ENSAIOS FÍSICOS DE
QUALIDADE
Por: Rosy Simas
1
ENSAIOS FÍSICOS DE QUALIDADE
objetivos
 avaliar se determinados atributos estão em conformidade com
especificações estabelecidas (monografias ou em diretrizes do
estabelecimento) associados a parâmetros físicos, afetando:
a. estabilidade física
b. uniformidade ,
c. biodisponibilidade do produto.
 Portanto a sua conformidade é importante para garantir a eficácia
terapêutica e prazo de validade de formas farmacêuticas e
cosméticas.
subdivididos em grupos :
1. dependendo do método usados (físico ou físico-químico)
2. tipo de amostra ( matéria prima, produto farmacêutico ou
cosmético)
3. forma farmacêutica ( sólido, líquido ou semi-sólido).
4. fonte oficial ou não oficial
2
fonte oficial ou não oficial
FORMAS
FARAMACÊUTICAS
Comprimidos
Cápsulas
Suspensões e emulsões
Soluções
Supositórios e óvulos
Pomadas
Pós
ENSAIOS OFICIAIS
ENSAIOS NÃO OFICIAIS
Peso, desintegração, dureza,
friabilidade
Peso, desintegração,
dissolução
Volume, viscosidade
Dimensões, aspecto, cor
Volume, pH, viscosidade
Peso, desintegração
Peso
granulometria
Aderência, cor, resistência
ao choque
Taxa de sedimentação, grau
de subdivisão,
comportamento reológico
Aspecto, cor, odor.
Sedimentação,
coacervação, viscosidade
Homogeneidade, intervalo
de fusão, capacidade de
cessão
Consistência, equilíbrio de
fases, comportamento
reológico
Ângulo de repouso,
densidade aparente
3
Matérias primas
 Os ensaios físicos aplicados a matériasprimas são raros (principalmente relacionados
às propriedades reológicas dos pós)
 como granulometria,
 ângulo de repouso,
 densidade aparente de pós.
Os aspectos visuais de material de
acondicionamento e embalagem, que também
podem ser incluídos neste ponto, serão
discutidos separadamente.
4
Formas sólidas – inclusive pós













peso,
desintegração,
dureza,
dissolução
granulometria
aderência,
ângulo de repouso
densidade aparente
resistência ao choque
friabilidade
dimensões,
aspecto,
cor
5
Granulometria









De pós e granulados,
determinado pelo tamanho de partícula,
afeta o fluxo dos pós,
eficiência de uma mistura,
enchimento e compactação.
solubilidade e tempo de dissolução do produto
na homogeneidade e estabilidade de misturas
estabilidade de suspensões
poder adsorvente dos pós e qualidade de
comprimidos.
6
A granulometria é medida colocando 25 a 100 g de pó na
primeira de uma série de peneiras e após agitar
manualmente ou em aparelho por um tempo determinado
se pesa a quantidade de pó em cada tamis.
Nº do mesh
10
16
24
48
80
115
635
Abertura de
malha em
mm
1,7
1,0
0,710
0,355
0,180
0,125
0,020
7
Segundo a FB IV, os pós são classificados
como:
- Pó grosso. Passa no tamis malha 1,7mm
mas retem 40% na malha 0,355mm.
- Pó moderadamente grosso – passa no
0,355mm mas retem 40% na malha 0,255
mm.
- Pó semi-fino- passa na malha 0,710mm
mas retem 40% na malha 0,180mm.
- Pó fino- passa na malha 0,180 mm.
- Pó finíssimo – passa na malha 0,125 mm.
8
Ângulo de repouso
Não oficial



é pouco praticada no laboratório de controle, mas dá
uma avaliação do fluxo de pós. Determina-se o ângulo
de repouso (α) pelo raio (r) e altura (h) de um cone de
pó despejado sobre uma superfície.
Tg α= h/r
Quanto menor o ângulo, maior a fluidez: sistemas com
ângulo menor que 30º tem bom fluxo e aqueles com
ângulo maior que 45º, são de baixo fluxo. Por
exemplo, cloreto de sódio tem ângulo de 38º e fosfato
dibásico de cálcio tem ângulo de 28,5º.
9
densidade aparente ou volume aparente
não oficial
 - Fazer uma mistura em percentual de
cada componente da formulação;
 - Tarar uma proveta de 100ml em
balança analítica;
 - Coloca-se a mistura em um volume
equivalente a 100ml e determina-se o
peso deste volume;
 - Calcular a densidade dividindo a massa
pesada pelo volume.
10
peso médio – pós, sólidos
amostragem é de 10 embalagens para
amostras de dose múltipla como pós e
granulados
ou 20 unidades em medicamentos de
dose individual.
pesa-se individualmente cada unidade,
obter a média e o desvio padrão do grupo
de amostras.
11
Os critérios de rejeição variam de acordo com o
tipo de amostra:
 Os comprimidos , supositórios e óvulos se 2
estiverem fora do desvio permitido.
 Drágeas , se 5 estiverem fora.
 Cápsulas se 2 estiverem fora. Na dúvida verificar
o peso da cápsula e conteúdo separadamente.
 Pós e granulados, se um estiver fora, re-teste.
Máximo permitido 1 fora para 20 amostras.
 Pós estéreis se 2 estiverem fora.
12
Forma farmacêutica
Faixa de peso
Comprimidos, revestidos ou Até 80 mg
não
80-250 mg
Acima de 250 mg
Drágeas açucaradas
Até 25 mg
25 – 150 mg
150-300 mg
Acima de 300 mg
Cápsulas (duras, moles e Até 300 mg
vaginais)
Acima de 300 mg
Supositórios e óvulos
Todos os pesos
Pos e granulados
Até 60 g
Entre 60 e 150g
Pos estéreis e liofilizados
Abaixo de 40 mg
Acima de 40 mg
Limites
±10,0%
±7,5%
±5,0 %
±15,0%
±10,0 %
±7,5 %
± 5,0 %
±10,0 %
±7,5 %
±5,0 %
±10,0%
±5,0 %
±15,0 %
± 10,0 %
13
Dureza





A determinação da dureza está associada à
resistência do comprimido ao esmagamento, e afeta a
estabilidade física das formas sólidas obtidas por
compressão.
É um parâmetro essencial e imprescindível nos
núcleos submetidos a processo de revestimento ou
drageamento.
Amostragem:10 unidades de comprimidos.
Procedimento: Aplicar individualmente a força
diametralmente, por equipamento de bancada ou
manual. Expressar os resultados como valor médio,
mínimo e máximo.
Rejeição/ Aceitação: Médio 30N (3 KgF) ou mais
segundo FB IV.
14
15
Friabilidade



Este teste determina a resistência do
comprimido à abrasão. Se aplica
especialmente a comprimidos não
revestidos e núcleos de drágeas.
Pesa-se o conjunto de 20
comprimidos para comprimidos com
peso menor que 0,65g, e 10
comprimidos para peso maior. Estes
são colocados dentro do aparelho e
submetidos a 100 rotações em 4
minutos (25 rpm). Após retirar o pó
que se forma, pesam-se novamente
os comprimidos para determinar a
diferença.
Rejeição FB IV: máximo de 1,5% de
diferença de peso. Nenhum
comprimido pode estar lascado,
partido ou trincado.
16
Desintegração
 O tempo de desintegração é aplicado tanto a formas sólidas como
cápsulas, comprimidos e drágeas, como a supositórios e óvulos. Ë
relacionado à biodisponibilidade da forma farmacêutica.
 • Comprimidos com tempo de desintegração adequado não
necessariamente apresentam dissolução satisfatória;
 • Comprimidos que não desintegram podem ser eliminados da forma como
foram ingeridos, não produzindo o efeito esperado.
 Usam-se 6 unidades de cada lote, que são colocados dentro de cestos com
tubos transparentes, imersos em um líquido adequado, depois cobertos por
uma tampa de acrílico. A temperatura é de 37oC, tempo determinado pela
monografia, e o líquido pode ser:
 -Água,
 - meio gástrico ou HCl o,1 mol/L
 - meio entérico ou tampão fosfato pH8.
17
 No fim, nenhum resíduo sólido pode ser
observado no cesto.
 Os critérios de rejeição (FB IV) – as unidades
deve desintegrar em menos de:
 30 minutos, Comprimidos
 45 minutos, cápsulas
 60 minutos, drágeas
 5 minutos, Cp. sublinguais.
 Comprimidos entéricos devem resistir a 60
min em água ou suco gástrico e depois
desintegrar em menos de 45 minutos em meio
entérico.
 Para óvulos e supositórios, o equipamento é
similar, sendo que as amostras são
submetidas a inversão a cada 10 minutos.
São usados 3 unidades de cada lote. Eles são
rejeitados se ultrapassa o tempo de
desintegração especificada na monografia, ou
desintegração incompleta (aglomeração ou18
resíduos).
Dissolução
 Ë um ensaio oficial, usado em estudos de cinética de dissolução e no perfil
de dissolução de formas farmacêuticas sólidas. O teste de dissolução é
realizado em laboratório pelo controle de qualidade, no equipamento
denominado de Aparelho de Dissolução. As especificações deste teste
estão descritas na Farmacopéia, que define também a porcentagem
mínima de princípio ativo que cada produto deve apresentar dissolvido num
determinado intervalo de tempo. Com base nos resultados obtidos in vitro,
se estima a capacidade de um produto sólido liberar seu princípio ativo no
organismo, ser absorvido e produzir o efeito terapêutico esperado.
Interferentes da dissolução:
 • Formulação;
 • Granulação;
 • Compressão.
 São usadas seis unidades de comprimidos, cápsulas ou drágeas;
colocadas em cestos imersos dentro de cubas de fundo arredondado,
contendo um volume determinado de meio líquido a 37oC . Após agitação
constante por um tempo determinado na monografia do medicamento,
retirar amostra do líquido para dosagem do fármaco.
 Rejeição / aceitação – de acordo com a FB IV- depende de um valor Q
determinado na monografia.
19
 No teste inicial (6 amostras) será aceitável se a
dosagem for ≤ Q ±5%. Em caso de reteste (+6
amostras) aprovado e se nenhuma das amostras for
menor que Q-15%. E em caso de outro reteste (+6
amostras) aprovado se nenhuma for inferior a Q-25%.
 Exemplo: USP 24
 AAS – cápsula- Q=80% - após 30 min a 100 rpm.
 AAS – comprimido - Q=80% - após 30 min a 50 rpm.
 mebendazol – comprimido - Q=75% - após 120 min a 75
rpm.
20
O meio de dissolução usado
deve imitar as condições
fisiológicas. Exemplos:
AAS –cápsulas_ tampão acetato
pH 4,5: 500 mL
Mebendazol – comprimido –
HCl 0,N + 1% LSS: 900 mL
21
Espessura
 A espessura é importante, principalmente para o processo de
embalagem, onde variações excessivas na altura os comprimidos/
comprimidos revestidos/drágeas comprometem o desempenho do
processo por encavalamento ou obstrução das guias da
emblistadeira. É realizado com auxílio de paquímetro ou micrômetro
devidamente calibrado. De uma forma bastante interessante, é
possível identificar falhas no processo de compressão por meio da
avaliação da espessura, por exemplo:
 • Comprimidos mais baixos que os demais podem apresentar
dureza excessiva, o que pode comprometer seu tempo de
desintegração; podem apresentar peso menor, comprometendo a
dose (teor);
 • Comprimidos mais altos que os demais podem apresentar dureza
mais baixa, sendo mais friáveis e porosos;ou podem apresentar
peso maior, produzindo super-dosagem.
 Por este motivo, comprimidos de um mesmo lote devem apresentar
variações mínimas de espessura.
22
Aspecto
No caso de comprimidos, são avaliados:
a uniformidade de coloração,
revestimento, trincas e legibilidade (se
impresso).
Nas cápsulas: limpeza, deformação de
cápsulas, enchimento e se estão bem
travadas.
23
Formulações semi sólidas

1.
Medias de Consistência ou comportamento reológico
Viscosidade (viscosímetro de Brookfield)
2. Determinação da consistência:
Penetrometria
Espalmabilidade
Extensibilidade
24
Formulações Líquidas
 Aspectos visuais, sensoriais e
reológicos:
1. Aspectos visuais e organolépticos:
Suspensão: sedimentação e estado de divisão
Emulsão: equilíbrio de fases
Solução: transparência, sedimentação e coloração
2. Aspectos Reológicos
Viscosidade= Viscosímetro de Ostwald
Volume= eficiência de envase
25
Obrigada a Toda (o) s !!!!!!!!!
[email protected]
26
Download

ENSAIOS FÍSICOS DE QUALIDADE