Qualificação do Trabalhador: Capital Humano Economia do Trabalho – prof. Danielle Aula 16 de abril de 2014 Conceitos Gerais • Objetivo primário da educação: • Conhecimento • Atitudes e valores • Fontes de bons resultados educacionais • • • • • Acesso a educação de qualidade Renda / Riqueza Escolha individual Família Características natas • Os resultados educacionais não dependem apenas do acesso à escola 2 Eficiência e Equidade em educação 1. Eficiência técnica: • Como maximizar “resultados educativos” com dados níveis de recursos? • Como produzir mais com nível de recursos disponível atualmente? 3 Eficiência e Equidade em educação 2. Eficiência alocativa (quanto deve ser alocado em educação?): • Quantos % do PIB devem ser gastos com educação? • Quantos % com cada nível de educação? • Benefício marginal = custo marginal 4 Eficiência e Equidade em educação 3. Equidade – Igualdade de acesso? – Igualdade de recursos: – Igualdade de resultados: • Quais resultados desejamos equalizar? • A que custo seríamos todos doutores? (Relação com discussão sobre eficiência alocativa) – Igualdade de oportunidades? • Indivíduos igualmente capazes e motivados deveriam poder alcançar resultados iguais… 5 Custos e benefícios – Custos diretos (mensalidades, livros etc.) – Custos indiretos (transporte, eventualmente moradia etc.) – Custos de oportunidade 6 Custos e benefícios • Benefícios (difícil mensuração): 1. Produto não mensurável: – Benefícios associados ao consumo – Benefícios associados ao investimento – Benefícios externos • Potencial tributário, crescimento econômico, coesão social, aprimorar criação dos filhos 7 Custos e benefícios 2. Conexão entre produtos e insumos – Assumindo que resultados são notas em testes padronizados: – Nota em testes = f (x1, x2…) 8 Custos e benefícios 3. Causalidade – Uma pessoa é mais produtiva porque é mais capaz ou porque é mais educada? 9 2. Teoria do capital humano 10 Teoria do capital humano • Gary Becker (1962) - capital humano é qualquer atividade que implique num custo no período corrente e que aumente a produtividade no futuro. Pode ser analisada dentro da estrutura da teoria do investimento. 11 Teoria do capital humano 1. A educação aumenta produtividade marginal futura do indivíduo e, portanto, seu fluxo de renda futuro 2. Apenas este benefício (exclusivamente monetário, exclusivamente privado) é foco da análise 3. Bastante exigente em termos de racionalidade: demanda-se educação a fim de se maximizar ganhos monetários futuros • VPL: levando em conta todos os custos e benefícios (monetários ou monetarizáveis) da educação, os benefícios extrapolam custos? • (Slide a seguir: Pindyck e Rubinfeld, 2009) 12 15.7 INVESTMENTS IN HUMAN CAPITAL ● human capital Knowledge, skills, and experience that make an individual more productive and thereby able to earn a higher income over a lifetime. The NPV of a College Education Let’s assume that the total economic cost of attending college to be $40,000 per year for each of four years. A college graduate will on average earn about $20,000 per year more than a high school graduate. For simplicity we will assume that this $20,000 salary differential persists for 20 years. In that case, the NPV (in $1000s) of investing in a college education is A reasonable real discount rate would be about 5 percent. This rate would reflect the opportunity cost of money for many households. The NPV is then about $66,000. A college education is an investment with close to free entry. In markets with free entry, we should expect to see zero economic profits, which implies that investments will earn a competitive return. Teoria do capital humano • Caracterização do tipo de capital humano Gary Becker (1962): • Geral – definido com sendo um treinamento no qual a produtividade do trabalhador aumenta em vários empregos alternativos e no qual, o seu financiamento, fica a cargo do próprio trabalhador. • Específico – é definido como aquele treinamento que aumenta a produtividade do trabalhador para a firma em particular e é financiado pela empresa. 14 Teoria do capital humano • Atividades que constituem em investimento em capital humano: – Educação (Gary Becker); – Treinamento (Gary Becker, Walter Oi) – Migração (Sjaastad, 1962, JPE) – Saúde (Grossmam, 1972, JPE) – Busca de Emprego (job search) 15 Teoria do capital humano • Ampla literatura sobre “retornos à educação” ou “prêmio à educação” • Diferentes metodologias, entre as quais as chamadas “equações mincerianas” (em homenagem a Jacob Mincer): ln Y = α + βE + γEXP + δEXP² + controles • • • • Onde: Y é renda, E são anos de estudo, EXP é experiência Letras gregas são coeficientes a serem estimados Coeficiente β: retorno privado a ano adicional de estudo 16 Retornos à educação (Belfield, 2000: 29) 17 Retornos à educação (Psacharopoulos e Patrinos, 2002) Social Região Ásia* Privado Primário Secundário Superior Primário Secundário Superior 16,2 11,1 11,0 20,0 15,8 18,2 15,6 9,7 9,9 13,8 13,6 18,8 17,4 12,9 12,3 26,6 17,0 19,5 8,5 9,4 8,5 13,4 11,3 11,6 África Subsaariana 25,4 18,4 11,3 37,6 24,6 27,8 Mundo 18,9 13,1 10,8 26,6 17,0 19,0 Europa / Oriente Médio / Norte da África * América Latina / Caribe OCDE * Excluindo-se países da OCDE. 18 Retornos à educação no Brasil • Resende e Wyllie (2006) – Resenha de artigos do período 1983-2006 – Estudo próprio: 12,6% para mulheres e 15,9% para homens • Menezes-Filho et al. (2006) – 17% para homens em 1976-77 – 14% em 1996-97 – Tendência de queda • Ferreira & Litchfield (2001): “The overall lesson, to the extent that there is one, is that the main cause of Brazil's unenviable record inequality levels remains its combination of inequality in educational achievements and high returns to education in the labour market.” 19 Retornos à educação: 1. Taxas de retorno à educação reduzem-se conforme se eleva o nível de estudo 2. Taxas de retorno privado à educação superam taxas de retorno social 3. Retornos à educação em países em desenvolvimento em geral mais altos que em países desenvolvidos (Psacharopoulos e Patrinos, 2004) • Ressalvas: 1. Retornos omitem aspectos não-pecuniários 2. Medem somente correlação entre educação e retornos, não causalidade 20