Otimização da comunicação em contexto laboral Helena Martins :: CSH :: ESTSP-IPP O pedido… a) Identificar barreiras e facilitadores para um clima organizacional eficaz, em contexto laboral (trabalho em equipa, resolução de conflitos e processos de liderança); b) Analisar os facilitadores no processo de negociação entre os elementos de uma equipa, em contexto laboral; c) Identificar os fenómenos psicológicos e a sua influência no processo comunicativo, em contexto laboral; d) Apresentar um caso-tipo que ilustre um ou mais dos itens acima mencionados. Porque é que o tópico é importante? Vitality (the vibrancy and satisfaction of the workforce), teamwork, and effective communication are all essential to improving care [...] because they beneficially affect both staff retention and patient care. Institute for Healthcare Improvement (2009) “Transforming Care at the Bedside” Na área da saúde… Health professionals who are confident in their ability to communicate with coworkers about concerns experience better patient outcomes, are more satisfied and engaged in their work, and are more committed to staying in their jobs. (Maxfield D, Grenny J, McMillan R, et al., 2005) “Effective communication that is timely, accurate, complete, unambiguous, and understood by the recipient reduces error and results in improved [patient] safety.” (Joint Commission Patient Safety Goals for Hospitals, 2009) Em geral… A investigação dentro e fora da área da Saúde associa a boa* comunicação organizacional com níveis mais elevados de satisfação laboral satisfação com a liderança (e leader-member exchange) Maior facilidade de adaptação à mudança ** Aprendizagem organizacional e gestão de conhecimento Trabalho em equipa ** Capacidade de gerir conflitos ETC! Reparem que… Assertive communication between team members and the use of specific, critical language techniques in crisis situations are hallmarks of high-reliability organizations. Highrisk industries with a history of improving reliability to prevent errors, such as airlines and nuclear power, rely on open and honest communication with standardized communication strategies for high-pressure situations. (Weick & Sutcliffe, 2007) High-Leverage Changes for Optimizing Team Communication Creating positive, assertive, and effective communication strategies between and among clinicians and other staff requires work at many levels of interaction. The following four changes have proven to be effective elements of a strategy to optimize team communication. 1. Promote assertive, effective communication among multidisciplinary team members; 2. Encourage staff to communicate effectively during “difficult” or “crucial” conversations; 3. Enhance multidisciplinary and unit-based teamwork; 4. Improve handoffs and transitions. Institute for Healthcare Improvement (2009, pp.15) No pouco tempo que temos, vamos focar 2 aspetos… Escuta ativa Ou escuta competente: É importante? Como se caracteriza? Vantagens da Escuta ativa (Cunha et al, 2007) Melhora o recurso à comunicação oral Melhor comunicação ascendente Mais franqueza e abertura dos subordinados Decisões de melhor qualidade Maior credibilidade e respeitabilidade dos gestores Melhoria nos relacionamentos humanos no seio da organização Maior empenhamento e colaboração espontânea dos colaboradores Clientes mais satisfeitos Sistemas de avaliação de desempenho mais eficazes e eficientes. Princípios Rogerianos Aceitação incondicional Congruência /ser genuíno Empatia Conceito de Comunicação Raiz etimológica (pôr em comum). Processo social através do qual um indivíduo retira significado da ação de outro, incluindo várias formas de comportamento. Não necessariamente consciente, intencional ou bem sucedido. Comunicação saudável/funcional (tende a gerar aproximação e sentimento de compreensão) e patológica/disfuncional (tende a gerar afastamento, estranheza, incompreensão, ressentimento). Axiomas da Comunicação Humana Paul Watzlawick et al. 1. Não se pode (é impossível) não comunicar. 2. Toda a comunicação tem um aspecto de conteúdo e um aspecto de relação tais que o segundo qualifica o primeiro e é, portanto, uma metacomunicação. 3. A natureza da relação depende da pontuação das sequências comunicacionais. 4. Os seres humanos comunicam de forma digital e analógica. 5. As permutas comunicacionais podem ser simétricas ou complementares, conforme se baseiem na igualdade ou na diferença. Porque falhamos na escuta ativa? Diferencial entre a capacidade de falar e pensar Dificuldade intrínseca Preocupação com temas alheios Excesso de zelo na criação de boas impressões Emoções intensificadas Precipitação distrativa/ Impetuosidade Obstáculos e distrações físicas Porque falhamos na escuta ativa? Comportamentos e atributos do falante Disfuncionalidade ambiental Impaciência/pressa Atitude “sabe-tudo” Desinteresse pelo assunto Rejeição do falante Aversão à mensagem Tópico sobre-estimulante Desconforto com os silêncios Seletividade filtradora / Incompetência seletiva Como posso melhorar a minha comunicação e EA? Demonstrar interesse e concentração no que diz o interlocutor Interesse genuíno nas suas ideias e na sua pessoa Empatia Afastar o desconforto dos silêncios Fórmula de Einstein para o sucesso: X+Y+Z=A, em que X é trabalho, Y é divertimento, Z é “boca calada” e A é sucesso. Como posso melhorar a minha comunicação e EA? Atenção a Semântica Filtros emocionais Preconceitos/mente aberta Questões (corteses e assertivas) Focalizar a atenção Na ideia a ser transmitida Sem tentar englobar tudo como se tivesse igual importância Percebi: ouvir é importante. Mas… e depois disso? Por outras palavras: como devo dar feedback para que seja eficaz? E que cuidados devo ter? (ou pelo menos, que raio é isso do feedback??) Feedback Pode ser Instrutivo Clarifica papéis e comportamentos desejáveis Motivacional Visa o aumento de esforço através de recompensas (tangíveis ou intangíveis) Como dar feedback construtivo Referência a padrões de desempenho Previamente acordados/comunicados Não previamente acordados/comunicados Específico Descritivo Direto Útil Comportamentos vs características pessoais Como dar feedback construtivo Cuidado com Vocabulário Quadros de referência Culpabilizações/hostilidade Empatia Flexibilidade Oportuno Propocionalidade Coloque questões Como dar feedback construtivo Justiça Credibilidade Repreensões em privado O seu a seu dono Encoraje a autoavaliação Dê o exemplo Avaliação de desempenho Entrevistas de avaliação de desempenho Avaliação formal de desempenho No contexto laboral, há mais para além disto? Deixo-vos com este exemplo… Fluxos e Padrões de Comunicação nas Orgs Comunicação Formal Informal Descendente Ascendente Horizontal/lateral Diagonal Comunicação informal Trajetos Linear Tagarelice Probabilístico aglomerado A B C D Comunicação informal Circula mais rapidamente Redes informais funcionam 24h por dia Funcionam dentro e for a do local de trabalho Multidirecionais Problemas de exatidão e fidedignidade Pode manter-se confidencial Boatos Destrutivos da imagem pessoal Podem bloquear decisões potencialmente benéficas Pode originar ações judiciais Pode originar dificuldades de colaboração departamental Fugas de informação Problemas de imagem da organização Prevenção de boatos Anunciar com antecedência decisões importantes Verificar as mensagens informais que circulam na rede Manter um clima de confiança Explicar as decisões e comportamentos que podem ser interepretados como inconsistentes ou secretos Refutar os boatos com dados sempre que possível (caso contrário, não fazer combate imediato e direto) Prevenção de boatos Uma mentira muitas vezes repetida pode transformar-se numa verdade! (cuidado) “não há fumo sem fogo” – “mas um monte de estrume fresco também fumega” (Zsa Zsa Gabor) Pode ser muito complicado combater um boato! Muito obrigada! Helena Martins [email protected] www.helenagmartins.com Referências Cunha, M., Rego, A., Cunha, R. & Cabral-Cardoso, C. (2007). Capítulo 14 - Comunicação: o aparelho circulatório da vida organizacional. In M. Cunha, A. Rego, R. Cunha & C. Cabral-Cardoso (Eds.). Manual de Comportamento Organizacional e Gestão. Manual de Comportamento Organizacional e Gestão (pp. 433-484). Lisboa: RH Editora. Rego, A. (1999). Comunicação nas organizações - Teoria e Prática. Lisboa: Edições Sílabo. Barreto, J. F., & Dores, A. R. (2008). Mais e melhor comunicação em Farmácia. Comunicação apresentada no IV Colóquio de Farmácia da ESTSP, subordinado ao tema “Comunicação e Informação na Relação com o Utente”. Porto: Área Científico-Pedagógica de Farmácia, ESTSP. Maxfield D, Grenny J, McMillan R, et al. 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