Hidropsia Fetal não imune e doença fatal
fulminante por infecção congênita por
Citomegalovírus em Recém nascido prematuro
Nonimune Hydrops Fetalis and Fulminant Fatal
Disease Due to Congenital Cytomegalovirus Infection
in a Premature Infant
Venkatest Sampath, MD; Vivek Narendran, MD; Eduard F. Donovan, MD;Jerzy
Stanek,MD, PhD; Mark R. Schleiss,MD
J Perinatol 2005; 25 : 608-611
Luciana do N. M. Carneiro
Maria Carolina Guimarães Santos
Marina Mendes Vasco
Orientador: Dr. Paulo Roberto Margotto
Caso Clínico
• Mãe: 21 a, GIII PI AI, 28 s com história de
•
•
•
•
•
hipotireoidismo, usuária de álcool e de cocaína
e ATPP .
Sorologias maternas: Varicela, Toxoplasmose,
Sífilis, Rubéola, HSV e HIV negativas.
Parvovírose B19 e CMV IgG positivas.
USG de 28s: oligoâmnio, derrame pericárdico e
ascite.
Ecocardiograma fetal (28s): derrame pericárdico
moderado e estruturas cardíacas normais.
RM fetal: oligoâmnio, cardiomegalia, derrame
pericárdico e ascite com hepatoesplenomegalia.
Cordocentese: leuc: 2900/mm 3, Hg: 8,6g/ dl,
plaq. 16000/mm 3 .
Caso Clínico
Ressonância Magnética
Caso Clínico
• Transfusão fetal
Bradicardia
Cesareana.
• RN, masculino, IG: 29s, peso:695g, Apgar:
1/1/2/4, PIG simétrico, severa
hepatoesplenomegalia e palidez.
• Realizada ressuscitação pulmonar e
infusão de solução salina e de NaHCO3.
Caso Clínico
• Hemograma 1º DV:
•
•
•
HT: 14%; plaq: 29/mm 3 ; neutrófilos: 800/mm 3.
Rx tórax 1ºDV: compatível com S. do
desconforto respiratório e alargamento da
silhueta cardíaca.
ECO cardio 2ºDV: cardiomegalia e moderado
derrame pericárdico.
Ex. histopatológico placenta: vilite compatível
com infecção por CMV (Fig. A) confirmada por
imunohistoquímica e hibridização (Fig B).
Caso Clínico
Histopatologia da Placenta
Caso Clínico
• USG
•
•
•
•
•
•
transfontanela:
calcificações
periventriculares
Hepatite (2º DV): TGO: 33 e TGP: 248
Cultura de urina positiva para CMV
Bilirrubina dir: 3.2 (2ºDV) e 8 (25º DV)
2ª semana de vida: deterioração das condições
de vida com pneumonite e disfunção hepática
progressiva. Trombocitopenia refratária à
transfusão de plaquetas.
Iniciado Ganciclovir (12mg/kg/dia) no 14º DV.
Morte do RN no 25º DV
Caso Clínico
• Autópsia: Inclusões citomegálicas
no pulmão (Figura a), mucosa
gástrica e intestinal, tireóide, rins,
adrenais e miocárdio ( Figura b).
Pulmão
Miocárdio
Caso Clínico
• A patogênese da Hidropsia Fetal secundária à
•
•
•
infecção por CMV intra uterina é multifatorial.
A anemia decorrente das alterações da
eritropoiese é conseqüente à disseminação do
CMV ao fígado e baço fetais.
A miocardite pode ter contribuído para a falência
cardíaca.
A infecção primária durante a gestação é mais
grave que a reinfecção, porém a prematuridade
extrema, a transferência inadequada de Ac
maternos e a provável alta carga viral
contribuíram para o desfecho fulminante.
Caso Clínico
• A terapia
com Ganciclovir em RN
sintomáticos
reduz
os
riscos
de
comprometimento
sensorioneural
e
sistêmico.
• O caso ilustra a importância de estudos
apropriados para o rápido diagnóstico de
infecção por CMV em RNs com Hidropsia
inexplicada,
possibilitando
maiores
chances de sucesso terapêutico.
Hidropsia Fetal
• Hidropsia: excesso de líquidos em duas ou mais
•
•
•
áreas corporais, como o tórax, o abdome ou a
pele
Pode associar-se ao polidrâmnio e ao
espessamento de placenta
Incidência: 1:1500 a 1:4000 partos
Etiologia: em 44% dos casos é idiopática
Hidropsia Fetal Imune
• Incompatibilidade Rh ou ABO
• Identificação de risco fetal:
História de RN afetados
 Títulos de Ac maternos: Coombs Indireto
1/16
10%
1/32 Antes da 32ª sem 25%
1/64
50%
• Espectrofotometria do LA: prediz a
gravidade e o progresso da hemólise fetal.

Hidropsia Fetal Imune
• Hemólise
Aumento das ilhotas
hepáticas de eritropoiese
Redução da
capacidade de síntese
Hipoalbuminemia
Baixa pressão coloidosmótica: Hidropsia.
Hidropsia Fetal não Imune
• Hematológica - hemoglobinopatias, hemorragias
•
•
•
•
feto-maternas, sind.de transfusão feto-fetal
Cardíaca – arritmias ( 40% dos casos), defeitos
anatômicos
como
coração
esquerdo
hipoplásico, tetralogia de Fallot, fechamento
precoce do forame oval
Urinária – estenose ou atrofia de uretra,
obstrução do colo posterior, ureterocele
GI- peritonite meconial, vólvulo, malrotações
intestinais
Respiratória – hipoplasia pulmonar, hérnia
diafragmática
Hidropsia Fetal não Imune
• Placentária – corioangioma
• Cromossômica – triploidias, trissomias, sind. De
•
•
•
•
Turner
Sind. de malformações – osteogênese
imperfeita, acondroplasia, nanismo tanotrófico
Neurológica – encefalocele
Medicações
–
Indometacina
anteparto
(fechamento do canal arterial fetal e hidropsia)
Infecções
citomegalovírus,
parvovírus,
toxoplasmose,
sífilis,
rubéola,
hepatite
congênita, doença de Chagas, leptospirose
Quadro Clínico
• Imune:

Anemia, edema,
hipoalbuminemia.
sinais
hipóxicos
e
• Não Imune:

S. de Turner, hemoglobinopatias, erros
inatos
do
metabolismo,
infecções
perinatais crônicas entre outras.
Diagnóstico Diferencial
Imune
Não Imune
Não primigesta
Pode ser primigesta
Mãe Rh -
Pode ser Rh +
Coombs Ind. +
Coombs Ind. pode ser -
História de RN com E.T, Sem história prévia
icterícia ou hidropsia
Sem malformação fetal Malformação fetal
Hepatoesplenomegalia
Pode não ocorrer
Diagnóstico
• USG: edema da pele (>5mm), derrame
•


•
•
pericárdico e pleural, ascite, polidramnia e
placentomegalia.
Análise do sangue materno:
Teste de Coombs indireto
Sorologias: sífilis, toxoplasmose, rubéola, CMV
e parvovírus B19
Cordocentese:
cariotipagem,
exame
hematológico, sorologias para toxoplasmose,
CMV, rubéola, sífilis, parvovírus B19, tipagem
sangüínea e Coombs direto.
Exame histopatológico da placenta.
Tratamento
• Deve ser imediato e intensivo a fim de corrigir a
•





•
hipóxia , acidose, hipoglicemia e anemia.
Medidas de suporte:
Ventilação mecânica;
Exsangüíneotransfusão (imune);
Monitorização da PA, diurese, glicemia e PVC ;
Correção do edema pulmonar: Furosemida,
restrição hídrica e digitálicos;
Paracentese e toracocentese de alívio.
Freqüentemente não há tratamento possível.
Prognóstico
• É ruim, especialmente se diagnosticado
antes de 24 semanas de IG e nas formas
graves de hidropsia.
• Cursa com mortalidade perinatal de 7090%.
Referências do artigo
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Montenegro R. Obstetrícia Fundamental.Guanabara
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Margotto PR. Assistência ao Recém-Nascido de risco.
Segunda Edição, 2006
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