Thomas Precede Hobbes (1588-1679) o pensamento liberal clássico Defende, para a organização da sociedade, a constituição de um “poder forte” denominado por alguns estudiosos de “absoluto”, e por comentadores mais recentes de sua obra, de “poder soberano”. Para Hobbes o poder não provém de Deus – idéia predominante na Idade Média – mas deriva de um contrato dos cidadãos que é estabelecido para o bem e “proteção da vida dos súditos”. Para este teórico, a finalidade maior de um governante é assegurar a paz e que se ele assim procede, independe os meios pelos quais ele adquiriu o poder, este deve ser obedecido. A obra clássica de Hobbes é o Leviatã, denominação atribuída ao ser soberano que teria a função de regular as relações entre os homens, evitando a bárbarie. Ao final de sua obra afirma que “as paixões que conduzem os homens à paz são o medo da morte, o desejo das coisas que são necessárias para uma vida confortável e as esperança de, por sua indústria [no sentido de trabalho] obtê-las. E a razão sugere artigos de paz adequados com base nos quais os homens possam ser levados a um acordo.” Em contraposição ao absolutismo constitui-se na sociedade ocidental no século XVIII o pensamento liberal, uma das forças de organização social que influencia a organização dos Estados e das relações sociais ainda na contemporaneidade. O liberalismo se funda em três núcleos : Moral; Econômico e Político Núcleo Moral.pptx Adam Smith (1723 – 1790) Representante do núcleo econômico do liberalismo clássico Defende o livre esforço individual e econômico e a economia de livre mercado como melhor instrumento para o crescimento da riqueza, em bases individual, nacional e mundial. Opunha-se a qualquer intervenção possível do Estado em matéria comercial, agrícola e industrial. O que vale é dar liberdade à ação individual e limitar o papel do Estado à simples manutenção da ordem e da defesa. “Logo que uma necessidade se torna o objeto de serviço público, o indivíduo perde parte de sua liberdade, torna-se menos progressista e menos homem. Ele se torna presa da inércia moral que se propaga a todos os cidadãos”. Jeremy Bentham (1748 – 1832) Pai do liberalismo filosófico e político. Sua teoria é conhecida por utilitarismo e tem como pressupostos ou elementos básicos: 1. Qualquer objeto tem a sua utilidade, isto é, qualquer objeto pode satisfazer uma necessidade. 2. A utilidade, como o atributo de um objeto é subjetiva. É o que gostamos ou não gostamos. Os critérios qualitativos são sempre estabelecidos pela pessoa do usuário. O mercado, em última análise, registra a utilidade conforme reflita o volume de bens em demanda. 3. O propósito de nossas vidas é o de satisfazer o prazer e de evitar a dor. Os utilitaristas defendiam as liberdades na base da utilidade, expressando inclusive a defesa da não censura à liberdade de expressão e de crença; Quanto ao Estado, cabia-lhe dar educação, pois ela transformaria o auto-interesse em interesses e considerações coletivos, grupais e sociais, pelo processo de esclarecimento (saber). John Locke (1632 – 1704) Integrante do Núcleo Político do liberalismo, desenvolvendo em profundidade a teoria do consentimento, a partir da qual, dizia que homens e mulheres viviam em estado de natureza com certos direitos naturais: a vida, a liberdade e a propriedade. O Estado é concebido como a autoridade comum necessária a homens e mulheres para preservar tais direitos. Para tais precauções estabelecem o que Locke denomina de uma sociedade civil – isto é: legislatura comum (interpretará e preservará direitos naturais), um juiz comum (julgará conflitos acerca desses direitos) e um Executivo comum (se ocupará de sua implementação. O contrato é feito por todos os indivíduos e os que não estão de acordo podem retirar-se. O poder do Estado sobre os que ficaram é seu consentimento. É de Locke a noção de que a autoridade política emana do povo, entretanto, sua teoria da representação e governo representativo se aplicava a poucas pessoas – as que tinham propriedade. Sua teoria é base para as Repúblicas Constitucionalistas. Jean Jacques Rosseau (1712– 1778) Acreditava no governo direto pelo povo. Não deveria haver limitações à vontade popular. Ele a denominou vontade geral. Antes mesmo da Revolução Francesa, Rosseau traçou o modelo de uma democracia popular. Tensões internas ao próprio liberalismo Precauções à instituição de um Estado absoluto, constituíram limitações às autoridades políticas dividindo-o em três poderes. Locke inspirou, com esta teoria os constitucionalistas norte-americanos; Já Rosseau, dava ênfase à soberania popular, subsidiando a instituição de governos da maioria, quer diretamente pelo povo, quer por seus representantes, ou seja o germen da democracia representativa. Em síntese: O liberalismo era e continua sendo uma teoria anti-Estado, dando mais valor ao indivíduo e suas iniciativas, do que ao Estado e sua intervenção; Nesta perspectiva, ao Estado cabe manter a ordem, zelar para que relações entre os indivíduos não se estabeleçam com base na força, proteger as liberdades civis e a liberdade pessoal e a liberdade econômica do indivíduo. Em síntese, para o liberalismo: Qualquer limitação imposta pelo Estado é má; Mesmo que o indivíduo não possa fazer bem determinadas coisas, o Estado não deve fazê-las, de modo a evitar enfraquecer a independência e iniciativa do indivíduo; Qualquer aumento dos poderes do Estado é automaticamente ruim e prejudicial às liberdades individuais, porque as diminui.