FUNDAMENTOS ARQUIVÍSTICOS Aula 11 ÍNDICE 1. Arquivologia no Brasil ARQUIVOLOGIA NO BRASIL A estruturação da Arquivologia surge depois dos arquivos. A administração colonial consagrou-se escrita de várias tipologias: Cartas; Lei; Decretos; Provisões, etc. A correspondência entre a metrópole e as colônias pode ser definido como a produção e recepção documental que formou os arquivos tanto em um pólo quanto no outro. Este trâmite formou 2 estruturas básicas: Documentos avulsos e Documentos registrados No primeiro caso enquadra-se os documentos que transitam do Reino para as colônias e entre as diversas autoridades seja na metrópole seja na colônia. Já os registros que são cópias integrais dos documentos avulsos são lançados em livros específicos. Funcionários específicos de cada estrutura de poder: Secretário de governo, Provedoria, Ouvidoria, Bispado, etc. Reino Autoridades Locais Devemos encontrar documentos avulsos e registrados numa interrelação entre os arquivos das colônias e da Metrópole. Há uma formação de arquivos desde o período das capitanias hereditárias. Assim, no caso da Paraíba deveríamos encontrar documentos originais vindos do Reino e de outras capitanias e autoridades locais bem como os seus registros. HISTÓRIA DOS ARQUIVOS NO BRASIL Constituição de um Estado: Território geográfico delimitado; População, constituição de uma comunidade organizada identificada entre si; Estrutura política e jurídica vigente neste território. Tudo isso implica a formação de uma identidade nacional, Identidade forjada também através da docuadministrativa produzida pelo mentação Estado. Junte-se a necessidade de escrever e estudar a Cultura Nacional nas mais diversas áreas (Sociologia, História, Antropologia, etc.) “A partir do século XIX, os historiadores, inspirados no modelo francês de arquivo (Criação do Arquivo Nacional) e convencidos da necessidade do documento como prova empírica para desenvolver uma “história científica”, começam a pressionar os arquivos de Estado para abrirem suas portas à pesquisa histórica. Assiste-se então ao surgimento de vários arquivos nacionais. No Brasil, o projeto do Arquivo Público do Império é datado da constituição de 1824, porém foi fundado em 1838, no momento de afirmação da independência do país.” (Célia Costa, “Memória e administração: o Arquivo Público do Império e a consolidação do Estado brasileiro”. Tese de Doutorado) O projeto político e a consolidação do Estado imperial e a construção da nacionalidade brasileira foi inspirados no modelo iluminista de “civilização e progresso” dos Estados nacionais europeus, essa política desenvolveu as artes, a ciência, a literatura, a história e a geografia, visando a aproximar o Brasil das nações civilizadas. Foi nesse quadro de incentivo às “luzes” que foi criado o Arquivo Público do Império. A Seu objetivo principal era guardar e preservar a documentação legislativa, administrativa e histórica do Estado brasileiro, conforme especificado nos artigos 4°, 5° e 6° do seu Regulamento. institucionalização dos arquivos públicos inicia-se com a criação do Arquivo Nacional. Estabelecido, provisoriamente, na Secretaria de Estado dos Negócios do Império, tinha por finalidade guardar os documentos públicos e estava organizado em três seções: Administrativa, responsável pelos documentos dos poderes Executivo e Moderador; Legislativa, incumbida da guarda dos documentos produzidos pelo Poder Legislativo e Histórica. Pode-se notar que a divisão dos documentos segue também a linha francesa pós-revolução. São estabelecidos prazos para o recolhimento de documentos e é instituído o cargo de agente auxiliar do diretor, com a função de identificar e obter documentos importantes nas províncias. A partir de uma concepção positivista e do espírito de cientificidade da época, o documento assume o significado e a dimensão de prova empírica, tornando-se fundamental para a construção da história nacional e para a legitimação do Estado enquanto espaço territorial definido e coeso. O aparato legal que se desenvolve, nesse momento, para dar sustentação legal ao Estado deverá ser preservado nos Arquivos Nacionais. No Brasil, algumas instituições criadas em meio a esse processo situavam-se exatamente na articulação entre a história e a política, como é o caso do Arquivo Público e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o IHGB. Nessa parceria, portanto, coube ao IHGB o papel de artesão da nacionalidade a ser construída, e ao Arquivo o de depositário legal dos instrumentos necessários à consecução desse objetivo. Alguma dessas instituições recolhiam documentos públicos causando desvios dos acervos. A partir do séc. XIX inicia-se a criação dos arquivos públicos estaduais com acervos das instituições coloniais (governo, ouvidoria, provedoria, etc.). CRONOLOGIA DO ARQUIVO NACIONAL 1893 Arquivo Público do Império passa a denominar-se Arquivo Público Nacional, e é reorganizado em duas seções Gerais: Legislativa e Administrativa e Judiciária e Histórica. 1958 É aprovado o novo regimento do Arquivo Nacional. São criados o Conselho de Administração de Arquivos; o Serviço de Documentação Escrita; o Serviço de Documentação Cartográfica e Fonofotográfica; o Serviço de Pesquisa Histórica; o Serviço de Registro e Assistência; a Seção de Consultas; a Seção de Restauração e a Seção de Administração. 1983 O Arquivo Nacional é transformado em órgão autônomo da administração direta do Ministério da Justiça. 2000 Passa a fazer parte da Casa Civil. 2011 Volta ao Ministério da Justiça A década de 60 o Arquivo Nacional convidou especialistas europeu e norte-americano para divulgarem seus trabalhos e ministrarem cursos para os profissionais brasileiro a fim de sanar problemas que haviam nesta área. “As práticas arquivísticas brasileiras, desenvolvidas no Arquivo Nacional eram empiristas. Não havia planejamento método e metodologia de trabalho referenciada na bibliografia internacional. Nesta época, não se podia falar de uma bibliografia nacional significativa, nem mesmo de traduções de textos fundamentais” (Lopes, 2000, p.59) Na década de 70 há a criação da Associação dos Arquivistas Brasileiros e a partir daí foram realizadas as seguintes atividade: Congressos brasileiros de Arquivologia; Publicação do 1º periódico brasileiro especializado a revista Arquivo & Administração; Implantação de cursos de arquivologia a nível de ensino superior; Regulamentação da profissão de Arquivista e de técnico de arquivo. Com a década de 80 foi incluído na Constituição Federal a necessidade de fazer a gestão de Arquivo ” Cabem à administração pública (…) a gestão da documentação governamental…” Na década de 90 foi instituída a Lei 8.159/91 que cria o Conselho Nacional de Arquivos com o objetivo de definir e implementar uma política para os arqui-vos públicos e privados, em âmbito nacional. Constituindo-se em um importante instrumento da preservação e do acesso ao patrimônio documental do país. Atualmente, o Arquivo Nacional, através do Conselho Nacional de Arquivos, o Conarq, tem desempenhado um importante papel nesse processo de construção da cidadania brasileira, encaminhando ao Legislativo e ao Executivo elementos para uma legislação que privilegia a transparência administrativa do Estado e o acesso do cidadão às informações contidas em documentos de arquivos. ARQUIVOS PÚBLICOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS Bahia (1890), Pará (1894), São Paulo e Minas Gerais (1895), Mato Grosso (1896), Rio Grande do Sul (1923). Desconhecimento (Poderes públicos e a Cidadãos em geral ) das funções de um arquivo público e as distinções entre as instituições voltadas para preservação do patrimônio. Acumulo de funções estranhas a um arquivo. Evolução desajustada, posição hierárquica na estrutura do estado e do município; Dispersão documental com organização privilegiando a pesquisa e não a estrutura das instituições produtoras; Ignorar novas acumulações e a atividades de gestão documental. Definição do acervo privilegiando apenas os valores históricos. Falta de preocupação com relação aos acervos em suporte eletrônico.