SISTEMA FINANCEIRO E EMPRÉSTIMOS INTERNACIONAIS O TAMANHO DA DÍVIDA EXTERNA DE UM PAÍS E O CRESCIMENTO DELA DEPENDEM DE VÁRIOS FATORES: ENTRADA DE NOVOS EMPRÉSTIMOS - Se o país solicitar novos empréstimos, a dívida aumentará. AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA – Se o país não pagar uma parcela da dívida, a dívida total aumentará com multas e juros. PAGAMENTO DOS JUROS – Se um devedor atrasa o pagamento do juros da dívida, recebe novas multas e elevam as taxas de juros. TAXAS DE JUROS NO MERCADO INTERNACIONAL – Se os juros internacionais sobem, as nações devedoras devem mandar mais dinheiro para os bancos estrangeiros; caso não tenham o dinheiro, fazem novos empréstimos, aumentando a dívida. Como podemos observar, tudo é pretexto para aumentar a dívida externa. Muitos economistas chamam a dívida externa de “dívida eterna”. Os empréstimos entre as nações geralmente envolvem bancos e empresas estrangeiras, as vezes, eles são feitos de governo a governo. Esses empréstimos são concedidos apenas com o consentimento e garantia do governo do país ao qual as empresas são submetidas. Em 2011, o volume mundial da dívida externa chegou a 64 trilhões de dólares. PAÍSES COM AS MAIORES DÍVIDAS EXTERNAS EM 2011. 1º) ESTADOS UNIDOS = 14 TRILHÕES 2º) AUSTRÁLIA = 1,7 TRILHÃO 3º) CANADÁ = 1 TRILHÃO 4º) RÚSSIA = 480 BILHÕES 5º) CHINA = 407 BILHÕES 6º) COREIA DO SUL = 370 BILHÕES 7º) BRASIL = 311 BILHÕES Embora muitos países desenvolvidos apresentem as maiores dívidas externas, são os países subdesenvolvidos que apresentam as maiores preocupações. Basta compararmos o tamanho da dívida externa com o PIB do país ou o valor anual conquistado pelas suas exportações. Exemplos: Países Dívida Externa Exportações Estados Unidos 14 trilhões de dólares 16 trilhões de dólares Brasil 311 bilhões 200 bilhões Argentina 161 bilhões 68,5 bilhões Sudão 38 bilhões 9,8 bilhões COMO PODEMOS OBSERVAR, O PESO DA DÍVIDA EXTERNA É MAIOR PARA AS ECONOMIAS MAIS POBRES, EMBORA SUAS DÍVIDAS SEJAM MENORES.. Por que os países contraem dívidas? Os motivos são variados: Empresas privadas ou públicas buscam empréstimos internacionais para se expandirem ou modernizarem. Os governos procuram recursos externos para investimentos em obras: metrôs, hidrelétricas, rodovias, indústrias, etc. ALGUNS CASOS DO BRASIL: Criação de um parque industrial do ABC paulista, no governo JK (1960). Construção de Brasília, governo JK (1960). Gastos com a ditadura militar (1960 a 1984). Construção da hidrelétrica de Itaipú (1975 a 1982) RISCO PAÍS Países ricos como os Estados Unidos, emite títulos do tesouro e pagam juros baixos, considerados um investimento seguro. Já as economias subdesenvolvidas ou em transição, os empréstimos são conquistados a taxas de juros altas, pois as instituições financeiras internacionais usam o risco-país ( se o emprestador tem condições de pagar a dívida contraída) para elevar os juros ao emprestarem dinheiro para essas economias. De onde vem o dinheiro para empréstimo? Eurodólares: os Estados Unidos gastaram muito dinheiro no período pós Segunda Guerra Mundial (1945). Os países e empresas que venderam bens para os Estados Unidos, investiram esses dólares nos bancos seguros europeus. Petrodólares: são recursos obtidos pela exportação de petróleo, na “Crise do Petróleo de 1973”, onde os preços altos desse combustível permitiu que muitas nações principalmente árabes investissem dólares nos bancos europeus. Os Estados Unidos importava mais do Japão do que exportava para esse país. O acúmulo de dólares por causa das exportações japonesas permitiu que esse país passasse de devedor para credor mundial. FMI (FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL) O papel do FMI é desempenhar o papel de coordenador e fiscalizador dos empréstimos e das políticas de desenvolvimento postas em prática pelos países endividados. O FMI procura impor aos países endividados uma política econômica recessiva, isto é, que limita as atividades econômicas, dificulta novos investimentos e reduz ganhos salariais, sob o pretexto do pagamento da dívida externa que é mais importante. Quem paga com tudo isso é a população que não recebe investimentos na saúde, educação, segurança, infraestrutura... MORATÓRIA Moratória é o nome que se dá para o país que se nega em pagar a dívida. Geralmente as moratórias são parciais, ou seja, apenas uma forma de pressão para negociar o pagamento em melhores condições. A moratória radical não é viável, pois isso acarretará no isolamento do país. E num mundo globalizado, nenhuma nação consegue de desenvolver sem trocas comerciais e tecnológicas com o exterior. China e Albânia (1960) ficaram muito atrasadas em diversos setores da economia. SOLUÇÃO? • PAGAR A DÍVIDA OU • RENEGOCIAR OS JUROS DA DÍVIDA OU •TORCER PARA SER PERDOADO. Esclarecendo: É verdade que o Brasil pagou toda sua dívida externa? Não, não pagou, ainda deve bastante, a dívida externa total supera os US$ 200 bilhões (aproximadamente 12% do PIB), mais do que o dobro da dívida na década de 80. "Eu vi na televisão que o Brasil pagou a dívida externa, está até emprestando dinheiro para o FMI" O Brasil possui um saldo de reservas internacionais, uma espécie de poupança, maior que a dívida externa (hoje está em aproximadamente US$ 260 bilhões). "Se ele tem dinheiro para pagar por que não paga?" Principalmente por dois motivos: primeiro que as reservas servem de defesa para o Real, o Banco Central utiliza as reservas para executar a política cambial brasileira, serve de escudo contra ataques especulativos, e segundo por que a dívida externa custa pouco em relação a dívida interna, os juros são menores e o Real tende a se apreciar diante do dólar, tornando os juros ainda mais baixos. Outra razão para o governo não pagar a dívida externa é que ele só detém 35% dessa dívida (setor público não financeiro), o resto é de bancos e empresas privadas, apesar de afetar a economia brasileira, essa dívida não é pública