Apnéia associada a redução do tônus do esfíncter
esofágico inferior
nos recém-nascidos
prematuros
Apnea-associated
reduction in lower
esophageal sphincter tone in premature
infants
Taher I. Omari
J Pediatr 2009;154:374-8
R3 Marília Aires
Orientadora: Dª Fabiana Márcia
Unidade de Neonatologia do Hospital
Regional da Asa Sul/HRAS
www.paulomargotto.com.br
4/11/2009
1. INTRODUÇÃO
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Apneia é evento freqüente em neonatos
Freqüência inversamente proporcional a idade
gestacional
A doença do refluxo gastresofágico
(DRGE) é
considerada freqüentemente como fator causal das
afeias resistentes ao tratamento com xantinas
O mecanismo mais usado para explicar esta relação é
o estimulo químico e/ou mecânico dos aferentes do
nervo laríngeo superior levando a apnéia reflexa
Porem o estímulo aos aferentes do nervo laríngeo
superior também levam ao inicio de peristalse
esofágica e relaxamento do esfíncter esofágico inferior

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Realizado estudo retrospectivo de manometrias
em prematuros, sendo combinados os dados com
os da monitorização fisiológica
Objetivo: identificar apnéias com mais de 20 seg
de duração e correlacioná-las com a motilidade
esofágica durante esses eventos
2. METODOLOGIA
Estudo retrospectivo
 Avaliadas
manometrias,
associadas
a
monitorização fisiológica, de 156 prematuros
alimentados por SOG
 Manometrias realizadas entre 1994 e 2002 para
estudo de outras variáveis que não as deste
estudo
 Utilizada SOG específica para manometria, com
monitorização da pressão do esfíncter esofágico
inferior (EEI) e das ondas peristálticas da faringe
e esôfago.
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Monitorização fisiológica: freqüência cardíaca e
respiratória, saturação de O2, fluxo de ar em
narinas
 Apnéia: definida como interrupção no fluxo de ar
em vias aéreas
 São consideradas as apnéias com duração maior
que 20 seg. – diferenciar das pausas da
respiração periódica do RN

3. Resultados
Presença de apnéias com duração maior que 20
seg em 7 RNs
 IG entre 24 e 34 semanas e IGPC entre 34 e 37
semanas
 PN entre 690 a 2360g, com P no momento do
estudo entre 1950 e 2380
 3 RNs estavam em uso de cafeína
 Ocorreram 12 episódios de apnéia, acompanhados
de hipóxia e bradicardia
 Todos os RNs dormiam no momento do exame
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4. Discussão
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Resultados únicos na associação entre a motilidade
faringoesofageana e apnéia clinicamente relevante
Episódios de apnéia prolongada tem forte associação com
inicio de movimentos de deglutição e relaxamento do EEI
Mov. de deglutição é a primeira manifestação do reflexo
mediado por quimioceptores laríngeos, largamente
demonstrado através de estímulos da laringe com líquidos
Assim sendo a apnéia possivelmente desencadeia reflexos
do nervo laríngeo superior através de vias não conhecidas.
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Como todas as crianças estavam dormindo, não
foi possível relacionar sono e motilidade
faringoesofageana
Bradicardia encontrada pode ser causada tanto
por hipóxia, quanto pelo reflexo do nervo laríngeo
Foram avaliadas inúmeras manometrias, porem
com pequeno número de pacientes que
preenchiam o critério
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A amostra foi pequena, porém todos com apnéia
clinicamente significativa.
Estudos anteriores possuíam número maior de
episódios de apnéia ( Pickens et al – 67
episódios), porem com tempo de apnéia menor
(média de 18 seg contra 48 seg deste estudo)
Encontrou-se
consistentes
resultados
manométricos
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A causa dos episódios de apnéia ainda não é clara
Postula-se que a DREG leva a apnéia, porém o
presente estudo contradiz esta hipótese, já que foi
observado a redução do tônus do EEI posterior a
apnéia, e não o inverso
Lembrando que, para que o RGE ocorra, é
necessário o relaxamento completo do EEI.
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A obstrução de vias aéreas e a tosse também
podem levar ao aumento da pressão gástrica e
consequentemente favorecer o RGE
Alguns pacientes com apnéia resistente ao uso de
xantinas, recebem terapêutica anti-refluxo.
Porém, se é a apnéia que leva ao refluxo, e não o
contrario, a indicação destes medicamentos
precisa ser melhor avaliada
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Conclusões:
 Em RN prematuros há o relaxamento do EEI
durante os episódios de apnéia, o que pode
levar a RGE, tosse e obstrução de vias aéreas.

Apesar do reflexo do laríngeo superior
claramente estar implicado nos episódios de
apnéias, este estudo não corrobora com a
hipótese de que é o RGE que inicia esse reflexo
e que consequentemente causaria apnéia.
Abstract
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