zona de erotização é a boca
Fase anal: zona de erotização é o ânus
Fase fálica: zona de erotização é a o órgão sexual
Período de latência: até a puberdade
Fase genital: desejo a um objeto externo ao indivíduo–o outro.
Complexo de Édipo
A PERSONALIDADE
QUALIDADES MENTAIS
Inicialmente a mente humana foi compreendida por Freud através da
seguinte divisão:
CONSCIENTE
Tudo o que estamos cientes num dado momento.
INCONSCIENTE
Elementos instintivos não acessíveis à consciência.
Material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido.
Este material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser
lembrado.
Processos mentais inconscientes são em si mesmos intemporais.
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente.
Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia
psíquica, as pulsões e os instintos.
PRÉ-CONSCIENTE
Parte do Inconsciente que pode tornar-se consciente com facilidade
(lembranças de ontem, o segundo nome, as ruas onde moramos, certas
datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos
perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas).
SUB-DIVISÕES DA PERSONALIDADES
Mais tarde e até os dias de hoje teve nova nomenclatura:
ID
Tudo o que é herdado, acima de tudo os instintos.
Estrutura da personalidade original, básica e central do ser humano,
exposta tanto às exigências somáticas do corpo às exigências do ego
e do superego.
Impulsos contrários lado a lado à lógica do pensamento, sem que um
anule o outro, ou sem que um diminua o outro
Reservatório de energia de toda a personalidade.
Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência mas
localizado na área do Id, será capaz de influenciar toda vida mental
de uma pessoa.
O Ego
Contato com a realidade externa.
Se desenvolve a partir do Id, à medida que a pessoa vai tomando
consciência de sua própria identidade.
Extrai do ID a energia suficiente para suas realizações. Ele tem a
tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade.
Estabelece a conexão entre a percepção sensorial e a ação muscular
Decide se as exigências do instinto devem ou não ser satisfeitas,
adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais
favoráveis ou suprimindo inteiramente essas excitações.
Assim sendo, o ego é originalmente criado pelo Id na tentativa de
melhor enfrentar as necessidades de reduzir a tensão e aumentar o
prazer. Contudo, para fazer isto, o Ego tem de controlar ou regular os
impulsos do Id, de modo que a pessoa possa buscar soluções mais
adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas.
O Superego
Desenvolve-se a partir do Ego.
Atua como um juiz ou censor sobre as atividades e
pensamentos do Ego.
É o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e
dos parâmetros que constituem as inibições da
personalidade. Freud descreve três funções do Superego:
consciência, auto-observação e formação de ideais.
O Superego de uma criança é construído segundo o
modelo do Superego de seus pais.
Impulso recalcado
Impulso recalcado
CONSCIENTE
PRÉ-CONSC.
Impulso sublimado
INCONSCIENTE
Impulso não recalcado
ID
SUPER-EGO EGO
Sub-divisões da personalidade
Conceitos de Freud
 Realidade Psíquica: o que o indivíduo assume como o
valor da realidade.
 Pulsão: estado de tensão que busca, através de um
objeto, a supressão deste estado. EROS é a pulsão de
vida (pulsões sexuais de autoconservação) e TANATOS
é a pulsão de morte (agressividade).
 Sintoma: é uma produção, seja comportamento, seja
pensamento, resultante de um conflito psíquico entre o
desejo e os mecanismos de defesa. Ponto de partida
para a investigação psicanalítica.
Mecanismos de defesa:
O que são mecanismos de defesa?
São as ações psicológicas que têm por finalidade reduzir
qualquer manifestação que pode colocar em perigo a
integridade do ego, onde o indivíduo não consiga lidar com
situações que por algum motivo considere ameaçadoras.
Recalque: o indivíduo não vê e não ouve o que ocorre.
Existe a supressão de parte da realidade. Altera ou
deforma o sentido do todo. Como se uma palavra não
estivesse impressa. Compreende a frase com sentido
diferente ao original.
Formação reativa: o ego procura afastar o desejo que vai em determinada
direção, por isso o indivíduo adota uma atitude oposta a este desejo. Atitudes
exageradas são bom exemplo: ternura excessiva, super-proteção, que
escondem o seu oposto – agressividade excessiva. Valentia exagerada, que
pode estar escondendo o medo exagerado.
Regressão: o indivíduo retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento.
Uma passagem para modos de expressão mais primitivos. Exemplo: doses
exageradas teimosia ou de choro para conseguir algo; fumar e usar outros
tipos de objetos orais que nos proporcionam prazer momentâneo, pois nos
remete à satisfação do bebê com a boca e o ato de sugar o leite.
Projeção: confluência de distorções do mundo externo e interno. O indivíduo
localiza (projeta) algo de si no mundo externo e não percebe aquilo que foi
projetado como algo seu que considera indesejável. (crítica aos colegas por
serem competitivos, quando não percebe que também é competitivo ou marido
que exige da esposa cuidados para com a estética e a busca pela beleza,
quando ele não percebe que este desejo era o seu e não conseguiu suprir).
Racionalização: o indivíduo constrói uma argumentação
intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados
“deformados” da consciência. Defesa que justifica as outras.
Exemplos: um rapaz que viaja de graça em um ônibus e busca
várias justificativas para seu ato como “a passagem é muito cara”, “a
empresa já tem muito dinheiro”, “eu pago passagem todo dia, um dia a
menos não vai fazer diferença”, “o ônibus está lotado, não vou passar
pela borboleta, vou ficar aqui mesmo”; outro exemplo seria um aluno
que, não conseguindo responder a uma questão, diz “isso não é
interessante de saber mesmo”, “não respondi porque não tive tempo
de estudar, pois lá em casa fazem muito barulho”; outro exemplo ainda
é alguém que não consegue algo que deseja e logo se justifica
dizendo que, na verdade, não queria aquilo; ou um rapaz que foi
dispensado por uma garota, da qual estava a fim, logo diz “ela nem era
tão boa assim, era até feia, não sei como fui gostar dela”.
Ato falho: constituição de compromisso entre o intuito
consciente da pessoa e o reprimido. Abrange também
erros de leitura, audição, distração de palavras. São
circunstâncias acidentais que não tem valor e não
possuem conseqüência prática. São compreendidos por
muitas pessoas como falta de atenção e cansaço.
Exemplo: trocar o nome da esposa por de outra mulher.
O uso destes mecanismos de defesa não é, em si,
patológico, contudo distorce a realidade e só o seu
desvendamento pode fazer superar a falsa consciência, ou
ver a realidade como ela é.
APLICAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
Contribuição histórica: Winnicott na orientação dos pais na educação
dos filhos, Ana Freud para a educação, Françoise Dolto, com ajuda
aos adolescentes e crianças em instituições sociais. Hoje no Brasil
suas contribuições para a compreensão de fenômenos sociais graves,
como o aumento da criminalidade, as drogas, a anorexia, a síndrome
do pânico etc.
Na empresa:
A empresa cria necessidades no nível simbólico e tenta satisfazê-las;
explora as carências sociais e emocionais do trabalhador. Programas
de incentivo, festas de confraternização, viagens, convenções,
coquetéis, envolvimento das famílias etc. trazem um pseudo-status de
posição de igualdade que, na realidade, não existem e com o passar
do tempo promovem: frustrações, carências dos trabalhadores e pode
gerar desinteresse pelo trabalho, baixa produtividade, greves
selvagens, roubos de peças, incêndios de fábricas, processos
trabalhistas e outras manifestações de raiva contidas.
Confusão entre desejo e necessidades geram problemas
nos programas de recursos humanos.
Não se consegue satisfazer as necessidades dos
indivíduos separadamente. A Análise Transacional busca a
melhoria das relações interpessoais e a conseqüente
adequação dos indivíduos à organização.
Auxilia na compreensão dos conflitos intra e interpessoais.
Apóia a denúncia de processos e técnicas de
compreensão das manipulações geradoras de conflitos
nas organizações.
Auxilia nos processos de mudanças de cultura, controle
total da qualidade, gerenciamento.
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