SUAS na região metropolitana de Campinas Foruns Permanentes Serviço Social UNICAMP Setembro de 2007 Neiri Bruno Chiachio O SUAS é uma construção histórica, fruto de lutas e iniciativas de gestores e de organizações da sociedade que construíram o chão que hoje permite organizar um sistema. Principal deliberação da IV Conferência Nacional de A.Social: Implantar o SUAS - modelo de gestão para o território nacional que consolida a LOAS art.6o: “As ações na área de a.social são organizadas em sistema descentralizado e participativo Principal deliberação da V Conferência Nacional de Assistência Social Implantar o SUAS – PLANO 10 Este é o ano da VI Conferência que avaliará o sistema e as metas deliberadas: avanços e obstáculos. Marcos Normativos em vigência CF LOAS Leis Est. e Mun. Política Nacional NOB\SUAS NOB\RH Norma Operacional Básica NOB/SUAS – 2005 Define o SUAS e as bases para a sua efetivação. Estabelece compromissos quanto à concepção, gestão e financiamento da Assistência Social. SUAS sistema público, cuja função é a gestão da assistência social em território nacional. Atuar em sistema exige: unidade de objetivos, acordos na definição de responsabilidades, hierarquia de serviços. O SUAS consolida: o co-financiamento entre os três entes federativos; estabelece: a divisão de responsabilidades entre os entes para instalar, regular, manter e expandir as ações de assistência social. Consolidação do SUAS movimentos de mudanças de forma e conteúdo: rupturas e continuidades. Movimentos para mudar CPFs Novas regras de habilitação dos municípios; Pactos de aprimoramento de gestão dos Estados; Co-financiamento – e novas regras da transferência de recursos federais; Tecnologia informação – REDE SUAS – sistemas estaduais e municipais. Política de gestão do Trabalho – NOB RH Reconhecimento da diversidade, heterogeneidade e desigualdade socioterritorial. Enfase princípios: marco teórico Eixos da gestão do SUAS Primazia da responsabilidade pública e alcance dos direitos socioassistenciais; Matricialidade sociofamiliar; Territorialização; Descentralização político-administrativa; Fortalecimento da relação democrática estado-sociedade civil; Controle social com participação do usuário; Qualificação de RH; Informação, monitoramento e avaliação de resultados. níveis de gestão do SUAS segundo porte e responsabilidades assumidas pelos municípios e complexidade da rede. Principais Responsabilidades dos Estados Quando a demanda do município não justificar a disponibilização de serviços, em seu âmbito, é possível: parcerias entre municípios vizinhos para o estabelecimento de consórcios públicos, com cofinanciamento estadual, federal e dos municípios consorciados e desenvolvimento de serviços regionais pela esfera estadual; Gestão Plena municípios Responsabilidades Requisitos Identificar e reconhecer Ter CMAS, PLAS e FMAS. Alocar entidades p/vínculo recursos próprios no FMAS. SUAS Estruturar Secretaria Executiva CMAS c/profis.NU Ampliar os atendimentos CREAS Instrumentos Leis, atas, LOA, balancete prest.ctas, habilitação, instrumento comprob. funcionamento. PLAS c/fís-financeiro e aprov.CMAS Declaração CMAS Estruturar CRAS Alimentar sistemas de dados Rede SUAS Inserir CadUnico famílias vulnerabilidade Garantir prioridade acesso à rede de beneficiários B.Família Participar da gestão do BPC integrando-as à Pol.A.Social Apresentar plano de inserção e acomp. de benegficiarios BPC na rede; manter estrutura para BE e BPC equipe c/ no mínimo 1 AS. Descrição espaços e equipes da rede e BPC Gestão Plena Preencher o plano SUAS-WEB Realizar diagnóstico e Relatóriogestão areas vulnerabilidade, a partir estudos notória especialização Apresentação estudo Descrição rede Implantar programa capacitação gestores Elab e executar politica de RH Apresentar proposta –carreira específica servidores públicos e organograma órgão gestor Prestar serviços proteção especial – Pequeno I e II oferta regional Declarar capacidade instalada na proteção especial de alta em cofinanciamento Declaração Estabelecer pacto resultados com a rede c/indicadores comuns Cumprir pactos resultados com base em indicadores comuns Termo compromisso entre gestores Gestão Plena Executar projetos inclusão produtiva Instalar e coordenar o sistema municipal de monitoramento e avaliação e estabelecer indicadores Instalar e coordenar Descrição sistemática sistema municipal de monitoramento e avaliação monitoramento da PSB e PSE Declaração CMAS comprovando existÊncia e funcionamento CMAS, CMDCA, CT funcionando Nomear gestor FMAS Cópia ato lotado na SMAS População total Porte município Nível de Gestão do SUAS Hortolândia 184.069 grande Básica COBES Sta Bárb D’Oeste 182.130 grande Básica DEAPS 11.899 PPI Básica DEAS 8.162 PPI Inicial DEPS 39.465 PPII Inicial DEPS 220.937 grande Plena SAS Jaguariúna 32.978 PPII Plena SEADS Itatiba 92.780 médio Básica SEAS Monte-Mór 44.193 PPII Inicial SEAS Valinhos 90.155 médio Inicial SEASH Indaiatuba 172.140 grande Básica SEFABES Campinas 1.029.898 metrópole Plena SEMCTAS 56.062 Médio Básica SEPAS 196.497 grande plena SEPS Paulinea 60.875 Médio Básica SEPS Pedreira 39.220 PPII Básica SEPS Cosmópolis 50.366 médio Básica SEPSAC Nova Odessa 45.629 PPII Básica Setor P.S Sto Antonio Posse 20.578 PPII Inicial Setor P.S Municípios Engo Coelho Holambra Artur Nogueira Sumaré Vinhedo Americana órgão gestor Habilitação Movimento: diversidade e divergência Sistema idéia forte ou Idéia força Base REALIDADE SOCIAL Fator propulsor e determinante da realidade que se quer transformar. Porte Nível de Gestão do SUAS Alta e muito alta vulnerab % Domicílios menos 1/4 a menos 2 SM Médio Básica 5,4% 28,5% Americana Gde plena 7,1% 32,7% Nova Odessa PPII Básica 7,5% 44,6% médio Inicial 10,4% 30,0% Gde Básica 11,4% 40,0% Médio Básica 13,8% 36,5% Hortolândia Gde Básica 15,4% 55,3% Sta Bárbara D’Oeste Gde Básica 15,9% 44,4% METR Plena 16,3% 32,6% Jaguariúna PPII Plena 22,3% 44,4% Itatiba Med Básica 22,9% 39,6% Sumaré Gde Plena 22,9% 50,0% Cosmópolis Med Básica 24,6% 49,6% Holambra PPI Inicial 31,6% 43,9% Artur Nogueira PPII Inicial 35,9% 52,0% Pedreira PPII Básica 39,5% 41,6% Engo.Coelho PPI Básica 56,1% 57,2% Sto Antonio Posse PPII Inicial 60,9% 55,5% Monte-Mór PPII Inicial 63,9% 60,7% Municípios Vinhedo Valinhos Indaiatuba Paulinea Campinas É preciso compreender e explicar o conjunto de fatores condicionantes da qualidade de vida e do sofrimento. Para além da renda podemos incluir: Informalidade Idade chefes família Filhos pequenos Doenças e deficiências Custo transporte – meios – circulação Acesso a serviços – a desproteção social. Habilitação Convivência familiar Mortalidade infantil, juvenil, materna. Eis um grande desafio Conhecer profundamente a realidade e elaborar diagnósticos sociais; Produzir conhecimentos. A base científica sobre a qual deve se assentar a assistência social sôbre a realidade e riscos sociais; conhecimentos que sustentam o trabalho social dos profissionais ; PROTEÇÃO SOCIAL Supõe tomar a defesa de algo, impedir sua destruição, preservar. Supõe guarda, socorro e amparo. Exige as noções de segurança social e de direito social (Sposati, A). Constituição Federal / 1988 Seguridade Social Previdência Social Saúde Assistência Social (Art. 194 da CF/88) SEGURIDADE SOCIAL Segurança Social - seguridade social na Constituição de 1988 refere-se à proteção social ao cidadão em face do risco, da desvantagem, da dificuldade, da vulnerabilidade, da limitação temporária ou permanente e de determinados acontecimentos previsíveis ou fortuitos nas várias fases da vida (Silva, A.A., 2004) A PNAS e a NOB/SUAS – 2005 dispõem sobre as seguranças sociais que a assistência social deve garantir. Seguranças sociais: garantias da proteção Social de acolhida desenvolvimento de autonomia de renda de convívio ou vivência familiar, comunitária e social de sobrevivência a riscos circunstanciais proteção social defesa social e institucional vigilancia socioassistencial FUNÇÕES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Serviços proteção básica •Centro de Referência de Assistência Social – CRAS; • Serviços continuados de convívio social e de trabalho socioeducativo; •Benefícios Eventuais; •Benefícios de Prestação Continuada; •Projetos de promoção da inclusão produtiva Serviços proteção especial •Centro de Referência Especializado de A. Social – CREAS com serviços especializados e continuados de média complexidade para referência, apoio e acompanhamento para pessoas em risco e com direitos violados. •Serviços continuados de proteção social de alta complexidade: (funcionamento ininterrupto, formas de abrigo e outros, inclusive unidades especiais para adolescentes e jovens em medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade) A assistência social e importante, para suprir demandas de reprodução social de segmentos sociais e Para expandir um padrão de civilidade que garanta um condições básicas de vida e respostas dignas a determinadas necessidades sociais, tanto materiais como relacionais. O que a política de Assistência Social deve manter? A provisão de aquisições materiais e sociais aos cidadãos e cidadãs em padrão de qualidade que os capacite para a reconstrução da autonomia, do protagonismo, da sustentabilidade, da socialização, do percurso/trajetória para inclusão social. Tensões e desafios Concretizar a igualdade, própria de cidadania, conflita com a sociedade de desigualdades; Esse processo provoca tensão e exige uma nova institucionalidade democrática para o Estado, o que não significa obscurecer os conflitos contidos nessa relação. Falar de sistema público já é um desafio Proteção social pública contributiva Previdência Social; não contributiva Privado lucrativo (de mercado) e privado corporativo; Proteção da família; Privado não lucrativo (organizações sociais) voluntariado) assistência social, saúde (e A construção do SUAS supõe a ruptura com o paradigma conservador que organiza a Assistência Social sob a égide do assistencialismo e pelo princípio da subsidiariedade e benemerência. roda dos enjeitados ou dos expostos (1825) até 1927, quando foi extinta pelo Código de Menores (mecanismo instalado na Santa Casa para a entrada da criança, sem a identificação do portador); Crianças órfãs, leprosos, alienados, doentes e inválidos foram os primeiros segmentos que receberam uma forma assistencial institucionalizada. A exceção dos alienados, os demais tiveram sua atenção sob os cuidados da Irmandade de Misericórdia, mesmo que, com o passar do tempo, esse fosse se desvencilhando de tais compromissos e centrando sua ação na atenção médico-hospitalar (Sposati, 1998:78). Supõe compreender : as respostas historicamente construídas pelo altruísmo e a caridade; A diversificação das intervenções da filantropia, conforme o ideário que as orienta, embora orientadas pelo valor comum da solidariedade (não existem virtudes intrínsecas em um e em outro campo); O que remete a construção de parcerias e a articulação em rede de serviços governamentais e não governamentais, sob interesse público. Os sistemas de proteção não existem fora do Estado, embora no Brasil não dependam exclusivamente dele; O Estado é garantidor do cumprimento de direitos, gestor estratégico, regulador, produtor de serviços e indutor da inclusão social. Responsável pela formulação de políticas públicas pode garantir a equidade na distribuição dos recursos. DESAFIOS Construção de uma cultura do direito de cidadania. Responsabilidades e investimentos das três esferas de governo; Efetiva cooperação entre os entes e criação e/ou fortalecimento de espaços regionais e sub-regionais para a provisão de determinados serviços; Construção da unidade da política social, com esforço de articulação, visando o acesso da população ao conjunto das políticas públicas. Outro desafio: que status queremos para esse sistema? Cobertura Universalização da proteção básica com padrões de qualidade e articulação entre serviços e benefícios. Gestão do Trabalho Efetivação da política de RH Concursos públicos Plano de cargos, carreiras e salários Educação continuada Questões para o debate Política social e enfrentamento das desigualdades É possível via política social a redução de desigualdades? É possível ampliar o alcance da cidadania via política de assistência social? Questões para o debate A dimensão legal dá o direcionamento. Mas, O que contribui para avançar ou retroceder na implementação do SUAS? Como os entes federativos estão traduzindo o SUAS? Quais os níveis de cooperação necessários?