MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES N° 3 - Fevereiro 2010 “A França é o país com a melhor qualidade de vida do mundo” Sebos às margens do rio Sena (Paris). © Ministère des Affaires étrangères. Foto: F. de La Mure A afirmação não é de franceses cansados das críticas de conterrâneos resmungões que reclamam de tudo o que não dá certo no país, mas sim da revista norteamericana International Living Magazine, que publica um ranking anual dos países em que a vida é mais feliz. Um fato notável: é o quinto ano consecutivo que a França ocupa a liderança deste ranking, na frente, neste ano, da Austrália, Suíça, Alemanha e NovaZelândia. Seguem Luxemburgo, EstadosUnidos, Bélgica, Canadá e, em décimo lugar, a Itália, país da dolce vita imortalizada no cinema. A constante liderança não supreende Jackie Flynn, diretora desta revista voltada para aposentados que pretendem mudar de país de residência: “a irritante burocracia e os altos impostos são vencidos por uma qualidade de vida insuperável, inclusive com o melhor sistema de saúde do mundo”. E não é necessário lançar mão de números ou pontuações para perceber que “o modo de vida bon vivant da França é muito especial (...). Você o sentirá assim que descer do avião...” Para estabelecer o ranking, que existe há trinta anos e avaliou 194 paises em 2010, a revista norte-americana leva em consideração nove critérios: Custo de vida, Cultura e lazer, Economia, Meio ambiente, Liberdade, Saúde, Infraestruturas, Segurança, Clima. Para tanto, utiliza diversas fontes “oficiais”, estatísticas nacionais ou divulgadas por instituições internacionais (como a OMS ou Unesco), bem como relatórios de correspondentes enviados no mundo inteiro, avaliando esses tópicos e os resultados das classificações. Liberdade, Saúde e Segurança são as três categorias em que a França lidera, muitas vezes empatada com diversos outros paises. Ocupa a quarta posição no que diz respeito às Infraestruturas (ferrovias, rodovias, transporte fluvial, aeroportos, provedores de serviços de Internet, etc.), e apresenta um Custo de vida muito aquém de outros paises desenvolvidos. Mas os amantes da cultura terão de se contentar com uma pontuação não tão boa no quesito Cultura e lazer, em que a França está apenas em 19ª posição. DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES Quanto aos motivos que explicam o lugar soberano da França na classificação da Qualidade de vida, Jackie Flynn cita “a felicidade de saborear, por horas e horas, um jantar e uma garrafa de vinho tinto numa brasserie parisiense, passear às margens do rio Sena por uma manhã de primavera, garimpar nos sebos às margens do Sena, ouvir os sinos da catedral Notre-Dame, ou comprar saborosos croissants no bairro boêmio de Montmartre...” Claro, “a romântica Paris oferece o que há de melhor em tudo”, mas nem por isso o interior fica atrás, com os vilarejos vinícolos da Alsácia, o cheiro da lavanda na Provença, a “bela e selvagem” ilha da Córsega. Flynn já havia mencionado pequenos detalhes que fazem o charme da França, “como as floreirinhas nas janelas das casas, os jardins bem cuidados, os cafés charmosos com suas mesas na rua, as ruas limpas”, além de cidades “bem administradas e com baixa criminalidade”. Aos aposentados americanos que procuram o local mais agradável para se mudarem “overseas” (fora do continente americano), a revista não deixa de dar dicas sobre as regiões da França em que a compra de uma casa é significativamente mais barata do que em Paris, e onde ir à feira de manhã para comprar foie gras, armanhaque ou alho-rosado simplesmente faz parte do dia a dia. Cidadezinhas bem cuidadas, diversidade de paisagens, almoços tradicionais com três pratos por 14 dólares, restaurantes primorosos, tudo isso faz parte da arte de viver à francesa, assim como descanso no domingo, férias no mês de agosto e até “pão fresquinho duas vezes ao dia”. Um luxo! Claudine Canetti DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION