MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria do Tesouro Nacional BRASIL: POLÍTICA FISCAL E DÍVIDAPÚBLICA Fabio Barbosa Secretário do Tesouro Nacional Ministério da Fazenda Associação Brasileira de Bancos Internacionais São Paulo, Abril de 2001 BRASIL:POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA 1. Política Fiscal: Ajuste e Reformas para um Novo Regime 2. Gestão da Dívida Pública 3. Perspectivas BRASIL:POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA ECONOMIA BRASILEIRA: SUPERAÇÃO DE GRANDES DESAFIOS – Estabilização; – Crises externas: México, Ásia, Rússia; – Bem sucedida transição para o regime de câmbio flutuante: # Êxito na implementação do regime de metas de inflação; # Ajuste no balanço de pagamentos: ** Expressivo crescimento das exportações: 15,5% março, mesmo com desaceleração da economia internacional; ** Financiamento da conta corrente c/ fluxo de IDE; # Retomada do crescimento; recuperação do nível de emprego; # Novo Regime Fiscal: ** Forte ajuste dos fluxos primários, reformas estruturais. Regime de metas de inflação IPCA (Variação % Anual) 12 10 8 6 4 2 0 1999 Teto 2000 Ponto Central 2001 Piso Observado Conta Corrente x Investimentos Diretos 1994 a 2001* ( US$ Bilhões) 4 0 ,0 0 3 5 ,0 0 3 0 ,0 0 2 5 ,0 0 2 0 ,0 0 1 5 ,0 0 1 0 ,0 0 5 ,0 0 0 ,0 0 1994 1995 1996 1997 In v e stim e n to D ir e to 1998 1999 2000 C o n ta C o r r e n te * 2001: Valores acumulados em 12 meses, até março. 2001 8,0 6.600 6,0 6.400 4,0 6.200 2,0 6.000 0,0 5.800 -2 , 0 5.600 P IB p e r c a p it a P IB 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 -6 , 0 1993 5.200 1992 -4 , 0 1991 5.400 Ta x a re a l de cre scim e nto (e m %) 6.800 1990 R$ pe r ca pita (de 2000) Evolução do PIB: 1990 - 2000 De ssa zona liza do Bruto jan/01 nov/00 set/00 jul/00 mai/00 mar/00 jan/00 nov/99 set/99 jul/99 mai/99 mar/99 jan/99 nov/98 set/98 jul/98 mai/98 mar/98 jan/98 nov/97 set/97 jul/97 mai/97 mar/97 jan/97 % Taxa de Desemprego Mensal Pesquisa Mensal do Emprego - IBGE 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 Resultado Primário 1995-2000 R e a liz a d o M e ta s 4 ,0 3 ,5 % PIB 3 ,0 2 ,5 2 ,0 1 ,5 1 ,0 0 ,5 0 ,0 D e z /9 5 D e z /9 6 D e z /9 7 S e t /9 8 D e z /9 8 D e z /9 9 Governo Central (1994-1998) Setor Público (1999-2000) D e z /0 0 Resultado Primário do Governo Central (em R$ milhões) 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Jane iro Feve reiro 2000 Març o 2001 1º Trim estre BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL Dívida Líquida do Setor Público 60 50 % PIB 49,5 30,4 31 GC 16,4 16,3 EM 2,2 EE 43,3 34,6 40 30 TOTAL 49,7 28,1 33,4 29,9 26 18,8 20 10 12,1 13 9,4 10,4 6,6 6,5 15,9 11,6 5,9 0 1994 1995 1996 Fonte: Banco Central 13 2,8 1997 14,7 2,7 1998 2,8 1999 2000 À expressiva mudança nos fluxos primários, devem ser agregados os efeitos das reformas estruturais implementadas no período recente. Os fundamentos do novo regime fiscal brasileiro: – Privatização – Reforma Administrativa – Reforma da Previdência Social – Acordos de Refinanciamento de dívidas dos Estados e Municípios. – Lei de Responsabilidade Fiscal BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL Privatização: – Desde 1991: Cerca de USD 100,4 bilhões: (*) Receitas: USD 82,3 bilhões (maior parte para amortização de dívida pública) (*) Dívidas Transferidas : USD 18,1 bilhões. – Efeitos positivos extrapolam a redução da dívida: (*) redução de déficits potenciais (capitalização, subsídios); (*) Papel importante na atração de poupança externa (IED); (*) Ganhos de Produtividade e eficiência; (*) Novos atores no mercado interno de capitais. BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL DÍVIDA LÍQUIDA DOSETORPÚBLICO Semprivatização (57,6%) Em %PIB 52 Comprivatização (49,5%) 42 32 Fonte: Banco Central 1996 1997 1998 1999 2000 % PIB (acumulado) BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL 10% 8,55% 8,14% 8% 6% 4% 2% 0% 1995 1996 1997 PASSIVOS CONTINGENTES Fonte: Banco Central 1998 1999 2000 PRIVATIZAÇÕES BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL Reforma Administrativa: – Eliminação da estabilidade no emprego irrestrita; – Regime Jurídico para servidores civis mais flexível; – Aumentos salariais Legislativo/Judiciário: Projeto de Lei. Reforma da Previdência Social: – – – – Tempo de Contribuição substitui “tempo de serviço”; “Fator Previdenciário” : Benefício consistente com idade mínima; Eliminação do benefício parcial em aposentadorias antecipadas; Novo aparato regulatório para fundos de pensão, inclusive no que tange ao patrocínio destas entidades pelo setor público; – Contribuição de Inativos (Emenda Constitucional) BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL Acordos de Refinanciamento com Estados e Municípios – 25 dos 27 estados, 180 municípios; R$ 260 bilhões; sem atrasos; – Principais Aspectos: # Serviço da Dívida = 13% da Receita Líquida Real; # Teto para a relação Dívida/Receita Líquida Real (D/RLR); # Programas de Ajuste, com metas para superávit primário, folha de pagamentos, dívida total; # Trajetória plurianual para D/RLR; vedação de novas operações enquanto D/RLR > 1; # Implementação de Programas de Privatização: cerca de 30% dos resultados totais; #Bancos Estaduais: privatização, liquidação ou transformação agências de fomento (BANERJ, BEMGE, CREDIREAL, BANESPA); # Incentivos à criação de fundos de pensão (RJ, PE, PR). em Resultado Primário (% do PIB)1995-2000 Estados, Municípios e Estatais governos regionais estatais 1,0 0,5 0,0 -0,5 -1,0 Dez/95 Dez/96 Dez/97 Dez/98 Dez/99 Dez/00 BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL Lei de Responsabilidade Fiscal: Mudança da Cultura de Gestão Fiscal Vedação a refinanciamentos de dívidas entre entes da federação; Metas fiscais trienais (LDO); metas quadrimestrais durante ano; Ajuste de gastos para cumprimento da meta: todos os poderes; Limites ao endividamento das três esferas de Governo; – União: 3,5 RCL; vigência imediata; – Estados: 2 RCL; Municípios 1,2 RCL; 15 anos para convergência; Redução implícita da dívida líquida (hoje em 16,3% do PIB) Limites para Restos a Pagar: efetiva disponibilidade de recursos; Transparência: relatórios periódicos (gestão fiscal;execução orç.) BRASIL: UM NOVO REGIME FISCAL Em resumo: – Uma importante agenda de reformas estruturais vem sendo implementada. – A expressiva mudança dos fluxos fiscais (cerca de 5% do PIB em relação a dez/97) reforça a consistência da política econômica, consolidando a implementação de um novo regime fiscal: – (*)METAS CUMPRIDAS POR 10 TRIMESTRES CONSECUTIVOS Sólidas políticas econômicas abrem espaço para: – Aperfeiçoamento da estratégia para a dívida pública; – Desenvolvimento requerido do mercado interno de capitais. BRASIL:POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA 1. Política Fiscal: Ajuste e Reformas para um Novo Regime 2. Gestão da Dívida Pública 3. Perspectivas GESTÃO DA DÍVIDA PÚBLICA Diretrizes Básicas DÍVIDA INTERNA Alongamento dos prazos médios dos títulos emitidos em oferta pública: redução do risco de refinanciamento; Substituição gradual dos títulos remunerados à taxa Selic (LFT) por títulos com rentabilidade prefixada (LTN): duração; Desenvolvimento adicional da estrutura a termo de taxas de juros: LTN: referências de curto prazo:6,12, 18 e 24 meses LFT: 5 anos NTN-C:referências de longo prazo (3,5,7,10,20 e 30 anos) Padronização dos instrumentos de financiamento; fungibilidade para os títulos pós-fixados; GESTÃO DA DÍVIDA PÚBLICA Diretrizes Básicas DÍVIDA EXTERNA Consolidação de estruturas a termo de taxas de juros em mercados estratégicos (dólar, euro e iene); Facilitar o acesso de outros tomadores públicos e privados ao mercado internacional de capitais; Substituição da dívida reestruturada (Bradies, Clube de Paris) por novos instrumentos, de acordo com condições de mercado; Ampliação da base de investidores em risco Brasil EVOLUÇÃO RECENTE / DÍVIDA INTERNA Ma r-0 1 De z00 Se t-0 0 Ju n00 Ma r-0 0 33 32 31 30 29 28 27 26 25 De z99 (em meses) Alongamento do Prazo Médio EVOLUÇÃO RECENTE / DÍVIDA INTERNA Percentual Vincendo em 12 Meses 56 46 41 Mar/01 Dez/00 Set/00 Jun/00 Mar/00 36 Dez/99 em % 51 Substituição dos títulos remunerados à taxa Selic por títulos prefixados 100% 80% 60% 40% 20% jan-95 mai-95 set-95 jan-96 mai-96 set-96 jan-97 mai-97 set-97 jan-98 mai-98 set-98 jan-99 mai-99 set-99 jan-00 mai-00 set-00 0% juros pré câmbio índ.preços EVOLUÇÃO RECENTE / DÍVIDA INTERNA Redução do Custo Médio Custo Médio - Dívida Mobiliária Federal % ao ano 50 40 30 20 10 0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Dívida Externa: Curvas de Referência Emissões Soberanas - Dólar, Euro e Iene Posição em 17/04/01 Dólar 16 14 12 Euro 10 8 6 Iene 4 2 20 01 20 03 20 05 20 07 20 09 20 11 20 13 20 15 20 17 20 19 20 21 20 23 20 25 20 27 20 29 20 31 20 33 20 35 20 37 20 39 0 euros ienes dólares DÍVIDA EXTERNA Composição por Detentores - Fev/2001 Bradies 34% Saldo em Fev/2001 Organismos Multilaterais Clube de Paris 12% 9% R$ 147,1 bilhões Bancos Privados/Ag. Govern. 5% 13,4% PIB Composição por Moedas - Fev/2001 Bônus de Captação 40% E uro 7% Fonte: Tesouro Nacional Iene Out ros 8% 4% Dólar 81% PLANO ANUAL DE FINANCIAMENTO(PAF) ESTRATÉGIA PARA 2001 Parâmetros de Projeção para a Dívida Pública Maturação estimada para 2001 *: R$ 201,8 bilhões Recursos previstos no orçamento para a dívida: R$ 54,4 bilhões Necessidade Bruta de Financiamento: R$ 147,4 bilhões Hipóteses: a) rolagem integral de títulos cambiais; e b) emissões externas em torno de US$ 6 bilhões * Posição em 31 de dezembro de 2000 Estratégias para 2001 Plano Anual de Financiamento Estratégias Alternativas (Resultados Comparados) Indicadores Dez/99 Dez.00 Dez.01 Dez.01 Otimista Básica Estoque DPFi em Mercado (R$ bi) 441,4 510,7 543,0 548,4 Prazo Médio da DPFi (meses) 27,1 29,8 43,2 42,9 Duração da DPFi (meses) 9,4 10,7 21,2 20,3 %Vencendo em 12 meses 53,0 42,4 27,3 27,1 Participação no Estoque da DPFi Prefixado (%) 9,0 14,8 23,9 22,4 Selic (%) 57,0 52,2 40,8 41,6 Dez.01 Conserv. 568,7 44,4 18,0 28,0 15,8 46,5 ESTRATÉGIA PARA 2001 Resultados Estimados (Cenário Básico) Composição da DPFi (dezembro/00) TR e Outros Câmbio Prefixada 5% 22% 15% Índice de Preços 6% Selic 52% Composição da DPFi (dezembro/01) TRe Outros Câmbio 6% 22% Prefixada 22% Índice de Preços 8% Selic 42% Plano Anual de Financiamento Resultados do 1º Trimestre Indicadores 1º Trimestre/01 1º Trimestre/01 PAF Realizado Estoque emMercado (R$ bi) 533,7 536,5 Prazo Médio (meses) 31,9 31,3 Duração (meses) 12,9 13,4 %Vincendo em12 meses 43,4 39,5 Participação no Estoque Prefixado (%) 16,2 14,1 Selic (%) 50,2 50,1 dez/01 PAF 548,4 42,9 20,3 27,1 22,4 41,6 Plano Anual de Financiamento: Resultado do Primeiro Trimestre Ofertas Públicas - 1º Trimestre 40.000 26.865 30.000 20.000 11.000 7.197 10.000 LTN LFT NTN-C MÁX(PAF) MÉD(PAF) MÍN(PAF) Realizado BRASIL:POLÍTICA FISCAL E DÍVIDA PÚBLICA 1. Política Fiscal: Ajuste e Reformas para um Novo Regime 2. Gestão da Dívida Pública 3. Perspectivas PERSPECTIVAS Produto Interno Bruto: – Média 2000/2002: superior a 4% a.a.; – Declínio adicional da taxa de desemprego: Média de 2001 inferior a 7% (7,6% EM 1999; 7,1% em 2000); Balanço de Pagamentos: – Déficit em Conta Corrente: similar ao observado em 2000, financiado em cerca de 80% por investimentos diretos; Inflação: – IPCA 2001 = 4,0% (+ ou - 2,0%) – IPCA 2002 = 3,5% (+ ou - 2,0%) PERSPECTIVAS (cont.) Política Fiscal: – – – – 3 3 3 2 2 2 2 2 ,4 ,2 ,0 ,8 ,6 ,4 ,2 ,0 0 0 0 0 0 0 0 0 Caráter estrutural: reformas implementadas; Privatizações/ofertas públicas/concessões; Superávit primário: 2001 a 2004: 3% do PIB Seis anos consecutivos de superávits de, pelo menos, 3% do PIB. Resultado Primário - Setor Público* (% PIB) 2001 2002 L D O 2001 2003 2004 L D O 2002 *Superávit para 2004 na LDO 2001 considera a mesma redução observada entre 2002 e 2003 Perspectivas (cont.) Dívida Pública – Alongamento: Dez/2001 - Prazo médio = 42,9 meses – Duração: elevação gradual da participação e do prazo de papéis pré-fixados na dívida total; – Consolidação das referências de longo prazo ( NTN-C) Prazos intermediários Padronização de instrumentos. – Vendas pela Internet. Perspectivas (cont.) Política Econômica: Consistência, Flexibilidade e Reação Turbulências recentes: – Fundamentos devem prevalecer; Pronta Resposta de Políticas: – Elevação do superávit primário (LDO para 2002); – Ajuste da política monetária; flexibilidade cambial; – Adequação tática das ofertas de títulos públicos. MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria do Tesouro Nacional BRASIL: POLÍTICA FISCAL E DÍVIDAPÚBLICA Fabio Barbosa Secretário do Tesouro Nacional Ministério da Fazenda Associação Brasileira de Bancos Internacionais São Paulo, Abril de 2001