FUNDAMENTOS ARQUIVÍSTICOS
Aula 4
ÍNDICE
1 . Transformações ocorridas na Idade Contemporânea
 2. Arquivos na Idade Contemporânea
 3. Princípio de Proveniência

1 . TRANSFORMAÇÕES OCORRIDA NA IDADE
CONTEMPORÂNEA
Desenvolvimento do Pensamento Iluminista (história
positivista) e do Liberalismo.
 Fim do Poder Centralizado nas mãos dos reis (Poder
Divino) , tripartição do poder.
 Divisão do poder administrativo com um Parlamento
 Revolução Francesa:

Situação política e social da França;
 Grandes secas e geadas / fome;
 Revoltas populares / Tomada do poder

Antes da Revolução os arquivos não conheciam
nenhuma centralização. Cada Ministério tinha sua
própria organização.
 Criação dos “Chartries” para a guarda dos títulos de
propriedades das classes nobres (provar a nobreza,
tornar-se oficial ou mesmo ser admitido nas honras da
corte).

A REVOLUÇÃO
Instalada a Revolução Francesa foi criada uma
“comissão de arquivos” que aprovou uma nova Legislação para os arquivos a Lei de 7 de messidor do ano II.
 A base desta lei era num prazo de 6 meses separar a
documentação feudal da administrativa para:

Num primeiro momento é destruído a maior parte dos títulos
de propriedade e todos os documentos relativos as classes
nobres (títulos genalógicos e privilégios, atas e concessões
reais, terrenos de caça, etc.);
 A centralização dos arquivos públicos sob a autoridade do
Arquivo Nacional e
 O acesso de todos os cidadãos aos documentos estatais.

A REVOLUÇÃO

Problemas:
Falta absoluta de critérios para distinguir os papéis feudais dos
outros arquivos: “Em Sablé os alunos rasgaram e queimaram
pubicamente títulos de nbreza(...) uma carroça de títulos e papéis
ensacados foram queimados pelo arquivista do distrito.”(Jean
Favier, 1958.)
 Outro aspecto foi a centralização de todos os documentos que
“eram enviados com precipitação em sacos e caixas sem
inventários e postos sem ordem numa sub-sala (….) empilhados
em 32 e toneladas “ (Bauiter)





Em conformidade com o espírito centralizador dos
jacobinos, destaca-se a Criação do 1º Arquivo Nacional com
abertura ao público.
Tratamento dos arquivos como um só conjunto de documentos.
O estado de espírito dos historiadores e dos arquivistas era
mais de colecionadores que de pesquisadores metódicos.
2ª Grande incorporação : Napoleão transfere documentos
dos territórios conquistados.

Depois da Revolução Francesa a noção de que o acesso
aos arquivos era um direito civil foi cada vez mais
reconhecido.


Até então os arquivos tinham sido rigorasamente fechados ou
abertos a alguns pesquisadores privilegiados.
Criação das primeiras escolas que se irão tornar instituições de profissionalização na área.
Essencialmente ensinava-se história, paleografia, diplomática,
heráldica, sigilografia.
 Muitos dos elementos das escolas de Arquivologia de hoje
estavam ausentes.


Fundação do Archives Nationales para
onde migraram acervos de diversas
procedências do Antigo Regime sem
nenhuma ordenação lógica:

“os dois primeiros diretores conceberam o
projeto de tratar essa massa de arquivos
como um único conjunto documentário
divido em 5 secções. Cronológico metódicas: secção legislativa para os papéis das
Assembleias
revolucionárias; secção
admi-nistrativa para os papéis dos novos
minis-térios; secção de domínio para os
títulos de propriedade do Estado; secção
judicial para os documentos dos tribunais
e por fim a secção histórica.”
HISTÓRIA E OS ARQUIVOS
Os historiadores foram um dos primeiros usuários dos
arquivos. Concepção positivista da história: a missão do
historiador consistiria em estabelecer, a partir dos documentos, os ‘fatos históricos’.
 A história se faz única e excusivamente com os documentos.
 Durante muitos anos a concepção historicista predominou nos arquivos nacionais, não havendo recolhimento e
nem novos depósitos (separação entre os arquivos correntes e os permanentes)
 Muitos arquivos europeus só passou a recolher novos
documentos a partir da segunda guerra mundial.

Arquivologia, diplomática, paleografia como disciplinas
auxiliares da história.
 A leitura de documentos submetidos a testes de credibilidades, procedência, repousava o caráter científico da
história.
 A Arquivo torna-se espaço privilegiado do historiador.
 A classificação dos arquivos refletia a concepção que se
tem da história com divisões:

Matéria;
 Temas;
 Lugares;

Rompimento da ordem na qual os documentos foram
produzidos.
 Formação de “Arquivos Históricos”.

PRINCÍPIO DE PROVENIÊNCIA

Em meio ao caos produzido por esta enxurrada de
documentos foi então proposto por Natalis de Wailly em
uma circular de nº 14 datada em 24 de Abril de 1841
intitulada “instructions pour la mise en ordre et le
classement
des
archives
départamentales
et
communales,”o que ficou conhecido como “princípio de
proveniência” (procedência ou respeito pelos fundos).
 “Há uma obrigatoriedade em agregar os documen-tos
os documentos por fundo, isto é reunir todos os títulos provenientes de um corpo, de um estabelecimento, de uma família ou de um indivíduo. Os documentos que tem ligação com um estabelecimento não
devem ser confundido com de outros.”
 Este
1º princípio vem aludir à integridade
externa dos acervos. Principalmente no que
concerne a separação entre unidades documentais de outras diferentes entidades.
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