Mastocitomas em cães M.V. Vívian Rocha de Freitas Aluna de especialização em clínica e cirurgia de pequenos animais da UFV. O que são mastócitos? Moléculas bioativas de heparina, histamina, leucotrienos e várias citocinas; Tecido conjuntivo, derme, órgãos linfóides, medula óssea, além de tratos respiratórios e digestórios. Etiologia Envolvimento viral; Oncogenes; Locais de inflamação crônica. Epidemiologia 20 a 25 % dos tumores de pele e subcutâneo; Raças braquiocefálicas são mais predispostas; Cães de meia-idade a idosos; Aspectos clínicos macroscópicos Massas dermoepidérmicas ou subcutâneas; Lesões firmes a amolecidas, papulares a nodulares, pendunculadas , bem ou mal circunscritas; Geralmente são solitários; Inflamação localizada do tumor após excesso de manipulação: “ Sinal de Darier” Como é um tumor de mastócitos típico? - Lesão dermoepidérmica, em forma de cúpula, com alopecia e eritema. Doença sistêmica de Mastócitos Letargia; Anorexia; Vômitos; Perda de peso; Esplenomegalia e hepatomegalia; Degranulação de mastócitos ácido clorídrico Liberação constante de histamina Estímulo de células parietais Necrose e úlceras gastrointestinais Degranulação de mastócitos Liberação de heparina tempo de coagulação sanguínea Hemorragias Necrose Diagnóstico PAAF e citologia; Histopatologia; RX, US, hemograma e bioquímicos. Citopatológico População de células redondas com granulos intracitoplasmáticos de cor púrpura com presença ou não de eosinófilos Histopatológico Grau 1: bem diferenciado Grau 2: moderadamente diferenciado Grau 3: Pouco diferenciado Grau 1: Bem diferenciado Mastócitos com granulação citoplasmática intensa, núcleo redondo ou ovalado, ausência de mitoses. Grau 2: Moderadamente diferenciado Células neoplásicas mais desorganizadas, maiores, podendo ser pleomórficas e possuem menos grânulos citoplasmáticos. Atividade mitótica baixa a média. Grau 3: Pouco diferenciado Granulos citoplasmáticos quase imperceptíveis, e morfologia celular variando de redondas a poligonais.O Núcleo é grande, redondo a oval e vesicular, com nucléolo evidente. Mitoses atípicas. Alterações laboratoriais Eosinofilia, basofilia, mastocitomia, neutrofilia, trombocitose e anemia; Alterações bioquímicas são incomuns. Tratamento Definido através do estágio clínico da doença; O Grau histopatológico é um método diagnóstico importante para o estabelecimento do tratamento e avaliação do prognóstico do animal; Excisão cirúrgica, radioterapia, quimioterapia ou a combinação destas. Tumores localizados, solitários, relativamente pequenos Cirurgia com margem de excisão de pelo menos 3 cm Tratamento quimioterápico Em tumores de acesso difícil, ou aqueles em que a margem cirúrgica não pode ser estabelecida com segurança; Em animais com tumores múltiplos e com doença metastática; Uso de agentes citostáticos combinados. Protocolos a) Prednisona e vimblatina Vimblastina: 2,0 mg/m² IV Prednisona: 1,0 mg/kg VO/SID/14 dias 0,5 mg/kg VO/SID b) Ciclosfofamida, Vimblastina e Prednisona Ciclofosfamida: 50 mg/m²/VO,SID até 6 meses Vimblastina: 2,0 a 3,0 mg/m²/ IV até 6 meses Prednisona: 1mg/kg/ VO, SID c) Prednisona Eficaz por curto período de tempo. Outros tratamentos Triancinolona intralesional; Radioterapia; Bloqueadores de receptores histamínicos H1, como a difenidramina ( 2 a 4 mg/kg, VO, SID), cimetidina (10 mg/kg/ VO/ TID) ou ranitidina (2 mg/kg, VO, TID). Omeprazol (0,5 a 1,0 mg/kg, VO, SID) e protetores de mucosa com o sucralfato (0,5 a 1,0 g VO, TID). Prognóstico As neoplasias bem diferenciadas possuem baixo potencial metastático; Acredita-se que a localização dos Tumores de mastócitos influa na malignidade dos mesmos. Tumores de grau 1, expectativa de vida de 51 semanas, grau 2 de 28 semanas e grau 3 de 18 semanas; Aproximadamente 50 % dos tumores reicidivam após cirurgia.