TÓPICOS ESPECIAIS EM SEGURANÇA PÙBLICA Prof. Antonio Jorge Ferreira Melo [email protected] Segurança Pública, Justiça, Cidadania e Democracia • A qualidade de qualquer democracia é tributária da qualidade da sua justiça e da sua polícia. • A polícia e a justiça são dois dos mais visíveis símbolos do poder e, também e desde logo por isso, é essencial que os cidadãos tenham confiança na integridade dos seus magistrados e dos policiais. • É esta confiança que, em grande parte, mantém a ordem e a estabilidade social e é condição da legitimação sociológica do Estado. Justiça, Polícia e Democracia • O acesso aos direitos e à justiça não se resume ao acesso ao processo ou ao acesso à justiça pela via judicial. • A fundamentalidade formal e material do direito de acesso aos direitos e à justiça, como direito, retém um conteúdo de obrigatoriedade e de exigibilidade. Não se pode reduzir a letra morta de um catálogo de direitos; ANOMIA (Robert Merton) É uma condição social em que as normas reguladoras do comportamento das pessoas perdem a validade. Onde prevalece a impunidade, a eficácia das normas está em perigo. As normas parecem não mais existir ou, quando invocadas, resultam sem efeito. Tal processo aponta no sentido da transformação da autoridade legítima (o Estado) em poder arbitrário e cruel. SÉRGIO ADORNO ( NEV / USP ) ANOMIA SOCIAL PODE SER ENTENDIDA NÃO APENAS COMO AUSÊNCIA DE PROCESSO NORMATIVO, MAS TAMBÉM NA DESCRENÇA DAQUILO QUE REGULAMENTA A VIDA EM COMUM DOS SERES SOCIAIS. Que sentido tem a religião para um ateu? Que sentido tem a lei para um delinquente contumaz? Só fazem sentido para quem crê nelas... ANOMIA SOCIAL CERTO / LEGAL = QUESTIONADO OU DUVIDOSO X INCORRETO / ILEGAL = VANTAJOSO / LUCRATIVO E SEGURO RALF DAHRENDORF (A Ordem e a Lei) Dahrendorf no seu antológico "A ordem e a lei", conta o episódio da velhinha berlinense que foi assaltada pelo soldado russo que lhe surrupiou a bicicleta. Um segundo soldado, apiedando-se da velhinha, tenta consolá-la oferecendo-lhe seu cavalo em troca da bicicleta. Nem a velhinha nem o bom soldado se lembraram de recorrer às leis e às autoridades. Elas simplesmente não existiam em 1945. E o Brasil? Está às vésperas da anomia? Temos leis, mas não temos autoridade que as imponha. O Estado e a proteção da vulnerabilidade Se houvesse desconfiança por parte do povo que os governantes estivessem roubando demais e protegendo de menos, a revolta era certa e sanguinolenta. (Jared Diamond - Armas, germes e aço). Alguma semelhança? Para começo de conversa... • Ultimamente, temos ouvido falar muito em violência. Dá até para pensar: será que toda essa violência é um fenômeno dos nossos dias? Quem são os/as culpados/as? Será que existe uma solução para tanta violência? Para começo de conversa... • Violência e dominação são parentes próximos. • Uma relação de dominação implica uma relação desigual, na qual existe o ser superior e o inferior. • Entre as pessoas, a relação de dominação faz com que uma das partes não seja vista, não tenha visibilidade como sujeito, seja vista apenas como coisa. • Estão presentes neste tipo de relação a inércia, a passividade e o silêncio, isto é, quando alguém impede a fala e a atividade de outra pessoa, ocorre uma relação de violência. VIOLÊNCIA E VIOLÊNCIAS Jorge da Silva NAS INTERAÇÕES INTERPESSOAIS CRIMINALIDADE PROP. DITA - DELINQUÊNCIA (convencional) - CRIME ORGANIZADO (não convencional) VIOLÊNCIAS VIOLÊNCIA SIMBOLICA VIOLÊNCIA CIVIL VIOLÊNCIA ESTATAL DISCURSOS SOBRE A VIOLÊNCIA • ERUDITO Construções ideais. Tem mais a ver com o medo do que com a experiência violenta. Discurso em abstrato, afetado pela ideologia do emissor e fortemente influenciado pela mídia. Pode ser: • auto-proclamado “DE ESQUERDA”. A violência decorreria da desigualdade social, da pobreza, do desemprego etc. • tido por “DE DIREITA”. A violência decorreria da falta de leis, polícia e prisão. • POPULAR Violência do cotidiano, em concreto. Tem a ver com a experiência pessoal da violência, na rua do bairro, no bar da esquina, no ônibus, na periferia. Às vezes em decorrência das relações interpessoais. (IN)SEGURANÇA OBJETIVA X (IN)SEGURANÇA SUBJETIVA O PAPEL DA MÍDIA (In)segurança objetiva - Tem a ver com a extensão (quantidade) dos crimes. - Riscos concretos de vitimização, objetivamente mensurados. (In)segurança subjetiva - Tem a ver com o volume (impacto) dos crimes. - Medo do crime, independentemente dos riscos concretos. Jorge da Silva América Latina - paradoxo Economia da região tem apresentado um crescimento anual médio de 4.2% nos últimos 10 anos. Diminuindo níveis de pobreza e do desemprego. A violência e o delito mantém níveis elevados CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICOECONÔMICO-CULTURAL BRASIL - País - latino-americano que, como todos os países das Américas, foi alvo do colonialismo europeu. - Forte herança de patrimonialismo, clientelismo, autoritarismo e hierarquia social. BAHIA - Unidade federativa do Brasil, país da América Latina. - Grandes contrastes, desemprego, deseducação, saneamento. - 6º PIB / 22º IDH -7.000.000 de pessoas na linha da pobreza (- R$ 150,00) QUESTÃO • A cultura política é anterior ao desenho institucional ou o desenho institucional (regras e procedimentos ao longo do tempo) produz uma cultura política específica? 16 São Conrado Rocinha Pituba – Itaigara – Amaralina – Cidade Jardim Nordeste de Amaralina: Pobreza, Cidadania e Violência • O risco de ser vítima de homicídio é significativamente superior entre aqueles que habitam áreas, regiões ou bairros com déficits sociais e de infraestrutura urbana. • A desigualdade social e a segregação urbana produzem uma exclusão social, marcada pelo desemprego, pela precarização do trabalho, salários insuficientes e por deficiências do sistema educacional. • As manifestações da violência urbana revelam que, na vida cotidiana, realiza-se uma condensação entre o mal estar da pós-modernidade, (Bauman, 1998), a violência simbólica, o sentimento de insegurança e o sentimento de medo. A conexão entre pobreza e segurança existe. Mas não é direta, linear. É indireta e intrincada. A pobreza como causa da violência é, na verdade, mediada pela falta de esperança. Leandro Piquet Carneiro Leandro Piquet Carneiro Existe uma associação entre pobreza e crime no imaginário social, baseada em estereótipos. No entanto a correlação entre pobreza e crime consiste, ao mesmo tempo, em algo politicamente incorreto e similar ao ato de criar fantasmas.Todos os fantasmas que têm as marcas da pobreza e as mãos criminosas parecem possuir um traço em comum: a revolta. Assim, não é exatamente a pobreza que leva ao crime, mas pode ser a revolta. Michel Misse O ENIGMA DA SEGURANÇA PÚBLICA • Dificuldade de discernir o que é parte de uma política deliberada de segurança ou o que é decorrência de práticas sociais e institucionais tradicionais. QUESTÃO • Qual a relação de incidência da cultura política sobre a efetividade e eficácia das políticas públicas de segurança. Constituição Federal - CF - 1988 Título V Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas Capítulo III Da Segurança Pública • Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos??? • “A polícia não pode ser a única voz no coral da segurança pública” (Hassemer, 1993) • “O crime é um problema da comunidade; nasce problema de todos: a todos incumbe, a todos afeta e todos tem responsabilidade.” (Garcia-Pablos de Molina, 1992 ) TRÊS LEITURAS DESALENTADORAS. • O problema da segurança pública a todos diz respeito porque todos podem ser tocados por ele, na qualidade de sujeito passivo ou ativo da prática criminosa. • O aparato todo do sistema de justiça criminal, simbolizado pela polícia, não é suficiente para resolver o problema da segurança. • O que é de todos não é de ninguém, ou, no mínimo, não é meu. MEDO – IMPOTÊNCIA – DESCRÉDITO AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA NA SOCIEDADE BRASILEIRA • O processo de retomada da Democracia na sociedade brasileira, desde meados da década de 1980, não trouxe consigo avanços na provisão da ordem pública. Deterioração intensa dos padrões de segurança pública Manifestação de um inquietante paradoxo : a democratização tem sido acompanhada pela violência • A institucionalização da democracia e o recrudescimento da violência têm sido acompanhadas de uma lenta e gradual melhoria dos indicadores sociais. » » » » Queda na proporção de pobres Queda da miséria Avanços nos indicadores de saúde e educação Melhoria do IDH Há um processo em curso caracterizado por uma crescente inclusão social e não por uma exclusão social. • O recrudescimento da violência na sociedade brasileira nos últimos vinte anos não pode ser explicada pela pobreza absoluta. Jovens negros e residentes nas periferias das grandes cidades brasileiras tornaram-se as principais vítimas e algozes deste espiral de violência Combinação perversa de fatores psicossociais : • disseminação de valores individualistas e consumistas • consolidação do tráfico de drogas • disseminação das gangues de jovens • manutenção de altos níveis de desigualdade social • O Estado brasileiro não detém o monopólio da força física em nosso território. Proliferação de territórios (bairros e favelas) (aglomerados subnormais) onde poderes criminosos paralelos instituem mecanismos informais da manutenção da ordem. Grupos de traficantes e milicianos apresentam-se como verdadeiros ‘ESTADOS PARALELOS” PARALELOS??????? • A prevalência do gerenciamento de crises como racionalidade administrativa preponderante na área de segurança pública. ausência de planejamentos sistemáticos bem como de mecanismos adequados de monitoramento de projetos INEFICÁCIA E Trabalha-se basicamente com o curtíssimo prazo, não havendo planos de ações que contemplem o médio e o longo prazos INEFICIÊNCIA A mídia determina, em boa medida, a agenda de trabalho das secretarias estaduais de segurança pública Outro aspecto que tem dificultado a formulação de políticas de segurança pública na sociedade brasileira é a suposta dependência das políticas de combate ao crime em relação às políticas de combate à pobreza. Quanto mais a criminalidade for concebida como consequência direta da pobreza, mais se dificulta a concepção autônoma de uma política de segurança pública. A relação entre políticas sociais e políticas de controle da criminalidade deve ser pensada em outros termos. • A gestão da política de segurança pública envolve,necessariamente, o exercício da governança. Gerência de redes interorganizacionais auto-organizativas Restrições claras à capacidade dos governos de gerenciar o sistema de justiça criminal A ARMADILHA DO EFEITO GANGORRA • Discurso social X Discurso repressivo. • Causas da insegurança pública X Causas da ineficiência e da ineficácia da polícia. • Combate X Prestação de serviço público. • Políticas de segurança pública X Políticas públicas de segurança. POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA X POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA • Políticas de segurança pública é expressão referente às atividades tipicamente policiais, é a atuação policial “strictu sensu”. • Políticas públicas de segurança é expressão que engloba as diversas ações, governamentais e não governamentais, que sofrem impacto ou causam impacto no problema da criminalidade e da violência. • Até o final de 2010, em 18 estados brasileiros, delegados federais, da ativa ou aposentados, atuavam como secretários de segurança pública. • Em momentos anteriores, prevaleceram procuradores de justiça, desembargadores e oficiais de reserva do Exército. • Subjaz em tais escolhas “técnicas” a suposição de que o secretário de segurança pública deve ser um “erudito do direito penal” ou “um operacional” ou mesmo um “mano de piedra”. OS (DES)CAMINHOS DA SEGURANÇA PÚBLICA “A concepção positivista/mecanicista, com redução da violência e da criminalidade à dimensão policial, levou a maior ênfase no processo repressivo-contendor, o que gerou uma prática de alto custo, baixa eficiência, com pouco impacto epidemiológico e desigualdades no acesso à segurança” Jorge Melo. A Violência no Cotidiano HOMICÍDIOS A taxa de homicídios dolosos no país cresceu 7,8% entre 2011 e 2012 e atingiu 24,3/100.000 habitantes. Entre aquelas UFs com boa qualidade dos dados criminais, apresentaram maior crescimento dos homicídios os estados do Ceará (32%), Goiás (28,4%), Acre (24,2%) e Sergipe (18,5%). Reduziram seus homicídios: Rio de Janeiro (5,6%) e Pernambuco (6,5%). Alagoas continua sendo o estado com a maior taxa de homicídios do país, mas conseguiu reduzi-la 21,9%, de 2011 para 2012; contudo, viu os latrocínios crescerem 140% no mesmo período. Crimes violentos letais intencionais: 50.108 As mortes por arma de fogo representaram, em 2011, 70,4% dos homicídios. ESTUPROS A taxa de estupros ultrapassou, em 2012, a de homicídios e alcançou 26,1 ocorrências por 100 mil habitantes. São 50.617 estupros cometidos no Brasil. A taxa destes crimes em São Paulo subiu 23% - de 25 para 30,8 ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes - entre 2011 e 2012. Seguido do Rio de Janeiro que teve um incremento de 24% nestas ocorrências entre 2011 e 2012. O estado da Bahia, por sua vez, observou um crescimento dos estupros da ordem de 20,8%. A punição entre mais prisões e menos justiça O número de presos do país em 2012 foi de 549.786, num crescimento de 6,8% em relação ao ano anterior. O número de presos provisórios cresceu 12,6% entre 2011 e 2012 no país, saltando de 173.818 para 195.731 pessoas. Em números absolutos, o estado de São Paulo, sozinho, representa 32% dos presos provisórios do país, num total de 62.843 aguardando julgamento. Os estados com o maior percentual de presos provisórios no sistema prisional brasileiro são Piauí (65,7%), Amazonas (62,7%) e Pernambuco (62,6%) e Sergipe (62,5%). Em 2011, o déficit de vagas carcerárias era de 175.841 vagas. Já em 2012, este número cresce 20%, chegando a 211.741 vagas. O FUTURO DE UMA ILUSÃO • Brasil quarto país do mundo, atrás de EUA, Rússia e China. 268.358 mandados de prisão expedidos de junho de 2011 a e janeiro de 2013, 192.611 ainda aguardam cumprimento. (Fonte: Banco Nacional de Mandados de Prisão) A Suécia fecha quatro prisões e um centro de detenção. “Quem mantém a ordem, quem cria desordem” • 93% são homens e 48% possuem menos de 30 anos de idade. • 1/4 de todo o contingente carcerário - 138.198 presos por tráfico de drogas. • Primeira onda: Presos políticos • Segunda onda: Traficantes “Quem mantém a ordem, quem cria desordem” • Santa Catarina: Primeiro Grupo Catarinense (PGC) X Força Revolucionária Catarinense (FRC) X Primeiro Comando Revolucionário Catarinense (PCRC) • Paraíba: Al Qaeda X Estados Unidos • Maranhão: Bonde dos Quarenta X Primeiro Comando do Maranhão • Bahia: Comando da Paz X Grupo de Perna O FUTURO DE UMA ILUSÃO • Para cada 100.000 adolescentes brasileiros, 64,1 estão retidos em instituições. Com 5.863 casos, o tráfico de drogas (26,6%) é o segundo principal motivo para internação de adolescentes, atrás apenas de roubo (38,1%). (Fonte: FBSP) A distância entre o ECA e a realidade 19.595 adolescentes cumpriam, em 2011, algum tipo de medida socioeducativa privativa de liberdade. 13.362 em regime de internação 4315 em medida de internação provisória 1918 em semiliberdade. Do total de adolescentes cumprindo medidas: 38,1% 26,8% 8,4% haviam cometido roubos estavam envolvidos com o tráfico de drogas praticado homicídios. FAZER VALER A LEI OU SENTIR-SE A PRÓPRIA LEI? Ao menos 5 pessoas morrem vítimas da intervenção policial no Brasil todos os dias, num padrão operacional que aceita, em média, 4,6 vezes mais mortes do que o padrão de atuação das polícias dos Estados Unidos (EUA). PARA PENSAR Em que consiste a dificuldade do poder político constituído em submeter instituições policiais aos ditames da lei? Quais são as razões pelas quais o Estado brasileiro faz uso da violência policial como componente de gestão da violência e da criminalidade? Sob fogo cruzado: um padrão inaceitável de atuação das polícias brasileiras Dados de Vitimização e Letalidade Policial País Pessoas mortas Policiais em confronto mortos em com policiais serviço em serviço Taxas de homicídios População Brasil 1890 89 24.3 193.976.530 EUA 410 95 4.09 311.587.816 México 1652 740 23.7 119.361.233 Canadá ... ... 1 1,5 33.726.915 Reino Unido 15 10 1,0 9.205.651 República Dominicana 268 62 25,0 10.016.797 África do Sul 706 .... 30,9 51.189.307 Venezuela 704 .... 45,1 27.190.882 Dados de Homicídios de Policiais Situação Taxa Homicídio nacional 24,3 PM em serviço 17,8 PM fora de serviço 58,7 PC em serviço 13,7 PC fora de serviço 42,9 PM e PC (em serviço e fora) 72,1 Considerando as taxas de mortes por homicídio da população e de policiais, o risco de um policial morrer assassinado no Brasil é 3 vezes maior que o de um cidadão comum. A maior parte das mortes ocorrem fora de serviço. Estranhamentos e Desconfiança entre Polícias e Comunidade De acordo com a pesquisa Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV/SP), o percentual da população que não confia nas polícias brasileiras cresceu 14% entre os primeiros semestres de 2012 e 2013. 70,1% da população pela pesquisa declara não confiar nas polícias, percentual próximo do observado para partidos políticos, que são os mais mal avaliados pela pesquisa (95,1%). Em comparação, nos EUA, apenas 12% da população possui baixa confiança nas polícias norte americanas e, na Inglaterra, 82% dos ingleses confiam em suas polícias. Quando Muito é Pouco O Brasil gastou no ano de 2012 mais de R$ 61,1 bilhões com segurança pública, num incremento de quase 16% nas despesas realizadas em relação a 2011. Não é pouco dinheiro, ainda mais se considerarmos que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,9%, em 2012. Porém, estima-se que cerca de 40% deste valor é gasto com aposentados e inativos, despesas que são de seguridade social e não de segurança pública. O país conta hoje com 675.996 policiais, bombeiros e guardas municipais. 14,2% desse efetivo é composto por Guardas Municipais, de 993 municípios. No recente relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD Mais da metade dos cidadãos dos países latino-americanos expressaram pouca ou nenhuma confiança na atuação dos tribunais que julgaram casos em que foram vítimas de um roubo. Limitação do lugar de recreação: de 20.6 % (Chile) a 59.1% ( Rep. dominicana) Brasil: 24.7% Deixaram de sair a noite: de 45 a 65% Limitaram lugares de compra: de 16 a 51.5%. 13% sentiram necessidade de mudar-se por medo de ser vítima da criminalidade. (74.8 milhões de pessoas) IDH medido em 2009 em 15 países da AL: perderam-se 331 milhões de anos de vida por excesso de mortes por homicídio O Informe do PNUD, aponta que a explicação sobre o aumento da violência e do delito é multidimensional: Econômico–estrutural: falta de qualidade do crescimento e do emprego, assim como uma insuficiência mobilidade social, na qual num contexto de crescimento baseado no consumo, há gerado o denominado “delito aspiracional” Social: mudanças na estrutura familiar – monoparental - deserção escolar, crescimento urbano acelerado que erosina o tecido social. Falicitadores do delito: armas, álcool, as drogas. Deficiência do Estado: sistema policial, juízes, ministério público e presídios, para fazer frente ao desafio da insegurança Muitos sertões, poucas veredas... • “Se o problema da violência criminal envolve, simultaneamente, diferentes esferas da vida social – emoções, valores, família, escola, emprego e renda, saneamento, moradia, transporte e urbanização, acesso a lazer, à cultura e à Justiça, exige políticas intersetoriais e uma gestão integrada, incompatível com a dispersão competitiva e em geral partidarizada entre secretarias ou ministérios, e entre União, Estados e Municípios”. (SOARES, 2010) MUITO OBRIGADO! [email protected] 21078209 - 99648098