A educação no Império a partir da chegada da corte portuguesa no Brasil, em 1808, o ensino passa por maiores alterações com D. João VI, o Rio de Janeiro passou a ser a sede do reino português por esta razão, cursos profissionalizantes em nível médio como em nível superior e militares foram criados para tornar o ambiente parecido com o que teria de ser a corte os portos brasileiros foram abertos para o comércio com as nações amigas, o nascimento da imprensa régia e a criação do Jardim Botânico (1808) em 1808 nasceu o curso de Cirurgia na Bahia e o curso de Cirurgia e Anatomia no Rio de Janeiro no decorrer, nasceu o curso de Medicina no RJ e, em 1910, a Academia Real Militar (Escola Nacional de Engenharia) o ensino no Império foi estruturado em três níveis: primário, secundário e superior o primário era a escola de “ler e escrever”, que ganhou um incentivo da corte e aumentou suas disciplinas o secundário se manteve no sistema de “aulas régias”, mas ganhou uma divisão em disciplinas em 1821 a corte voltou para Portugal e, um ano depois, D. Pedro I liderou a Independência, outorgando a Constituição de 1824 a Carta Constitucional de 1824 apresentava um tópico específico em relação à educação, que inspirava à ideia de um sistema nacional de educação, uma vez que o Império deveria possuir escolas primárias, ginásios e universidades no entanto, no plano prático, manteve-se o descompasso entre as necessidades e os objetivos propostos adoção do método Lancaster, a partir de 1827 o ensino acontecia por “ajuda mútua” entre alunos mais adiantados e alunos menos adiantados os alunos menos adiantados ficavam sob o comando de alunos-monitores, e estes, eram chefiados por um inspetor de alunos (não necessariamente alguém com experiência com o magistério) que se mantinha em contato com o professor esta situação revelava o número insuficiente de professores e de escolas, além da falta de uma organização mínima para a educação nacional o Império só se consolidou em 1850, quando as divisões internas diminuíram e quando a economia cafeeira deu ao país um novo rumo, após a decadência da mineração a década de 1850 ficou marcada por uma série de realizações importantes para a educação institucional em 1854 criou-se a Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária do Município da Corte, cujo trabalho era orientar e supervisionar o ensino, tanto o público quanto o particular este órgão ficou incumbido do estabelecimento de regras para o exercício da liberdade de ensino e para a preparação dos professores primários, além de ser autorizado a reformular os estatutos de colégios preparatórios no sentido de colocá-los sob o padrão dos livros usados nas escolas oficiais duas características marcaram o ensino dessa época: o aparato institucional de ensino existente era carente de vínculos mais efetivos com o mundo prático e/ou com a formação científica; e era um ensino mais voltado para os jovens que para as crianças no campo do ensino superior, quem quisesse uma boa escola deveria se deslocar para os cursos jurídicos de São Paulo e Olinda quem desejasse seguir a carreira médica deveria se contentar com a Bahia e o Rio de Janeiro a engenharia estava restrita Politécnica do Rio de Janeiro à Escola não existia uma política integrada entre o governo central e o que se fazia nas províncias, o que nutria não só um caráter heterogêneo para a educação brasileira da época como também mostrava uma imensa alteração de qualidade da educação quando este fosse caminhando de província para província um elemento de destaque da época imperial foi, sem dúvida, a criação do Colégio Pedro II, em 1838 seu destino era servir como modelo de instituição do ensino secundário, o que não se efetivou, tornando-se uma instituição preparatória aos cursos superiores ao longo do Império, sofreu várias reformas curriculares que oscilaram entre a acentuação da formação literária dos alunos em detrimento da formação científica e o inverso tal oscilação se deveu às disputas do ideário positivista contra o ideal humanista de herança jesuítica o positivismo seguia a doutrina de Augusto Comte (1798-1857) sustentava que a única forma de conhecimento, ou a mais elevada, era a gerada a partir da descrição de fenômenos captáveis pelos sentidos Comte afirmava que existiam três estágios nas crenças humanas: o teológico, o metafísico e o positivo, assim chamado por se limitar ao que era positivamente dado, sem qualquer especulação o ensino que seguia a doutrina comtiana era aquele que levaria o estudante a um maior cuidado com os tratados a respeito das ciências experimentais outro elemento marcante do ensino no Império foi a Reforma Leôncio de Carvalho, de 1879 o Decreto 7247 de 1879 instituiu a liberdade do ensino primário e secundário no município da corte e a liberdade do ensino superior em todo o país por liberdade de ensino a nova lei entendia que todos os que se achassem, por julgamento próprio, capacitados a ensinar, poderiam expor suas ideias e adotar os métodos que lhe conviessem a lei também entendia que o trabalho do magistério era incompatível com o trabalho em cargos públicos e administrativos a frequência aos cursos secundários e superiores tornou-se livre, de modo que o aluno poderia aprender com quem lhe conviesse e, no final, deveria se submeter aos exames de seus estabelecimentos assim, as instituições se organizaram por matérias, de modo que o aluno pudesse escolher quais as que ele cursaria aconselhava-se que rigorosas nos exames as escolas fossem esta opção do governo imperial acabou por tornar o ensino brasileiro menos um projeto educacional público e mais um sistema de exames REFERÊNCIA GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da educação brasileira. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2009.