Coordenação das Cadeias Produtivas COORDENAÇÃO DAS CADEIAS PRODUTIVAS A competitividade global de uma empresa depende profundamente de sua eficiência na comercialização de seus insumos e produtos. Quanto mais adequado for o esquema de coordenação entre os componentes do sistema, intermediados por mecanismos de comercialização, menores serão os custos de cada um deles, mais rápida a adaptação às modificações de ambiente e menos custosos serão os conflitos inerentes às relações entre cliente e fornecedor (AZEVEDO, 2009). Coordenação das Cadeias Produtivas • Joint Ventures • Trading • Firmas Individuais Coordenação das cadeias Produtivas Aula adaptada Prof. Rodrigo da Silva Lisboa Joint Venture • Tradicionalmente, no direito inglês, a joint venture tinha conotação de aventura conjunta, ligada a um contrato direito de navegação, visando auferir lucros com um negócio ultramarino, de exportação/importação. • Há que se notar que a lei inglesa nunca concebeu a joint venture como figura autônoma, própria, assumindo essa um caráter pessoal, sendo referida como particularized partneship ou, ainda, special partnership. Joint venture • Partnership - do inglês to part, do latim partiri, em português “partir” ou “compartir” - designa a relação existente entre duas ou mais pessoas que realizam um negócio em comum, e a relação desses com terceiros. Conceito Dificuldades de definição – International Encyclopedia of Comparative Law:“ Uma associação empresária externa cujo objeto é lidar com uma ou mais transações específicas.” – Aiken Mills v. United States (1944):“Uma combinação especial de duas ou mais pessoas que, em sua operação comercial específica, buscam lucro, sem qualquer sociedade (partnership) ou firma (corporate designation).” – Maristela Basso: “As joint ventures são mecanismos de cooperação entre empresas, que não têm forma específica, tendo em vista sua origem e seu caráter contratual: possuem natureza associativa (partilha de meios e riscos), podendo apresentar objetivos e duração limitados ou ilimitados” Conceito Características essenciais (West Caldwell v. Bourough of Caldwell) – Contribuição pelas partes em dinheiro, know-how, etc. – Interesse patrimonial conjunto no objeto do empreendimento – Direito ao controle mútuo ou gestão da empresa – Expectativa de lucro – Direito de participação nos lucros Tipos de joint venture Nacionale internacional Podem as joint ventures constituir-se de partícipes sediados em um só país ou em vários países. Tipos de joint venture Equity e non equity Equity joint venture é aquela em que existe investimento direto de capital das duas partes, as empresas correm riscos conjuntas. Non equity joint venture existe a posição do investidor é a de credor num empréstimo, normalmente com remuneração pré-fixada, podendo conter ainda cláusula de risco. Tipos de joint venture Corporate e contractual Corporate joint ventures – quando os partícipes da joint venture resolvem formar uma pessoa jurídica diversa da suas próprias personalidades jurídicas, Non corporate joint ventures – quando o desenvolvimento das atividades não dá ensejo à constituição de uma pessoa jurídica. Tipos de joint venture Transitória e permanente Podem as joint ventures estabelecer sua duração limitada no tempo, seja por prazo determinado , seja por prazo determinável, qual, por exemplo, a execução de um projeto de construção de uma barragem ou de uma fábrica, ou ao contrário serem estipuladas por prazo indeterminado. Tipos de joint venture • Quanto às partes : estatais, privadas ou mistas • No que se refere aos co-venturers que as compõem, podem as joint ventures ser classificadas em estatais, quando o empreendimento conjunto tenha como partícipes somente pessoas jurídicas de direito público, privadas, quando somente particulares delas façam parte, ou mistas quando Estado ou Estados se juntam a empresas privadas em um empreendimento comum. Ex: presídios X empresas – púbico/privado Finalidade • Joint-venture envolve a criação de uma duas ou mais empresas existentes. papéis existentes assumem desenvolvimento e implementação de marketing para a joint-venture. nova empresa por As empresas já importantes no uma estratégia de Finalidade Com uma joint-venture a empresa estrangeira concorda em compartilhar capital e outros recursos com outros sócios, para estabelecer uma nova entidade no país-alvo. Tipicamente, a sociedade é feita com empresas locais, mas podem também envolver autoridades governamentais, outras empresas estrangeiras ou um composto de participantes locais e estrangeiros. Dependendo do volume de capital envolvido, três formas de parceria podem ser identificadas: maioria (mais de 50% do capital), meio a meio, e minoria (menos de 50% do capital) (KOTABE e HELSEN, 2000). Vantagens e desvantagens das joint ventures Vantagens Desvantagens Obter recursos financeiros através da obtenção de um parceiro. Discordância entre os parceiros sobre investimentos, marketing, ou outras políticas. Unificação de sinergias experiências anteriores. e Divergência sobre a aplicação dos lucros (Reinvestir X Distribuir mais dividendos). Proporcionam muito maior controle sobre as Incapacidade operações do que a maioria dos modos em acordo de entrada (Licenciamento, Franchising, Contrato de Produção, outros). de as empresas sobre estratégia. entrarem Potencial de retorno – se comparada às formas de menor comprometimento de recursos (Ex. Financiamento). A propriedade conjunta pode impedir uma multinacional de realizar políticas específicas de produção e marketing em nível Mundial. Capital e riscos compartilhados. Abuso de poder por parte de uma das empresas. (Geralmente a de maior porte). Vantagens Desvantagens Habilidades e recursos compartilhados/ combinados. (Know-how, conhecimento de mercado, etc). Se a Joint-venture obtém êxito, o parceiro majoritário pode tentar forçar o parceiro minoritário para fora do negócio. Aumento dos lucros e da participação de mercado. Proteção de cada empresa. Neutralizar a concorrência. Não aceitação de transferência de tecnologia (Abrir os segredos para a outra). Economia de escala em recursos e processo de fabricação Defesa Acesso rápido à tecnologia. Falta de confiança parceiros. Reduzir os custos produtivos. Altos custos incorridos pela empresa com questões de controle e coordenação que surgem quando se trabalha com um sócio. Desenvolvimento quase imediato de presença de mercado. Como no caso do licenciamento, um sócio dinâmico em uma joint-venture pode vir a se tornar um forte concorrente. de interesses individuais de Propriedade intelectual. entre Vantagens Desvantagens Combinação de diferentes pontos fortes da As diferenças culturais quanto às atitudes e cadeia de valor (Capacidade de comercialização estilos gerenciais também podem constituir internacional e de fabricação, etc). um desafio de grandes proporções. As empresas que não dispõe de recursos de capital suficientes podem procurar sócios para financiar um projeto em conjunto. • Aprender através da participação em uma aliança. Fonte: LIMA E CARVALHO baseados em Keegan (1980); Kotler (1994, 2000); et al Miller (1996); Minervini (1997, 2005); Pelton (1997); Keegan e Green (1997); Jeannet e Hennessey (1998); Noonam (1999); Kotabe e Helsen (2000); Wolf (2001). Implicações • Panorama brasileiro – Presença predominante do sócio brasileiro no capital das joint ventures instaladas no Brasil; – É comum transferência de tecnologia do sócio estrangeiro para o sócio nacional. Exemplos de joint ventures • Volkswagem ofereceu à Ford os motores AP-1600, AP-1800 e AP-2000 além da plataforma do sedã Santana, que originou os modelos Versalles e o Royale. • 1987 - 1996 • A Ford, em contrapartida, ofereceu à Volkswagem os motores AE-1000 (CHT) e AE 1600 (CHT), além da plataforma do Escort, que originou os modelos Apollo, Logus e Pointer. Becel e Becel ProActiv da Unilever Brasil cedido à Perdigão. O que também aconteceu com as marcas Doriana, Claybom e Delicata. A Unilever entrou com essas marcas e também todo o equipamento, mão-de-obra e a fábrica localizada em Valinhos (SP) em regime de comodato; e a Perdigão , sua estrutura de venda e distribuição. disponibilizou • Ambas as companhias pararam de produzir seus próprios aparelhos. • A motivação para esta fusão foi combinar a excelência da Sony no mercado de bens de consumo eletrônicos com a liderança tecnológica da Ericsson no setor de Telecomunicações. • 2001 • A EuroChem, empresa russa produtora de fertilizantes minerais e uma das dez maiores companhias de agroquímicos do mundo, e a chinesa Migao Corporation, produtora de especialidades de potássio para adubos, anunciaram sua joint venture. • A joint venture produz até 60 mil toneladas de nitrato de potássio (NK) e até mil toneladas de NPK 200 (nitrogênio, fósforo e potássio) • A EuroChem e a Migao tem, venture. cada uma, 50% da joint Valor Econômico, 29/11/2013 • Joint-venture entre frigorífico Minerva e empresa irlandesa inaugura processadora de carne • A Minerva Dawn Farms deve criar 400 empregos diretos - e dobrar este número até o final do ano. A expectativa é que a receita da empresa alcance US$ 200 milhões anuais (o equivalente a R$ 460 milhões de reais). • A capacidade de processamento inicial da fábrica está entre 10 e 15 toneladas de carne por hora, mas esse volume deve crescer em 50% nos próximos dois anos. Rodrigo da Silva Lisboa • 2010 a JBS anuncia Joint Venture com Jack Link’s Beef Jerky • "Estamos formando uma parceria ideal ao juntar o maior produtor global de carne bovina e o número 1 em beef jerky e snacks a base de carne bovina nos EUA para crescer nesse setor num momento em que a demanda por produtos saudáveis a base de proteína está aumentando" Wesley Batista, presidente da JBS USA http://www.abrafrigo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=8252&Ite mid=26 • MITA • Constituição da joint-venture com a Mitsubishi Corporation: MITA que produz woodchips , celulose para Produçãode Coordenação das cadeias Produtivas TRADING É uma empresa comercial, que atua como intermediária entre empresas fabricantes e compradoras, numa operação de exportação ou de importação. Coordenação das cadeias Produtivas • Tradings companies Vantagens para quem utiliza estas empresas: Dispensa de registro na Receita Federal, •Consolidação de embarque •Exportação de diferentes produtos e fornecedores • Necessidade de menor capital de giro. •Redução dos custos operacionais, desembaraços e documentos •Eliminação de burocracia e de funcionários especializados •Atuação em diversos mercados • Controle de estoques que permitem regularidade de fornecimento • Possibilidade de acesso a linhas de créditos. • Rodrigo da Silva Lisboa Rodrigo da Silva Lisboa Firma individual • Definição do que caracteriza o Empresário Individual • O empresário individual (anteriormente chamado de firma individual) é aquele que exerce em nome próprio uma atividade empresarial. É a pessoa física (natural) titular da empresa. O patrimônio da pessoa natural e o do empresário individual são os mesmos, logo o titular responderá de forma ilimitada pelas dívidas. http://www.portaldoempreendedor.gov.br/empresario-individual