São doenças auto-imunes com formação de bolhas intra-epidérmicas acometendo pele e membranas mucosas Caracterizam-se por acantólise e perda de aderência entre células da epiderme, devido a auto-anticorpos patogênicos circulantes dirigidos a moléculas de adesão celular 1. Vulgar – incluindo a variedade vegetante 2. Foliáceo – incluindo o endêmico (fogo selvagem) e a eritematoso 3. IgA – incluindo dermatose pustulosa subcórnea e dermatose neutrofílica por IgA intraepidérmica 4. Paraneoplásico Afeta principalmente pele e membranas mucosas Início entre 5ª e 6ª décadas de vida Sem predileção por sexo Mais prevalente em judeus e descendentes de nativos do Mediterrâneo Estomatite (lesões orais dolorosas) é o sintoma inicial em mais de 50% e mucosas são afetadas em mais de 95% dos casos Envolvimento de nariz e faringe leva a epistaxe e rouquidão Pode atingir vagina e esôfago proximal Lesões cutâneas com sensação de ardência dolorosa, + em áreas seborréicas, face, couro cabeludo, pescoço, esterno, axilas, virilhas, regiões periumbilicais, áreas de pressão dos pés e costas Prurido raro Lesões cutâneas surgem em pele normal ou sobre base eritematosa e são flácidas, cheias de líquido claro ou hemorrágico. Bolhas frágeis, vendo-se + erosões que bolhas intactas Sinal de Nikolski: pressão leve sobre pele da periferia da bolha causa aumento da separação intra-epidérmica Resolução sem cicatrizes Variedade do vulgar, com lesões principalmente em face (mucosa oral, narinas, lábios), genitais e áreas intertriginosas Na fase de resolução formam-se placas intertriginosas verrucosas Afeta a pele e muito raramente (questionável) mucosas Início entre 4ª e 5ª décadas, sem predileção por sexo Erosões dolorosas, descamativas, crostosas e com sensação de queimação, sobre pele eritematosa ou normal, raramente se vêem vesículas flácidas Lesões iniciam em áreas seborréicas (pp/ couro cabeludo) podendo evoluir em direção ao tórax e parte superior das costas Doença localizada por anos ou pode evoluir para eritrodermia esfoliativa Sinal de Nikolski positivo e reparação sem formação de cicatrizes Variante do foliáceo com placas de eritema e crostas semelhantes ao LE ou PF sobre nariz, bochechas e orelhas Pode se estabilizar assim ou generalizar como PF Pênfigos vulgar e vegetante: ceratinócitos acantolíticos com separação intra-epidérmica entre as células basais e espinhosas Pênfigos foliáceo e eritematoso: vesículas no estrato granuloso ou subcórneas, com células acantolíticas e neutrófilos Característica típica: presença de autoanticorpos IgG contra superfície celular dos acantócitos Adultos com pênfigo vulgar ativo: títulos elevados de auto-anticorpos PV subclasses IgG1 e IgG4 / pacientes em remissão: níveis baixos de IgG1 sem IgG4 / na variedade vegetante: mais IgG4 e IgG2 Imunofluorescência direta revela IgG intercelular tanto na pele envolvida como na normal na maioria dos doentes, acompanhada por C3 IF indireta mostra anticorpos circulantes em até 90% dos casos, podendo-se estabelecer correlação direta entre sua titulação e a atividade do pênfigo vulgar Desmogleínas são glicoproteínas transmembrana dos desmossomos que fazem parte do mecanismo de adesão intercelular Doentes com lesões mucosas têm auto-ac IgG dirigidos diretamente ao ectodomínio da desmogleína 3 (antígeno PV e 130 kDa) Doentes com lesões de pele e mucosas têm, além destes, ac anti-desmogleína 1 de 165 kDa Nos estágios iniciais do P. Vulgar o principal antígeno é a desmogleína 3, mais tarde os doentes vêm apresentar ac anti desmogleína 1 e 3 No P. Foliáceo os auto-ac se dirigem à desmogleína 1 Pesquisar possíveis desencadeadores e fatores de exacerbação: medicamentos, infecções, radiações UV, estresse, alimentos, pesticidas e fatores ambientais Pênfigos decorrem de predisposição genética acompanhada de fatores desencadeantes ou de exacerbação Objetivo: suprimir reação auto-imune Obter controle da doença e induzir a remissão + manutenção com dose mínima eficaz das drogas Regime clássico: corticosteróides sistêmicos Terapia combinada sem vantagem comprovada sobre a corticoterapia isolada Adjuvantes permitem poupar esteróides, evitar parcialmente seus efeitos colaterais e aumentar sua eficácia Mortalidade caiu drasticamente com a corticoterapia Esquema ótimo varia de acordo com a gravidade da doença e resposta ao tratamento Doença franca: iniciar com 60 a 100mg prednisolona/dia (1-3 mg/kg/dia), aumentar em 50%/ semana em casos resistentes Pulsoterapia com metilprednisolona 250 a 1000mg/dia por 2-5 dias, possibilitando diminuir doses de manutenção Drogas adjuvantes Azatioprina: só faz efeito após algumas semanas Micofenolato mofetil: em casos resistentes com diminuição no desmame do corticóide Ciclofosfamida: segunda linha, se os dois acima falharem Ouro, metotrexato, tetraciclinas/nicotinamida, dapsona, clorambucil Internação hospitalar em isolamento Controle de infecção (pp/ pneumonia e cutânea) Proteção de mucosa gástrica Controle de hidratação Controle hidro-eletrolítico (semelhança com grande queimado)